Associação Atlética Ponte Preta |
Associação Atlética Ponte Preta é uma agremiação esportivabrasileira, sediada em Campinas, Estado de São Paulo. Fundado em1900 por um grupo de estudantes, é o clube de futebol em atividade mais antigo do estado de São Paulo e a segunda equipe de futebol mais antiga do Brasil.
Conhecido popularmente como "Macaca", o time atua em seu próprio estádio, o Moisés Lucarelli, com capacidade para 22.728 espectadores. Seu maior rival é o Guarani, com quem faz o dérbi campineiro, uma das maiores rivalidades do futebol do interiorpaulista.2 Atualmente, a Ponte Preta disputa os campeonatos Paulista da Série A1 e Brasileiro da Série B.
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Tradicional equipe do interior paulista, a Ponte Preta viveu seus melhores momentos a partir da década de 1970, quando foi vice-campeã paulista em três oportunidades (1970, 1977 e 1979). Em1981, o clube viveu o maior ano de sua história, acumulando grandes campanhas e alcançando mais uma vez um vice-campeonato estadual e pela primeira vez as semifinais do Campeonato Brasileiro. Na década de 2000, a equipe teve um bom desempenho na Copa do Brasil de 2001, chegando às semifinais, e voltou a uma final do Paulista (em 2008). Em 2013, a Macaca tornou-se o primeiro time do interior paulista a chegar a uma final de um torneio oficial daConmebol, a Copa Sul-Americana. |
História
O surgimento do clube está diretamente ligado ao crescimento da cidade de Campinas.
Em 1870, deu-se início à construção da ferrovia paulista, indo de Jundiaí a Campinas. A instalação dos trilhos requisitava a construção de uma ponte. A ponte era de madeira, e para melhor conservação, tratada com piche. Assim, enegrecida, surgiu aPonte Preta. A partir daí, a região em torno da ponte virou o Bairro da Ponte Preta, em 1872.
A Associação Atlética Ponte Preta surgiu em 1900, graças a vários alunos do colégio Culto à Ciência, que praticavam futebol no bairro da Ponte Preta, sendo portanto o time mais antigo do estado.
É curiosa também a evolução do uniforme da Ponte. A faixa diagonal só foi adotada em 1944, porém invertida, da direita superior para a esquerda inferior. Em 1958, a faixa foi invertida para a posição atual.
Durante a Década de 1970, adotou-se uniforme diferente, com calção preto e camisa branca com faixas verticais finas no lado esquerdo, sem a tradicional faixa diagonal. Em 1977, a tradicional faixa diagonal já tinha retornado.
Hoje, no lugar do primeiro campo localiza-se a Igreja de Santo Antônio. O atual campo é o estádio Majestoso. Após sua inauguração, a Ponte Preta viveu uma de suas melhores épocas. Conseguiu o acesso sendo vice-campeã da 2ª divisão doCampeonato Paulista de 1951. Cai em 1960, volta em 1969 se sagrando Campeã da Divisão Especial.
Vice-campeã Paulista em 1970, 1977, 1979, 1981 e 2008 e chegando às semifinais do Campeonato Brasileiro de 1981 e Copa do Brasil 2001, a Ponte Preta é uma das equipes mais tradicionais do futebol paulista. Atualmente disputa o Campeonato Paulista, Campeonato Brasileiro da Série B e, em 2013, disputou pela primeira vez na história a Copa Sul-Americana.
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Ponte Preta: A Emoção do Futebol
Nos três anos que precederam a fundaçäo da Ponte Preta, a cidade de Campinasera varrida pelos ventos da modernidade. E modernidade, no final do século XIX, era aquela máquina esquisita - encantadora e ao mesmo tempo apavorante - que chamavam de cinematógrafo. Um jato de luz jogado na parede de uma sala escura mostrava imagens fotográficas que se moviam. Era de arrepiar. Invençäo que levava campineiros às pencas ao Teatro São Carlos.
