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Marlon Brando, Jr. (3 de abril de
1924 — 1º de julho de 2004) foi um ator estadunidense, que
atuou por mais de meio século.
Ele é talvez mais
conhecido pelos seus papéis como Stanley Kowalski em A Streetcar
Named Desire (1951), Emiliano Zapata em Viva Zapata! (1952), Marco
Antônio na adaptação da MGM da peça de
Shakespeare, Julius Caesar e Terry Malloy em On the Waterfront (1954).
Durante os anos 70, ele foi mais famoso pela sua performance vencedora
do Oscar como Vito Corleone, em The Godfather (1972), de Francis Ford
Coppola, e, também, pelo seu papel como Coronel Walter Kurtz em
Apocalypse Now (1979), também de Coppola. Brando também
recebeu uma indicação ao Oscar pela sua performance como
Paul em Last Tango in Paris (1972), além de ter dirigido e
estrelado One-Eyed Jacks (1961).
É considerado um dos
maiores e mais influentes atores do século XX. Na opinião
de Martin Scorsese, "Ele é o marco. Há o 'antes de
Brando' e 'depois de Brando'." Brando foi, também, um
ativista, apoiando diversas causas, mais notavelmente o movimento dos
direitos civis dos negros nos Estados Unidos e diversos movimentos em
defesa dos índios norte-americanos.
Biografia
Marlon Brando era filho de Marlon Brando Sr.(1895–1965) e Dorothy
Pennebaker Brando. Os seus pais se separaram quando tinha apenas 11
anos de idade - em 1935. A sua mãe levou os filhos (Marlon,
Jocelyn Brando (1919–2005) e Frances Brando (nascida em 1922))
para viver com a avó em Santa Ana, Califórnia, até
1937, quando decidiu reconciliar com o marido e viver com ele e com os
rebentos numa vila chamada Libertyville, Illinois.
Dorothy era uma mulher talentosa, embora fosse viciada em bebidas
alcoólicas e mãe ausente. Ela se envolveu com o teatro
local, ajudou o jovem Henry Fonda a começar a carreira de ator e
incutiu em Brando o interesse pela mesma. Sua irmã mais velha,
Jocelyn, também foi atriz.
Brando teve uma infância tumultuada. Foi expulso da escola
Libertyville High School e, aos 16 anos de idade, mandado para a
academia militar Shattuck, em Fairbault, Minnesota. Lá, se
sobressaiu nas aulas de teatro. Mas por tentar escapar do confinamento
da escola, sofreu, mais uma vez, expulsão. Aceito de volta um
ano mais tarde, decidiu não dar prosseguimento aos estudos.
Brando foi para Nova York atrás de suas irmãs. Uma
tentava ser pintora enquanto a outra estava na Broadway. Em Nova York,
Brando estudou em várias escolas de teatro com destaque para o
tempo em que estudou com Stella Adler no seu estúdio que hoje
ainda funciona como escola, a Stella Adler Actors Studio. Foi com
Stella, a única professora nos EUA que realmente teve contato
com Stanislavski que Brando definiu sua técnica.
Em 1976, Brando declarou que já teve experiências
homossexuais com vários homens, e que não ligava para o
que as pessoas pensavam.
Carreira
Brando começou a chamar
atenção atuando na peça de Tennessee Williams, Um
Bonde Chamado Desejo. A peça foi filmada, mas acabou tendo seu
lançamento atrasado, o que levou que figurasse como seu primeiro
trabalho em cinema o filme, de 1950, Espíritos Indômitos.
Esta produção contava a história de um veterano da
Segunda Guerra Mundial ferido em combate angustiado por estar preso a
uma cadeira de rodas.
Em Um Bonde Chamado Desejo -
cujo filme recebeu no Brasil o nome de Uma Rua Chamada Pecado -
dirigido por Elia Kazan e com a presença da atriz Vivien Leigh
no papel de Blanche DuBois, Brando fazia o papel de Stanley Kowalski,
um rude trabalhador de chão de fábrica que gostava de
jogar cartas e boliche. Tornou-se um símbolo sexual ao aparecer
em fotos como o personagem, sempre de camiseta que lhe realçava
seus músculos. A Academia de Artes e Ciências
Cinematográficas de Los Angeles premiou o filme nas categorias
de melhor atriz, Vivien Leigh, melhor ator coajuvante, Karl Malden e
melhor atriz coadjuvante para Kim Hunter. Brando também foi
indicado ao Oscar, mas mesmo sendo o franco favorito, não
ganhou. Brando seria indicado mais três vezes em cada ano
posterior em "Viva Zapata!" em 1952, Júlio César, 1953,
no papel de Marco Antônio, e Sindicato de Ladrões em 1954.
