PAIS E O ESPIRITISMO O
Dia dos Pais teve origem na antiga Babilônia, há mais de 4 mil anos. Um
jovem chamado Elmesu moldou em argila o primeiro cartão para o Dia dos
Pais com mensagens em que desejava sorte, saúde e longa vida ao seu pai.
Em
1909, a data surgiu nos Estados Unidos por Sonora Luise1 motivada pela
admiração que sentia pelo seu pai, William Jackson Smart. O interesse
pela data difundiu-se da cidade de Spokane para todo o Estado de
Washington e daí tornou-se uma festa nacional, oficializada em 1972
pelo então presidente Richard Nixon, sendo comemorada sempre no
terceiro domingo do mês de junho.
No Brasil, o Dia dos Pais
surgiu em meados da década de 50, pelo publicitário Sylvio Bhering2
celebrada inicialmente no dia 28 de fevereiro, dia em que comemora-se o
dia de São Joaquim, patriarca da família e, segundo a tradição da
igreja católica, também o Dia do Padrinho. Atualmente, o Dia dos Pais é
comemorado sempre no segundo domingo do mês de agosto.
A Paternidade
Em
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, Parte Segunda – Capítulo 10 -
"Ocupações e missões dos espíritos", encontramos a seguinte explicação
sobre a paternidade:
582 - Pode se considerar como missão a paternidade?
"É,
sem dúvida, uma missão, e é ao mesmo tempo um dever muito grande que
obriga, mais que o homem pensa, sua responsabilidade diante do futuro.
Deus colocou a criança sob a tutela de seus pais para que esses a
dirijam no caminho do bem, e facilitou a tarefa, dando à criança um
organismo frágil e delicado que a torna acessível a todas as
influências. Mas há os que se ocupam mais em endireitar as árvores de
seu pomar e as fazer produzir bons frutos do que endireitar o caráter
de seu filho. Se esse fracassa por erro deles, carregarão a pena e os
sofrimentos do filho na vida futura, que recairão sobre eles, porque
não fizeram o que deles dependia para seu adiantamento no caminho do
bem".
Segundo o livro “Nos Domínios da Mediunidade”, André Luiz3
, através da psicografia do médium Chico Xavier a paternidade vai além
da missão de educador; é abordada com enfoque maior ao progresso moral,
como evidencia o trecho a seguir [...] "A paternidade e a maternidade,
dignamente vividas no mundo, constituem sacerdócio dos mais altos para
o Espírito reencarnado na Terra, pois através dela a regeneração e o
progresso se efetuam com segurança e clareza" [...]
A
paternidade, segundo o espiritismo, significa receber preciosos
talentos, que conforme o ensino da Parábola dos Talentos encontrada em
O Evangelho de Mateus (25:14-29), devem ser movimentados com
inteligência para que produzam os juros devidos, ou seja, o
adiantamento daqueles por cuja educação nós tenhamos sido responsáveis,
é o momento de transição em que o homem deixa de ser filho para ser
pai, com responsabilidades com um outro ser.
José Herculano Pires4 aborda a questão da paternidade num enfoque maior à responsabilidade de educar em bases cristãs:
“A
Educação Cristã reformou o mundo, mas os homens a complicaram e
deturparam. A consciência do pecado pesou mais nas almas do que a
consciência da libertação em Cristo. Tomás de Aquino5 ensinou:
´...Mães, os vossos filhos são cavalos!´ Educar transformou-se em
domar, domesticar, subjugar. A repressão gerou a revolta e reconduziu o
mundo ao ateísmo e ao materialismo, à loucura do sensualismo.
A
Educação Espírita é a Renascença da Pedagogia Cristã. É nela que o
exemplo e o ensino do Cristo renascem na Terra em sua pureza primitiva.
Precisamos reformar os nossos conceitos de educação à luz dos
princípios espíritas e dos grandes exemplos históricos. Dizia uma
grande figura espiritualista inglesa, Annie Besant6 , que cada criança
e cada adolescente representam planos de Deus encarnados na Terra e
endereçados ao futuro. Aprendemos a respeitar essas mensagens divinas.
Lembremo-nos de nossa própria infância e se por acaso verificamos que
nossa mensagem se perdeu ao longo da existência, que nosso plano divino
foi prejudicado pelos homens, pelos maus exemplos e pelos ensinos
falsos, juremos perante o nosso coração que havemos de evitar esse
prejuízo para as novas gerações. Pais, sejamos mestres! Mestres,
sejamos pais!
Que cada rostinho de criança aberto à nossa
frente, como uma flor que desabrocha, nos desperte no coração o melhor
de nós mesmos, o impulso do amor. Que cada adolescente, na sua
inquietude e na sua irreverência - jovem ego que se afirma pela
oposição ao mundo - não provoque a nossa compreensão e a nossa ternura.
Para domar o potro precisamos de sela e das esporas, mas para educar o
jovem só necessitamos de amor. A educação espírita como no lar como uma
fonte oculta e deve ganhar a planície como um rio tranqüilo em busca do
mar” (PIRES, J. Herculano - Pedagogia Espírita, Edicel, 1985
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