Autismo



Origem: Wikipédia, a
enciclopédia livre.AutismoO autismo é uma
disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de
socialização (estabelecerrelacionamentos) e de comportamento (responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas
que regulam essas respostas). Esta desordem faz parte de um grupo de síndromes
chamado transtorno global do
desenvolvimento (TGD), também conhecido
como transtorno invasivo do
desenvolvimento (TID), do inglêspervasive developmental
disorder (PDD). Entretanto, neste contexto, a
tradução correta de "pervasive" é
"abrangente" ou "global", e não "penetrante" ou
"invasivo". Mais recentemente cunhou-se o termo Transtorno do
Espectro Autista (TEA) para englobar o Autismo, a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra
Especificação Algumas crianças,
apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras
apresentam sérios problemas no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem
fechados e distantes, outros presos a rígidos e restritos padrões de
comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são
designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos
sintomas do autismo. Atualmente já há a possibilidade de detectar a síndrome
antes dos dois anos de idade em muitos casos .Certos
adultos com autismo são capazes de ter sucesso na carreira profissional. Porém,
os problemas de comunicação e socialização causam, frequentemente, dificuldades
em muitas áreas da vida. Adultos com autismo continuarão a precisar de
encorajamento e apoio moral na sua luta para uma vida independente. Pais de
autistas devem procurar programas para jovens adultos autistas bem antes dos
seus filhos terminarem a escola. [Dica]: Caso conheça outros pais de adultos
com autismo, pergunte sobre os serviços disponíveis.



O autismo afeta, em
média, uma em cada 110 crianças nascidas nos Estados Unidos, segundo o CDC (sigla
em inglês para Centro de Controlo e Prevenção de Doenças), do governo
daquele país, com números de 2006, divulgados em
dezembro de 2009 -- no Brasil, porém,
ainda não há estatísticas a respeito do TEA .
Em 2010, no Dia Mundial de
Conscientização do Autismo, 2 de abril, a ONU declarou que, segundo
especialistas, acredita-se que a doença atinja cerca de 70 milhões de pessoas
em todo o mundo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e
interagem O aumento dos números de prevalência de autismo levanta uma discussão
importante sobre haver ou não uma epidemia da síndrome no planeta, ainda em
discussão pela comunidade científica ]. No
Brasil, foi realizado o primeio estudo de
epidemiologia de autismo da América Latinapublicado
em fevereiro de 2011—com dados de 2010 --, liderado pelo psiquiatra da infância
Marcos Tomanik Mercadante (1960-2011), num projeto-piloto
com amostragem na cidade paulista de Atibaia ,aferiu a prevalência de um caso de autismo para cada 368 crianças de 7 a
12 anos.Outros estudos estão em andamento no Brasil.Um dos mitos comuns
sobre o autismo é de que pessoas autistas vivem em seu mundo próprio,
interagindo com o ambiente que criam; isto não é verdade. Se, por exemplo, uma
criança autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças
brincarem, não é porque ela necessariamente está desinteressada nessas brincadeiras ou porque vive em seu
mundo. Pode ser que essa criança simplesmente tenha dificuldade de iniciar,
manter e terminar adequadamente uma conversa.Outro mito comum é de
que quando se fala em uma pessoa autista geralmente se pensa em uma pessoa
retardada ou que sabe poucas palavras (ou até mesmo que não sabe alguma).
Problemas na inteligência geral ou no desenvolvimento de linguagem, em alguns
casos, pode realmente estar presente, mas como dito
acima nem todos são assim. Às vezes é difícil definir se uma pessoa tem um
déficit intelectivo se ela nunca teve oportunidades de interagir com outras
pessoas ou com o ambiente. Na verdade, alguns indivíduos com autismo possuem
inteligência acima da média.A ciência, pela
primeira vez falou em cura do autismo em novembro de 2010, com a descoberta de
um grupo de cientistas nos EUA, liderado pelo pesquisador brasileiro Alysson Muotri, na Universidade da
Califórnia, que conseguiu "curar" um neurônio "autista" em
laboratório. O estudo, que baseou-se na Síndrome de Rett (um tipo de autismo
com maior comprometimento e com comprovada causa genética) ],
foi coordenado por mais dois brasileiros, Cassiano Carromeu
e Carol Marchetto e foi publicado na revista
científica Cell



