Lupe Vélez
Lupe
Vélez, nome artístico de María Guadalupe Vélez de Villalobos, (San Luis
Potosí, 18 de julho de 1908 — Beverly Hills, 13 de dezembro de 1944)
foi uma atriz mexicana que fez carreira nos Estados Unidos da América. Ela
iniciou sua carreira como dançarina ainda no México, antes de se mudar
para os Estados Unidos, onde trabalhou em teatro de vaudeville. Lá,
Vélez foi descoberta por Fanny Brice, que promoveu sua carreira. Logo
em seguida, em 1924, Vélez começou a atuar no cinema. Até o final da
década ela já era a protagonista de vários filmes. Com o advento do
cinema falado, Vélez começou a atuar em comédias que muito lhe
desagradaram, e ela se mudou para Nova Iorque para trabalhar na
Broadway. Retornando
a Hollywood em 1939, Vézquez atuou em uma série de comédias, atuando
também em alguns filmes em seu país de origem na mesma época. A vida
pessoal de Vélez era frequentemente motivo de coberturas
sensacionalistas pela mídia. Um turbulento casamento de cinco anos com
Johnny Weissmuller foi motivo de muita especulação. Em 1944, Vélez
cometeu suicídio.
Vida antes da fama Lupe
Vélez nasceu como María Guadalupe Villalobos Vélez na cidade de San
Luis Potosí o México. Seus pais eram um oficial do Exército e uma
cantora de ópera. Ela tinha um irmão e duas irmãs. O pai dela, que
viria a morrer em combate durante a Revolução Mexicana, se recusou em
deixá-la utilizar o sobrenome dele (Villalobos) no teatro, o que a
levou a utilizar o sobrenome de solteira de sua mãe (Vélez). Lupe foi
educada num colégio dirigido por freiras no Texas. Desde cedo, ela
tinha um temperamento forte e uma personalidade explosiva. Em 1924,
Vélez fez sua estreia no Teatro Principal na Cidade do México. No ano
anterior, ela havia se mudado para o Texas, onde começou a atuar em
peças de teatro vaudeville e a trabalhar como assistente de vendas.
Logo em seguida, ela se mudou para a Califórnia, onde conheceu a
comediante Fanny Brice, que promoveu sua carreira de dançarina. Em 1924
Vélez começou sua carreira no cinema, estrelando em filmes do cineasta
Hal Roach.
Carreira O
primeiro longa metragem de Vélez foi The Gaucho (1927), estrelado por
Douglas Fairbanks. No ano seguinte, ela foi nomeada uma das estrelas
mais promissoras do cinema pela Associação de Anunciantes de Cinema do
Oeste (em inglês: Western Association of Motion Picture Advertisers).
Na maioria de seus primeiros filmes, Vélez estrelava em papéis de
beldades étnicas, como hispânicas, indígenas, francesas, russas e até
mesmo asiáticas. Vélez trabalhou sob a direção de cineastas famosos
como Victor Fleming em The Wolf Song (1929), co-estrelado por Gary
Cooper; D.W. Griffith em Lady of the Pavements (1928) e Cecil B. de
Mille em The Squaw Man (1931). No final da era silenciosa de Hollywood,
Vélez era uma das maiores estrelas do cinema, rivalizando até mesmo com
Clara Bow. Com o advento do cinema falado, Vélez achou seu nicho nas
comédias, interpretando bonitas mais voláteis companheiras de astros do
gênero. Dentre seus filmes mais conhecidos desta fase de sua carreira
estão Hollywood Party, ao lado de Laurel and Hardy e Palooka, ao lado
de Jimmy Durante, ambos de 1934. Ela também estrelou em High Flyers
(1937), contracenando com Wheeler & Woolsey.
Nele, fez imitações de Simone Simon, Dolores del Río e Shirley Temple. Vélez
já estava beirando os 30 anos de idade e ainda não havia se tornado uma
grande estrela de cinema. Desapontada, ela trocou Hollywood pela
Broadway. Em Nova Iorque, ela conseguiu um papel em You Never Know,
breve musical de Cole Porter. Após o término de You Never Know, Vélez
procurou trabalho na indústria cinematográfica de outros países.
