HISTORIA DO PINK FLOYD PARTE 3

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PINK FLOYD PARTE 3

Procurando capitalizar a sua recém chegada fama, a banda também lançou uma coletânea chamada A Nice Pair, o que foi uma junção dos dois primeiros álbuns, The Piper at the Gates of Dawn e A Saucerful of Secrets. E também foi durante esse período que o diretor Adrian Maben lançou o primeiro filme concerto do Pink Floyd, o Live at Pompeii. O corte original para os cinemas, apresentava a banda tocando em 1971 num anfiteatro em Pompeia com nenhum plateia presente, exceto pela equipe de filmagem e equipe da banda. Maben também gravou entrevistas e os bastidores da banda durante as sessões de gravações do Dark Side of the Moon nos estúdios Abbey Road; apesar da cronologia dos eventos indicar que as sessões de gravação podem ter acontecido depois da gravação, eles promoveram uma olhada no processo envolvido na produção do álbum. Essas filmagens foram incorporadas em futuros lançamentos de Live at Pompeii.
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Depois do sucesso do Dark Side, a banda não estava certa sobre sua direção futura e estava preocupada em como conseguiriam superar a enorme popularidade daquele álbum. Em retorno ao experimentalismo, eles começaram a trabalhar em um projeto chamado Household Objects, que consistia em canções tocadas literalmente em objetos caseiros. No entanto o planejamento do álbum foi logo deixado de lado, depois que a banda decidiu que seria mais fácil e melhor tocar canções em instrumentos de verdade. Nenhuma gravação terminada dessas sessões existe, mas alguns efeitos gravados foram usados no próximo álbum.
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Wish You Were Here, lançado em 1975, carrega um tema abstrato de abstência de qualquer humanidade dentro da indústria fonográfica e, mais importante, a abstência de Syd Barrett. Bem conhecido por sua faixa-título, o álbum inclui o grande instrumental de nove partes "Shine On You Crazy Diamond", um tributo para Barrett em que as letras lidam explicitamente com seu declínio. A maioria das influências musicais do passado da banda foram juntas - teclados atmosféricos, peças de guitarras de blues, solos de saxofone (por Dick Parry), fusão de Jazz com agressiva slide guitar - nas várias partes ligadas da suite, culminando numa marcha fúnebre, tocada por sintetizador, e terminando com uma citação musical do antigo single "See Emily Play" como final demonstração da liderança inicial de Barrett na banda. As demais faixas, "Welcome to the Machine" e "Have a Cigar", criticam duramente a indústria fonográfica e essa última foi cantada por cantor folk Roy Harper. Essa foi o terceiro álbum do Pink Floyd a chegar ao 1º lugar das paradas do Reino Unido e dos Estados Unidos, e os críticos o aclamam tão entusiasticamente quanto Dark Side of the Moon.
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Em uma história conhecida, um homem obeso, com cabeça e sobrancelhas inteiramente raspadas, andou pelo estúdio enquanto a banda mixava "Shine On You Crazy Diamond". A banda não o reconheceu por um tempo, quando de repente um deles percebeu que ele era Syd Barrett. Quando perguntado como ele chegou àquele peso, ele respondeu "Eu tenho uma frigideira grande na cozinha e eu estive comendo bastante carne de porco". Em uma entrevista em 2001 no documentário da BBC "Syd Barrett: Crazy Diamond" (lançado posteriormente em DVD como "The Pink Floyd Story and Syd Barrett Story"), a história é contada por inteira. Rick Wright disse sobre a sessão, dizendo "Uma coisa que fica na minha mente, que eu nunca esquecerei; eu estava indo para as sessões de Shine On. Eu fui ao estúdio e eu vi esse cara sentado no fundo do estúdio, ele estava distante, do mesmo jeito que eu de você. E eu não o reconheci. Eu disse -quem é aquele cara atrás de você?- -"Aquele é o Syd". Eu não acreditei… ele havia raspado todo seu cabelo… digo, suas sobrancelhas, tudo… ele estava pulando para cima e para baixo escovando seu dente, aquilo foi horrível. E ah, eu estava, quer dizer, Roger estava em prantos, eu acho que ele estava; nós estávamos em prantos. Aquilo foi realmente chocante… sete anos sem contato algum e de repente ele aparece enquanto estávamos fazendo aquela faixa. Eu não sei - coincidência, carma, destino, quem sabe? Mas aquilo foi, muito, muito poderoso".
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 No mesmo documentário, Nick Mason disse: "Quando eu penso sobre isso, eu ainda posso ver seus olhos, mas… foi o resto que estava diferente". Na mesma entrevista Roger Waters disse: "Eu não tive ideia de quem ele foi por um bom tempo". David Gilmour contou: "Nenhum de nós reconheceu ele. Raspado… raspado careca e bem gordo". Na versão definitiva de 2006 do documentário, as entrevistas com os ex-parceiros de banda de Barrett estão inclusas sem edição, com bem mais detalhes dos sentimentos e ações deles, durante o trágico esgotamento e a saída de Barrett da banda.
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      Era Roger Waters 1976-1985

