Doutrina espírita Doutrina espírita, Espiritismo ou Kardecismo, é a doutrina codificada pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, que adotou o pseudônimo Allan Kardec; em suas próprias palavras, "O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e da destinação dos Espíritos, e das suas relações com o mundo corporal". A doutrina é baseada em cinco obras básicas, escritas por Allan Kardec, através da observação de fenômenos que o mesmo atribuía à manifestações de inteligências Allan Kardec incorpóreas ou imateriais, conhecidas como espíritos. Porém, a manifestação de espíritos nunca foi validada por cientistas. Seu trabalho foi posteriormente prorrogado por escritores como Léon Denis, Arthur Conan Doyle, Camille Flammarion, Ernesto Bozzano, Chico Xavier, Divaldo Pereira Franco, Waldo Vieira, Johannes Greber e outros. A doutrina espírita é por muitos dita ser uma ciência , e por tal faz-se necessário esclarecimentos quanto ao termo a fim de evidenciar que este é, neste caso, utilizado em sentido lato e não estrito. Em sentido estrito, embora verdade que muitos cientistas outrora tenham dedicado considerável tempo de suas pesquisas às tentativas de comunicação com entidades incorpóreas - Arthur Conan Doyle questão cientificamente válida em princípio e certamente merecedora de atenção e escrutinação, ainda mais considerada a época em que estas se deram com intenso fervor, a mesma da invenção do telégrafo, aparelho que demonstrara ser possível a comunicação instantânea à distância com ou sem fios, algo certamente muito esotérico para os que o viam pela primeira vez - é consenso científico hoje contudo que todas as buscas por evidências que corroborassem a existência de espíritos não foram afirmativas aos rigores do método científico: frente ao seu método inerente, e ao que se denomina por ciência em sentido estrito, não há fatos conclusivos para a existência de espíritos, e a ciência afirma claramente que não se tem ciência da existência dos mesmos. A doutrina espírita não é, pois, uma cadeira Camille Flammarion científica em estricto sensu, como são por exemplo a física, a biologia e a química, ou mesmo uma área científica em estrito sensu. Entre os cientistas que dedicaram-se à pesquisa de comunicação com os espíritos citam-se frequentemente: William Crookes, Michael Faraday, A. Russel Wallace, , Oliver Lodge, William Barret, Frederico Myers, A.Morgan, Ernesto Bozzano, entre outros . Contudo, valendo-se de metologia própria que quando não abandona algumas premissas-base do método científico certamente o extrapolam e também pelo limite do que se denomina ciência, os estudos acerca dos espíritos e das evidências destes estudos, que afirmam corroborar sua existência, foram continuados por muitos, encontrando-se estes frequentemente relatados na obra de Kardec e na doutrina Léon Denis espírita, além de também encontrarem-se presentes em um grande número de outras religiões ou doutrinas similares . A doutrina espírita em particular configura-se em verdade como a área de estudos que engloba muitos dos preceitos da ciência, contudo também preceitos significativos da filosofia e sobretudo da religião - neste caso a cristã . Buscando em princípio a co-harmonia entre estes, caracterizá-la como completamente inclusa em uma de suas partes não se mostra, notoriamente, adequado . Ernesto Bozzano O Espiritismo tem expandido-se muito e hoje conta com um número expressivo de adeptos em muitos países em todo o mundo, incluindo Espanha, Estados Unidos, Canadá Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Argentina, Portugal e especialmente em alguns países americanos, como Cuba, Jamaica e Brasil, que tem uma das maiores proporções e o maior número de seguidores do espiritismo em sua população. |
Chico Xavier
Etimologia e uso O termo espiritismo (do francês antigo "spiritisme", onde "spirit": espírito + "isme": doutrina) surgiu como um neologismo, mais precisamente uma palavra-valise, criada pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (conhecido por Allan Kardec) para nomear especificamente o corpo de ideias por ele sistematizadas em "O Livro dos Espíritos" (1857). Contudo, a utilização do termo, cuja raiz é comum a diversas nações ocidentais de origem latina ou anglo-saxônica, fez com que ele fosse rapidamente incorporado ao uso cotidiano para designar tudo o que dizia respeito à alegada comunicação com os espíritos. Assim, por espiritismo, entendem-se hoje as várias doutrinas religiosas e/ou filosóficas que crêem na sobrevivência dos espíritos à morte dos corpos, e, principalmente, na possibilidade de se comunicar com eles, casual ou William Crookes deliberadamente, via evocações ou espontâneamente. Essa apropriação do termo cunhado por Kardec, por parte de adeptos de outras tradições espiritualistas, é criticada pelos seguidores contemporâneos do pedagogo francês, que o reivindicam para designar a sua doutrina específica. O termo "kardecista" é repudiado por parte dos adeptos da doutrina que reservam a palavra "espiritismo" apenas para a doutrina tal qual codificada por Kardec, afirmando não haver diferentes vertentes dentro do espiritismo, e denominam correntes diversas de "espiritualistas" . Estes adeptos entendem que o espiritismo, como corpo doutrinário, é um só, o que tornaria redundante o uso do termo "espiritismo kardecista". Assim, ao seguirem os ensinamentos codificados por Allan Michael Faraday Kardec nas obras básicas (ainda que com uma tolerância maior ou menor a conceitos que não são estritamente doutrinários, como a apometria), denominam-se simplesmente "espíritas", sem o complemento "kardecista". A própria obra desaprova o emprego de outras expressões como "kardecista", definindo que os ensinamentos codificados, em sua essência, não se ligam à figura única de um homem, como ocorre com o cristianismo ou o budismo, mas a uma coletividade de espíritos que eles acreditam que se manifestaram através de diversos médiuns naquele momento histórico, e que se esperava