CAMISA DE VENUS(BANDA)


   Camisa de Vênus
Camisa de Vênus é uma banda de rock brasileiro que foi formada em Salvador em 1980 e encontra-se em atividade até hoje. Fez grande sucesso no cenário brasileiro dos anos 80, sendo uma banda tida como mais "suja" do que as outras pelo seu nome (na época era muito utilizado como sinônimo de preservativo) e pelos palavrões nas letras. Suas principais músicas são Bete Morreu, Eu Não Matei Joana D'Arc, Simca Chambord, Deus Me Dê Grana e Só O Fim
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  História

A banda foi formada em 1980 quando Marcelo Drummond Nova, que trabalhava na rádio Aratu em Salvador, conheceu Robério Santana, que trabalhava na TV Aratu. Conversando sobre música os dois descobriram que tinham gostos em comum e decidiram montar uma banda. Marcelo Nova seria o vocalista e Robério Santana o baixista. Robério resolveu chamar seu amigo Karl Franz Hummel para assumir a guitarra base e este, por sua vez, chamou seu amigo Gustavo Adolpho Souza Mullem para tocar bateria.  Se juntou ao grupo o guitarrista solo Eugênio Soares.
Nos ensaios, as pessoas que compareciam diziam que o som da banda era muito incômodo. Por isso, Marcelo Nova sugeriu o nome de Camisa de Vênus, por achar preservativo uma coisa muito incômoda.

Após duas apresentações em Salvador, Eugênio Soares sai do grupo e Gustavo Mullem, que queria tocar guitarra solo, chama Aldo Pereira Machado para assumir a bateria. Esta seria a formação que tocaria junta até o primeiro fim da banda, em novembro de 1987.
Com a realização de alguns shows na capital baiana, uma pequena gravadora local, chamada NN Discos, se interessa pela banda e chama-os para gravarem um compacto, com a possibilidade de gravarem um álbum.  A banda grava duas músicas em Salvador: Controle Total e Meu Primo Zé. O lado A continha uma música "chupada" de Complete Control do The Clash, mas com uma letra que falava da vida na Bahia. Já o lado B era composto de uma versão da música My Perfect Cousin do The Undertones. O compacto foi lançado em julho de 1982.

Após o compacto, a gravadora decide dar a oportunidade deles gravarem um álbum. Entretanto, com o sucesso de outras bandas do incipiente rock nacional dos anos 80 - o primeiro compacto da Blitz é de 1982, assim como o dos Paralamas do Sucesso e o do Kid Abelha, a Som Livre se interessa em lançar nacionalmente o álbum. Então, Marcelo Nova é chamado para uma reunião com os executivos da gravadora Som Livre, Heleno de Oliveira e João Araújo, pai de Cazuza. Neste encontro, eles expõem um "problema" para Marcelo Nova: o nome da banda atrapalharia a divulgação do primeiro trabalho (nos jornais o Camisa de Vênus era tratado como "Camisa de…"). Eles sugeriram que o nome fosse trocado por outro "melhor". Marcelo Nova diz que aceitaria a troca de nome e propõe que o novo nome seja "Capa de Pica".

Esta reunião selaria o destino do Camisa de Vênus na gravadora Som Livre e o seu primeiro álbum homônimo, lançado em 1983, teria a distribuição prejudicada. O álbum continha a música Bete Morreu, que faria sucesso nacionalmente, mas que, pouco tempo depois, teria a sua execução radiofônica proibida em todo o território nacional pela Censura.
Após o lançamento, a banda fica quase um ano sem gravadora, mas acaba assinando com a RGE. Assim, em 1985, sai o segundo álbum da banda, chamado Batalhões de Estranhos. O disco traz uma banda mais madura e com melhores recursos de estúdio à sua disposição, o que proporciona a realização de um som mais polido e menos agressivo. O segundo álbum da banda traz mais um sucesso radiofônico, Eu Não Matei Joana D'Arc e eles saem novamente em turnê
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  Mudança de Gravadora
Ao assistir um show da banda, André Midani (diretor da gravadora WEA, na época) vai ao camarim da banda perguntar o que ele precisava para "contratar aquele insulto". Fica acertado então que o Camisa de Vênus lançaria um álbum com o registro ao vivo de um show da turnê, produzido por Pena Schmidt e lançado ainda pelo selo RGE.  Ao analisar o material, eles decidem lançar um show em Santos, realizado no dia 8 de março.
Marcelo Nova, que já tinha experiência de músicas censuradas, decide não enviar o álbum à apreciação da Censura, que continuava em vigor apesar do fim da ditadura militar. O álbum Viva foi lançado em 1986 e, quando estava com cerca de 40 mil cópias vendidas foi recolhido pela Polícia Federal por ordens da censura. O próprio Marcelo Nova presenciou cópias de seu disco sendo recolhidas em São Paulo.

