Cecil Thiré Cecil Aldary Thiré (Rio de Janeiro, 28 de maio de 1943) é um ator e diretor brasileiro. Atua em cinema, teatro e televisão e é professor de interpretação. É pai dos atores Miguel Thiré, Carlos Thiré e Luísa Thiré. |
Biografia Filho único da atriz Tônia Carrero e do diretor de cinema e artista plástico Carlos Arthur Thiré, recebeu este nome em homenagem ao diretor e produtor norte-americano Cecil B. DeMille. É neto do professor Cecil Thiré, companheiro de Malba Tahan na escrita de livros de Matemática, ambos professores do Colégio Pedro II. Foi uma criança muito fechada e quieta, pois sofria com a ausência da mãe, envolvida com sua carreira de atriz. |
ao lado de adriana prietro |
Aos 17 anos estudou interpretação com Adolfo Celi e trabalhou intensamente em teatro na década de 1960. Mas, carregando o peso de ser apenas o filho de Tônia, precisou fazer oito anos de análise para superar este estigma e conviver bem com a profissão. A partir de então, trabalhou diversas vezes ao lado da mãe. Aos 19 anos, dirigiu seu primeiro filme, o curta metragem Os Mendigos. Em 1967, assinou a direção do longa metragem O diabo mora no sangue e, depois, de O Ibrahim do subúrbio. Como ator, esteve no elenco de mais de vinte filmes, tendo começado aos nove anos, numa pequena aparição em Tico-tico no fubá, estrelado por Tônia. |
Inicia-se na direção teatral em 1971, em Casa de Bonecas, de Henrik Ibsen. Em 1975, dirige A noite dos campeões, de Jason Miller, e ganha o Prêmio Moliére. Segue ininterruptamente com trabalhos no teatro como ator e diretor, às vezes como ambos, até 1984. Neste ano, afasta-se dos palcos, para se dedicar ao ensino de teatro, retornando dez anos depois, em três montagens consecutivas. São mais de quarenta peças como ator e outro tanto como diretor. |
Na televisão, atuou em vinte novelas e minisséries e esteve por oito anos em programas humorísticos da Rede Globo. O ponto alto de sua carreira televisiva aconteceu na novela Roda de Fogo, onde interpretou o vilão gay Mário Liberato, que caiu no gosto do público global. Também destacou-se em outras tramas, como O Espigão, Escalada, Sol de Verão, Champagne, Top Model e A Próxima Vítima (na qual viveu Adalberto Vasconcelos, o assassino da versão original da trama). Em 2006, saiu da Globo, onde participava do humorístico Zorra Total, e assinou contrato com a TV Record para participar da novela Cidadão Brasileiro, de Lauro César Muniz. Participou da novela Vidas Opostas, de Marcílio Moraes. Atualmente tem um contratado de longo prazo pela emissora para atuar como ator e diretor. |
Foi responsável pela implantação, em 1986, da Casa da Interpretação, na Casa das Artes no bairro carioca de Laranjeiras, e foi fundador da Oficina de Atores da Rede Globo. Ministra regularmente cursos de interpretação nessas e em outras instituições, tendo colaborado na formação de atores em várias cidades do país. É proprietário de um sítio em Piraí, onde cria gado, e de um restaurante no balneário de Rio das Ostras. |
Em 2006, está casado com a diretora teatral Nancy Galvão. De seu primeiro casamento com a produtora musical Norma Thiré teve os filhos Carlos, Luiza e Miguel, todos ligados à arte de interpretar. De sua união com a modelo Carolina Cavalcanti, nasceu João, em 1989. Desde a década de 90, Cecil Thiré participa do espetáculo A Paixão de Cristo, apresentado em Angra dos Reis e nos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, no papel de Pôncio Pilatos. |
cecil e malu mader em top model |
