Volkswagen Fusca parte finalA retomada da produção no pós-guerra
Após a guerra, a Alemanha foi dividida em zonas que ficaram sob controle dos aliados.
A zona em que ficava a fábrica do Volkswagen, complexo chamado
de "Cidade KdF", rebatizada após a guerra de Wolfsburg, ficou na
zona controlada pelos britânicos. O comando da fábrica ficou nas mãos do Major Ivan Hirst, que se tornaria um apaixonado pelo Fusca.
Os
britânicos, sem saberem exatamente o que fazer com a
fábrica, acabaram por reativar a produção em
agosto de 1945, para produzir carros para as forças de
ocupação e para o serviço público
alemão. Apesar dos intensos bombardeios sofridos pela
fábrica durante a guerra, grande parte das ferramentas haviam
sido movidas para os porões, tornando a retomada da
produção algo relativamente simples. Datam deste
período algumas variações interessantes, como pick-ups e furgões, utilizadas em serviços públicos como hospitais e correios.
No
entanto, os britânicos não desejavam administrar para
sempre a fábrica e tinham de encontrar uma forma de
passá-la para o governo alemão. A solução
foi chamar o antigo dirigente da RDA, e inimigo do Fusca nos seus
primórdios, Heinz Nordhoff, para assumir a fábrica.
Fê-lo em janeiro de 1948, com carta branca do Major Hirst, e
ficou no cargo até sua morte em abril de 1968. Logo Nordhoff
percebeu que a única forma de expandir a fábrica, e gerar
importantes empregos para os alemães no pós-guerra, era
exportar os Fuscas, particularmente para os Estados Unidos.
Nos
Estados Unidos os Fuscas se tornaram uma paixão, mesmo sem muita
propaganda, que era feita da boca para o ouvido, entre os apaixonados
pelo "carrinho".
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O sucesso e o fim da produção
O
Fusca não foi sempre o mais barato dos carros, como pode-se
pensar a princípio, e de fato vendeu pouco nos primeiros anos de
importação/produção na maioria dos diversos
países onde a Volkswagen se instalou. Em 1949, por exemplo, a Volkswagen firmou um acordo com a americana Chrysler para
usar a rede de concessionárias desta última para vender o
Fusca. No ano inteiro apenas dois carros foram vendidos nosEUA.
As
razões para esse início tímido variam. Alguns
países tinham um embargo contra produtos alemães (uma
fábrica na Irlanda foi construída para contornar esta
situação), e a moeda, que até 1948 era o Reichmark,
atrapalhava um pouco a economia e, por tabela, a fábrica. Sem a
vantagem de uma produção em larga escala o custo do carro
não seria viável. E, além disso, os consumidores
estavam acostumados a diferentes paradigmas de produção,
e estranhavam muito a configuração incomum do carro, com
seu motor traseiro e sua forma arredondada, sem radiador.
Mas
logo que as dificuldades econômicas foram superadas, rapidamente
a fama de "indestrutível" do carro começou a se
disseminar, ajudada pela mecânica simples (menos coisas para dar
errado), pelo oferta e esquema de distribuição de
peças sobressalentes e, principalmente, pelo marketingda Volkswagen, que soube capitalizar sobre a resistência do carro.
Logo
o Fusca dominou sua fatia de mercado na maioria dos lugares onde foi
lançado, ajudado pela precariedade dos concorrentes diretos e
pelo boom de crescimento dos países vitoriosos na II Guerra
(principalmente EUA). A Volkswagen aproveitou para expandir a linha de veículos (todos ainda a ar), como a Kombi, o Karmann Ghia,
etc. Além disso a facilidade da mecânica permitia
alterações personalizadas, abrindo caminho para
adaptações feitas por empresas independentes - como roadsters (o famoso Hebmüller) e mesmo sedans (coupé Stoll).
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Tal
versatilidade de projeto permitiria à Volkswagen diversificar
sua linha aproveitando a plataforma e/ou componentes do Fusca. A Kombi foi
a primeira derivação de porte, já em 1950. Embora
utilizasse um chassi próprio, sua mecânica era a mesma do
Fusca, e mesmo seu desenho foi pensado para refletir aquele do seu
"irmão mais velho" - pode-se perceber claramente a
inspiração no desenho da dianteira, nas linhas que seguem
das janelas para se encontrar entre os faróis, como se fosse o
capô do Fusca.