Após este episódio, o álbum teve oito de suas dez músicas censuradas por conterem linguagem inapropriada. Entretanto, com a volta às vendas, apesar da proibição de execução radiofônica e, talvez, devido ao impulso conseguido com as notícias da censura do álbum, suas vendas atingem a marca de 180 mil.
Ainda em 1986, entram em estúdio novamente e gravam o álbum Correndo o Risco, o primeiro pela gravadora Warner. O álbum é produzido por Pena Schmidt continuando a parceria que se encerraria apenas com o fim da banda. Ele vende 300 mil cópias e a música Só O Fim torna-se a mais tocada nas rádios naquele ano.  Além da já citada, são destaques do álbum as músicas Simca Chambord e Deus Me Dê Grana
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Término da banda
Após mais uma turnê, a banda se reúne em estúdio para gravar um novo álbum. Chamam Raul Seixas para uma participação, o que resulta na composição e gravação de Muita Estrela, Pouca Constelação. Marcelo Nova e o Camisa de Vênus conheciam Raul desde uma apresentação no Circo Voador, no Rio de Janeiro em 1984, quando foram informados que Raulzito viria vê-los e acabaram tocando uma seleção de covers de clássicos do Rock.
Assim, em outubro de 1987, lançam o primeiro álbum duplo do rock nacional, Duplo Sentido. A recepção ao álbum é inferior ao último, talvez em reflexo do grande número de músicas. Apesar disto, as vendas somam cerca de 40 mil, mesmo sem uma grande turnê de divulgação.

Desde o disco anterior da banda, Marcelo Nova vinha pensando em sair para seguir novos rumos.  Também as relações entre os membros estavam desgastadas pelos vários anos de convivência.  Então, logo após o lançamento deste álbum, ele anuncia à banda que estava deixando o grupo para seguir carreira solo, mas que eles poderiam continuar se quisessem. Entretanto, os demais membros decidem encerrar a carreira do grupo.
Camisa de Vênus
  Volta em 1995
Em meados de 1995, Karl Hummel ligou para Marcelo Nova querendo voltar com a banda. Para convencer Marcelo Nova disse que tinha ouvido outro dia na TV que o Skank era a "nova sensação do rock nacional" e que, por isso, eles precisavam voltar.  Eles chamam Robério Santana para reassumir o baixo, mas Gustavo Mullem e Aldo Machado decidem não participar. Gustavo Mullem estava trabalhando no exterior e Aldo Machado tornou-se cristão e não desejava mais tocar com o Camisa.
Para completar a banda, Marcelo Nova reúne metade do Camisa de Vênus original com metade da sua banda de apoio do álbum A Sessão sem Fim. Assim, completam a formação dois músicos antológicos do rock nacional, Luis Sérgio Carlini na guitarra solo e Franklin Paolillo na bateria, além de Carlos Alberto Calazans nos teclados, músico que acompanhava Marcelo Nova desde a sua saída do Camisa de Vênus.