HistóricoFoi descrito pela
primeira vez em 1943, pelo médico austríaco Leo Kanner, trabalhando no Johns Hopkins Hospital, em seu artigo Autistic disturbance of
affective contact, na
revista Nervous Child,
vol. 2, p. 217-250. No mesmo ano, o também austríaco Hans Asperger descreveu, em sua
tese de doutorado, a psicopatia autista da infância.
Embora ambos fossem austríacos, devido à Segunda Guerra Mundialnão se conheciam
.A palavra
"autismo" foi criada por Eugene Bleuler, em
1911, para descrever um
sintoma da esquizofrenia, que definiu como
sendo uma "fuga da realidade". Kanner e Asperger usaram a palavra para dar nome aos sintomas que
observavam em seus pacientes.O trabalho de Asperger só veio a se tornar conhecido nos anos 1970, quando a médica inglesa Lorna Wing traduziu seu trabalho
para o inglês. Foi a partir daí que
um tipo de autismo de alto desempenho passou a ser denominado
síndrome de Asperger.Nos anos 1950 e 1960, o psicólogo Bruno Bettelheim afirmou que a
causa do autismo seria a indiferença da mãe, que denominou de "mãe-geladeira". Nos anos
1970 essa teoria foi rejeitada e passou-se a pesquisar as causas do autismo.
Hoje, sabe-se que o autismo está ligado a causas genéticas associadas a
causas ambientais. Dentre possíveis causas ambientais, a contaminação por
metais pesados, como o mercúrio e o Chumbo, têm sido apontada como forte candidatos, assim como
problemas na gestação. Outros problemas, como uso de drogas na gravidez ou
infecções nesse período, também devem ser considerados.Apesar do grande número de pesquisas e investigações
clínicas realizadas em diferentes áreas e abordagens de trabalho, não se pode
dizer que o autismo é um transtorno claramente definido. Há correntes teóricas
que apontam as alterações comportamentais nos primeiros anos de vida
(normalmente até os 3 anos) como relevantes para
definir o transtorno, mas hoje se tem fortes indicações de que o autismo seja
um transtorno orgânico. Apesar disso, intervenções intensivas e precoces são
capazes de melhorar os sintomas.Em 18 de Dezembro de 2007, a Organização das Nações Unidas decretou todo 2 de abril como o Dia Mundial do Autismo. Em 2008 houve a primeira
comemoração da data pela ONU.Em novembro de 2010, a ciência, falou
pela primeira vez em cura do autismo, com a publicação na revista científica Cell da descoberta de
um grupo de cientistas nos EUA, liderado pelo pesquisador brasileiro Alysson Muotri, na Universidade
da Califórnia, que conseguiu "curar" um neurônio "autista"
em laboratório. O estudo, que baseou-se na Síndrome de Rett (um tipo de
autismo com maior comprometimento e com comprovada causa genética)Definição









Interesses
restritos e repetitivos, como empilhar objetos, são comuns em crianças com
autismo. Caso eles sejam focalizados para uma atividade útil socialmente podem
ajudar no desenvolvimento de habilidades excepcionais.O autismo é um
transtorno definido por alterações presentes antes dos três anos de idade e que
se caracteriza por alterações qualitativas na comunicação, na interação social
e no uso da imaginação.
·

Definição
da ASA (1978)O autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de
maneira grave por toda a vida. É incapacitante e aparece tipicamente nos três
primeiros anos de vida. Acomete cerca de 20 entre cada 10 mil nascidos e é
quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino. É encontrado em
todo o mundo e em famílias de qualquer configuração racial, étnica e social.
Não se conseguiu até agora provar qualquer causa psicológica no meio ambiente
dessas crianças que possa causar a doença.Segundo a ASA - Autism Society of American (em português: Associação
Americana de Autismo), os sintomas são causados por disfunções físicas do
cérebro, verificados pela anamnese ou presentes no exame ou entrevista com o
indivíduo. Incluem.
1.

Distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades
físicas, sociais e lingüísticas.

2.

Reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais
afetadas são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira
de manter o corpo.

3.

Fala e linguagem ausentes ou atrasadas. Certas áreas
específicas do pensar, presentes ou não. Ritmo imaturo da fala, restrita
compreensão de ideias. Uso de palavras sem associação com o significado.