que continuassem a comunicar, fazendo com que aquele próprio corpo doutrinário se mantivesse em constante processo evolutivo, o que não se teria verificado, já que as obras básicas teriam permanecido inalteradas desde então. Outra parcela dos adeptos, no entanto, considera o uso do termo "kardecismo" apropriado. O uso deste termo é corroborado por fontes lexicográficas como o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa , o Novo Dicionário Aurélio da A. Russel Wallace Língua Portuguesa , o Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa e o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. José Lacerda de Azevedo, médico espírita brasileiro, compreendia o kardecismo como uma "prática ou tentativa de vivência da Doutrina Espírita" criado por brasileiros "permeada de religiosidade, com tendência a se transformar em crença ou seita". As expressões nasceram da necessidade de alguns em distinguir o "espiritismo" (como originalmente definido por Kardec) dos cultos afro-brasileiros, como a Umbanda. Estes últimos, discriminados e perseguidos em vários momentos da história recente do Brasil, passaram a se auto-intitular espíritas (em determinado momento com o apoio da Federação Espírita Brasileira ), num anseio por legitimar e consolidar este movimento religioso, devido à proximidade existente entre certos conceitos e práticas destas doutrinas. Seguidores mais ortodoxos de Kardec, entretanto, não gostaram de ver a sua prática associada aos cultos afro-brasileiros, surgindo assim o termo "espírita kardecista" para distingui-los dos que passaram a ser denominados como "espíritas umbandistas". |
Oliver Lodge
História Durante o século XIX houve uma grande onda de manifestações mediúnicas nos Estados Unidos e na Europa. Estas manifestações consistiam principalmente de ruídos estranhos, pancadas em móveis e objetos que se moviam ou flutuavam sem nenhuma causa aparente. Entre eles destacou-se o suposto caso das Irmãs Fox, nos EUA. Irmãs Fox,familia Em 1855, o professor Denizard Rivail, que depois adotou o pseudônimo de Allan Kardec, pretendia investigar o fenômeno que muitas pessoas afirmavam ter experimentado na época, das mesas girantes ou dança das mesas, em que mesas e objetos em geral pareciam animar-se com uma estranha vitalidade. Apesar de inciais afirmações aparentemente céticas"Eu crerei quando vir e quando conseguirem provar-me que uma mesa dispõe de cérebro e nervos, e que pode se tornar sonâmbula; até que isso se dê, deem-me a permissão de não enxergar nisso mais que um conto para dormir em pé", assegura-se que após dois anos de pesquisas, não tinha visto constatação de fraudes e nem um motivo para Frederico Myers englobar todos os acontecimentos dessa ordem no âmbito das falácias e/ou charlatanices. Pessoalmente convencido não só da realidade do fenômeno, que considerou essencialmente real apesar das mistificações existentes, mas também da possibilidade de ele ser causado por espíritos, Rivail, em lugar de dedicar o resto de sua vida à busca por "provar cientificamente" a explicação mediúnica para esses pretensos fenômenos, sagrou-se a explorar as consequências da hipótese de que fossem causados pela ação de espíritos. Quanto à sua formação, pretendia ser discípulo de Pestalozzi, discípulo por sua vez de Rousseau, apesar da sua teórica pesquisa não seguir métodos estritamente científicosnaturalista. O seu intuito era dar algum suporte à espiritualidade humana numa época em que a ciência avançava a passos largos e as religiões perdiam cada vez mais adeptos. Kardec julgava ter encontrado um novo modo de pensar o real, que uniria, de forma ponderada, a ascendente Ciência e a decadente Religião. Assim, Kardec defendia que fazia uso do empirismo científico para investigar os fenômenos, da racionalidade filosófica para dialogar com o que presumiu serem espíritos e analisar suas proposições, e buscou extrair desses diálogos consequências ético-morais úteis para o ser humano. Surgia aí, mais precisamente em 18 de abril de 1857, a doutrina espírita, sistematizada na primeira edição de O Livro dos Espíritos. |
Johannes Greber
Primeiras observações Segundo alguns seguidores da doutrina espírita, os fenômenos mediúnicos seriam universais e teriam sempre existido, inclusive com fartos relatos na Bíblia, mas os espíritas e muitos outros defensores da explicação mediúnica para os chamados "fenômenos sobrenaturais" ou "paranormais" adotam a data de 31 de março de 1848 como o marco inicial das modernas manifestações mediúnicas, alegadamente mais ostensivas e frequentes do que jamais ocorrera, o que levou muitos pesquisadores a se debruçarem sobre tais fenômenos. Afirmam, contudo, que acontecimentos envolvendo espíritos (pessoas que já morreram) existem desde os primórdios da humanidade. Entre outros, citam como exemplo os comentários de Platão ao falar sobre o dáimon ou gênio que acompanharia Sócrates; a proibição de Moisés à prática da "consulta aos mortos", que seria uma evidência da crença judaica nessa possibilidade, já que não se interdita algo irrealizável; e a comunicação de Jesus com Moisés e Elias no Monte Tabor, citada em Mt, 17, 1-9. |
Dvado Franco
Estudo sobre as mesas girantes Segundo os biógrafos, Allan Kardec foi convidado por Fortier, um amigo estudioso das teorias de Mesmer, a verificar o fenômeno das mesas girantes com a disposição de observar e analisar os fenômenos que despertavam curiosidade no século XIX. As primeiras manifestações tidas como mediúnicas aconteceram por meio de mesas se levantando e batendo, com um dos pés, um número determinado de pancadas e respondendo, desse modo, sim ou não, segundo fora convencionado, a uma questão proposta. Kardec, analisando esses fenômenos, concluiu que não havia nada de convincente neste método para os céticos, porque se podia acreditar num efeito da eletricidade, cujas propriedades eram pouco conhecidas pela ciência de então. Foram então utilizados métodos para se obter respostas mais desenvolvidas por meio das letras do alfabeto: o objeto móvel, batendo um número de vezes corresponderia ao número de ordem de cada letra, chegando, assim, a formular palavras e frases respondendo às perguntas propostas. Kardec concluiu que a precisão das respostas e sua correlação com a pergunta não poderiam ser atribuídas ao acaso. O ser misterioso que assim respondia, quando interrogado sobre sua natureza, declarou que era um espírito ou gênio, deu o seu nome e forneceu diversas informações a seu respeito. |