Logo em seguida viria o icônico Karmann Ghia,
que permitiria a Volkswagen entrar timidamente no mercado de carros
luxuosos. Já no final da década de 1950 o Fusca se
mostrava uma aposta certeira para a Volkswagen, que se expandia
rapidamente para além mar (chegaria no Brasil, por exemplo,
já em 1957). Sua robustez e versatilidade permitiram a
criação da linha Volkswagen "a ar", contando com os
modelos citados acima, além dos novos Type 3 e 4
(variações semelhantes aos nossos Volkswagen TL, Variant
e 1600).
O sucesso do Fusca evidentemente colocou a Volkswagen em
posição privilegiada. Entretanto esta
posição era frágil, uma vez que estava largamente
baseada apenas em um carro - e qualquer decisão errada feita no
modelo poderia levar ao colapso da firma inteira. Para piorar a
situação, após a guerra a Tatra processou a
Volkswagen pela quebra de várias de suas patentes. A
questão foi resolvida fora dos tribunais em 1961, com uma cifra
que acabou prejudicando os investimentos na renovação do
Fusca durante a década seguinte.
Tais
fatores impediriam a Volks de realizar qualquer mudança radical
no carro - não que ela não tenha tentado. Vários
protótipos chegaram a ser testados - veja o EA 97/1,
uma clara tentativa de atualizar o carro. Outros protótipos
visando substituir o carro foram criados, e alguns ganharam as ruas
como modelos de produção paralelos ao Fusca - caso da Brasíliabrasileira,
por exemplo. Uma versão "modernizada" do carro até
ganharia discretamente as ruas na década de 1970 - conhecida
como modelo "1303", contava com suspensão frontal tipo
McPherson, para-brisa envolvente, painel protuberante e mais
espaço no porta malas.
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Porém
nenhum conseguiu suplantar as vendas do Fusca (a Brasília
chegaria a fazê-lo no Brasil, mas já no final do ciclo da
linha a ar). A popularidade do Fusca só aumentava, e em 1973
ocorreu o auge da popularidade e produção, com 1,25
milhões de unidades produzidas no ano.
Entretanto, o fim da linha já estava a caminho desde os anos 1960.
A linha "a ar" não duraria para sempre, e o fluxo de caixa
parecia não permitir investimentos em novas tecnologias. A
solução seria comprar a tecnologia necessária para
novos carros, ao invés de investir em pesquisa. Assim,
utilizando o pico de vendas de seus modelos "a ar", a Volkswagen comprou a rival Auto Union, formada pela fusão de famosas marcas alemãs (aDKW, a Audi, a Horch e a Wanderer, além da NSU).
O extenso know-how em motores refrigerados a água dessas
empresas permitiria a renovação total da linha VW,
garantindo o futuro da empresa após o fim das vendas dos modelos
"a ar".
Embora timidamente a princípio (o primeiro Volkswagen "a água", o K70, foi um fracasso), a nova linha começou a se estabelecer em 1973, com o lançamento do Passat. Se a idade do Fusca já começava a gerar dúvidas, a aposta da própria Volkswagen em uma linha refrigerada a água só serviu para ressaltar ainda mais a obsolência do carro. Já nos anos 1970 a produção começou a cair, sendo encerrada na década de 1980 em todo o mundo - menos no México,
onde sua aceitação entre os taxistas deu-lhe uma
sobrevida surpreendente, semelhante ao que aconteceu no Brasil com o Volkswagen Santana.
Porém, novas leis de emissão mexicanas decretaram o fim
do carro em 2003, e o último carro foi enviado para o museu em Wolfsburg.
No
geral, o multiuso e indestrutível projeto de Porsche, as
peculiaridades da economia do pós guerra, o sucesso das
iniciativas de Nordhoff, incluindo peças de publicidade
criativas e divertidas, somado ao charme do "carrinho", acabaram
tornando o Fusca o carro mais popular da história do
automobilismo, superando em 1972 o recorde do Ford modelo T, ao
comemorar a produção de 15.007.034 unidades. Com um
número final recorde de 21.529.464 Fuscas produzidos no total
(não contando os outros modelos a ar ou o New Beetle),
o Fusca é o modelo de carro mais vendido no mundo, mantendo
basicamente o mesmo projeto (se for considerado apenas as vendas por
marca, o nome Corolla já vendeu mais de 30 milhões de
carros, mas de várias "gerações" diferentes).
