AMOR-UM SONETO DE PABLO NERUDA

                             
                               AMOR
 .Amor, quantos caminhos há até chegar a um beijo,
que solidão errante há em tua companhia!
Passam os trens sós rodando com a chuva.
Em Taltal não amanheceu ainda a primavera.

Porém tu e eu, amor meu, estamos juntos,
juntos desde a roupa as raízes,
juntos com outono, da água, dos quadris,
até ser só tu, só eu juntos

Pensar que custa tantas pedras que leva ao rio,
a foz da água de Boroa,
pensar que separados por trens e nações.

Tu e eu tínhamos que simplesmente amarmo-nos,
com todos confundidos, com homens e mulheres,
com a terra que implanta e educa os cravos.

PABLO NERUDA



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