Carlini havia sido o guitarrista do Tutti Frutti, a banda de Rita Lee nos anos 70 após a sua saída dos Mutantes e Paolillo tocou com Carlini no Tutti Frutti, participando do álbum Fruto Proibido, e também na formação original do Joelho de Porco.
Com esta nova formação o Camisa inicia uma série de shows e assina com a Polygram um contrato para o lançamento de 2 álbuns. Assim, ainda em 1995, gravam um show realizado no Aeroanta, em São Paulo, e lançam o álbum ao vivo Plugado!. O álbum teve boa repercussão, apresentando o Camisa para uma nova geração de fãs.
Para consolidar esta fase, no ano seguinte, a banda entra em estúdio para gravar o disco Quem É Você?. Este álbum conta com a participação de Eric Burdon, lendário vocalista do The Animals, dividindo os vocais com Marcelo Nova e, também, produzindo um cover de Don't Let Me Be Misunderstood. Além disto, conta também com a participação dos Raimundos na faixa Essa Linda Canção, que recebeu grande repercussão na MTV.
Após um ano em turnê, Marcelo Nova decide terminar com o Camisa de Vênus novamente e voltar com a sua carreira solo, no ano seguinte
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  Reunião em 2004
Em janeiro de 2004, a banda se reúne para tocar na 6ª edição do Festival de Verão de Salvador e, também, para realizar outros shows. O Camisa se apresenta com Marcelo Nova, Karl Hummel e Gustavo Mullem, da formação original, e mais Lu Stopa no baixo, Johnny Boy nos teclados e guitarra adicional, e Denis Mendes na bateria como banda de apoio.
É gravado um DVD ao vivo com a apresentação do Camisa de Vênus no festival de verão que é lançado no mesmo ano. Ao fim do ano, o Camisa de Vênus volta a se separa
r

  Reunião em 2007
Em 2007, se reúnem para uma turnê com alguns shows pelo Brasil, e também gravam um DVD ao vivo a partir de um show em Divinópolis. Nesta reunião a banda é formada por Marcelo Nova, Karl Hummel, Robério Santana e Gustavo Mullem, da formação original, mais Luiz Carlini e Denis Mendes.
                                                                       Sem Marcelo Nova
Agora em 2009, a banda anuncia a volta oficial, porém, não conta com a presença do vocalista Marcelo Nova, do baterista original Aldo Machado e nem do baixista Robério Santana. Ambos foram substituídos por Eduardo Scott (ex-Gonorréia) nos vocais, Louis Bear na bateria, e Jerry Marlon, no baixo. Recentemente, a banda lançou de forma independente a coletânea Mais Vivo do Que Nunca, com Scott interpretando os clássicos que foram eternizados na voz de Marcelo.

1980

  • Marcelo Nova: vocal.
  • Eugênio Soares: guitarra solo.
  • Karl Hummel: guitarra base.           
  • Robério Santana: baixo.
  • Gustavo Mullem: bateria.

 1980-1987

  • Marcelo Nova: vocal.
  • Gustavo Mullem: guitarra solo.
  • Karl Hummel: guitarra base.
  • Robério Santana: baixo.
  • Aldo Machado: bateria.

 1995-1997

  • Marcelo Nova: vocal.
  • Luis Sérgio Carlini: guitarra solo.
  • Karl Hummel: guitarra base.
  • Carlos Alberto Calazans: teclados.
  • Robério Santana: baixo.
  • Franklin Paolillo: bateria.

 ]2004

  • Marcelo Nova: vocal.
  • Gustavo Mullem: guitarra solo.
  • Karl Hummel: guitarra base.
  • Johnny Boy: teclados e guitarra.
  • Lu Stopa: baixo.
  • Denis Mendes: bateria.

 2007

  • Marcelo Nova: vocal.
  • Gustavo Mullem: guitarra solo.
  • Luis Sérgio Carlini: guitarra solo.
  • Karl Hummel: guitarra base.
  • Robério Santana: baixo.
  • Denis Mendes: bateria.

 ]2009-2010

  • Eduardo Scott: vocal.
  • Gustavo Mullem: guitarra solo.
  • Karl Hummel: guitarra base.
  • Robério Santana: baixo.
  • Louis Bear: bateria.

 ]2010-Atualmente

  • Eduardo Scott: vocal.
  • Gustavo Mullem: guitarra solo.
  • Karl Hummel: guitarra base.
  • Jerry Marlon: baixo.
  • Louis Bear: bateria.