4.

Relacionamento anormal com os objetivos, eventos e
pessoas. Respostas não apropriadas a adultos e
crianças. Objetos e brinquedos não usados de maneira devida.

·

Definição
do DSM-IV-TR (2002)



O Transtorno
Autista consiste na presença de um desenvolvimento comprometido ou
acentuadamente anormal da interação social e da comunicação e um repertório
muito restrito de atividades e interesses. As manifestações do transtorno
variam imensamente, dependendo do nível de desenvolvimento e da idade
cronológica do indivíduo.
·

Definição
da CID-10 (2000)Autismo infantil:
Transtorno global do desenvolvimento caracterizado por:a) um
desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da idade de três anos;
b) apresentando
uma perturbação característica do funcionamento em cada um dos três domínios
seguintes: interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e
repetitivo. Além disso, o transtorno se acompanha comumente de numerosas outras
manifestações inespecíficas, por exemplo: fobias, perturbações de sono ou da
alimentação, crises de birra ou agressividade(auto-agressividade).
Características do autismo







Existem muitos
graus de autismo, mas quanto mais cedo a criança for
identificada e começar o treinamento de habilidades sociais, melhor será seu
desenvolvimento.Segundo a ASA (Autism Society of American),
indivíduos com autismo usualmente exibem pelo menos metade das características
listadas a seguir:
1.

Dificuldade
de relacionamento com outras pessoas




2.

Riso
inapropriado
3.

Pouco
ou nenhum contato visual - não olha nos olhos

4.

Aparente
insensibilidade à dor - não responde adequadamente a uma
situação de dor

5.

Preferência
pela solidão; modos arredios - busca o isolamento e não procura
outras crianças 
6.

Rotação
de objetos - brinca de forma inadequada ou bizarra com os mais
variados objetos

7.

Inapropriada
fixação em objetos
8.

Perceptível
hiperatividade ou extrema inatividade - muitos têm
problemas de sono ou excesso de passividade

9.

Ausência
de resposta aos métodos normais de ensino - muitos precisam
de material adaptado

10.

Insistência
em repetição, resistência à mudança de rotina
11.

Não
tem real medo do perigo (consciência de situações que
envolvam perigo)

12.

Procedimento
com poses bizarras (fixar objeto ficando de cócoras;
colocar-se de pé numa perna só; impedir a passagem por uma porta, somente
liberando-a após tocar de uma determinada maneira os alisares)

13.

Ecolalia
(repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal)

14.

Recusa
colo ou afagos - bebês preferem ficar no chão que no colo

15.

Age
como se estivesse surdo - não responde pelo nome 




16.

Dificuldade
em expressar necessidades - sem ou limitada linguagem oral
e/ou corporal (gestos)

17.

Acessos
de raiva - demonstra extrema aflição sem razão aparente

18.

Irregular
habilidade motora - pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos 
19.

Desorganização
sensorial - hipo ou
hipersensibilidade, por exemplo, auditiva 
20.