Princípios Nascido no século XIX, no dia 18 de Abril de 1857, com a publicação de O Livro dos Espíritos, o Espiritismo se estruturou a partir de pretensos diálogos estabelecidos por espíritos desencarnados que, se manifestando por meio de médiuns, discorreram sobre temas religiosos sob a ótica da Moral Cristã, ou seja, tendo por princípio o amor ao próximo. Desta forma foi estabelecido o preceito primário da Doutrina, de que só é possível buscar o aprimoramento espiritual através da caridade aos semelhantes (Lema: Fora da caridade não há salvação), além de trazer a luz novas perspectivas sobre diversos temas de grande relevância filosófica e teológica. Waldo Vieira O Espiritismo pretende chegar à compreensão da realidade mediante a integração entre as três formas clássicas de conhecimento, que seriam a ciência, a filosofia e a moral. Segundo Kardec, cada uma delas, tomada isoladamente, tende a conduzir a excessos de ceticismo, negação ou fanatismo. A doutrina espírita se propõe, assim, a estabelecer um diálogo entre as três, visando à obtenção de uma forma original que, a um só tempo, fosse mais abrangente e mais profunda, para desta forma melhor compreender a realidade. Kardec sintetiza o conceito com a célebre frase: “Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão em todas as épocas da humanidade” . Bezerra de Menezes É importante ressaltar ainda que, quem quer que acredite haver em si alguma coisa mais do que matéria é, por definição, espiritualista, independente de sua religião, sendo, portanto, o espiritualismo enquanto oposição ao materialismo, o pilar fundamental da maioria das doutrinas religiosas. No caso do Espiritismo, a principal diferença entre esta doutrina e a maioria das demais religiões é sua crença na possibilidade de comunicação entre o mundo corporal e o mundo espiritual, contudo, a fé nesta possibilidade de comunicação gera grande confusão por parte dos leigos entre o Espiritismo e as religiões afro-brasileiras, contudo, cada uma delas possui origens completamente distintas umas das outras. Allan Kardec, em "Obras Póstumas", propõe que o espiritismo seja uma doutrina natural, passível de ser interpretada ou não como religião pelos homens, isto é, capaz de colocar o homem – ou o espírito – diretamente em relação com Deus. |
Platao Filosofo
A doutrina espírita, de modo geral, fundamenta-se nos seguintes pontos: Na existência e unicidade de Deus, desconstruindo o dogma da Santíssima Trindade; Na existência e imortalidade do espírito, compreendido como individualidade inteligente da Criação Divina (para Kardec, a ligação entre o espírito e o corpo físico, é feita por meio de um conectivo "semimaterial" que denomina de perispírito); Na defesa da reencarnação como o mecanismo natural de aperfeiçoamento dos espíritos; No conceito de criação igualitária de todos os espíritos, "simples e ignorantes" em sua origem, e destinados invariavelmente à perfeição, com aptidões idênticas para o bem ou para o mal, dado o livre-arbítrio; Na possibilidade de comunicação entre os espíritos encarnados ("vivos") e os espíritos desencarnados ("mortos"), por meio da mediunidade (Essa comunicação é realizada com o auxílio de pessoas com determinadas capacidades - os médiuns, como por exemplo a chamada "escrita automática" (psicografia). ); Na Lei de Causa e Efeito, compreendida como mecanismo de retribuição ética universal a todos os espíritos, segundo a qual nossa condição é resultado de nossos atos passados; Na pluralidade dos mundos habitados, a ideia de que a Terra não é o único planeta com vida inteligente no universo. Além disso, podem-se citar como características secundárias: A noção de continuidade da responsabilidade individual por toda a existência do Espírito; Progressividade do Espírito dentro do processo evolutivo em todos os níveis da natureza; Volta do Espírito à matéria (reencarnação) tantas vezes quantas necessárias para alcançar a perfeição. Os espíritas não creem na metempsicose. |
Socrates Filosofo
Ausência total de hierarquia sacerdotal; Abnegação na prática do bem, ou seja, não se deve cobrar pela prática da caridade nem o fazer visando a segundas intenções; Uso de terminologia e conceitos próprios, como, por exemplo, perispírito, Lei de Causa e Efeito, médium, Centro Espírita; Total ausência de culto a imagens, altares, etc; Ausência de rituais institucionalizados, a exemplo de batismo, culto ou cerimônia para oficializar casamento; Incentivo ao respeito para com todas as religiões e opiniões. Embora a Doutrina Espírita não seja oriunda do Brasil, este é o país que possui a maior quantidade de adeptos. A Federação Espírita Brasileira, que integra o Conselho Espirita Internacional, é a principal entidade divulgadora da Doutrina Espírita no Brasil. Outra organização de vulto é a Confederação Espírita Pan-Americana. Esta última não concebe o espiritismo como religião, centrando-se apenas nos seus aspectos filosóficos e científicos. Com relação à questão da reencarnação, ela também não é pacífica, como ilustrado quando do V Congresso Internacional de Barcelona (1934) onde, depois de extensas discussões, ficou estabelecido que: "...os espíritas latinos e hindus, representados pelos delegados da Bélgica, Brasil, Cuba, Espanha, França, Índia, México, Portugal, Porto Rico, Argentina, Colômbia, Suíça e Venezuela, afirmam a reencarnação como lei de vida progressiva, segundo a frase de Allan Kardec: 'Nascer, morrer, renascer e progredir sempre', e a aceitam como uma verdade de fato. Os espíritas não-latinos, representados no Congresso pelos delegados da Inglaterra, Irlanda, Holanda e África do Sul, consideram não haver demonstração suficiente para estabelecer a doutrina da reencarnação formulada por Kardec. Cada escola, portanto, fica em liberdade para proclamar as suas convicções a respeito de reencarnação." |