E a cidade, naqueles idos, respirava cultura. Naqueles três anos, nasceram na cidade duas novas bandas, a Carlos Gomes e a Azarias Dias de Melo. Por aqui faziam temporadas grandes companhias teatrais - como a Cunha Sales, a Fauré Nicolai e a Lírica Verdini -, que apresentavam-se para a seleta platéia formada por baröes do café, mulheres dos baröes de café e filhos dos baröes de café. Campinas era aristocracia pura. Pelo menos dentro do teatro.
Modernidade, naquela virada de século, também era a luz elétrica que brotava de um dínamo de 20 amperes, de corrente contínua, que iluminava a refinada Casa do Livro Azul, na Baräo de Jaguara. É, luz elétrica... A maior parte das casas campineiras - mesmo as mais sofisticadas - viviam de velas e lamparinas.
A arquitetura da cidade também mudava. Em 1898 - naquele mesmo ano do cinematógrafo e da luz elétrica - os engenheiros Edmundo Kerug, Antonio Raffin e Tito Martins Ferreira decidiram colocar abaixo o prédio da velha Cadeia Pública. Ele ficava no Centro, exatamente onde hoje está o monumento-túmulo de Carlos Gomes. E os nossos ladröes de galinha - que eram os marginais ousados daquela cidade inocente - foram transferidos para a nova cadeia, no Botafogo.
No ano seguinte, os trens já circulavam pelo ramal da Funilense, trazendo para o Mercado as sacas de gräos que eram colhidos lá pelas bandas do Funil (hojeCosmópolis). As locomotivas eram o prenúncio do que estava por vir: as máquinas substituiriam as mäos.
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Os meninos da Abolição
Pois nem todo campineiro andava preocupado com as óperas do teatro. Para um grupo de garotos de calças curtas, a maior trasnformaçäo daquela virada de século era mesmo um esporte estranho que havia aportado na Capital pelas mäos de Charles Miller. Os meninos sabiam: seis anos antes daquele 1900, Miller - um filho de ingleses formado com toda pompa na Banis Court School de Southampton - já organizava na Várzea do Carmo, na Rua do Gasômetro, as primeiras partidas do foot-ball association.
Em 1900, o futebol já era mania entre os paulistanos e já era praticado pelos associados de clubes como o Säo Paulo Athetic, o Internacional e o Germanya. No interior, só o Savoia, de Sorocaba, difundia a modalidade.
Em Campinas, aqueles meninos de calças curtas reuniram-se no começo da Rua Aboliçäo, num descampado onde anos depois seria erguida a Escola Senai. Diz a lenda - a romântica lenda - que a assembléia aconteceu sob a sombra de duas paineiras, no dia 11 de agosto de 1900. Ali decidiram fundar um clube de futebol.
Faziam parte daquele grupo os garotos Miguel do Carmo, Luiz Garibaldi Burghi, Antonio Oliveira (o Tonico Campeäo), Alberto Aranha, Dante Pera, Zico Vieira e Pedro Vieira da Silva, que seria proclamado o primeiro presidente da Associaçäo Atlética Ponte Preta.
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Bolas de meia, traves de Bambu
Que os pontepretanos tirem da cabeça a imagem do Estádio Moisés Lucarelli. O Majestoso näo existia nem em sonho. As primeiras partidas do associationeram travadas em rapadöes onde a molecada esfarelava os joelhos. Pés no chäo mesmo, com direito a homéricas topadas de dedäo e a chutes que deixavam as canelas repletas de manchas roxas.
A bola de couro - aquela autêntica, com câmara de ar e tudo - era um adereço desconhecido pela rapaziada. Jogava-se com bolas de meias e panos. E as traves - traves, o que é isso? - eram representadas por uma armaçäo de bambus e ripas roubadas na construçäo mais próxima.
A primeira bola de verdade, inglesa, custou 10 mil réis e foi comprada em São Paulo. O dinheiro veio das mensalidades dos associados: 300 réis por cabeça. E o primeiro uniforme foi doado por um incentivador da garotada, José Giacomelli. Como o bondoso José näo entendia nada de futebol - que, como vimos, era um esporte completamente desconhecido no Interior -, trouxe onze camisas idênticas. Esqueceu que o goleiro precisava de um uniforme diferente. Foi o mesmo benemérito Giacomelli que financiou, do próprio bolso, as primeiras redes que ornamentaram as traves (ou melhor, os bambus).