Não
faz referência social - entra num lugar desconhecido sem
antes olhar para o adulto (pai/mãe) para fazer referência antes e saber se é
seguro
Observação:
É relevante salientar que nem todos os indivíduos com autismo apresentam todos
estes sintomas, porém muitos dos sintomas está
presente entre os 12 e os 24 meses da criança. Eles variam de leve a grave e em
intensidade de sintoma para sintoma, pois o autismo se manifesta de forma única
em cada pessoa. Adicionalmente, as alterações dos sintomas ocorrem em
diferentes situações e são inapropriadas para sua idade. Vale salientar também
que a ocorrência desses sintomas não é determinista no diagnóstico do autismo.
Para tal, se faz necessário acompanhamento com psicólogo, psiquiatra da
infância ou neuropediatra.DiagnósticoOs sistemas
diagnósticos (DSM-IV e CID-10) têm baseado seus critérios em problemas
apresentados em três áreas, com início antes dos três anos de idade, que são:a) comprometimento
na interação social;
b) comprometimento na comunicação verbal e não-verbal,
e no brinquedo imaginativo;
c) comportamento e interesses restritos e repetitivos.É relevante
salientar que essas informações devem ser utilizadas apenas como referência.
Além de destacar a importância do diagnóstico precoce "porque quanto mais
cedo é identificado um transtorno, mais rápido o curso normal do
desenvolvimento pode ser retomado. Porém os resultados dependem não somente da
identificação dos atrasos e da indicação dos tratamentos adequados e eficazes,
mas da aceitação dessa condição diferenciada pelas famílias e pelo futuro de
cada um, que não dominamos nem sabemos", como explica o psiquiatra da
infância e adolescência Walter Camargos Jr.Recomenda-se caracterizar
a queixa da família: sinais, sintomas, comportamento, nível de desenvolvimento
cognitivo e escolar do indivíduo - quando for o caso, relacionamento inter-pessoal, investigar os
antecedentes gineco-obstétricos, história médica
pregressa, história familiar de doenças neurológicas, psiquiátricas ou
genéticas, analisar os critérios do DSM-IV-TR ou da CID-10, realizar avaliações
complementares (investigações bioquímicas, genéticas, neurológicas,
psicológicas, pedagógicas, fonoaudiológicas,
fisioterápicas), pensar a respeito do diagnóstico diferencial, investigar a
presença de comorbidades, classificar o transtorno,
planejar e efetivar o tratamento.



Muitas vezes, o
autismo é confundido com outras síndromes ou com outros transtornos globais do
desenvolvimento, pelo fato de não ser diagnosticado através de exames
laboratoriais ou de imagem, por não haver marcador biológico que o caracterize,
nem necessariamente aspectos sindrômicos morfológicos específicos; seu processo
de reconhecimento é dificultado, o que posterga a sua identificação.Um diagnóstico
preciso deve ser realizado, por um profissional qualificado, baseado no
comportamento, anamnese e observação clínica do indivíduo.O autismo pode
ocorrer isoladamente, ser secundário ou apresentar condições associadas, razão
pela qual é extremamente importante a identificação de comorbidades
