DETERMINAÇÃO-CIRURGIA MORAL

 conduta, para que possamos estar bem com nós mesmos, copiando, às
vezes, certas áreas da política mundana: a ditadura e a democracia.
A ditadura deve ser usada na determinação diante de nós mesmos. Dar
ordens severas na correção das nossas atitudes, para que se corrija o que não
deve ser feito, aprimorando o Bem em todas as latitudes em que o Amor e a
Caridade sejam o ponto sagrado das atenções. Avançar no campo onde o
desleixo invadiu a ordem e fez desaparecer a harmonia; revestir-se de coragem
para estabelecer a brandura onde a exigência polui os sentimentos de
fraternidade e nunca se esquecer de alimentar o respeitem todos os
departamentos em que a educação deve instalar-se; definir, no campo imenso
da mente, as linhas das atitudes, e não deixar que pensamens sem disciplina
invadam os corredores da fala; policiar permanentemente todos os gestos e
manter guarda no que deve ser feito? Essa é a audácia de que deves ser dotado
para com o teu mundo interno.
A democracia deve ser ampliada no que tange ao exterior, observando
os direitos alheios e capacitando todos os entendimentos para que saibas até
onde não deves interferir na vida dos outros, enriquecendo o respeito às
criaturas, sabendo ouvir os irmãos em caminho, ajudando-os naquilo que
estiver ao teu alcance. Democracia é fraternidade, é entender os direitos dos
semelhantes; é, quando falamos, sentirmo-nos na qualidade de ouvintes, dando
tempo para que o outro também fale, mostrando sua opinião e, certamente,
suas experiências.
A escola externa difere da interna. São duas forças paralelas, mas com
objetivos idênticos: a perfeição da criatura. A educação interna objetiva o
intercâmbio nas esferas exteriores. O homem que já descobriu a si mesmo é
valorizado em todas as dimensões da vida.
A primeira coisa que fazemos, quando desencarnamos, se a nossa isposição for para o bem, é ver o que precisa ser mudado em nossa conduta.
Morrer é viajar e o que levamos é somente o que somos. Essa é a realidade. Se já
sabemos desta verdade, por que não começarmos a nos educar, quando na
carne? Ganhamos tempo, ganhamos espaço e ganhamos paz.
O “esquecermos a nós mesmos”, de que as escolas de iniciação nos
falam, é esquecer aquilo em que somos errados. Há muita gente que perd
tempo e gasta até dinheiro na autovalorização, esquecendo-se de que nada se
faz sem os outros. Quando estamos movidos pela vaidade, queremos nos
apresentar sempre com aquilo quainda não fizemos.
Se fizeste alguma coisa de bom, silencia, que o bem propaga o próprio
bem sem a tua intervenção, pelas linhas naturais capazes de falar a verdade
sem deturpar a harmonia da própria verdade.
Ganha o teu tempo servindo e não exigindo; amando e não pedind amor; trabalhando e não explorando o trabalho alheio; abençoando e não
pedindo bênçãos, sem que haja o teu esforço na aquisição da tua paz. Determina
as tuas diretrizes nas diretrizes do Cristo e conserta a ti próprio, sem exigir que
os teus irmãos façam o mesmo. De todo o bem que fizeres, receberás a maior
parte. Lembra-te disso, e nunca farás barulho com a melhora da tua conduta.
Cortando tuas arestas internas, o exterior mostrar-te-á novo dia.

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