Retornando a Hollywood em 1939, ela conseguiu o papel principal num
filme B da RKO Pictures, The Girl from Mexico. Ela teve uma química tão
boa com seu coadjuvante Leon Errol que a RKO gravou uma sequência,
Mexican Spitfire, que se tornou uma série de filmes de sucesso. Os
filmes da série Spitfire rejuvenesceram a carreira estagnada de Vélez,
que nos próximos anos estrelaria em comédias e musicais da RKO,
Universal Pictures e Columbia Pictures. Num de seus últimos filmes
Redhead from Manhattan, ela interpretou dois papéis: o primeiro num
sotaque cômico e o outro em sua verdadeira voz, que era
surpreendentemente fluida e aprsentava apenas traços de sotaque
mexicano. Lupe Vélez era muito popular com as audiências hispânicas.
Em 1938 e em 1943, ela retornou ao México e lá estrelou os filmes La
Zandunga e Nana, uma adaptação da obra homônima de Émile Zola,
respectivamente. Ambos foram muito bem recebidos e ela acabaria
voltando para Hollywood.
Vida pessoal Vélez
teve uma série de romances altamente explorados pela mídia, incluindo
um emocionalmente devastador com Gary Cooper, antes de se casar com o
atleta olímpico e astro dos filmes de Tarzan Johnny Weissmuller em
1933. Sobre o romance dela com Cooper, Marlene Dietrich, co-estrela
dele em Morrocco, disse que "Gary estava completamente sob o controle
de Lupe". O turbulento casamento com Weissmuller durou cinco anos; o
casal se separou e reconciliou repetidas vezes antes de se divorciar em
1938. Outros com quem Vélez teria se relacionado incluem Charles
Chaplin, Errol Flynn e John Gilbert.
Morte Na
metade da década de 1940, Vélez teve um relacionamento com o jovem ator
Harald Maresch, engravidando dele. De acordo com sua fé católica, ela
se recusou em fazer um aborto. Incapaz de enfrentar o medo de dar à luz
a um filho ilegítimo, Vélez decidiu cometer suicídio. Sua carta de
suicídio dizia: "Para Harald. Que Deus o perdoe e perdoe a mim também,
mas prefiro tirar minha vida e de nosso bebê do que trazer vergonha a
ele ou matá-lo. Lupe". Ela se deitou após tomar uma dose excessiva de
remédios para dormir. De acordo com a mídia, o corpo de Vélez foi
encontrado por sua secretária e amiga Beulah Kinder. Em 1965, Andy
Warhol dirigiu o filme Lupe, estrelado por sua musa Edie Sedgwick e
baseado na vida de Vélez. O filme sugere que ela foi encontrada com a
cabeça na privada devido à náusea causada pela overdose.
De
acordo com um outro relato, ela teria tropeçado e caído com a cabeça
dentro da privada, afogando até a morte. Entretanto, Kinder afirmou que
encontrou Vélez descansando pacificamente em sua cama. Há ceticismo
em relação à versão de que Vélez teria tirado a própria vida
simplesmente por vergonha de carregar um filho ilegítimo. Durante toda
sua vida, ela demonstrou sinais de mania e depressão. Consequentemente,
foi sugerido que Vélez sofria de transtorno bipolar que, se não
tratado, pode levar ao suicídio. De acordo com Rosa Linda Fregoso,
Vélez era conhecida por desafiar as convenções morais de sua época,
sendo pouco provável que ela não soubesse lidar com uma gravidez
indesejada. Lupe Vélez está enterrada na Rotonda de las Personas
Ilustres, na Cidade do México. Vélez possui uma estrela na Calçada da
Fama, no número 6925 do Hollywood Boulevard.
Referências na cultura popular No
primeiro episódio da sitcom estadunidense Frasier, a produtora do
personagem-título, Roz Doyle, tenta melhorar a perspectiva de vida dele
contando lhe a história de "Lupe Vélez, vista da última vez com a
cabeça na privada". Quando Frasier pergunta a ela como aquela história
vai fazer ele se sentir melhor consigo mesmo, Roz responde que às vezes
as coisas não saem da maneira como planejado, mas podem dar certo no
final. "Tudo o que ela queria era ser relembrada. Você jamais esquecerá
esta história", ela acrescenta.
A
lenda urbana de que Vélez teria morrido com a cabeça dentro da privada
também é mencionada no episódio "Homer's Phobia", da oitava temporada
do seriado de animação The Simpsons. Nele, o personagem interpretado
pelo ator convidado John Waters faz um passeio pelo bairro comercial de
Springfield com a família Simpson. Lá, ele mostra à família a loja onde
Vélez teria comprado a privada na qual afogou. |