No ano de 1953, Brando se
tornaria um ídolo dos jovens da época ao interpretar
Johnny Stabler em O Selvagem. No filme ele era um delinquente,
líder de uma gangue de motoqueiros, vestido de jaqueta de couro
e dirigindo uma motocicleta 1950 Triumph Thunderbird 6T. O filme
marcaria toda uma geração de artistas, desde James Dean a
Elvis Presley, os quais adoravam o estilo rebelde mostrado no filme.
Ganharia o primeiro oscar com
o filme Sindicato de Ladrões/Há Lodo no Cais, dirigido
por Elia Kazan. Nos anos 1960 faria alguns filmes polêmicos, como
Caçada Humana, no qual é a vítima em uma longa
cena de espancamento. E Queimada!, seu personagem favorito, usado para
mostrar uma visão histórica do que teria sido a
política de colonização europeia na
América, com os portugueses e espanhóis agindo com
violência e ganância, enquanto os ingleses buscavam tomar
para si as colônias, atuando nos bastidores com mentiras e falso
apoio aos nativos colonizados. Brando se mostra um grande ativista nos
anos 1960, tendo participado de manifestações
públicas em favor do Direitos Civis e dos Direitos dos
Indígenas, campanha que o levou a recusar um oscar no
início da década seguinte.
Mas seu estilo como ator
alcançaria o auge do sucesso e da fama nos anos 1970, com O
Poderoso Chefão/O Padrinho e Último Tango em Paris, entre
outros, tendo sido indicado para mais dois oscars pela Academia de
Hollywood. Venceu pela sua interpretação de Don Vito
Corleone, que rendeu ao personagem o título de "maior
vilão da história do cinema".
Quando venceu em 1973 o
óscar pelo fime O Padrinho/O Poderoso Chefão, Marlon
Brando enviou uma representante dos povos indígenas para fazer
um discurso em seu nome, protestando contra a forma como os EUA e
Hollywood discriminavam os nativos americanos.
Nos anos 1980 interrompe sua
carreira e se retira para a ilha de Tetiaroa, na Polinésia
Francesa, da qual era o dono desde 1966. Ganha peso e é
fotografado várias vezes usando um largo sarongue
polinésio. Com problemas financeiros, retomou sua carreira
cinematográfica em 1989. Chegou a fazer uma paródia de si
mesmo no filme de 1990 Um Novato na Máfia, no qual praticamente
repetiu a caracterização de Don Vito Corleone. Passa a
ter sérios problemas pessoais, com o julgamento do filho
Christian por assassinato do namorado da irmã Cheyenne e que,
deprimida, se suicidou poucos anos depois (1995).
Dirigiu apenas um filme: o
western Cinco Anos Depois (Título original "One-Eyed Jacks")
(1961), substituindo o diretor Stanley Kubrick no início das
filmagens. Obteve alguns elogios da crítica, demonstrando estilo
lento e inovador no gênero: filmou o mar, cenário incomum
dos western. Também no duelo final com seu amigo na vida real
Karl Malden, usa ângulos e coreografia fora do normal. No western
que fez com Jack Nicholson, (Duelo de Gigantes, 1976), ele faz um
pistoleiro bem estranho, dando continuidade à sua visão e
a do diretor Arthur Penn, inovadora mas com tendências acentuadas
para parodiar o gênero.
Filmografia
1950 - Espíritos
indômitos (The Men)
1951 - Um bonde chamado Desejo
(A streetcar named desire)
1952 - Viva Zapata! (Viva
Zapata!)