Obras básicas do espiritismoDenominam-se obras fundamentais do espiritismo, também referidas como codificação espírita, os cinco livros publicados pelo pedagogo francês Hippolyte León Denizard Rivail sob o pseudônimo de Allan Kardec, entre 1857 e 1868.1857 - O Livro dos Espíritos - obra em que se estabelecem os princípios da Doutrina Espírita; 1861 - O Livro dos Médiuns - versa sobre o caráter experimental e investigativo do espiritismo, visto como ferramenta teórico-metodológica para se compreender uma "nova ordem de fenômenos", até então jamais considerada pelo conhecimento científico: os fenômenos ditos espíritas ou mediúnicos, que teriam como causa a intervenção de espíritos na realidade física; 1864 - O Evangelho segundo o Espiritismo - obra de cunho essencialmente moral, em que Kardec seleciona os Evangelhos canônicos da Bíblia como ponto de partida para a inferência de fundamentos morais comuns a todos os "grandes sistemas religiosos", fundamentos esses cuja consonância com o espiritismo procura ser demonstrada por ele; 1865 - O Céu e o Inferno - obra composta de duas partes: na primeira, Kardec realiza um exame crítico da doutrina católica sobre a transcendência, procurando apontar contradições filosóficas e incoerências com o conhecimento científico superáveis, segundo ele, mediante o paradigma espírita da fé raciocinada. Na segunda, constam dezenas de diálogos que teriam sido estabelecidos entre Kardec e diversos espíritos, nos quais estes narram as impressões trazidas da existência transcendente; 1868 - A Gênese - obra composta de três partes. A primeira parte trata da Gênese, isto é, da formação dos mundos e da criação dos seres animados e inanimados. A segunda parte, dos milagres, onde se discute sobre o que pode ser considerado milagre, e se explica, à luz da doutrina espírita os muitos milagres feitos por Jesus. A terceira parte explica como e porque podem haver previsões de coisas futuras, pressentimentos e coisas afins. A estas obras básicas somam-se outras: 1858 - "Revue Spirite" - periódico mensal fundado e dirigido por Kardec até à data de seu falecimento (1869), em circulação até aos nossos dias. 1859 - O que é o Espiritismo? - resumo dos princípios básicos da Doutrina Espírita e resposta às principais objeções que lhe podiam ser apresentadas. O primeiro capítulo desenvolve-se sob a forma de diálogos, o segundo apresenta noções elementares acerca do espiritismo, e o terceiro a solução de alguns problemas à luz da doutrina. 1862 - Viagem Espírita em 1862 - reúne relatos e transcrição dos discursos de Kardec em sua viagem de divulgação pela França naquele ano. Traz ainda um modelo de estatuto para as sociedades espíritas. Em novembro do mesmo ano, registou na "Revue Spirite": "Durante uma viagem de mais de seis semanas e um percurso de 693 léguas, estivemos em vinte cidades e assistimos a mais de cinquenta reuniões. O resultado nos deu uma grande satisfação moral, sob o duplo aspecto das observações colhidas e da constatação dos imensos progressos do Espiritismo.". Além delas, com o intuito de popularizar a doutrina e tornar mais fácil e ágil a sua divulgação, Kardec, redigiu uma série de opúsculos, que disponibilizou em valores bastante acessíveis à todos os interessados. Alguns desses conheceram diversas edições, continuando a ser reeditados mesmo após o falecimento do Codificador: 1858 - Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas - publicado em reduzida tiragem, em vez de reeditá-lo Kardec preferiu diluir o seu conteúdo nas novas edições de "O Livro dos Espíritos" e, posteriormente, em "O Livro dos Médiuns". ( Havíamos publicado uma 'Instrução Prática' com o fito de guiar os médiuns. Essa obra está hoje esgotada e, embora a tenhamos feito com um fim grave e sério, não a reimprimiremos, porque ainda não a consideramos bastante completa para esclarecer acerca de todas as dificuldades que se possam encontrar. Substituímo-la por esta, em a qual reunimos todos os dados que uma longa experiência e conscenciosos estudos nos permitiram nos permitiram colher. — KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, Introdução.) 1862 - O Espiritismo na sua Expressão mais Simples - de acordo com o próprio Kardec na "Revue Spirite" de janeiro de 1862, "o objetivo desta publicação é dar, num quadro muito sucinto, o histórico do Espiritismo e uma ideia suficiente da Doutrina dos Espíritos, para que se lhe possa compreender o objetivo moral e filosófico. Pela clareza e pela simplicidade do estilo, procuramos pô-lo ao alcance de todas as inteligências. Contamos com o zelo de todos os verdadeiros Espíritas para ajudar a sua propagação"; 1864 - Resumo da Lei dos Fenômenos Espíritas - brochura com itens numerados, constituídos em sua maioria de um pequeno parágrafo, que resumem os princípios doutrinários, além de aspectos práticos do fenômeno espírita; 1868 - Caráter da Revelação Espírita - coletânea de trechos extraídos da "Revue Spirite", posteriormente incluída no capítulo I de "A Gênese"; 1869 (maio) - Catálogo Racional das Obras para se fundar uma Biblioteca Espírita - como o nome indica, uma orientação para todos aqueles que desejassem formar uma biblioteca para o estudo da doutrina espírita, onde se encontram relacionadas não apenas as obras publicadas pelo próprio Kardec (aqui elencadas como "fundamentais", com o respectivo preçário e condições de comercialização), mas ainda outras cuja leitura e análise considerava importantes à época, elencadas como "Obras diversas sobre o espiritismo (ou complementares da doutrina)" e como "Obras realizadas fora do espiritismo". A esta lista soma-se por fim: 1890 - Obras Póstumas - escritos e estudos inéditos de Kardec, com anotações sobre os bastidores da criação da doutrina e que auxiliam a sua compreensão. No Brasil foram publicadas outras obras menos conhecidas: O Principiante Espírita (pela editora O Pensamento); A Obsessão (pela Casa Editora O Clarim). |
