DAR A VIDA "Porque muitos dos judeus, por causa dele, voltavam crendo em Jesus”. — João - Cap. 12, v. 11.Narra o Evangelho que, em Betânia, havia um ho mem, de nome Lázaro, que estava em chagas. Era ir mão de Maria e Marta, mulheres que criam em Jesus como enviado de Deus, para salvação dos homens, e buscavam entender os ensinos evangélicos, em espírito e verdade. Certamente, aceitamos que o espírito de Lázaro, an tes de reencarnar-se, compromissou-se com o mundo es piritual, de compartilhar com o Cristo, na sua rutilante missão de difundir a verdade. Serviria ele, Lázaro, como instrumento para a glória de Deus, nas mãos do Naza- zeno. Ser-lhe-ia dada essa oportunidade para, ao lado do Mestre, ser útil ao sustento da fé, perante os que duvidassem da procedência do Messias prometido pe los céus. Assim, a alma de Lázaro, já carregando consigo de ficiências nos órgãos espirituais, tomou um corpo físi co, de maneira que, à época marcada, e no devido mo mento, a carne refletisse a enfermidade planejada no mundo dos espíritos, para que todos os moradores de Betânia e adjacências pudessem constatar a doença in curável pelos terapeutas da época, ficando Lázaro rele gado ao esquecimento, pelos seus semelhantes. Desa pareceram os amigos e muitos dos parentes. Somente Marta e Maria não o abandonaram. Jesus, conhecendo esse leproso, dedicou-lhe grande amizade, não só pelos dotes de seu coração, mas também por estar consciente da função de Lázaro no esquema das curas a serem efetuadas pelo seu estuante poder magnético, a esplender o puro amor, como fonte ines gotável, por todos os lados. Lázaro não sofria por resgate; aceitou aquela tarefa, por missão. Existem vários tipos de dor, nos diversos caminhos da terra. A do irmão de Maria e Marta, não era dívida. Cooperava ele, por aquele meio, com o pla no esquematizado pelos engenheiros siderais, de ligação do céu com a terra, por intermédio de Jesus Cristo. O Mestre não derrogou a lei, curando a Lázaro, dando saúde a quem não merecia. Jamais faria tai injustiça. Curava sempre os enfermos que sabia estarem esgo tando seus carmas, ou então, como no caso de Lázaro, de sofrimento por missão. Aos que padeciam provas in dispensáveis aos seus progressos, somente aliviava, di zendo : “vai, e não peques mais, para que não te acon teçam coisas piores". O amor, regulando a lei, oferta ao sofredor a mise ricórdia do alívio, porquanto a dor, em muitos casos, representa o verdadeiro remédio para os sofredores, e somente ela, com seu aguilhão, desperta nos corações os sentimentos de amor e caridade. Jesus não deu a vida a Lázaro. Apenas fê-io voltar à vida terrena, pois quem dá a vida é só Deus. Cristo, chamando o espírito de Lázaro para retomar o corpo, es tava, com isso, ressuscitando a fé nos corações e con vertendo os judeus à sua doutrina de amor e de perdão. O Mestre tinha milhares de espíritos superiores às suas órdens, para concretizarem suas vontades, em instantes. Nada existiu fora da lei, tudo foi planejado antes da sua vinda à terra, para glória da vida imortal. Querer julgar o Cristo, com o curto raciocínio que o homem possui, como diz Guerra Junqueiro, ’ é o mesmo que querer apagar o Sol, com o apagador de lata de uma igreja”. E como os principais sacerdotes da época não podiam operar com a divindade do Mestre, decidi ram matar Lázaro. Notamos o ciúme do mundo farisál- co : quando não entendem uma missão divina, como foi a de Jesus, querem destruí-la. Assim acontece com a revivência do Evangelho, no clarão bendito da Doutrina dos Espíritos. Como não foi entendida, arvoraram-se, com a mesma linguagem fari- sáica, para destruí-la, e, não o conseguindo, buscam, no silêncio, deturpá-la. Mas o Deus verdadeiro não precisa receber adver tências dos homens, nem ter cuidado com os fariseus modernos. Ele sabe o que faz, tudo vê, tudo prevê, dis tribuindo pela lei, seu maior agente em toda a criação, os recursos indispensáveis para a defesa da verdade, que haverá de fulgurar, cumprindo-se a profecia de que só ela ficará de pé. E, permita Deus que apareçam, nas hostes espíritas, muitos Lázaros, por intermédio dos quais a fé se esten da, sem limites. “ Porque muitos dos judeus, por causa dele, voltavam crendo em Jesus". Alguns Angulos dos Ensinos do Mestre (psicografia Joao Nunes Maia - espirito Miramez)