Na televisão 2012 - Máscaras .... Eduardo Sotero 2009 - Poder Paralelo .... Armando Orlim 2007 - Vidas Opostas .... Mário Carvalho 2006 - Cidadão Brasileiro .... Júlio Sales Jordão (idem) 2004 - Celebridade .... Dr. Filipe 2003 - Kubanacan .... senador 2001 - A Padroeira .... capitão Antunes 2001 - Os Maias .... Jacob Cohen 2000 - A Muralha .... Dom Brás Olinto 1998 - Malhação .... H.O. (Henrique Otávio) 1998 - Labirinto .... Ernesto 1997 - Zazá .... Dorival (Doc) 1996 - Quem é você? .... Túlio |
1995 - A Próxima Vítima .... Adalberto Vasconcellos 1994 - 74.5 Uma Onda no Ar .... Álvaro 1993 - Renascer .... delegado Olavo 1992 - Pedra sobre Pedra .... Kléber Vilares 1989 - Top Model .... Alex Kundera 1989 - O Salvador da Pátria .... Lauro Brancato 1988 - Sassaricando .... São Sinfrônio 1986 - Roda de Fogo .... Mário Liberato 1983 - Champagne ........Lúcio 1982 - Sol de Verão......Virgílio 1979 - Malu Mulher...... episódio "Ainda não é hora" (médico) 1976 - Planeta dos Homens 1976 - Duas Vidas......Tomás 1975 - Escalada......Pascoal 1974 - O Espigão......Silveirinha |
No cinema 2006 - Didi, o Caçador de Tesouros 2005 - Bela Noite para Voar 2001 - Sonhos Tropicais 2000 - Cronicamente Inviável 1998 - Caminho dos Sonhos 1995 - O Quatrilho 1994 - Mil e uma 1991 - Caccia Allo Scorpione D'oro 1991 - Manobra Radical 1991 - Per sempre 1988 - Fábula de la Bella Palomera 1982 - Luz del Fuego 1979 - Muito Prazer |
1975 - Eu Dou o que ela Gosta 1974 - Ainda Agarro esta Vizinha 1973 - Como nos livrar do saco 1969 - O Bravo Guerreiro 1968 - O Diabo Mora no Sangue (diretor) 1966 - Arrastão 1965 - Society em Baby-doll 1964 - Os Fuzis (ator, assistente de diretor) 1962 - Os Mendigos (ator, assistente de diretor) |
No teatro 2002 - Variações Enigmáticas 2006 - O Último Suspiro da Palmeira 2011 - A Lição (Governanta Maria) & A Cantora Careca (Sr. Smith) |
Mila Moreira posa ao lado de Cecil Thiré |
entrevista a isto e gente http://www.terra.com.br/istoegente/56/entrevista/entrevista_2.htm A fama de gay me prejudicou” Filho de Tônia Carreiro, o ator diz que perdeu papéis por causa do rótulo de homossexual e conta que vendeu 25 bezerros para produzir peça de autoria do filho Viviane Rosalem André Durão |
“Fiquei careca aos 27 anos. E jovem careca não tem papel na tevê. Só depois dos 40 você começa a ser o dono de empresa ou o bandido” Os laços de família perseguem a biografia de Cécil Thiré, 57 anos. Filho de Tônia Carrero, ele perdeu a conta do número de vezes que contracenou com a mãe no teatro e na tevê em quase quatro décadas de carreira. Agora, os papéis se invertem. O ator dirige e atua ao lado do filho mais velho Carlos, 28, no espetáculo O Último Suspiro da Palmeira, em cartaz na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro. Para produzir a peça, de autoria de Carlos, ele vendeu 25 bezerros de seu sítio de 583 mil metros quadrados em Piraí, na Serra do Matoso, a 90 km do Rio. Cécil também é pai de Luiza, 27, e Miguel, 18, de seu casamento com a produtora musical Norma Thiré, e de João, de 11 anos, filho da modelo Carolina Cavalcanti. Casado com a diretora teatral Nancy Galvão, o ator ainda encontra tempo livre para administrar o restaurante A Casa da Praia, em Rio das Ostras, na Região dos Lagos, e dar aulas de teatro na Casa das Artes de Laranjeiras. |
artista plástico e diretor de cinema Carlos Thiré, Cécil contabiliza 14 novelas em sua carreira. Mas faz planos para incluir a 15ª o quanto antes. “Estou morrendo de saudades das novelas. Espero receber logo uma escalação”, confessa o ator, até hoje lembrado por sua atuação em Roda de Fogo, em 1986, na qual deu vida ao vilão Mário Liberato, consagrado personagem na história das telenovelas brasileiras. |
