A Parabola Do Rico Insensato a |
A PARÁBOLA DO RICO INSENSATO
(Lucas, capítulo 12º, versículos
Havia um homem muito rico, que possuía muitas terras. Centenas de escravos trabalhavam nelas.
Grandes
e muitas eram as plantações de trigo. Muito bem
preparados eram também os campos em que os escravos cuidavam da
cultura do centeio, da cevada e da ervilhaca. Os vinhedos se estendiam
pela planície imensa. E os pastos verdes, onde os rebanhos
se multiplicavam, iam até as montanhas distantes...
E
cada vez mais o homem se enriquecia. Exportava seus produtos para
os países vizinhos. Os mercadores de Tiro, de Sidon, de
Esmirna e de Damasco estavam sempre em sua casa, realizando e
combinando grandes negócios...
O
rico fazendeiro havia mandado construir grandes depósitos
para suas colheitas. Mas, os celeiros, embora enormes, já eram
insuficientes para armazenar os frutos de seus campos de cultura...
Um
dia, ele pensou: “Que farei? Os celeiros já estão
pequenos... Não tenho mais onde recolher tantos frutos...”
E preocupado com suas colheitas, cada vez maiores, resolveu derrubar os celeiros e construir outros muito maiores...
Mandou chamar os melhores construtores do país e foram edificados vários celeiros gigantescos.
E
o grande agricultor ficou satisfeito quando contemplou, finalmente, as
novas e imensas construções em sua rica e bem
cuidada fazenda. Agora estava tranqüilo. Os celeiros eram enormes
e neles caberia toda a produção de seus campos...
Disse aos amigos, aos construtores e aos servos:
—
Agora poderei viver tranqüilo muitos anos... Os celeiros podem
armazenar todas as colheitas e tão cedo não será
preciso aumentá-los. Posso agora, finalmente, viver sossegado e
pensar somente na exportação dos produtos...
E
à noite, muito satisfeito, antes de deitar-se, ao invés
de orar, raciocinava e dizia a si mesmo: “O alma! Tens em
depósito muitas riquezas, para muitos e muitos anos!
Descanse, come, bebe, alegrete.
E
o rico deitou-se, muito orgulhoso de sua fortuna, confundindo
corpo e alma, tão grande era sua ignorância das coisas
espirituais... Deitou-se sem um pensamento para Deus. Só
imaginava que poderia, daquele dia em diante, viver sem
preocupações, pois teria riquezas acumuladas para muitos
anos...
Assim pensava o rico, mas, Deus pensava de outra maneira.
O rico pensava que era inteligente, mas, Deus achava que ele era simplesmente um homem sem juízo...
E nessa mesma noite, após a inauguração dos celeiros e os pensamentos de orgulho do rico, Deus disse: Insensato, esta noite tua alma será chamada; e o que tanto juntaste para quem será?
E
sem que ninguém soubesse como, nem a que hora, nessa noite o
rico morreu, sem um gemido e sem uma prece, no seu leito luxuoso...
Seus
planos de tranqüilidade para o futuro foram inúteis.
Ele não sabia que o futuro pertence somente a Deus... De nada
lhe valeram os celeiros recheados de frutos e cereais. Inútil
foi juntar tanta riqueza, sem nunca haver pensado em Deus nem nas
necessidades do próximo. Morreu sem fé e sem
humildade no coração. Suas riquezas de nada lhe
valeram na Pátria Espiritual, porque ele nunca as
utilizou para o bem dos outros. O que tem valor na Eternidade
ele não possuia, porque nunca havia juntado “tesouro no
Céu”, mas, somente na terra...
“Assim
é aquele — diz Jesus, terminando a Parábola —
que, para si, junta tesouros e não é rico para com Deus
*
Compreendeu, filhinho, a Parábola do Rico Insensato?
Ele
era um homem avarento: só pensava em juntar riquezas materiais.
Só se preocupava em aumentar sua fortuna. Nunca pensou que
pudesse ser chamado para a Eternidade, repentinamente. É que ele
só confiava no dinheiro. Não pensava em Deus, nem na vida
futura, nem nas necessidades dos pobres e dos escravos de sua
fazenda. O poder que governa o mundo está nas mãos de
Deus, mas, ele pensava que estava na força do seu dinheiro.
Que
resultou dessa insensatez, dessa grande falta de juizo? A morte o
colheu de repente e seu espírito penetrou no Mundo
Invisível nas piores condições, cego e sem
luz. Sabe por que? Porque não se preparou espiritualmente para a
existência no Além; porque, não havia bondade em
seu coração, nem possuia fé em Deus, nem conhecia
as leis da Vida Superior.
Triste destino, não acha?
Que
a história do rico sem juízo e avarento mostre ao
seu coraçãozinho, desde agora, aquilo que Jesus ensinou
ao povo, quando contou esta parábola:
é preciso evitar toda a avareza, porque a vida de uma pessoa não consiste na abundância das coisas que possui.
Que você, filhinho, aprenda a ser rico para com Deus. E
há de ser, se em lugar da avareza, você cultivar a
caridade; se em lugar de riquezas ilimitadas, você buscar
enriquecer-se de conhecimento das leis divinas. Assim, você
praticará a vontade de Deus, agora e mais tarde, quando
você crescer...
Que
você seja rico, muito rico mesmo, de fé, de humildade, de
amor fraterno, de esperança, de Espírito de
serviço, de pureza. Essa são as riquezas de Deus, que
valem neste mundo e no mundo futuro — na Eternidade
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