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abril 13, 2022
QUEM É LULA?
PARTE 2. Educação e trabalho.
Durante o período em que as duas famílias de seu pai conviveram, Lula foi alfabetizado no Grupo Escolar Marcílio Dias, apesar da falta de incentivo do pai, analfabeto, que entendia que seus filhos não deveriam ir à escola, mas apenas trabalhar. Ainda quando morava no Guarujá, aos 7 anos, trabalhou vendendo laranjas no cais. Tinha que andar quilômetros para buscar água de poço para a segunda mulher de Aristides. Aos domingos, era obrigado pelo pai a ir ao mangue para retirar lenha, marisco e caranguejo.
Aos doze anos, já em São Paulo, começou a trabalhar em uma tinturaria a fim de contribuir na renda familiar. Durante o mesmo período também trabalhou como engraxate e auxiliar de escritório. Aos catorze começou a trabalhar nos Armazéns Gerais Colúmbia, onde teve a carteira de trabalho assinada pela primeira vez, permanecendo ali por seis meses. Ainda em 1961, foi aluno no curso de tornearia mecânica na escola SENAI Conde José Vicente de Azevedo, no bairro do Ipiranga. Segundo diria anos depois, ali ele conquistou seu direito à cidadania. Com esta idade, se viu obrigado a deixar a escola e foi trabalhar em uma siderúrgica que produzia parafusos. Foi ali que, em 1964, esmagou seu dedo em um torno mecânico, tendo que esperar horas até que o dono da fábrica chegasse e o levasse ao médico, que optou por cortar o resto do dedo mínimo da mão esquerda. A mutilação o deixou alguns anos com complexo. Ficou 11 meses na empresa e, devido ao acidente, ganhou uma indenização de 350 mil cruzeiros, que utilizou para comprar móveis para sua mãe e um terreno.
Trabalhou então na Fris-moldu-car, como aprendiz do Senai por seis meses, sendo demitido por se ter recusado a trabalhar aos sábados. No ano de 1965, ficou muito tempo desempregado, assim como seus irmãos, época em que passaram por privações, sobrevivendo de trabalhos eventuais, os chamados "bicos". Em 1966, foi admitido nas Indústrias Villares, uma grande empresa metalúrgica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Em 1973, fez um curso na AFL-CIO nos Estados Unidos sobre sindicalismo.
Operário e sindicalista.
Em 1968, durante a ditadura militar, filiou-se ao Sindicato de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. Lula relutou em filiar-se e candidatar-se, pois à época tinha uma visão negativa do sindicato e seu grande lazer era jogar futebol. Apesar de não ter qualquer experiência sindical, já era apontado como pessoa com espírito de liderança e carisma. Convencido a integrar a chapa, sob influência de seu irmão, José Ferreira da Silva – conhecido como Frei Chico, militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul – Lula foi eleito, em 1969, para a diretoria do sindicato dos metalúrgicos da cidade, dentre os suplentes, continuando a exercer suas atividades de operário.
Em 1972, elegeu-se 1º secretário do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, continuando a exercer suas atividades de operário. Na época, foi criada, no sindicato, a Diretoria de Previdência Social e FGTS, que lhe foi atribuída. Ao ser eleito, ficou à disposição do sindicato, cessando suas atividades de operário. Ganhou grande destaque por sua atuação na diretoria, sendo então eleito presidente do mesmo sindicato em 1975. Ganhou projeção nacional ao liderar a reivindicação em 1977 da reposição aos salários pelo índice de inflação de 1973, após o próprio governo reconhecer que aquele índice havia sido bem maior que o inicialmente divulgado e então utilizado para os reajustes salariais. Apesar de ampla cobertura na imprensa, ainda na vigência do AI-5, o governo não cedeu aos pedidos. Reeleito em 1978, passou a liderar as negociações e as greves de metalúrgicos de sua base, que passaram a acontecer em larga escala a partir de 1978, depois de terem deixado de ocorrer desde o endurecimento repressivo da ditadura militar na década anterior.
Por liderar as greves dos metalúrgicos do Região do ABC no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, Lula foi preso, cassado como dirigente sindical e processado com base na Lei de Segurança Nacional. Durante o movimento grevista, a ideia de fundar um partido representante dos trabalhadores amadureceu e, em 1980, Lula juntou-se a sindicalistas, intelectuais, representantes dos movimentos sociais e católicos militantes da Teologia da Libertação para formar o Partido dos Trabalhadores (PT), do qual foi o primeiro presidente.