Álbuns de Estúdio
1983 - Camisa de Vênus
1985 - Batalhões de Estranhos
1986 - Correndo o Risco
1987 - Duplo Sentido
1996 - Quem É Você?
 Ao Vivo


1986 - Viva
1995 - Plugado!
 Compactos

1982 - Controle Total
 Coletâneas

1988 - Liberou Geral
1990 - Bota pra F...
2000 - Pérolas - Camisa de Vênus
2001 - E-Collection - Camisa de Vênus & Marcelo Nova
2006 - Warner 30 Anos - Camisa de Vênus
2011 - Mais Vivo Do Que Nunca


ENTREVISTA DE MARCELO NOVA
FONTE  
http://marcelonova.zip.net/arch2011-08-14_2011-08-20.html
Entrevista ~ Marcelo Nova

DMRevista – Que leitura você faz do estado atual do rock no Brasil?
Marcelo Nova – A essa altura do campeonato, sair por aí dizendo que eu gosto ou não gosto de determinadas bandas seria muito infanto-juvenil pro meu gosto. Estou mais preocupado com a minha turnê e com a minha carreira, não sou especialista em bandas novas. Claro que deve existir um monte de bandas com trabalhos interessantes em Goiânia, São Paulo e Salvador. Mas as que chegam ao meu conhecimento, destacadas pela mídia, são muito fracas. Nada contra o aspecto comercial, não é esse o caso. Mas elas são muito parecidas, com os mesmos produtores (são todos iguais) e textos são semelhantes, inócuos. A internet, por um lado, facilita a vida da molecada, já que nunca foi tão fácil gravar e divulgar um trabalho. Por outro lado, também dificulta e atrapalha, porque a concorrência é absolutamente insana.


DMRevista – Como foi conviver com Raul Seixas, um 'roqueiro de verdade'?
Marcelo Nova – Em 1960 e pouco, eu ouvia em casa Beatles, Rolling Stones e Animals, que formavam o triunvirato do rock inglês daquela época. Eu tinha os compactos e todos os LPs dessas bandas.Raul Seixas tinha a melhor performance de rock em Salvador. Eu vi Raulzito em ação com a maior banda de rock da cidade. Ia a todos os shows, não perdia nenhum. Quem diria que, 20 anos depois, eu seria parceiro e faria 50 shows com Raul Seixas? Quem diria que, 30 anos depois, eu seria parceiro de Eric Burdon, coproduziria um disco dele e que ele gravaria três músicas minhas? A aproximação com Raul foi engraçada. Eu tocava com o Camisa de Vênus no Circo Voador, no Rio de Janeiro, e me disseram que ele estava a caminho porque queria me conhecer. Raul metia medo, ele detonava todas as bandas dos anos 80 com muita ironia. Mas ele apareceu muito sério, me cumprimentou, disse que gostava do Camisa. Naquela noite, ele subiu no palco, cantou com a gente e, a partir daí, a amizade se fortaleceu. Passamos a frequentar um a casa do outro, com muito respeito artístico. Tanto que, na Panela do Diabo (1989), fica bem claro o que cada um dizia e escrevia.

DMRevista – E com o Eric Burdon?
Marcelo Nova – O Eric Burdon veio ao Brasil numa época em que eu colaborava com um programa de rádio. Ele nos deu uma entrevista e, como eu conhecia tudo o que ele tinha gravado, a conversa foi tranquila. Depois, enquanto eu gravava Quem É Você? (1996), ele apareceu no estúdio. Foi quando nós cantamos um clássico do Animals, Don´t Le Me Be Misunderstood. Ele pediu para eu traduzir algumas das minhas letras e, um pouco mais tarde, me ligou pra dizer que estava preparando um álbum nos Estados Unidos. Passei 15 dias em Nova York, trabalhando na pré-produção de My Secret Life, lançado em 2004 com três músicas minhas e outras inéditas dele. Algo que ele não fazia há muito tempo. Estas são as minhas medalhas. Eu me orgulho delas, mas não faço alarde. Nunca aproveitei esses momentos para me promover. São medalhas para o meu peito, não para o peito dos outros. E eu não planejei nada disso. Eu tive foi muita sorte. Por isso, não ligo a mínima para discos de ouro e platina, embora os tenha. Porque também tenho discos de couro, que não venderam nada. Dos quais eu também gosto bastante, às vezes mais do que os premiados. Ter atuado com Raul e com Eric Burdon foram verdadeiros brindes do destino.