pentateuco espirita as principais e basicas obras da doutrina
Racionalismo cristão Na cidade brasileira de Santos, em 1910 surgiu uma dissidência do movimento espírita, que se denominou "Espiritismo Racional e Científico Cristão" e, posteriormente, Racionalismo cristão, sistematizada por Luís de Matos e Luís Alves Tomás. Ramatissismo No Brasil, desde a segunda metade da de 1950, alguns centros espíritas seguem a doutrina ditada pelo espírito Ramatis (corporificada sobretudo nas obras psicografadas por Hercílio Maes). Distinguem-se dos centros espíritas tradicionais em função da maior ênfase ao universalismo (origem comum das religiões) e ao estudo comparado de religiões e filosofias espiritualistas ocidentais e orientais. Nota-se também a influência mais acentuada de correntes de pensamento orientais (tais como o budismo e o hinduísmo) e a proximidade com a cosmogonia do espiritualismo universalista. Apometria Surgiu no Brasil, na década de 1960, como uma suposta forma de tratamento alternativo a doentes desenganados. O Dr. José Lacerda de Azevedo, do Hospital Espírita de Porto Alegre, fixou as Leis da Apometria. Conscienciologia Surgiu no Brasil, em meados da década de 1960, com o fim da parceria entre Chico Xavier e Waldo Vieira, quando este último iniciou pesquisa própria com o que denominou projeção da consciência. Renovação Cristã Surgida no Brasil, também como uma dissidência do movimento espírita, desde setembro de 2002. Sem deixar de seguir a Doutrina Espírita, afirma fazê-lo com maior seriedade do que o movimento brasileiro em si, argumento usado para o afastamento. Roustainguismo Historicamente, na França e no Brasil, existiram conflitos entre "kardecistas" e "roustainguistas", consoante a admissão ou não dos postulados da obra "Os Quatro Evangelhos", coordenada por Jean-Baptiste Roustaing, nomeadamente acerca da natureza do corpo de Jesus. Para os chamados "roustainguistas" Jesus teve um "corpo fluídico", de origem material diferente da nossa matéria, já o os ditos "kardecistas" acreditam que Jesus possuia um corpo de origem material, como de qualquer ser humano. Hoje este conflito não mais existe, subsistindo apenas como reflexo da opinião de setores isolados que, embora compondo o Movimento Espírita Brasileiro, não representam a Doutrina Espírita. Acrescente-se a isto o fato de que o espiritismo, compreendido como "doutrina dos espíritos", não é "kardecista", pois não se trata de escola espiritualista criada por Allan Kardec, cabendo ao mesmo tão somente o processo de codificação - vale dizer, organização e disposição de princípios - e não o de formulação dos mesmos, fato este reiterado pelo próprio Allan Kardec em diversas de suas obras, notadamente em "O Livro dos Espíritos" e "A Gênese". Organizações |
Federação Espírita Brasileira A Federação Espírita Brasileira foi fundada em 2 de janeiro de 1884, no Rio de Janeiro. Em 2004 completou 120 anos. É uma sociedade civil, religiosa, educacional, cultural e filantrópica, que tem por objeto o estudo, a prática e a difusão do Espiritismo em todos os seus aspectos, com base nas obras da codificação de Allan Kardec e nos Evangelhos canônicos. O Departamento Editorial da FEB possui um catálogo de mais de 400 títulos que totalizam 39 milhões de livros vendidos. Todos inspirados na Codificação Kardequiana: romances, mensagens, contos, crônicas, textos científicos e filosóficos, além de CD-ROMs, vídeos, apostilas e CDs de canções espíritas. Conselho Espírita Internacional O Conselho Espírita Internacional (CEI) é um organismo resultante da união das associações representativas dos movimentos espíritas nacionais. Foi constituído em 28 de novembro de 1992 em Madrid, na Espanha. Seus objetivos são: Promoção da união solidária e fraterna das instituições espíritas de todos os países e a unificação do movimento espírita mundial; Promoção do estudo e da difusão da Doutrina Espírita em seus três aspectos básicos, quais sejam o científico, o filosófico e o religioso; Promoção da prática da caridade material e moral, conforme ensina a Doutrina Espírita. O principal evento organizado pelo CEI é o Congresso Espírita Mundial, realizado a cada três anos. Confederação Espírita Pan-Americana A Confederação Espírita Pan-Americana, fundada em 5 de outubro de 1946 na Argentina, é uma instituição internacional, que congrega majoritariamente espíritas da América Latina. A CEPA possui instituições adesas e filiadas em diversos países, e defende uma visão laica a respeito do espiritismo. A organização assume posicionamentos polêmicos entre os espíritas, como a desvinculação entre a doutrina e o cristianismo e a necessidade de se atualizar o espiritismo em face da ciência. Desde o dia 13 de outubro de 2000, a sede da CEPA passou a ser Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A atuação da CEPA no Brasil se dá, principalmente, através de eventos promovidos por instituições adesas, como o Fórum do Livre Pensar Espírita e o Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita. |