Durante essa era, Waters tomou cada vez mais e mais controle do trabalho do Pink Floyd. Waters demitiu Wright depois que o The Wall foi terminado, argumentando que Wright não estava contribuindo muito, em parte por causa do vicio de cocaína. Waters declarou que Gilmour e Mason apoiaram a decisão para demiti-lo, mas em 2000 Gilmour declarou que ele e Mason foram contra a demissão. Nick Mason disse que Wright foi demitido por causa da Columbia Records que ofereceu a Waters um substancial bônus, para finalizar o álbum a tempo para um lançamento em 1979. Desde que Wright recusou voltar mais cedo de suas férias de verão, Waters queria demití-lo. Wright foi demitido da banda, mas continuou para terminar o álbum e tocar na turnê como um músico pago.

Roger Waters

A maioria da música desse período é considerada secundária em relação às letras, nas quais Waters explora os sentimentos sobre a morte de seu pai na Segunda Guerra Mundial e sua crescente atitude de cinismo contra figuras políticas como Margaret Thatcher e Mary Whitehouse. A música cresceu mais orientada pela guitarra com teclados e saxofones, que se tornaram uma grande parte da textura do contexto da música, junto com efeitos sonoros obrigatórios. Uma orquestra completa (ainda maior do que a de metais em Atom Heart Mother) faz um papel significante em The Wall e especialmente em The Final Cut. Por volta de janeiro de 1977, e pelo lançamento do Animals (chegando ao 1º lugar no Reino Unido e 1º nos Estados Unidos), a música da banda veio sob uma crescente crítica da atmosfera do punk rock, dizendo que eles eram muito pretensiosos, e perderam o caminho da simplicidade que era o rock and roll.
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Animals, no entanto, foi considerado mais orientado pela guitarra do que os álbuns anteriores, tanto pela influência do movimento punk rock quanto pelo fato de que o álbum foi gravado pelo novo (e por algum acaso, incompleto) estúdio Britannia Row. O álbum foi o primeiro a não ter uma composição feita por Wright. Animals, de novo, contém canções longas, ligadas por um tema, desta vez, tirado em parte do livro Animal Farm (O Triunfo dos Porcos em Portugal e A Revolução dos Bichos no Brasil) de George Orwell, em que usou "Pigs" (Porcos), "Sheep" (Ovelhas) e "Dogs" (Cachorros) como metáforas dos membros da sociedade contemporânea. Apesar da relevante guitarra, sintetizadores ainda fazem uma importante parte em Animals, mas é carente do trabalho de saxofone e vocais femininos, utilizados nos últimos dois anteriores álbuns. O resultado no geral é um trabalho mais hard-rock, ligados por duas partes de uma peça acústica. Muitos críticos não receberam muito bem o álbum, considerando-o tedioso e vazado; apesar de outros críticos falarem bem dele, praticamente por causa dessas razões.
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 Para a capa do encarte, um porco inflável gigante foi considerado para voar entre as torres da Estação de Energia Battersea (Battersea Power Station). No entanto o vento fez com o que fosse difícil de controlar o balão de porco, e no final foi necessário inserir a foto do porco na imagem. O porco foi criado pelo designer industrial e artista Theo Botschuijver. O porco no entanto se tornou um dos mais memoráveis símbolos do Pink Floyd e porcos infláveis são utilizados em concertos do Pink Floyd desde então.