19/11/2009 - Foto de família: Tônia Carrero com Cecil Thiré, Isabela Garcia e marido, Carlos Thiré, Miguel Thiré, Luísa Thiré e Nancy Galvão, esposa de Cecil |
Como conseguiu produzir O Último Suspiro da Palmeira? Vendi 25 bezerros que eu tinha no meu sítio, porque o pasto passou por um período de seca neste inverno, e eles podiam morrer. Você era proprietário de gado leiteiro? Sim. Mas todo o leite e queijo que eu produzia no sítio era para consumo próprio. Assim como toda a plantação de hortaliças e as mais de 30 árvores frutíferas que tenho lá são destinadas à minha família. Na verdade, no meu sítio, há um minifúndio para a minha sobrevivência. É verdade que você também quer vender seu restaurante em Rio das Ostras? Não tenho tempo para cuidar. Nunca deu prejuízo, mas quando não estou por perto, não rende tanto. Todo negócio só prospera se você estiver dentro dele. Você está no seu quarto casamento. O que pensa sobre a instituição? Eu acredito nele, apesar de achar que é tão provisório quanto a vida. Nada é para sempre. É conquistador? Não. Nunca consegui conquistar mulher nenhuma. Todas elas me conquistaram primeiro. Quando achava que estava conquistando, já estava envolvido. Já tinha sido fisgado. |
19/11/2009 - Cecil Thiré recebendo os cumprimentos de Tônia Carrero e dos filhos Miguel e Luisa, após estreia de sua peça Variações Enigmáticas, em 2002 |
No cinema, você está em Cronicamente Inviável, de Sérgio Bianchi, como um dono de restaurante gay. Costuma ouvir piadinhas nas ruas? Não. Mas quando fiz a novela Roda de Fogo, no qual interpretei o Mário Liberato, que era um vilão gay, muitas pessoas achavam que eu era gay mesmo. Durante um bom tempo, vários comentários eram de que eu era homossexual. Estava casado, tinha filhos, mas isto não queria dizer nada. As pessoas nas ruas me respeitavam e não comentavam nada na minha frente, porque achavam que eu ficaria ofendido com alguma insinuação. Era engraçado. A fama de gay o prejudicou? Perdi trabalhos publicitários por causa disso. Quando fui fazer um comercial sobre o lançamento de um edifício na Barra da Tijuca, um produtor me disse para eu ficar à vontade na hora de gravar. Eu estava relaxado, mas ele insistia. Pedia para ser mais natural, como eu era. No final das contas, fui entender que ele achava que eu fosse gay e queria que interpretasse o papel de um homossexual. Eu me diverti muito com aquele episódio. |
Você faz parte de uma geração que viveu o auge da liberação sexual. Participou dela? Sim. Hoje, infelizmente, o sexo está muito ameaçado pela Aids. Por mais que as pessoas usem camisinha, elas têm medo de que o preservativo fure e nem sempre se sentem à vontade para transar. Antigamente existia uma liberação tão bacana e muito mais divertida. Com os anticoncepcionais, o sexo deixou de ser tabu e as pessoas eram mais felizes. Hoje não se permite mais a promiscuidade, que era sinônimo de farra para as pessoas avulsas, solteiras. Sempre brinco com meus amigos cafajestões: que saudades da gonorréia! “A fama de gay me prejudicou” Filho de Tônia Carreiro, o ator diz que perdeu papéis por causa do rótulo de homossexual e conta que vendeu 25 bezerros para produzir peça de autoria do filho |