bioquímicas, genéticas, neurológicas, psiquiátricas, entre outras.Condições que podem estar associadas
ao Autismo: Acessos de raiva, Agitação, Agressividade, Auto-agressão, auto-lesão
(bater a cabeça, morder os dedos, as mãos ou os pulsos),Ausência de medo em
resposta a perigos reais Catatonia, Complicações pré,
peri e pós-natais, Comportamentos autodestrutivos,
Déficits de atenção, Déficits auditivos, Déficits na percepção e controle
motor, Déficits visuais, Epilepsia , Esquizofrenia, Hidrocefalia,
Hiperatividade, Impulsividade, Irritabilidade, Macrocefalia, Microcefalia,
Mutismo seletivo, Paralisia cerebral, Rspostas
alteradas a estímulos sensoriais (alto limiar doloroso, hipersensibilidade aos
sons ou ao toque, reações exageradas à luz ou a odores, fascinação com certos
estímulos), Retardo mental, Temor excessivo em resposta a objetos inofensivos,
Transtornos de alimentação (limitação a comer poucos alimentos), Transtornos de
ansiedade, Transtornos de linguagem, Transtorno de movimento estereotipado,
Transtornos de tique, Transtornos do humor/afetivos (risadinhas ou choro
imotivados, uma aparente ausência de reação emocional), Transtornos do sono
(despertares noturnos com balanço do corpo).Síndromes Cromossômicas ou Genéticas:
Acidose láctica, Albinismo oculocutâneo, Amaurose de Leber, Desordem marfan-like, Distrofia muscular de Duchenne,
Esclerose Tuberosa, Fenilcetonúria, Galactosemia ,Hipomelanose de Ito, Histidinemia,
Neurofibromatose tipo I, Seqüência
de Moebius, Síndrome de Angelman
,Síndrome de Bourneville , Síndrome da Cornélia de Lange ,Síndrome de Down, Síndrome fetal
alcóolica, Síndrome de Goldenhar, Síndrome de Hurler, Síndrome de Joubert,
Síndrome de Laurence-Moon-Biedl
, Síndrome de Landau-Kleffner, Síndrome de Noonan, Síndrome de Prader-Willi,
Síndrome da Talidomida, Síndrome de Tourette,
Síndrome de Sotos, Síndrome do X-frágil,Síndrome
de WilliamsInfecções associadas ao Autismo:
Caxumba,Citomegalovírus,Herpes,Pneumonia,Rubéola,
Sarampo, Sífilis,Toxoplasmose e VaricelaO diagnóstico do
transtorno autista é clínico e não poderá, portanto, ser feito puramente com
base em testes e ou escalas de avaliação.Avaliações de
ordem psicológica, fonoaudiológica e pedagógica são
importantes para uma avaliação global do indivíduo.Recomenda-se
utilizar um instrumento de avaliação adicional para identificar a presença de
Retardo Mental (RM). Na maioria dos casos de autismo (70% a 85%), existe um
diagnóstico associado de RM que pode variar de leve a profundo.A incidência de
epilepsia nos indivíduos com autismo varia de 11% a 42%.Convulsões podem
desenvolver-se, particularmente, na adolescência.
ExamesO diagnóstico do
autismo é feito clinicamente, mas pode ser necessário a
realização de exames auditivos com a finalidade de um diagnóstico diferencial.Outros exames
devem ser considerados não para diagnóstico, mas com a finalidade de se
realizar um bom tratamento. São eles: ácidos orgânicos, alergias alimentares,
metais no cabelo, perfil ION, imunodeficiências, entre outros.Dia Mundial do
Autismo



