O AÇUCAR


 Açúcar

O açúcar é um termo genérico para carboidratos cristalizados comestíveis, principalmente sacarose, 

lactose e frutose. Especificamente, monossacarídeos e oligossacarídeos pequenos.  A principal 

característica é o seu sabor adocicado.
Em culinária "açúcares" costuma se excluir os polióis da definição de açúcar, restando todos os 

monossacarídeos e dissacarídeos.  No singular "açúcar" costuma se referir à sacarose, identificando 

outros açúcares por seus nomes específicos (glicose, frutose etc).
A produção e o comércio de açúcar influenciou a história de várias maneiras. Em tempos modernos 

açúcar influenciou o colonialismo, a escravidão, migrações domésticas e internacionais e guerras. 
O açúcar possui uma propriedade, a triboluminescência, que faz com que ele brilhe quando 

friccionado.

Etimologia 

A palavra açúcar tem sua origem no termo árabe avare.

História Antiga 
Açúcar foi produzido no subcontinente indiano desde a antiguidade.8 Não era de fácil acesso, mel era 

usado com maior frequência para adoçar na maior parte do mundo.  
Uma das primeiras menções da cana-de-açúcar aparece em manuscritos antigos da chineses datados do 

oitavo século antes de Cristo, junto com o fato de que planta origina-se da Índia.  Ao redor de 500 

AC, habitantes do subcontinente indiano faziam grandes cristais de açúcar para facilitar o 

transporte e armazenamento.6 Esse cristais, chamados khanda (खण्ड), são semelhantes aos pães-de-açúcar 

que eram a principal forma de açúcar até o desenvolvimento de açúcar granulado e em cubos no final 

do século XIX.

Açúcar se manteve razoavelmente pouco importante até que indianos descobriram métodos de transformar

caldo de cana-de-açúcar em cristais de açúcar, que eram mais fáceis de armazenar e transportar.9

Açúcar cristalizado foi descoberto no tempo da dinastia Gupta, ao redor do século cinco.9 Navegantes

indianos levaram açúcar por várias rotas de comércio9 Monges budistas viajantes levaram métodos de

cristalização de açúcar para a China.  Durante o reinado de Harsha (entre 606 e 647) na Índia do

Norte, enviados indianos para a China na época Tang ensinaram o cultivo de cana-de-açúcar depois que

o Imperador Li Shimin demonstrou interesse por açúcar. Pouco depois a China estabeleceu cultivos de

cana-de-açúcar no século sete.  Documentos chineses confirmam ao menos duas missões chinesas para a

Índia para obter tecnologias para o refino de açúcar, iniciadas em 647.

A cana-de-açúcar foi uma cultura de acesso limitado e açúcar uma mercadoria rara durante muito 

tempo. Comerciantes de açúcar se tornavam ricos; Veneza, no alto de seu poder financeiro foi o 

principal centro de distribuição e comércio de açúcar para a Europa. 
Os cruzados levaram açúcar para casa na sua volta à Europa após suas campanhas na Terra Santa, onde 

eles encontraram caravanas carregando "sal doce". No começo do século XII, Veneza adquiriu algumas 

vilas perto de Tiro e organizou propriedades rurais para produzir açúcar para exportar para Europa, 

onde ele suplementou o mel como a única outra forma de adoçante.  O cronista cruzado Guilherme de 

Tiro, escrevendo no final do século XII, descreveu o açúcar como "muito necessário para o uso e 

saúde da humanidade".

Formas de apresentação da sacarose 

Açúcar mascavo ou açúcar mascavado (açúcar bruto): açúcar petrificado, de coloração variável entre

caramelo e marrom, resultado da cristalização do mel-de-engenho, e ainda com grande teor de melaço.
Açúcar demerara: açúcar granulado de coloração amarela, resultante da purgação do açúcar mascavo, e

com teor de melaço em sua composição, mais utilizado para exportação.
Açúcar refinado granulado: puro, sem corantes, sem umidade ou empedramento e com cristais bem

definidos e granulometria homogênea. O açúcar refinado granulado é muito utilizado na indústria

farmacêutica, em confeitos, xaropes de excepcional transparência e mistura seca em que são

importantes pelo aspecto, escoamento e solubilidade.
Açúcar refinado amorfo: com baixa cor, dissolução rápida, granulometria fina e brancura excelente, o

refinado amorfo é utilizado no consumo doméstico, em misturas sólidas de dissolução instantânea,

bolos e confeitos, caldas transparentes e incolores.