DMRevista – Sentiu a morte da Amy Winehouse?
Marcelo Nova – Tenho filhas mais velhas do que ela, então posso chamá-la de moleca. A Amy era uma moleca que acreditou no glamour da decadência. E a valorização do glamour decadente reverte-se em sexo e drogas até chegar a um ponto difícil de lidar, ao último estrago. A mídia gosta de ver artistas que se arrastam pelo palco, numa atitude hipócrita e traiçoeira. Quando ela esteve no Brasil, li jornais que reclamaram dos shows ruins, que falavam mais do estado dela do que da música. Jornais que serviam de combustível para o charme da cantora drogada. Quando ela morreu, os jornais que a chamaram de junkie estamparam nas manchetes que Amy Winehouse era uma cantora “lendária”. É um perigo acreditar no que falam sobre você. Já tentaram me eleger como o sucessor de Raul Seixas, mas antes disso eu era punk. Se você se preocupa com a imprensa ou aceita a sedução da imprensa, atenção!, você está correndo um risco muito grande. Nunca acreditei numa palavra e não dou a mínima para o que dizem a meu respeito. Faço música para mim mesmo, não para o público. A música tem que me agradar primeiro. Mas, como disse, eu tenho sorte. Até hoje, tem gente que me ouve, gosta do que eu faço e compra os meus discos.

DMRevista – Voltaria a gravar com Camisa
de Vênus?
Marcelo Nova – Essas perguntas fundamentadas em hipóteses não me agradam muito. Eu criei a banda e, mais do que isso, dei personalidade à banda, escrevi todas as letras, fiz algumas canções. A minha voz está registrada em todos os discos. Aquele é o meu trabalho. Eu não separo Marcelo Nova de Camisa de Vênus, de Raul Seixas ou da Envergadura Moral. Eu me empenhei em todos eles. Hoje, eu não tenho motivação para gravar com Camisa de Vênus. Entendo que, no passado, nós fizemos coisas relevantes. Se isso voltará a acontecer? Depende. Eu voltaria a gravar com o Karl Hummel, o Gustavo Mullem, o Robério Santana e o Aldo Machado. Os caras com quem eu montei o Camisa. Mas, atualmente, minha motivação é ver meu filho crescer e se tornar um grande guitarrista, notar o entrosamento da minha banda, que está junta há três anos, ver minha agenda pelo Brasil. Vou lançar meu DVD em São Paulo, Goiânia, Belo Horizonte, depois pelo Nordeste e por aí vai. Esse é o meu momento e o meu presente.

DMRevista – DVD que, aliás, fora gravado em Goiânia. Como foi montar o repertótio?
Marcelo Nova – Seria muito fácil preparar um show com todos os meus hits. Um show pra todo mundo cantar junto, o que normalmente acontece. Mas não penso dessa forma. Eu acho que o público está ali para ser surpreendido. A previsibilidade não me deixa confortável. É claro que tenho grandes sucessos. Mas também tenho grandes fracassos. Músicas que não ganharam o destaque das outras, mais conhecidas. E, nem por isso, elas são músicas ruins. Eu até gosto mais delas do que daquelas que me tornaram popular. Então, misturei. Peguei metade do meu trabalho solo, metade do trabalho com Raul Seixas, metade com Camisa de Vênus e incluí duas inéditas, O Ódio da Mão que Afaga e O Mundo Está Encolhendo.

DMRevista – Como assim, o mundo está
encolhendo?
Marcelo Nova – Está encolhendo porque, enquanto as mulheres matraqueiam, os homens ficam pequenos. Os homens têm que ser maiores na pretensão, no ideal e na coragem.

DMRevista – Qual o segredo para sobreviver artisticamente no Brasil durante 30 anos?
Marcelo Nova – Fazendo rock? Determinação, coragem (olha ela aí de novo) e um pouco de talento.

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