Em 2011, no Dia Mundial da Conscientização do Autismo, todo 2 de abril, conforme
decretado pela ONU em dezembro de 2007], a revista
tornou-se a página oficial do evento no país, reunindo informação de ações de
entidades e de pequenos grupos de pessoas em todo o Brasil, em prol da
divulgação de informações sobre autismo na luta por mais direitos e menos
preconceito. As ações brasileiras para a data conseguiram
inclusive iluminar grandes monumentos de azul (cor símbolo do autismo), como o Cristo Redentor,
no Rio de Janeiro, a
Ponte Estaiada
em São Paulo],
os prédios do Senado Federal e do Ministério da Saúde em Brasília, o Teatro Amazonas em Manaus, entre muitos
outros.RelatoO médico José Salomão Schwartzman



, referência no
Brasil em Neurologia da Infância e
Adolescência, relata um caso interessante de autismo:
"Na década de 1970, recebi um paciente,
R., com cinco anos de idade, encaminhado por uma amiga psicóloga. Era uma
criança estranha, que tinha sido considerada, até pouco tempo antes, como
portadora de deficiência mental. Muito embora tivesse apresentado
desenvolvimento motor normal, a sua fala e seu comportamento se mostravam muito
alterados. Sua mãe relatava que ele havia ficado totalmente mudo até os 3,
4 anos de idade, quando, de um dia para outro, havia começado a ler manchetes
dos jornais. Embora pudesse falar a partir de então, somente o fazia quando
queria e quase nunca com a finalidade de se comunicar com os outros. Era
isolado e parecia bastar-se, ignorando as pessoas que viviam à sua volta. Por
outro lado, era muito inquieto e agitado, estando continuamente em movimento.
Uma das poucas atividades que o deixavam mais tranquilo era ficar parado em
uma das esquinas mais movimentadas de São Paulo observando os ônibus que
passavam. Após uma hora de observação, demonstrava estar satisfeito. Chegando
em casa, desenhava todos os ônibus que havia observado, com as cores e as
placas corretas. Reencontrei R. recentemente. É um adulto estranho; não
gosta de fixar o olhar no interlocutor; fala de um modo bastante formal. Ao
entrar no meu consultório, após todos esses anos, perguntou-me sobre o meu
primeiro consultório e demonstrou lembrar-se de inúmeros detalhes de consultas
ocorridas há cerca de 30 anos. Contou-me que, quando criança, haviam dito que
ele era autista, imagine! Estava muito bem e ganhava o seu dinheiro fazendo
ilustrações para cadernos pedagógicos de algumas escolas. Na ocasião, o caso me
pareceu singular na medida em que aquela criança, tida
como deficiente mental, era seguramente diferente em vários aspectos de outras
crianças com deficiência mental. A equipe que
atendia R. achou que a melhor hipótese diagnóstica era
a de Autismo, condição muito pouco conhecida e de diagnóstico muito difícil
àquela época. O quadro, assim diagnosticado, passou a ser da alçada de
psiquiatras e psicólogos. Para mim, então, tratava-se de uma patologia que não
envolvia problemas relacionados a funções do sistema nervoso. Os tempos
mudaram, e hoje sabemos que o Autismo é uma condição de bases biológicas e bem
mais freqüente do que se acreditava. Há, na verdade,
quem cite números muito maiores, o que decorre não somente de um maior
conhecimento a respeito do assunto e, portanto, de uma identificação mais freqüente, mas também de um conceito que tem se expandido
nos últimos anos, permitindo que quadros que anteriormente não receberiam este
diagnóstico possam ser assim rotulados." "Na década de 1970, recebi um paciente,
R., com cinco anos de idade, encaminhado por uma amiga psicóloga. Era uma
criança estranha, que tinha sido considerada, até pouco tempo antes, como
portadora de deficiência mental. Muito embora tivesse apresentado
desenvolvimento motor normal, a sua fala e seu comportamento se mostravam muito
alterados. Sua mãe relatava que ele havia ficado totalmente mudo até os 3,
4 anos de idade, quando, de um dia para outro, havia começado a ler manchetes
dos jornais. Embora pudesse falar a partir de então, somente o fazia quando
queria e quase nunca com a finalidade de se comunicar com os outros. Era
isolado e parecia bastar-se, ignorando as pessoas que viviam à sua volta. Por
outro lado, era muito inquieto e agitado, estando continuamente em movimento.
Uma das poucas atividades que o deixavam mais tranquilo era ficar parado em
uma das esquinas mais movimentadas de São Paulo observando os ônibus que
passavam. Após uma hora de observação, demonstrava estar satisfeito. Chegando
em casa, desenhava todos os ônibus que havia observado, com as cores e as
placas corretas. Reencontrei R. recentemente. É um adulto estranho; não
gosta de fixar o olhar no interlocutor; fala de um modo bastante formal. Ao
entrar no meu consultório, após todos esses anos, perguntou-me sobre o meu
primeiro consultório e demonstrou lembrar-se de inúmeros detalhes de consultas
ocorridas há cerca de 30 anos. Contou-me que, quando criança, haviam dito que
ele era autista, imagine! Estava muito bem e ganhava o seu dinheiro fazendo
ilustrações para cadernos pedagógicos de algumas escolas. Na ocasião, o caso me
pareceu singular na medida em que aquela criança, tida
como deficiente mental, era seguramente diferente em vários aspectos de outras
crianças com deficiência mental. A equipe que
atendia R. achou que a melhor hipótese diagnóstica era
a de Autismo, condição muito pouco conhecida e de diagnóstico muito difícil
àquela época. O quadro, assim diagnosticado, passou a ser da alçada de
psiquiatras e psicólogos. Para mim, então, tratava-se de uma patologia que não
envolvia problemas relacionados a funções do sistema nervoso. Os tempos
mudaram, e hoje sabemos que o Autismo é uma condição de bases biológicas e bem
mais freqüente do que se acreditava. Há, na verdade,
quem cite números muito maiores, o que decorre não somente de um maior
conhecimento a respeito do assunto e, portanto, de uma identificação mais freqüente, mas também de um conceito que tem se expandido
nos últimos anos, permitindo que quadros que anteriormente não receberiam este
diagnóstico possam ser assim rotulados."Tratamentos do
Autismo







Existem diversas
abordagens de tratamentos para o autismo, mas é um consenso entre elas que é
importante a participação da família no tratamento independente da abordagem.






Criança autista
aprendendo a reconhecer animais. A terapia com animais é uma forma de levar a
criança autista a reconhecer que outros seres vivos tem
suas próprias reações e requerem compreensão, atenção e afeto.







