Eros
(em grego Ἔρως; no panteão romano Cupido) era o
deus grego do amor. Hesíodo, em sua Teogonia, considera-o filho
de Caos, portanto um deus primordial. Além de o descrever como
sendo muito belo e irresistível, levando a ignorar o bom senso,
atribui-lhe também um papel unificador e coordenador dos
elementos, contribuindo para a passagem do caos ao cosmos.
Posteriormente foi considerado como um deus olímpicos, filho de
Afrodite e de Hefesto ou Zeus, Hermes ou Ares, conforme as
versões. Tendo, certa vez, Afrodite desabafado com Métis
(ou Têmis), queixando-se que seu filho continuava sempre
criança, a deusa lhe explicou que era porque Eros era muito
solitário. Haveria de crescer se tivesse um irmão.
Anteros nasceu pouco depois e, Eros começou a crescer e
tornar-se robusto. Já Platão, no Banquete, descreve assim o nascimento de Eros, elucidando alguns detalhes até mesmo do aspecto erótico: |
Quando nasceu Afrodite, os deuses banquetearam, e entre eles estava Poros (o Expoente), filho de Métris. Depois de terem comido, chegou Pínia (a Pobreza) para mendigar, porque tinha sido um grande banquete, e ela estava perto da porta. Aconteceu que Poros, embriagado de néctar, dado que ainda não havia vinho, entrou nos jardins de Saturno e, pesado como estava, adormeceu. Pínia, então, pela carência em que se encontrava de tudo o que tem Poros, e cogitando ter um filho de Poros, teve relações sexuais com ele e concebeu Eros. Por isso, Eros tornou-se seguidor e ministro de Afrodite, porque foi gerado durante as suas festas natalícias; e também era por natureza amante da beleza, porque Afrodite também era bela. |
Pois que Eros é filho de Pínia e Poros, eis qual é a sua condição. É sempre pobre não é de maneira alguma delicado e belo como geralmente se crê; mas sujo, hirsuto, descalço, sem teto. Deita-se sempre por terra e não possui nada para cobrir-se, descansa dormindo ao ar livre sob as estrelas, nos caminhos e junto às portas. Enfim, mostra claramente a natureza da sua mãe, andando sempre acompanhado da pobreza. Ao invés, da parte do pai, Eros está sempre à espreita dos belos de corpo e de alma, com sagazes ardis. É corajoso, audaz e constante. Eros é um caçador temível, astucioso, sempre armando intrigas. Gosta de invenções e é cheio de expediente para consegui-las. É filósofo o tempo todo, encantador poderoso, fazedor de filtros, sofista. Sua natureza não é nem mortal nem imortal; no mesmo dia, em um momento, quando tudo lhe sucede bem, floresce bem vivo e, no momento seguinte, morre; mas depois retorna à vida, graças à natureza paterna. Mas tudo o que consegue pouco a pouco sempre lhe foge das mãos. Em suma, Eros nunca é totalmente pobre nem totalmente rico. |
Eros
casou-se com Psiquê, com a condição de que ela
nunca pudesse ver o seu rosto, pois isso significaria perdê-lo.
Mas Psiquê, induzida por suas invejosas irmãs, observa o
rosto de Eros à noite sob a luz de uma vela. Encantada com
tamanha beleza do deus, se distrai e deixa cair uma gota de cera sobre
o peito de seu marido, que acorda. Irritado com a traição
de Psiquê, Eros a abandona. Esta, ficando perturbada, passa a
vagar pelo mundo até se entregar à morte. Eros, que
também sofria pela separação, implora para que
Zeus tenha compaixão deles. Zeus o atende e Eros resgata sua
esposa e passam a viver no Olimpo, isso após ela tomar um pouco
de ambrosia tornando-a imortal. Com Psiquê teve Hedonê,
prazer. |