André Durão “Senti muita falta da minha mãe na infância. Ela trabalhava como louca. E precisei fazer oito anos de análise para entender o estigma de ser o filho da Tônia Carrero” Pensa em ter mais filhos? Não. Eu não tenho poder aquisitivo para pensar em ter mais filhos. Sustento a minha casa e meus dois filhos mais novos, o Miguel, do meu segundo casamento, e o João, do terceiro. Os mais velhos, Luiza e Carlos, não dependem mais de mim financeiramente. Você tem um contrato como diretor e outro como ator na Globo. Qual das duas funções gosta mais de exercer? No palco, gosto das duas. Na tevê, somente ator. É mais tranqüilo. Estou com saudade de fazer um bom personagem numa novela. Mas durante anos se dedicou exclusivamente à direção. Foi acontecendo por acaso. Mas hoje, pensando bem, atribuo ao fato de ter perdido os cabelos. Fiquei careca aos 27 anos. E o jovem careca não tem papel no teatro, no cinema ou na tevê. Somente depois dos 40, você começa a ter papel de novo, como aconteceu comigo. Aí vira dono de empresas, o patrão, o bandido, entre outros. |
Costuma escolher seus personagens? Na TV Globo, o máximo que se pode fazer é não aceitar um papel. Somente uma vez recusei um papel, porque não queria viver novamente um rico de terno. Falei com o Paulo Ubiratan (diretor das emissora) e ele viu que eu tinha razão. A velhice o incomoda? Me preocupa no sentido de eu perder a vitalidade e a energia para trabalhar. Quero ter capacidade mental e física para ter uma vida produtiva. E você se cuida? Faço antiginástica. Vou ao médico periodicamente, parei de fumar há 17 anos, não como bichos de quatro patas e complemento minha alimentação com a medicina ortomolecular. |
O que acha dessa nova geração de atores e da entrada de modelos na tevê? Sempre foi o rostinho bonito que abriu portas na tevê, com algumas exceções. A Glória Menezes, a Eva Wilma e a própria Tônia Carrero tinham talento, mas muitas vezes foram escaladas para novelas porque eram lindas. O próprio Edson Celulari, quando começou, era um cara que deixava muito a desejar como ator e hoje é ótimo, um ator formadíssimo e que continua bonitão. A Sílvia Pfeiffer é outro exemplo. Não tenho preconceito com modelos que viram atores. As chances são dadas a todos. Você ressaltou a beleza de Tônia. É difícil ter uma mãe desejada? Meus amigos viviam me perturbando. Ela era muito bonita e eu cansei de ouvir comentários do tipo: Pô, tua mãe é gostosa! Como naquele tempo as atrizes eram confundidas com putas, encarava como deboche, um modo de ofender. |
E como superou o trauma? Durante um período da minha vida, fui um menino muito fechado e quieto. No início da minha carreira, ainda sofri com o estigma de ser apenas o filho da Tônia Carrero e não o Cécil Thiré. Precisei fazer oito anos de análise para entender o porquê disso e conviver bem com a profissão. Sentiu falta da sua mãe na infância? Muita. A Tônia Carrero, nome artístico que minha mãe criou, passou a existir quando eu tinha 5 anos. Antes disso, ela vivia dentro de casa comigo. Depois, minha mãe começou a trabalhar como louca e eu sempre perguntava: “cadê ela?”. Algumas vezes, ficava triste porque voltava do colégio e não encontrava minha mãe em casa. Chegava à noite ou de madrugada porque estava trabalhando. Nem sempre conseguia vê-la antes de dormir. Ela não era como a mãe dos meus vizinhos ou colegas. Só fui reencontrá-la no palco, acompanhando seu trabalho da coxia. Com o tempo, percebi que não era descaso e sim total falta de tempo mesmo, o que é comum a atrizes que são mães. Acha que seus filhos também podem ser estigmatizados por terem um pai famoso? Isso é comum a todos os filhos de artistas quando decidem seguir a profissão dos pais, que já são profissionais consagrados. |
Cecil Thiré e Thelma Reston |