Mães das crianças
com autismo apresentam estresse e depressão significativamente mais elevados,
além de intimidade marital menor do que as mães de crianças com desenvolvimento
típico.[28][30]



A equoterapia ajuda na
percepção do outro e no desenvolvimento de jogo social, mímica, postura
corporal e gestos para iniciar e modular a interação com outro ser vivo.O tratamento do autismo vai depender
da gravidade do déficit social, de linguagem e comportamental que o indivíduo
se encontra. Existem diversas abordagens, algumas muito melhor embasadas
cientificamente que outras. Pais insatisfeitos com os resultados



Em crianças pequenas, a prioridade do
tratamento normalmente é o desenvolvimento da fala, da interação social/linguagem,educação especia e suporte familiar. Já com adolescentes, o
tratamento é voltado para o desenvolvimento de habilidades sociais necessários
para uma boa adaptação, desenvolvimento de habilidades profissionais (terapia ocupacional) e terapia para
desenvolvimento de uma sexualidade saudável. Com adultos, o foco está no
desenvolvimento da autonomia, ensino de regras para uma boa convivência social
e manutenção das habilidades aprendidas.De
um modo geral o tratamento tem 4 objetivosEstimular o
desenvolvimento social e comunicativo;

1.

Aprimorar o aprendizado e a capacidade de solucionar
problemas;

2.

Diminuir comportamentos que interferem com o aprendizado e
com o acesso às oportunidades de experiências do cotidiano; e

3.

Ajudar as famílias a lidarem com o autismo.


Os indivíduos com autismo têm
uma expectativa de longevidade normal, porém sua agressividade, dificuldade de
pedir ajuda e dificuldade em obedecer regras podem ser
perigosos. Algumas formas de autismo grave exigem acompanhamento pelo resto da
vida para evitar situações de risco.O autismo é um transtorno nunca
desaparece completamente, porém com os cuidados adequados o indivíduo se torna
cada vez mais adaptado socialmente. Intervenções apropriadas iniciadas
precocemente podem fazer com que alguns indivíduos melhorem de tal forma que os
traços autísticos ficam imperceptíveis para aqueles que
não conheceram a trajetória desenvolvimental desses
indivíduos. O diagnóstico precoce do autismo permite a indicação antecipada de tratamento .Um tratamento adequado deve levar em
consideração as comorbidades (ou seja, outros
transtornos associados a cada caso) para a realização de atendimento apropriado
em função das características particulares do indivíduo. Exemplos de comorbidades incluem Transtorno obsessivo-compulsivo e problemas de aprendizagem.A terapêutica pressupõe uma equipe multi e interdisciplinar – tratamento médico (pediatria e psiquiatria) e tratamento não-médico (psicologia, fonoaudiologia,pedagogia e terapia ocupacional),
profissionalizante e inclusão social, uma vez que a intervenção apropriada
resulta em considerável melhora no prognóstico.O sucesso do tratamento depende
não só do empenho e qualificação dos profissionais que se dedicam ao
atendimento destes indivíduos, como também dos estímulos feitos pelos
cuidadores no ambiente familiar. Quanto mais os cuidadores souberem sobre o
tratamento do autismo, melhor para o desenvolvimento global da criança. Dentre
os fatores mais importantes para o prognóstico do funcionamento
social geral e desempenho escolar destacam-se o nível cognitivo da criança, o
grau de desenvolvimento na linguagem e o desenvolvimento de habilidades
adaptativas, como as de auto-cuidado .


A demora no processo de diagnóstico e
aceitação é prejudicial ao tratamento, uma vez que a identificação precoce
deste transtorno global do desenvolvimento permite um encaminhamento adequado e
influencia significativamente na evolução da criança.Os atendimentos precoces e intensivos
podem fazer uma diferença importante no prognóstico do autismo.O quadro de autismo não é estático,
alguns sintomas modificam-se, outros podem amenizar-se e vir a desaparecer,
porém novas características poderão surgir com a evolução do indivíduo. É aconselhável avaliações sistemáticas e periódicas.]Analise do Comportamento
Aplicada (ABA)Um dos tratamentos mais populares,
eficazes e sem prejuízos é o ABA. ABA é uma sigla que significa, Analysis of behavior applied, que em
português significa, Análise do Comportamento Aplicada. Análise do
Comportamento Aplicada é uma área de pesquisa de novas tecnologias embasadas na
psicologia comportamental, sendo uma delas
o tratamento do autismo. Essa eficácia levou a uma legislação que obriga os
serviços de saúde americanos, que utilizam terapias baseadas em evidências, a
disponibilizarem esse tratamento .Dentre as técnicas
da terapia analítico-comportamental utilizadas
incluem: Procedimentos de treino incidental, análises de tarefas, encadeamento, tentativas
instrucionais embutidas em atividades e treino de tentativas discretas. Mais informações sobre o ABAr]Picture Exchange
Communication System (PECS)Um recurso popular
para ajudar no desenvolvimento da linguagem é o PECS (Picture Exchange
Communication System), um sistema baseado em figuras com figuras que refletem
as necessidades e/ou o interesse individuais. Este
sistema facilita tanto a comunicação quanto a
compreensão, quando se estabelece a associação entre a atividade/símbolos. Mais informações sobre o PECS]Método TEACCH