Espiritismo no mundo O espiritismo possui cerca de 15 milhões de adeptos ao redor do mundo, sendo que desses 2,3 milhões são brasileiros. O Conselho Espírita Internacional (CEI) tem 33 países membros, sendo eles: Alemanha, Angola, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Cuba, El Salvador, Espanha, Estados Unidos, França, Guatemala, Holanda, Honduras, Itália, Japão, México, Noruega, Nova Zelândia, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Reino Unido, Suécia, Suíça, Uruguai e Venezuela. Brasil Minoritário em praticamente toda a Europa no século XIX, o Espiritismo chegou ao Brasil em 1865. Teve através de Bezerra de Menezes e Chico Xavier a oportunidade de se popularizar, espalhando seus ensinamentos por grande parte do território brasileiro. Hoje, o país é o que reúne o maior número de espíritas em todo o mundo. A Federação Espírita Brasileira – entidade de âmbito nacional do movimento espírita – congrega aproximadamente dez mil instituições espíritas, espalhadas por todas as regiões do país. Atualmente, o Brasil possui 2,3 milhões de espíritas, de acordo com o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2000. Com efeito, o IBGE trata os termos Kardecismo e Espiritismo como equivalentes em sua classifição censitária. bezerra de menezes Terceiro maior grupo religioso do País, os espíritas são, também, o segmento social que têm maior renda e escolaridade, segundo os dados do mesmo Censo. Os espíritas têm sua imagem fortemente associada à prática da caridade. Eles mantêm em todos os estados brasileiros asilos, orfanatos, escolas para pessoas carentes, creches e outras instituições de assistência e promoção social. Allan Kardec, o codificador do espiritismo, é uma personalidade bastante conhecida e respeitada no Brasil. Seus livros já venderam mais de 20 milhões de exemplares em todo o País. Se forem contabilizados os demais livros espíritas, todos decorrentes das obras de Allan Kardec, o mercado editorial brasileiro espírita ultrapassa 4.000 títulos já editados e mais de 100 milhões de exemplares vendidos. Cuba Após a legalização das religiões em Cuba, houve um renascimento do espiritismo, que vinha ocorrendo no país desde o século XIX. Segundo dados do Ministério das Religiões, em Cuba, há 400 centros espíritas e mais 200 sendo registrados, tornando o país o segundo país mais espírita do mundo, por número de centros. A Associação Médico E |
Fenômenos espíritas e a ciência A investigação dos fatos e causas do pretenso fenômeno mediúnico é objeto de estudo pela Pesquisa Psíquica, pseudociência ramo da parapsicologia (substituindo a metapsíquica). Seu primeiro interesse é o de pretender verificar a ocorrência dos aludidos fatos, fazendo-no mediante o uso de metodologia própria contestada pela Ciência, métodos que incluem usos não científicos da estatística e do chamado teste duplo-cego. Fez-se e ainda faz-se atualmente - contudo de forma mesmo frequente - investigação científica também em âmbito universitário, mas os resultados obtidos até o momento em caso nenhum chegaram à conclusão científica da existência de espíritos. Para além dos aspectos doutrinais, existe uma diversidade de alegadas práticas que vêm suscitando uma crescente curiosidade dos auto-proclamados pesquisadores da área - a ectoplasmia, psicoquinesia, levitação, telepatia, clarividência, clariaudiência, pré-cognição via onírica (sonhos), psicografia, psicopictografia, medicina e cirurgia mediúnica, radiestesia e rabdomancia. Nenhuma delas é aceita pela comunidade científica, contudo, não fazendo jus ao título de áreas científicas à luz da definição atual de ciência. Kardec, no preâmbulo de "O Que É o Espiritismo?", afirma que ele "é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal". Dentro dessa perspectiva, Kardec teria fundado o que naquele momento se chamou de "ciência espírita", tendo como objeto de estudo o espírito e adotando uma postura teórico-metodológica própria, ou seja, não baseada no método científico. Na "Revue Spirite", que publicou até à sua morte, Kardec analisa vários relatos de fenômenos aparentemente mediúnicos ou sobrenaturais, oriundos de diversas partes do mundo. Esmerava-se por distinguir os acontecimentos que considerava verossímeis de charlatanismo e da simples imaginação superexcitada pela fé. Na década de 1960 a pesquisa sobre reencarnação obteve repercussão graças ao trabalho de Ian Stevenson, nomeadamente com a publicação de "Twenty Cases Suggestive of Reincarnation" (1966). Frente ao antes exposto é pois muito importante ressaltar que o termo "ciência", quando associado ao espiritismo, nada tem a ver com a ciência que se encontra em cadeiras como física, química, biologia ou qualquer das demais cadeiras que integram as ditas ciências naturais- ou mesmo as ciências sociais - áreas últimas condizentes com a definição estrita do termo "ciência" e onde um estudo científico - uma teoria científica - deve necessariamente obedecer a todas as delimitações definidas pelo método científico. Os aludidos fatos defendidos pelos seguidores da doutrina como verídicos, embora tenha sobrevivido ao escrutínio de veracidade mediante testes definidos pela metodologia própria à doutrina, não sobrevivem os escrutínios condizentes com o método científico, e nenhum deles implicou, até a presente data, fato científico. Frente à acepção moderna, espiritismo não é uma ciência, embora pretenda, em certos casos, lançar mão da filosofia inerente a esta última |
Relação com as outras religiões A posição oficial da Igreja Católica proíbe terminantemente aos seus fiéis assistir a sessões mediúnicas realizadas ou não com auxílio de médiuns espíritas - mesmo que estes pareçam ser honestos ou piedosos - quer interrogando os espíritos e ouvindo suas respostas, quer assistindo por mera curiosidade. Posições similares têm as religiões evangélicas. A doutrina espírita, por sua vez, afirma respeitar todas as religiões e doutrinas, e valorizar todos os esforços para a prática do bem e diz trabalhar pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, embora rejeite firmemente, reitere-se, dogmas fundamentais das religiões monoteístas; no caso particular do cristianismo, destacam-se o da divindade de Cristo, o da Santíssima Trindade, o da salvação/justificação pela graça (mais que pelas obras/esforços individuais), e o da existência e importância da Igreja como entidade espiritual, não apenas humana. Por isso existe uma barreira muito dificilmente transponível entre os católicos e os espíritas. |
colonia nosso lar
