SOMBRA E AGUA Recordarás aquela quebrada caprichosa de onde os aromas palpitantes treparam, de quando em quando um pássaro vestido com água e lentitude: traje do inverno. Recordarás dos dons da terra: irascível fragrância, barro de ouro, ervas do matagal, locas raízes, sortilégios espinhos como espadas. Recordarás o ramo que te trouxe, ramo de sombra e água com silêncio, ramo como uma pedra com espuma. E aquela vez foi como nunca e sempre: vamos ali donde no espera nada e falamos tudo o que está esperando. PABLO NERUDA |
SOMBRA E ÁGUA SONETO DE PABLO NERUDA
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setembro 05, 2016
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