1863. Província de Porto
Alegre. O açougueiro José Ramos, um homem elegante e
viajado, que frequentava as casas de ópera da cidade e tinha
excelente gosto musical, fazia sucesso entre a população
com a venda de linguiças que ele e a mulher, Catarina Pulse,
preparavam. O que ninguém sabia é que o ingrediente
principal da referida iguaria era a carne das vítimas do casal,
seduzidas pela promessa de uma noite de luxúria com Catarina. No
matadouro disfarçado de alcova, as vítimas eram
distraídas com conversa inebriante e recebiam boa comida e boa
bebida - além de um golpe certeiro de machadinha desferido por
Ramos, que abria suas cabeças de alto a baixo.
Com a ajuda de Carlos Claussner, o
açougueiro Ramos degolava, esquartejava, descarnava, fatiava e
guardava as vítimas em baús, moendo-as aos poucos e
transformando-as nas famosas linguiças, que eram vendidas em seu
açougue na rua da Ponte (hoje rua Riachuelo). Os crimes da rua
do Arvoredo foram descobertos em 1894, chocando os cerca de 20 mil
habitantes da cidade. Ramos foi condenado à forca. Catarina foi
internada em um hospício, onde morreu louca. Claussner,
àquela altura, já havia virado linguiça. Apesar do
escândalo, os crimes foram ignorados pela imprensa da
época. A história repercutiu apenas nos jornais da
França e do Uruguai. Acredita-se que o caso tenha sido abafado
porque a população da cidade queria esquecer que tinha
sido transformada por Ramos em canibal.
Fonte: Gisele Ribeiro.
"HowStuffWorks - 9 serial killers brasileiros".