Cristianismo A doutrina espírita adota a Moral cristã , apesar de suas concepções teológicas diferenciadas. Para os espíritas, nome dado aos seguidores do Espiritismo, Jesus Cristo se trata do espírito mais elevado a já ter encarnado na Terra , bem como o modelo de conduta para o auto-aperfeiçoamento humano, tendo provado, pela prática da caridade absoluta e pela sua própria encarnação, que o homem pode suportar as provas necessárias para a sua elevação espiritual. Os espiritistas (tradução muito usada durante as primeiras décadas do século XX para o neologismo francês spirite) ou espíritas, afirmam-se cristãos e atribuem à doutrina espírita o caráter de uma doutrina cristã, já que consideram seguir os ensinamentos morais de Jesus. Entretanto, essa associação entre o espiritismo e o cristianismo é contestada pelas religiões de tradição judaico-cristã, sob a alegação de que, embora partilhem de valores morais semelhantes, a rejeição espírita a diversos dogmas bíblicos e teológicos preconizados por elas inviabilizaria a conceituação do espiritismo como cristão. Os espíritas fundamentam sua defesa do caráter cristão da doutrina espírita no fato de Allan Kardec defender que a moral cristã, isenta dos dogmas de fé a ela associados, seria o que de mais próximo a um código de ética divino e racional o homem possui. Os espíritas argumentam que os dogmas foram elaborados ao longo dos séculos pela Igreja Católica, não sendo, por isso, necessário segui-los para ser cristão. Além disso, o item 625 d'O Livro dos Espíritos afirma ser Jesus o maior exemplo moral de que dispõe a humanidade, apesar de o espiritismo negar a ele qualquer carácter efetivamente divino. A professora Dora Incontri, pós-doutorada pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, também defende o caráter cristão da doutrina espírita, apontando, na proposta estruturada por Allan Kardec, um novo modelo de religião, alheio a dogmas, fórmulas, hierarquias sacerdotais e baseado eminentemente no aspecto ético-moral do indivíduo. Considera ainda Jean-Jacques Rousseau e Johann Heinrich Pestalozzi como os dois grandes precursores da ideia de uma "religiosidade natural", predominantemente moral, e defende que "evidenciou-se com a publicação de "O Evangelho segundo o Espiritismo" e de "O Céu e o Inferno" que, embora não o confessasse, ele [Kardec] estava fazendo uma nova leitura do Cristianismo". Um estudioso da religiosidade brasileira mais cético, o Prof. Antônio Flávio Pierucci, do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo, centra sua análise em aspectos sociológicos ao defender que o espiritismo não é uma religião legitimamente cristã. Segundo ele, os espíritas utilizam o cristianismo para se legitimarem. Pierucci defende também que o vínculo com a Igreja Católica, defendido pelos espíritas serviu, durante décadas, para lutar contra a discriminação e a intolerância. A Congregação para a Doutrina da Fé, herdeira do Santo Ofício, em 1 de junho de 1917 condenou a prática do Espiritismo e proibiu aos católicos participarem, sob qualquer pretexto de reuniões espíritas: "(...) partecipare, con medium o senza medium, servendosi o no dell'ipnotismo, a sedute o a manifestazioni spiritiche, anche se hanno un'apparenza onesta o pia, sia s'interroghino le anime o gli spiriti, sai si ascoltino le risposte, sia ci si accontenti di fare da osservatori, quand'anche si dichiarasse tacitamente o espressamente che non si vuole avere alcun rapporto con gli spiriti cattivi." |
O conceito bíblico As religiões de matriz judaico-cristã entendem que, com a Lei dada a Moisés no Antigo Testamento, Deus interditou à antiga Israel as comunicações com o mundo dos espíritos e o uso de poderes sobrenaturais por eles concedidos. "… não haverá no meio de ti ninguém que faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha, que interrogue os oráculos, pratique adivinhação, magia, encantamentos, enfeitiçamentos, recorra à adivinhação ou consulte os mortos (necromancia)" (Deuteronômio 18:10-14). Afirmam ainda que essa proibição é confirmada no Novo Testamento, pelas referências contidas nos Evangelhos e no livro de Atos dos Apóstolos aos "espíritos impuros". A citação do apóstolo Paulo em Gálatas 5:20, afirma que quem pratica "feitiçaria" (ou bruxaria, o termo grego usado é farmakía) … não herdará o Reino de Deus". (Na Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, o termo é vertido por "espiritismo". Mas esta aplicação da palavra não se refere, por óbvias razões cronológicas, à doutrina espírita). É comum encontrar referências ao uso do termo Espiritismo para denominar outras doutrinas e cultos que não sejam aquela codificada por Allan Kardec. Já para a doutrina espírita, a Bíblia não condena a prática mediúnica em si, pois esta seria fundamentada em um fenômeno natural. A condenação bíblica, que também encontra apoio no movimento espírita, é a uso dos recursos mediúnicos para finalidades frívolas ou voltadas ao benefício próprio. Segundo ela, diversas passagens bíblicas exemplificariam a fenomenologia mediúnica, a exemplo de I Samuel 9:9, II Crônicas 16:7, e Mateus 17:1-8. Ao mesmo tempo, a postura da Doutrina Espírita propõe que se avaliem os textos bíblicos, quando verdadeiramente originais, de forma crítica, levando em conta o seu patamar simbólico, em função dos recursos vocabulares e figuras de linguagem disponíveis à época, em ensinamentos dirigidos a um povo simples e sem repertório, e, consequentemente, desprovido das complexidades e riquezas linguística, cultural e material necessárias para a compreensão de conceitos que nem mesmo o homem atual, como todas as suas aquisições intelectuais, é capaz de compreender em toda a sua profundidade. |
CONSELHO ESPÍRITA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Adeso à Federação Espírita Brasileira
Rua dos Inválidos, 182 – Tel: (21) 2224-1244 – CEP 20231– 048 - Rio de Janeiro – RJ
A Doutrina Espírita foi codificada por Allan
Kardec, com o lançamento de O Livro dos Espíritos, em 18 de abril de
1857, em Paris, França. Este foi o cognome assumido pelo conhecido
educador Hippolite Léon Denizard Rivail, que se dedicou ao estudo dos
fenômenos espíritas sob a ótica do cientista e renomado educador
francês.