Independentemente
das vendas, o Fusca se tornou aos poucos um clássico, com os
modelos mais antigos sendo bastante procurados por colecionadores e
aficcionados e inflacionando rapidamente. Por exemplo, um modelo de
1951 pode atingir, dependendo de suas condições, valores
da ordem de até R$ 50.000,00 no Brasil.
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Evolução do VW Sedan no Brasil
A partir de 1950, o "Fusca" começou a ser importado para o Brasil.
No dia 11 de setembro de 1950 desembarcaram no porto de Santos 30
Volkswagens e permaneceram por lá em exposição. O
sucesso foi imediato, os veículos avaliados em CR$ 20.000,00
(vinte mil cruzeiros), foram vendidos pelo extraordinário valor
de CR$ 60.000,00 (sessenta mil cruzeiros) cada veículo
O
modelo importado era o conhecido "Split Window", com vidro traseiro
dividido em dois, modelo Export (havia o Standard, mais simples, nunca
trazido para o Brasil).
Diante do sucesso, a empresa Brasmotor (ainda existente hoje, sob o nome Brastemp) começou a montar os veículos que era importados da Alemanha
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05/72-> Fuscão 1500: distribuidor tampa alta semelhante ao do 1200
05/73-> Embreagem 200mm com guia de rolamento
08/73->
chave de seta em plástico corrugado, limpador com 2 velocidades
e botão de girar, hastes do limpador de parabrisas presas por
porca.
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09/73->
Volante bumerangue, botões em plástico maleável
com desenhos indicativos da função, chave de seta em
plástico, sistema de ventilação interna com
saídas atrás do vidro lateral (orelhinhas), 4 tapete
individuais e tunel agora forrado com carrapatinho, fim do revestimento
de Jacarandá no painel e forros de porta do VW 1500, substituido
por um revestimento preto corrugado no painel.
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02/74->
Tampa de inspeção da caixa de direção e
tampa de acesso ao varão do câmbio plástica
03/74-> Distribuidor tampa alta com novo platinado no 1500
07/74 -> 1300 perde o friso no estribo / fim do emblema VW no capô dianteiro
10/74 -> Fim do emblema 1300 (todos 1500 tiveram emblema)
11/74->
Caixa de fusíveis c/ 12 fusíveis; filtro de ar elemento
de papel; distribuidor tampa alta (1300) / tampa externa de acesso ao
varão do câmbio na caixa (na saia) plástica
12/74-> É introduzido o Pisca Alerta, ao lado esquerdo do cinzeiro. Lanternas traseiras com pisca vermelho
11/75-> Trilho largo nos bancos dianteiros (Resolução Contran 477-74)
BJ 321.619 / BS 604.332 (03/76) -> pedal do acelerador em plástico
10/76
-> Coluna de direção anti-penetrante
(Resolução Contran 477/74) que protege o motorista em
caso de colisão frontal, volante estria fina
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01/78->
Respiro do motor com sistema positivo, os gases do carter agora
retornam à admissão. 07/78 -> macaco tipo
“joelho” / encaixe do macaco no assoalho alterado
BJ-859000 e BS-626000 (01/12/78)-> troca de óleo passa a ser feita a cada 7.500km
Para os brasileiros, o Dia do Fusca ocorre
todo dia 20 de janeiro, sendo, em vários centros urbanos,
comemorado com eventos e festas por amantes e colecionadores deste
modelo4 .
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As modificações
A versatilidade da mecânica do Fusca garantiu o mercado de modificações, seja as "oficiais" (vide o Porsche 356), seja as caseiras (Baja,
gaiolas, triciclos). Na verdade, o Fusca já foi transformado em
quase tudo, desde aviões (modelos experimentais), motos (a
Amazonas 1600 do Brasil), barcos (pequenos barcos de madeira com um
motor boxer adaptado, ou mesmo o carro inteiro impermeabilizado), e
até mesmo bombas d'água ou geradores.
Na
verdade, tal versatilidade é uma consequência das
aspirações militares do projeto original do Prof. Porsche
- a plataforma do Fusca, projetada para ser facilmente modificada emKübelwagens e Schwimmwagens continuou perfeita em tempos de paz para gerar Bajas e Gaiolas sem muito custo.