1953 - Júlio
César (Julius Caesar)
1954 - Desirée, o amor
de Napoleão (Desirée)
1954 - Sindicato de
Ladrões (On the Waterfront)
1954 - O Selvagem (The Wild
One)
1955 - Eles e elas (Guys and
dolls)
1956 - Casa de chá do
luar de agosto (Teahouse of the August Moon, The)
1957 - Sayonara (Sayonara)
1958 - Os deuses vencidos
(Young lions, The)
1959 - Vidas em fuga (The
Fugitive Kind)
1961 - A face oculta (One-eyed
jacks)
1962 - O grande motim (Munity
on the bounty)
1962 - Contra Todos os
Parentes (The Ugly American)
1964 - Dois farristas
irresistíveis (Bedtime story)
1965 - Morituri (Morituri)
1966 - Meet Marlon Brando
1966 - Caçada humana
(Chase, The)
1966 - Sangue em Sonora
(Appaloosa, The)
1967 - A condessa de Hong Kong
(A countess from Hong Kong)
1967 - O pecado de todos
nós (Reflections in a golden eye)
1968 - Candy (Candy)
1968 - A noite do dia seguinte
(Night of the following day, The)
1969 - Queimada! (Quemada!)
1972 - O Poderoso
Chefão (Brasil) ou O Padrinho (Portugal) (Godfather, The)
1972 - Os que chegam com a
noite (Nightcomers, The)
1973 - Último tango em
Paris (Last tango in Paris)
1976 - Duelo de gigantes
(Missouri breaks, The)
1978 - Superman - O filme
(Superman)
1979 - Apocalypse Now
(Apocalypse Now)
1979 - Raoni (Raoni: The Fight
for the Amazon)
1980 - A fórmula
(Formula, The)
1989 - Assassinato sob
custódia (A dry white season)
1990 - Um novato na
máfia (The Freshman)
1992 - Cristóvão
Colombo - A aventura do descobrimento (Christopher Columbus: The
Discovery)
1995 - Don Juan de Marco (Don
Juan de Marco)
1996 - A ilha do Dr. Moreau
(Island of Dr. Moreau, The)
1997 - O bravo (The Brave)
1998 - Loucos por dinheiro
(Free Money)
2001 - A cartada final (Score,
The)
2001 - You Rock My World
(Videoclipe de Michael Jackson)
2006 - Superman - O Retorno
(Superman Returns) (foram usados sons e imagens de arquivo
Premiações
7 indicações e 2
premiações do Óscar da Academia para Melhor Ator
(principal), nos seguintes filmes:
Uma Rua Chamada Pecado(1952)
Viva Zapata!(1953)
Julius Caesar (1954)
Sindicato de Ladrões
(1955) - Venceu
Sayonara (1956)
O Poderoso Chefão
(1973) - Venceu
Último Tango em Paris
(1974)
Uma indicação ao
Óscar de Melhor Ator (coadjuvante/secundário):
Assassinato Sob
Custódia" (1990).
3 vitórias de 4
indicações ao Golden Globe Award para Melhor Ator (filme
dramático), nos seguintes filmes:
1955:On the Waterfront - Venceu
1958: Sayonara
1964: The Ugly American
1973:The Godfather - Venceu
Recebeu uma
indicação ao Golden Globe Award para Melhor Ator
(comédia ou musical) em cinema, por "Casa de Chá do Luar
de Agosto" (1956).
Recebeu uma
indicação ao Golden Globe Award para Melhor Ator
(coadjuvante/secundário) em cinema, por "Assassinato Sob
Custódia" (1989).
3 vitórias de 6
indicações ao BAFTA de Melhor Ator Estrangeiro, no
seguintes filmes:
1953: Viva Zapata! - Venceu
1954: Julius Caesar - Venceu
1955: On the Waterfront -
Venceu
1973: The Nightcomers
1973: The Godfather
1974: Last Tango In Paris
Recebeu uma
indicação ao BAFTA de Melhor Ator
(coadjuvante/secundário), por "Assassinato Sob Custódia"
(1989).
Ganhou o prémio de
Melhor Ator, no Festival de Cannes, por "Viva Zapata!" (1952).
Ganhou o prémio de
Melhor Ator, no Festival de Tóquio, por "Assassinato Sob
Custódia" (1989).
Aparece na letra da
música da banda Slipknot - Eyeless. Corey afirmando que
"Não conseguem ver california sem os olhos de Marlon Brando."
Marlon Brando faleceu no dia 1
de julho de 2004, aos 80 anos. Segundo o advogado do ator David J.
Seeley, Brando morreu em um hospital de Los Angeles (EUA).