Ø Resumo da Doutrina Espírita:
§ “A Doutrina
Espírita é ciência que trata da natureza, origem e destino dos
Espíritos, bem como suas relações com o mundo corporal”(Allan Kardec).
§ Ela é, e não poderia deixar de ser, a resultante do ensino coletivo e concorde dado
pelos Espíritos. Somente sob tal condição se lhe pode chamar Doutrina
dos Espíritos. De outra forma, não seria mais do que a doutrina de um
Espírito e apenas teria o valor de uma opinião pessoal.
§ O princípio inteligente independe
da matéria. A alma individual preexiste e sobrevive ao corpo. O ponto
de partida ou de origem é o mesmo para todas as almas, sem exceção;
todas são criadas simples e ignorantes e sujeitas a progresso
indefinido. Nada de criaturas privilegiadas e mais favorecidas do que
outras.
§ A DE é assim o mais poderoso elemento de moralização, por se dirigir simultaneamente ao coração, à inteligência e ao interesse pessoal bem compreendido.
§ A
DE é semente de vida eterna, mas o homem é o solo que a deve
multiplicar; é água cristalina deslizando sobre a mente e o
coração; é flor, pólen e pão de luz atirados sobre a intimidade do ser
que os deseja.
§ A DE é um corpo doutrinário unitário no seu arcabouço que se desenvolve em diversos campos: científico, filosófico e religioso.
§ Ensina que : “fora da CARIDADE não há salvação”.
§ É Doutrina de esclarecimento, de redenção e renovação.
§ A
DE é a Ciência, trazida pelo Espírito da Verdade, pelo Consolador
prometido, como um sistema coordenado de conhecimentos das coisas pelas
causas, que impõem o culto e o reconhecimento para com o Criador de
tudo o que existe.
§ A DE é a terapêutica completa para obsidiados e obsessores, como de resto para todos os seres humanos.
§ A
DE é, pois, resultante das revelações feitas pelos Espíritos com a
cooperação da razão, da observação e da experimentação humanas.
§ A
finalidade da DE é despertar na Humanidade as forças do bem, completar
a obra de Jesus, regenerando os homens, ligando o mundo visível ao
invisível, preparar a Terra para o advento da verdadeira era de
fraternidade.
§ A
DE é uma síntese gloriosa de fraternidade e de amor. O seu grande
objeto é esclarecer a inteligência humana, fazendo o homem melhor,
construindo um futuro mais ditoso.
Ø Princípios Básicos da Doutrina Espírita:
1. Deus – “é inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”. Possui no mais alto grau toas as virtudes que possamos lhe atribuir.
2. A existência e sobrevivência do Espírito – a morte não existe, que é comprovado pelas:
§ Manifestações mediúnicas;
§ Experiências de quase-morte, sonhos e projeções espirituais;
§ Lembranças de vidas anteriores;
§ Manifestações extra-corpóreas (anímicas);
§ Super e infra-dotação de potencialidades.
3. A reencarnação (palingenesia) - é o retorno do espírito à vida material em um novo corpo, ligado definitivamente a este desde o momento da concepção:
§ É prova da Justiça de Deus;
§ Possibilita o melhoramento progressivo: Lei de Evolução. A Lei de Evolução é Universal: todo o Universo está sujeito a esta Lei. Quanto maior a evolução, maior a liberdade e conseqüentemente maior a responsabilidade;
§ Livre-arbítrio – Lei de Causa e Efeito – nós construímos a nossa evolução e escolhemos o caminho a percorrer;
§ Revela o planejamento feito no plano espiritual, nosso mundo de origem e destino, após a morte do corpo físico.
4. Comunicabilidade dos Espíritos:
§ Faz-se pela Mediunidade: o médium é um intermediário entre os dois planos da vida - o material e o espiritual;
§ Possibilita a confirmação da história, pelas revelações;
§ Todos somos médiuns – independe de crença.
5. Pluralidade dos mundos habitados:
§ A matéria existe em variados graus, desde a mais densa à menos densa;
§ Revela
uma classificação dos mundos em que a Terra ocupa o segundo degrau na
evolução, como mundo de expiação e provas, destinada a espíritos ainda
iniciantes no uso da razão e do sentimento;
§ Nos dá o sentido para entender o Universo e o infinito.
O
Espiritismo é cristão, tendo nas máximas do Cristo o roteiro a ser
implementado, com o “fora da caridade não há salvação”, sublime
expressão do amor a Deus e ao próximo.
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sou espirita, e eu achei esse assunto maravilhoso , completo, mt bom; parabens! precisamos sentir, ouvir, ler coisas edificantes como este assunto para compreender de onde viemos o que somos e para onde vamos. pois nada é em vão, tudo em um porque; e as pessoas tem q acordar para a verdadeira vida. muita paz para todos.
ResponderExcluirverdade mesmo o espiritismo e a doutrina que mais tem logica imagine deus sendo um ser superior em todos os seus atributos destaquemos justiça e amor entao ele apricara a justiça dosada de amor desta forma todos ganharao a salvaçao
ExcluirExcelente trabalho... Parabéns...
ResponderExcluirgracias muito obrigado pelo comentario meu desejo e melhorar cada vez mais para poder passar mais informaçao
Excluirna verdade o espiritismo acredito eu seria a explicaçao mais logica para explicar a historia do universo embora não seje tudo penso eu que é o maximo que podemos entender agora ja dizia Shakespeare há muitas coisas entre o céu e a terra do que nossa vã filosofia possa supor