Açúcar cristal: com cristais grandes e transparentes, difíceis de serem dissolvidos em água. Depois

do cozimento passa apenas por um refinamento leve, que retira 90% dos sais minerais. Por ser

econômico e render bastante, o açúcar cristal aparece com frequência em receitas de bolos e doces.
Glaçúcar: o conhecido "açúcar de confeiteiro", com grânulos bem finos, cristalinos, produzido

diretamente na usina, sem refino e destinado à indústria alimentícia, que o utiliza em massas,

biscoitos, confeitos e bebidas.
Xarope invertido: Com 1/3 de glicose, 1/3 de frutose e 1/3 de sacarose, solução aquosa com alto grau

de resistência à contaminação microbiológica, que age contra a cristalização e a umidade. É

utilizado em frutas em calda, sorvetes, balas e caramelos, licores, geleias, biscoitos e bebidas

carbonatadas.

Xarope simples ou açúcar líquido: transparente e límpido, é também uma solução aquosa, usada quando 

é fundamental a ausência de cor, caso de bebidas claras, balas, doces e produtos farmacêuticos.
Açúcar orgânico: produto de granulação uniforme, produzido sem nenhum aditivo químico, tanto na fase 

agrícola como na industrial. Pode ser encontrado nas versões clara e dourada. Seu processamento 

segue princípios internacionais da agricultura orgânica e é anualmente certificado pelos órgãos 

competentes. Na produção do açúcar orgânico, todos os fertilizantes químicos são substituídos por um 

sistema integrado de nutrição orgânica para proteger o solo e melhorar suas características físicas 

e químicas. Evita-se doenças com o uso de variedades mais resistentes e combatem-se pragas (como a 

broca-da-cana) com seus predadores naturais – vespas, por exemplo.

Processo de fabricação 

A cana chega na usina em caminhões, que após passar pela balança e ao laboratório pcts (pagamento da

cana pelo teor de sacarose), segue para a mesa alimentadora, onde a carroceria do caminhão é tombada

com ajuda de guindaste (hillo), a cana é lavada e levada por esteiras para os picadores e pelos

desfibradores com a finalidade de abrir o máximo possível das células da cana para aumentar a

extração.
Logo em seguida a cana desfibrada alimenta a moenda, onde é adicionado água quente (60 ºC) para

extrair mais.
A moenda é formada por um conjunto de terno (4 rolos = um de pressão, um de entrada, um superior e

um de saída) cheios de frisos.
Convencionalmente uma moenda possui 6 ternos (24 rolos), após passar por todos terno, sobra um

resíduo, o bagaço com umidade entre 48% a 51% que é enviado as caldeiras e ser queimado para gerar

calor necessário para transformar a água em vapor de alta pressão e alimentar todo o processo de

fabricação e destilaria.

O caldo extraído do 1º terno é enviado para a fábrica, pois contém mais sacarose e o caldo dos

demais ternos é enviado para a destilaria.
O caldo primário passa em peneiras rotativas afim de retirar bagaços bem pequenos (bagacinho), em

seguida é enviado para a sulfitação para retirar as substâncias da cana que dão ao caldo aquela cor

escura e matar microorganismos, após isso é enviado para a dosagem ou calagem, que é adicionado cal

(leite de cal) para neutralizar o pH, a sacarose inverte a um pH 2,5 (sacarose hidrolisa e quebra em

glicose e frutose C12 H22 O11 + H2O = C6 H12 O6 + C6 H12 O6) e precipitar o SO2 com as substâncias

que dão cor.
O caldo dosado como assim o chamam após a calagem é enviado ao aquecimento para matar outros

microrganismos que resistiram ao processo e acelerar as reações.