Não raro, tais carros superam até mesmo veículos off-roads "genuínos"
em certos terrenos, devido a tração traseira e ao baixo
peso, aliado a confiabilidade do motor Volkswagen (algo que se pode
notar também nos Fuscas, Kombis e Brasilias).
Dada
a popularidade do Fusca, o fim de sua produção não
significará o fim da disponibilidade de carros para modificar
tão cedo. Embora não tão populares quanto a alguns
anos, as transformações ainda ocorrem, e com o
inevitável envelhecimento da frota disponível, parece a
única solução para muitos carros quase sucateados.
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Segunda Geração (1998 - 2011)
Em
1994 a Volkswagen realizou um estudo de design em sua filial americana.
O estudo se propunha a atualizar o Fusca com tecnologias e
tendências modernas. O resultado foi um protótipo chamado
"Concept 1", baseado na plataforma do Volkswagen Golf com
um motor Diesel híbrido. Apresentado no salão de Detroit,
o conceito fez tanto sucesso que a Volkswagen decidiu produzi-lo em
série quatro anos depois, em 1998.
Em
comum com o modelo antigo, além do desenho, são as
alças para auxílio do embarque dos passageiros do banco
de trás, além do espaço diminuto tanto nos bancos
traseiros como na bagageira (com 214 litros). Embora não seja do
mesmo segmento que consagrou o modelo original, o New Beetle, como ficaria conhecido, tornou-se um sucesso no mercado norte americano, ganhando uma versão conversível (cabriolet)
pouco tempo depois. Ainda capitalizando na boa vontade do mercado para
com o Fusca, o New Beetle continuaria firme no mercado até 2011,
apesar da nova faixa de preços e tecnologia completamente
diferente.
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Terceira Geração (2011 - atualmente)
Em
2010 a Volkswagen anunciou que 2011 seria o último ano de
fabricação do New Beetle, e que uma nova
geração estava a caminho. Um dos objetivos estabelecidos
pela fábrica era tornar o carro mais "masculino", e para tanto o
carro seria mais baixo, largo e com formas menos arredondadas, mais
próximas ao modelo original.
O carro foi oficialmente lançado em 18 de abril de 2011 , com eventos paralelos em Shangai, Berlim e Nova Iorque.
Ainda
dentro do objetivo de melhor identificar o carro com o original, a
matriz alemã deu carta branca para que as filiais
lançassem o carro nos seus mercados com o apelido que o primeiro
modelo ganhou em cada um desses locais. Dessa forma, o carro foi
lançado em setembro de 2012 como Fusca no Brasil8 , embora tenha mantido o nome Beetle em Portugal
Mais longo que seu antecessor, agora com 4278 mm de comprimento, e 12mm mais baixo, o carro é agora baseado na plataforma A5 (PQ35), a mesma do Volkswagen Jetta e do Golf de sexta geração. É fabricado junto com o Jetta, Golf Variant e o Jetta "Clásico" na fábrica da Volkswagen em Puebla, Mexico. |
Outros mercados
Nomes do modelo
O Volkswagen Sedan recebeu alcunhas em quase todos os países em que foi vendido, normalmente versões locais para o nome do escaravelho (besouro), como em Portugal.
Já no Brasil, o nome Fusca é um pouco mais peculiar: a origem do nome no Brasil está relacionada com a pronúncia alemã da palavra Volkswagen. O fonema da letra V em alemão é algo como "fau" e o W é
"vê". Ao abreviar a palavra Volkswagen para VW, os alemães
falavam "fauvê". Logo que o Fusca foi lançado na Alemanha,
ficou comum a frase "Isto é um VW" ("Das ist ein VW"). A
abreviação alemã "fauvê" logo se
transformaria em "fulque" e "fulca". Segundo o especialista Alexander
Gromow, "Desde que começaram a circular os primeiros
Volkswagens, em 1950, também apareceu a corruptela da palavra
Volkswagen passando pela influência da colônia
alemã. (…)
Em Curitiba se fala 'fuqui' ou 'fuque', no Rio Grande do Sul é 'fuca'. Mas em São Paulo, talvez por uma questão de fonética, acrescentaram o 'S' na palavra e o Volkswagen virou Fusca."
Ao redor do mundo os nomes são geralmente relacionados a animais com formato parecido ao da carroceria:
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