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A ópera rock de 1979, The Wall, concebida por Waters, lida com temas como solidão e falha de comunicação, que foram expressos pela metáfora de um muro construído entre um artista de rock e sua audiência. O momento decisivo para o concebimento do The Wall foi durante um concerto em Montreal no Canadá, no qual Roger Waters cuspiu num membro da plateia enquanto este tentava subir para o palco - esse foi o ponto onde Waters sentiu a alienação entre a plateia e a banda. O álbum deu críticas renomadas ao Pink Floyd e teve um único single, "Another Brick in the Wall (Part 2)", que alcançou o topo das paradas. The Wall também contém faixas que seriam comuns em concertos posteriormente, como "Comfortably Numb" e "Run Like Hell", que são duas das mais conhecidas canções do grupo.
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O álbum foi co-produzido por Bob Ezrin, um amigo de Waters que divide com ele os créditos em "The Trial". Ainda mais do que as sessões do Animals, Waters estava certo sobre sua influência artística e liderança sobre a banda, usando a boa situação financeira da banda a seu favor, o que trouxe conflito com os outros integrantes. A música se tornou distintivamente mais hard rock, apesar de grandes orquestrações em algumas faixas lembram um período passado e têm-se algumas composições mais calmas também, como "Goodbye Blue Sky", "Nobody Home", e "Vera". A influência de Wright foi completamente minimizada e ele foi demitido da banda durante as gravações, somente retornando com um salário fixo, para tocar nos concertos. Ironicamente, Wright foi o único membro do Pink Floyd que ganhou algum dinheiro dos shows da turnê do The Wall, os quais passaram por várias cidades - incluindo Dortmund, Londres, Los Angeles, Nova Iorque - durante várias noites, e o resto teve que bancar o custo alto dos mais espetaculares concertos até então. Em 1989, depois do Muro de Berlin cair na Alemanha, Roger Waters concordou em tocar o The Wall ao vivo onde ficava originalmente o muro.
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The Wall ficou 15 semanas no topo das paradas dos Estados Unidos em 1980. Críticos o receberam bem, e ele chegou aos 23 álbuns de platina pela RIAA pelas vendas de 11,5 milhões de cópias do álbum duplo somente nos Estados Unidos. O enorme sucesso comercial do The Wall fez do Pink Floyd os únicos artistas desde os Beatles a terem os álbuns mais vendidos de dois anos (1973 e 1980) em menos de uma década.
Um filme intitulado Pink Floyd: The Wall foi lançado em 1982, incorporando praticamente toda a música do álbum. O filme, escrito por Waters e dirigido por Alan Parker, estrelou o fundador do Boomtown Rats, Bob Geldof, o qual regravou a maioria dos vocais, e ainda apresenta animação pelo notável artista e cartunista britânico, Gerald Scarfe. Leonard Maltin, um crítico de cinema, se refere ao filme como "o maior video de rock do mundo, e certamente o mais depressivo", mas o filme arrecadou mais de quatorze milhões nas bilheterias norte-americanas.
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 Uma canção que apareceu no filme "When the Tigers Broke Free", foi lançada como single. A canção foi lançada depois na coletânea Echoes: The Best of Pink Floyd e no re-relançamento do The Final Cut. Também no filme, há a canção "What Shall We Do Now?", que foi cortada do álbum original devido a duração do vinil. As únicas canções do álbum que não foram usadas foram "Hey You" e "The Show Must Go On".
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