Esse caldo aquecido (110 ºC) passa pelo flash tanque, que remove os gases dissolvido no caldo, logo

após entra no decantador que é adicionado uma substância chamada polímero que tem ação de flocular

as impurezas mineral e vegetal, do decantador é extraído na parte debaixo o lodo e enviado para o

setor de filtragem da lodo (recuperar a sacarose), o caldo do decantador já clarificado passa pelas

peneiras estáticas (com malha 200 furos por polegadas) que seguram outras impurezas e novamente o

caldo passa por outro estágio agora a concentração ou evaporação que retira 75% da água contida no

caldo, já no fim desse processo o caldo para a chamar xarope e enviado ao cozimento.
Geralmente o cozimento é de duas massas (A e B), o xarope entra na cozedor ou tacho ou vácuo (pois

trabalha sob vácuo assim como a evaporação a fim de não elevar a temperatura e derretendo assim os

cristais). O xarope no cozimento de massa A precisa de um pé-de-cozimento ou começo (o magma, que

sai da massa B). Esse cozedores possuem capacidades de 600 hectolitros ou bem mais, trabalham a uma

temperatura de 60ºC por cerca de uma hora e meia é arriada (esvaziado tacho).

A massa A é descarregada nos cristalizadores que tem função terminar o processo, logo após é

descarregada nas centrifugas batelada (trabalham em ciclos) que por força centrífuga separa o mel

mãe (mel rico e pobre), o açúcar branco sai e vai para a secagem, já o mel rico retorna junto ao

xarope, o mel pobre é enviado para o cozedor de massa B que recuperará a sacarose não cristalizada,

nessa fase é necessário fazer a semeadura (2 litros de álcool anidro e 1 quilo de açúcar, que forma

uma pasta e tem que ser uniformes para evitar o empoeiramento, cristais pequenos que serão diluídos

na lavagem do açúcar na centrifuga), no cozedor após adicionado a semente, os cristais começam a

crescer de tamanho dando o formato dos comercializados, do cozedor sai a massa B que passa pelos

cristalizadores e centrifuga contínua (trabalha sem parar) que sai o magma e o mel final (enviado

para a destilaria), o magma retorna no cozedor de massa B para novamente cristalizar a sacarose e

servir como semente.
Esse processo é para os tipos de açúcar Demerara, VVHP, VHP, Cristal, Granulado e Refinado.
O granulado e refinado para por mais outros processos de refino que é diluição, flotação, filtros,

descoloração, cozedor, batedeiras, secagem, peneiras para o tamanho e empacotamento.

Tecnologia e gestão 

Pelo menos metade da energia necessária para um indivíduo tocar seu dia a dia pode ser encontrada na

natureza, sob a forma de açúcares e amidos. O Brasil, por sua longa relação com a cana,

transformou-se no maior produtor e exportador de açúcar do mundo, com os menores custos de produção,

em consequência do uso de tecnologia e gestão de vanguarda.
Metade da produção brasileira é exportada, o que gerou, no ano 2006, 6,1 bilhões de dólares para a

balança comercial. Exporta-se açúcar branco (refinado), cristal e demerara; há pelo menos cinco anos

a Rússia é o maior cliente do Brasil.

A cana ocupa mais da metade das lavouras do estado de São

Paulo (excluídas as pastagens), onde se fabricam quase dois terços de todo o açúcar brasileiro,

sendo esse estado responsável por 70% das exportações brasileiras. Consomem-se a cada ano, no

Brasil, 52 quilos de açúcar por capita (a média mundial é de 22 quilos), utilizando a cana plantada

em cerca de 9 milhões de hectares de terra. (Fonte: CTC Centro de Tecnologia Canavieira, 2013).
 

Postar um comentário

1 Comentários
* Por favor, não spam aqui. Todos os comentários são revisados ​​pelo administrador.