NATAL SIMBÓLICO. Espírito: IRMÃO X.

NATAL SIMBÓLICO.
Espírito: IRMÃO X.
Harmonias cariciosas atravessava, a paisagem, quando o lúcido mensageiro
continuou:
-  Cada Espírito é um mundo onde o Cristo deve nascer...
Fora loucura esperar a reforma do mundo, sem o homem reformado. Jamais
conheceremos povos cristãos, sem edificarmos a alma cristã...
Eis porque o Natal do Senhor se reveste de profunda importância para cada um
de nós em particular.
Temos conosco oceanos de bênçãos divinas; maravilhosos continentes de
possibilidades, florestas de sentimentos por educar, desertos de ignorância por
corrigir, inumeráveis tribos de pensamentos que nos povoam a infinita extensão do
mundo interior. De quando em quando, tempestades renovadoras varrem-nos o
íntimo, furações implacáveis atingem nossos ídolos mentirosos.
Quantas vezes, o interesse egoístico foi o nosso perverso inspirador?
Examinando a movimentação de nossas idéias próprias, verificamos que todo
princípio nobre serviu de precursor ao conhecimento inicial do Cristo.
Verificou-se a vinda de Jesus numa época de recenseamento.
Alcançamos a transformação essencial justamente em fase de contas espirituais
com a nossa própria consciência, seja pela dor ou pela madureza de raciocínio.
Não havia lugar para o Senhor.
Nunca possuímos espaço mental para a inspiração divina, absorvidos de
ansiedades do coração ou limitados pela ignorância.
A única estalagem ao Hóspede Sublime foi a Manjedoura.
Não oferecemos ao pensamento evangélico senão algumas palhas misérrimas
de nossa boa vontade, no lugar mais escuro de nossa mente.
Surge o Infante Celestial, dentro da noite.
Quase sempre, não sentimos a Bondade do Senhor senão no ápice das sombras
de nossas inquietações e falências.
A estrela prodigiosa rompe as trevas no grande silêncio.
Quando o gérmen do Cristo desponta em nossas almas, a estrela da divina
esperança desafia nossas trevas interiores, obscurecendo o passado, clareando o
presente e indicando o porvir.
Animais em bando são as primeiras visitas ao Enviado Celeste.
Na soledade de nossa transformação moral, em face da alvorada nova, os
sentimentos animalizados do nosso ser são os primeiros a desfrutar o ideal do Mestre.
Chegam pastores que se envolvem na intensa luz dos anjos que velam o berço
divino.
Nossos pensamentos mais simples e mais puros aproximam-se da idéia nova,
contagiando-se da claridade sublime, oriunda dos gênios superiores que nos presidem
aos destinos e que se acercam de nós, afugentando a incompreensão e o temor.
Cantam milícias celestiais.
No instante de nossa renovação em Cristo, velhos companheiros nossos, já
redimidos, exultam de contentamento na esfera superior, dando glória de
contentamento na esfera superior, dando glória a Deus e bendizendo os espíritos de
boa vontade.
Divulga os pastores a notícia maravilhosa.
Nossos pensamentos, felicitados pelo impulso criador de Jesus, comunicam-se
entre si, organizando-se para a vida nova.
Surge a visita inesperada dos magos.
Sentindo-nos a modificação, o mundo observa-nos de modo especial.
Os servos fiéis, como Simeão, expressam grande júbilo, mas revelam
apreensões justas, declarando que o Menino surgiria para a queda e elevação de
muitos em Israel.
Acalentamos o pensamento renovador, no recesso dalma, para a destruição de
nossos ídolos de barro e desenvolvimento dos germens de espiritualidade superior.
Ferido na vaidade e na ambição. Herodes determina a morte do Pequenino
Emissário.
A ignorância que nos governa, desde muitos milênios, trabalha contra a idéia
redentora, movimentando todas as possibilidades ao seu alcance.
Conserva-se Jesus na casa simples de Nazaré.
Nunca poderemos fornecer testemunho à Humanidade, antes de faze-lo junto
aos nossos, elevando o espírito do grupo a que Deus nos conduziu.
Trabalha o Pequeno Embaixador numa carpintaria.
Em toda realização superior, não poderemos desdenhar o esforço próprio.
Mais tarde, o Celeste Menino surpreende os velhos doutores.
O pensamento cristão entra em choque, desde cedo, com todas as nossas
antigas convenções relativas à riqueza e à pobreza, ao prazer e ao sofrimento, à
obediência e à mordomia, à filosofia e à instrução, à fé e à ciência.
Trava-se, então, dentro de nosso mundo individual, a grande batalha.
A essa altura, o mensageiro fez longa pausa.
Flores de luz choviam de mais alto, como alegrias do Natal, banhando-nos a
fonte. Os demais companheiros e eu aguardávamos, ansiosos, a continuação da
mensagem sublime; entretanto, o missionário generoso sorriu paternalmente e
rematou:
- Aqui termino minhas humildes lembranças do Natal simbólico. Segundo
observais, o Evangelho de Nosso Senhor não é livro para os museus, mas roteiro
palpitante da vida.
FONTE: LIVRO ANTOLOGIA MEDIÙNICA DO NATAL –
Psicografia: Francisco Cândido Xavie.
Digitado por: Lúcia Aydir – SP/08/2005.

Postar um comentário

0 Comentários
* Por favor, não spam aqui. Todos os comentários são revisados ​​pelo administrador.