CURAR OS ENFERMOS

 


CURAR OS ENFERMOS

“À vista deste  acontecimento,  os demais

enfermos da iiha vieram e foram curados".

— Atos - Cap. 28, v. 9.

Nada existe que maior atração exerça sobre a mas­

sa humana, que o poder de curar. Esse dom desperta,

em todos, profundo interesse : os que sofrem, querem

ficar livres de seus padecimentos; os sãos, vêem-se mo­

tivados pela crença nas  coisas  misteriosas. Mesmo

aqueles que negam a verdade, já o fazem no Intuito de

combater algo da afirmação que existe dentro de si, nu­

ma espécie de revolta, diante  da existência de fatos

inexplicáveis.

Nenhum filho espiritual pode negar por muito tempo

a existência do Criador Divino, porque todos fomos fei­

tos com o mesmo amor. A semente, se fosse dotada

da razão, revoltar-se-ia, quando lançada no escuro  seio

do solo, para sofrer a opressão da natureza da terra, a

fermentar suas entranhas, como se fosse uma intrusa.

No entanto, passados os dias de hospitalização no leito

escabroso do solo, começa uma vida nova para a se.

mente. Pela força das necessidades, ela rompe os pe­

sados torrões e vislumbra a claridade, contempla  os

céus, respira na terra, e deseja algo mais. Sua ânsia

é de crescer, e a certeza latente da existência de Deus

é tanta, que os galhos, em forma de mãos, esticam-se

para o alto, como em preces ao Criador. E as raízes,

semelhando unhas, agarram-se às profundezas da argila,

sugando desta o alimento vivificante, vencendo a morte

a toda hora, a sonhar com a vida eterna.

O espírito representa uma semente, que os agricul­

tores divinos, por ordem da lei, plantam na carne. Por

já ter conquistado a razão, ele intenta estendê-la além

dos limites, tentando ultrapassá-los. Acha que é dotado

de liberdade infinita, e não procura os conhecimentos da

lei de Deus; nega sua procedência, procura os caminhos

que lhe apraz, traça os roteiros que acha melhor, pensa

que é de superioridade incomum; revolta-se, quando so­

fre, por não entender a dor, mas nunca consegue fazer

o que deseja.

Os obstáculos, as dores, os reveses, as decepções,

amadurecem o espírito.  As forças das necessidades

explodem em seu íntimo, fazendo crescer o pendão da

esperança e, aí, retoma a verdadeira vida. Mesmo liga­

do à terra, começa a contemplar os céus, a sentir o Se­

nhor, a viver feliz. A dor sempre faz parte da evolução

dos reinos, e fará eternamente, mesmo que mude de

feição, de vez em quando. E todos, de quaisquer reli­

giões, lutam à procura dos fenômenos de cura, porque

ela eterniza a alma nos princípios do amor. O dever do

enfermo é procurar se curar, trilhando o caminho  da

esperança.

Notemos que o Cristo deu início à sua Boa Nova,

curando os doentes.  Ainda  criancinha de colo, certa

feita, nos braços de um ladrão enfermo, tomba a cabe-

cinha divina, rente à chaga que José procurara tratar e,

como por encanto, faz desaparecer a enfermidade; o do­

ente, tomado de alegria, suspende o menino, como se es­

tivesse em êxtase, e profetiza : “este é o verdadeiro

Cristo, que o povo de Israel espera, há tanto tempo...

este é o anunciado pelos profetas". E, nunca mais, rou­

bou, daquele dia em diante. O menino Jesus curara,

pela primeira vez na terra, duas enfermidades, ao mesmo

tempo: a do corpo e a da alma.

Foi a partir daí que seu nome começou a se espa­

lhar por toda a terra, como mensageiro do céu. Tocava

os corpos e esses ficavam curados; tocava, com o ver­

bo, as almas, e essas, vivendo seus preceitos, curavam-

se a si mesmas. Seus discípulos seguiram os mesmos

caminhos, notadamente o colégio apostolar. Por onde

passavam, curavam os enfermos, davam vistas aos ce­

gos, e faziam voltar almas aos corpos.

A cura é o alicerce da doutrina cristã. A fé se  ro-

bustece quando testa um fenômeno de cura e a razão

amplia os conhecimentos sobre a ciência da vida. Não

existem materialistas, pois a sabedoria dos homens fez

com que essa convicção negativa desaparecesse, dando

lugar a uma essência de fé, com variadas dimensões.

Todos os homens são adoradores de mistérios que, pa­

ra felicidade deles, nunca vão acabar.

Paulo, em caminho, descansa em um sítio, cujo dono

sofria, por ver seu pai enfermo; o apóstolo, ciente da si

tuação, procura o doente, apõe-lhe as mãos e restabele­

ce-lhe a saúde. A notícia corre, e todos os que foram

tocados por ele, sairam curados. Não existe mensagem

mais viva que esta, no preparo da alma para ingressar na

escola evangélica.

A Doutrina Espírita, por reviver o Cristianismo,  ó

portadora da mesma Boa Nova e tem, em mãos, poderes

para curar toda ordem de doenças. E, para isso, distri­

bui os medicamentos para os enfermos do mundo, em

formas variadas, lembrando Jesus ; dá pão a quem tem

fome, veste os nus, visita os encarcerados e cura os en­

fermos. Mais ainda : articula o verbo, em todos os tons,

para que os espíritos enfermos sejam despertados para

a cura de todos os seus males. Comparando-se a terra

a uma ilha no centro do cosmo, ouvimos a palavra  de

Paulo :

“À vista deste acontecimento, os demais

enfermos da ilha vieram e foram curados”.

Alguns Angulos dos Ensinos do Mestre (psicografia Joao Nunes Maia - espirito Miramez)

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