Mas a penúria que a garotada enfrentou naquele tempo näo importa. Importante é saber que aquela abençoada reuniäo sob as paineiras da Aboliçäo fez nascer a Ponte Preta. Há 98 anos. Os amantes do futebol agradecem, emocionados.
Rogério Verzignasse
Correio Popular, 1998
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A TorcidaRetratos de uma Paixão
Difícil explicar a relação da torcida pontepretana com o time. Na verdade quase impossível resumir em palavras a paixão que a nação alvinegra sente pelo clube deCampinas, é uma torcida conhecida por sua vibração e seu fanatismo, respeitada não só no Estado de São Paulo como no país inteiro e, apesar de ser uma torcida regional, também tem seus fiéis torcedores espalhados pelo Brasil e pelo Mundo.
O clube nasceu no bairro que lhe dá nome e que, na época, era morada de população operária, formada basicamente por chacareiros, artesãos e ferroviários. Começa aí a trajetória de um time de classes mais baixas, em sua maioria formado por operários e ferroviários.
Torcida esta que teve que superar preconceitos e sempre que acompanhava o time por estádios do interior, eram recebidos como "macacos" ou "arruaceiros", tanto que a torcida rival da cidade usava o termo como forma pejorativa, é aí que surge o apelido para o clube mais antigo em atividades ininterruptas do Brasil.
Na década de 40 é feita uma gigante mobilização na cidade, liderada pelo patrono Moisés Lucarelli, esta torcida promove um feito histórico: constrói seu próprio estádio através de um multirão e realiza o sonho que naquela época era quase utopia, uma obra grandiosa do que na época era o 3° maior estádio do Brasil, não podia receber outro apelido a não ser "O Majestoso". Esse feito até hoje é lembrado pelos pontepretanos como maior motivo de orgulho, ja que poucas torcidas do Mundo realizaram o mesmo feito.
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A Maior Torcida do Interior do Brasil
A torcida da Associação Atlética Ponte Preta através de diversas pesquisas, vários orgãos de imprensa, jornalistas e torcedores, é considerada não só a mais fanática, mas também a maior torcida entre os clubes do interior, ou seja, excluindo os principais times das grandes capitais brasileiras.
Torcidas Uniformizadas
Em 1º de outubro de 1942, tomava posse a diretoria do Grêmio Pontepretano, a primeira torcida uniformizada do interior e uma das primeiras do Brasil. Somente clubes da capital paulista já possuíam torcidas semelhantes. Seu uniforme era uma camisa branca com o emblema da Ponte Preta bem no meio e a inscrição GRÊMIO PONTEPRETANO em forma de semi-círculo, circundando a parte superior do emblema.
Nos anos 90, as maiores torcidas uniformizadas da Ponte eram a Serponte, Torcida Jovem, Ponterror e Ponte Safena, esta de nome curioso. Na época de ouro, da disputa dos 3 títulos paulistas (1977, 1979 e 1981), destacavam-se a Torcida Jovem, Ponterror e uma outra curiosa, denominada Urangus.6 Com a proibição das torcidas na metade da década de 90, visando diminuir a violências nos estádios brasileiros, muitas deixaram de atuar.
A Torcida Jovem, que já era a mais antiga, fundada em 1969, transformou-se na principal torcida organizada pontepretana. Quando as torcidas uniformizadas eram mais fortes (até os anos 90), sem o controle intenso e fiscalização, as principais torcidas da Ponte estavam reunidas na A.T.O.P. (Associação das Torcidas Organizadas da Ponte). Eram elas: Bafú da Macaca, Macacachaça, Ponterror,Ponte Safena, Torcida Jovem, T.U.Barão e Serponte.
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Explicar a paixão, se fácil fosse, transformaria qualquer texto em poesia. Algumas paixões soam inexplicáveis, a não ser que sejam traduzidas por gestos, imagens e comportamentos. Um desses casos é a Ponte Preta, a Macaca de Campinas.