O método TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related
Communication Handicapped Children)
é um técnica muito popular no mundo que combina
diferentes estímulos visuais e auditivos com o objetivo de aperfeiçoar a
linguagem, melhorar o aprendizado e reduzir comportamentos inapropriados.
Áreas, objetos, palavras, recipientes de cores diferentes e a fala do terapeuta
são utilizados para instruir as crianças sobre suas
atividades diárias de forma a emparelhar o símbolo com o respectivo objeto,
local ou atividade no mundo real. O desenvolvimento da criança é avaliado
regularmente pelo PEP-R (Psychoeducational Profile-Revised) para verificar os resultados da abordagem.Mais informações sobre Teacch]FarmacoterapiaA farmacoterapia continua sendo componente importante em um
programa de tratamento, porém nem todos indivíduos
necessitarão utilizar medicamento. Medicamentos que atuam na dopamina e na serotonina podem ajudar a
reduzir alguns sintomas como redução de estereotipias, retraimento social e
comportamento agressivo ou auto-agressivo.mais informações sobre medicamentos para autismoEscola normal X
Educação especial



Existem casos em
que crianças com autismo em escola normal tiveram melhor desenvolvimento de
habilidades sociais do que as crianças em escolas especiais, porém isso não
ocorre na maioria dos casos. É importante que cada caso seja tratado
individualmente, focando nas necessidades e potencialidades da criança. Existem
inúmeras vantagens de se levar a criança com autismo a conviver com aquelas sem
comprometimento e de estimular que ela aprenda com as outras por meio da
imitação, mas também não esquecer o risco de que ela seja vítima de bullying dos colegas. Já na escola especial é provável que
ela tenha uma atenção especial de profissionais melhor
treinado e conheçam outras crianças com problemas semelhantes. Cabe aos
pais decidirem qual a melhor opção para seu filho .Questões
PolêmicasEm 1999, o médico Andrew Wakefield publicou o artigo
MMR vaccination and autism,
estabelecendo uma suposta relação entre a vacina tríplice e o autismo.Diversos
estudos médicos foram conduzidos desde então a fim de se comprovar ou não essa
relação, sendo que não houve evidências nesses novos estudos acerca dessa
hipótese. Em 2010, o Conselho Médico Geral britânico (em inglês, General
Medical Council) considerou que o dr. Wakefield agiu de
maneira antiética e desonesta ao vincular a vacina tríplice ao autismo e cassou
seu registro profissional no Reino Unido em maio de 2010.
Ainda de acordo com o Conselho Médico Geral britânico, a sua conduta trouxe má
reputação à profissão médica depois que ele coletou amostras de sangue de
jovens na festa de aniversário de seu filho pagando-lhes £5. Considera-se
também que o sarampo tenha ressurgido
no Reino Unido devido ao receio
dos pais em aplicarem a vacina trípice em seus
filhos: as taxas de vacinação nunca mais voltaram a subir e surtos da doença
tornaram-se comuns. Boatos disseminados na internet acusam a influente
indústria farmacêutica de fazer lobby para "abafar" essa informação.
Atualmente, Wakefield prosegue
com suas pesquisas nos EUA. Dez anos após a
publicação do artigo o periódico publicou uma completa retratação ] após as declarações do
Conselho Médico Geral britânico. Nos últimos dez anos uma dezena de pesquisas
realizadas na tentativa de encontrar uma correlação entre a vacina tríplice e
autismo não acharam nenhuma evidência que comprovasse os dados preliminares do
artigo de Wakefield.. Várias
famílias foram influenciadas pela polêmica criada pela mídia logo após a publicação
do artigo de Wakefield e hoje, no Reino Unido e nos Estados Unidos, doenças
consideradas extintas devido a aplicação de vacinas regulares
voltaram a matar crianças em famílias que resolveram não vacinar seus
filhos. 









































































































