Time centenário, sem títulos importantes no currículo, que arregimenta uma legião de torcedores fiéis, apaixonados e fanáticos. É impossível não se comover com as imagens de crianças, jovens, homens feitos e veteranos de arquibancada no Moisés Lucarelli chorando copiosamente após a vitória da Ponte sobre o ABC, que selou o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro, no sábado. Moisés Lucarelli que foi erguido pelas mãos e pelo sacrifício dos próprios torcedores. Em minha carreira de comentarista, tive a oportunidade de presenciar dezenas de vezes esse testemunho de fé dos ponte-pretanos. Desde as superstições mais inacreditáveis - como aquela segundo a qual, dependendo do lado pelo qual passa o trem atrás do estádio, o time não vence - às revoltas que descambam para uma violência injustificável. Mas o que fica é o amor sincero da gente que torce pela simpática "Nega Véia". Porquetorcer pra time grande é moleza e tem muita gente que vai na moda, no embalo de um título, de um ídolo. No caso da Ponte, é paixão genuína, curtida, que merece todo o reconhecimento e o respeito.
Mauricio Noriega
Diario de São Paulo
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O estádio erguido pela própria torcida...
Talvez uma das páginas mais emblemáticas da história da Ponte Preta, seja o momento da construção do Estádio Moisés Lucarelli. O único patrimônio do clube era sua sede no centro da cidade. Nesse período, a Ponte mandava seus jogos no campo da Mogiana, e pouco antes chegou a mandar jogos no campo de seu rival Guarani. Ou seja, a Ponte sempre jogava em território inimigo, mesmo quando era mandante.
Esse panorama fez com que houvesse um movimento é motivo de orgulho para todos que participaram, ou que apenas torcem pelo time: a torcida e alguns empresários da época, organizaram-se num sistema de multirão, e conseguiram o terreno, o material e, principalmente, a mão de obra voluntária para trabalhar na construção do estádio, que foi, literalmente, erguido pela sua torcida. Essa empreitada custou caro para alguns desses empresários, como o próprio Moisés Lucarelli, que teve sérios problemas financeiros, pois empenhou o seu próprio patrimônio para realizar o sonho de construir o estádio, sem falar que dedicou também seus melhores anos nessa empreitada.
Algumas campanhas que mereceram destaque na época foram a arrecadação, junto aos torcedores, de cerca de Cr$ 250 mil no ano de 1944 e a "Campanha dos Tijolos", que arrecadou 250 mil tijolos em apenas dois meses no ano de 1946. O começo das obras, depois da aquisição do terreno e terraplanagem do mesmo, aconteceu em 1948, e já nesse ano, foi disputada a primeira partida, mas com o estádio inacabado. Contudo, o término do estádio aconteceu somente no ano de1960, quando ele passou a ter a fachada que perdura até hoje. Foi o fim de um período de grande movimentação popular em favor do clube, algo de que poucas agremiações no mundo podem se orgulhar.
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O sonho vira realidade
O trabalho gera riqueza, e o trabalho de milhares de mãos pontepretanas gerou um templo, palco Majestoso. Foram milhares de Josés, Joãos, Moisés, Franciscos, Paulos, Pedros, brasileiros, campineiros, estrangeiros, pontepretanos. Essa paixão nos remete a nossa mística a – torcida tem um time e, pelo time, assina um pacto silencioso e não escrito, que é uniforme na consciência e na memória coletiva da nação ponte-pretana. “Podemos ser diferentes, mas somos todos um”, pensamos sempre com o coração; emoção, fidelidade e fibra fazem parte de nossa mística. Que todo jogador que enverga nosso símbolo maior sobre o coração e pisa no gramado sagrado construído pelo nosso povo nunca se esqueça de nossa mística: “coração, fidelidade e fibra”.
Estes são nossos alimentos, nosso deleite é provar o gosto doce da vitória, é bater com força em nosso coração; a construção do Estádio Moisés Lucarelli faz parte de nossa mística, pra sempre Ponte Preta.
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Ídolos
A história da Ponte Preta é recheada de grandes jogadores, muitos com passagens pela Seleção Brasileira e equipes do futebol europeu. Dentre os inúmeros craques que vestiram a camisa da Ponte Preta, destacam-se:
Mais jogadores com passagens pela Seleção
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Outros jogadores que marcaram época na Ponte
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Bola de Prata da Revista Placar |
Fatos Históricos
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