SERTÃO E SERTANEJO

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SERTÃO E SERTANEJO
O sertão, também conhecido como sertão nordestino, é uma das quatro sub-regiões da Região Nordeste do Brasil, sendo a maior delas em área territorial. Estende-se pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, atingindo ainda a Mesorregião Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha no estado de Minas Gerais.Ao contrário dos demais semidesertos do mundo, o sertão não margeia um grande deserto, mas sim zonas úmidas. Isso explica suas peculiaridades biomáticas e sua atipicidade demográfica.  Compreende as áreas dominadas pelo clima tropical semiárido (quente e seco),  apresentando temperaturas médias elevadas, entre 25 ºC e 30 °C (ultrapassando os 42 ºC nos dias mais quentes somente no Raso da Catarina na Bahia e no centro-sul do Piauí) e duas estações bem definidas: uma chuvosa e outra seca. As chuvas concentram-se em apenas três ou quatro meses do ano, e pluviosidade no Sertão atinge a média de 750 milímetros anuais, sendo que em algumas áreas chove menos de 500 milímetros ao ano.

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História
Há duas versões para explicar a origem da palavra Sertão durante a colonização do Brasil pelos portugueses. A primeira sustenta que ao saírem do litoral brasileiro e se interiorizarem, perceberam uma grande diferença climática nessa região semiárida. Por isso, a chamavam de "desertão", ocasionado pelo clima quente e seco. Logo, essa denominação foi sendo entendida como "de sertão", ficando apenas a palavra Sertão. A segunda versão, mais confiável, descreve a palavra como sendo derivada da palavra latina "sertanus", que significa área deserta ou desabitada, que por sua vez deriva de "sertum", que significa bosque.O primeiro processo do país de interiorização ocorreu nessa região, entre os séculos XVI e XVII, com o deslocamento da criação de gado do litoral, devido à pressão exercida pela expansão da lavoura de cana-de-açúcar, que era o principal produto de exportação da economia colonial. A área foi conquistada por povoadores de origem europeia com escassos recursos e o desenvolvimento da pecuária possibilitou o desbravamento nos sertões. Os caminhos de boiadas assim criados permitiram a articulação e o intercâmbio entre o litoral nordestino e o interior, dando origem a diversas cidades. O rio São Francisco constituiu uma via natural de entrada para o Sertão, ampliando a extensão da área envolvida nessas trocas.

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Geografia 

Clima 

Cabaceiras, no sertão da Paraíba, possui o menor índice pluviométrico do Brasil, com apenas 350 milímetros de chuva por ano.[3]
savana estépica, chamada no Brasil de caatinga, é a vegetação predominante do sertão.
 
O Sertão é a sub-região que apresenta o menor índice pluviométrico de todo o país.  A escassez e a distribuição irregular das chuvas nessa área devem-se, sobretudo, à dinâmica das massas de ar e, também à influência do relevo. As chuvas geralmente ocorrem entre os meses de dezembro e abril.[5] [6] Porém em certos anos, não ocorrem precipitações nesse período e a estiagem pode se prolongar dando origem às secas.
Os mecanismos indutores de pluviosidade na região são a umidade da Amazônia, a Zona de Convergência Intertropical e as frentes frias que organizam instabilidades sobre o Sertão. Entretanto, observa-se a irregularidade na atuação desses sistemas meteorológicos devido a inúmeros fatores. Seu período chuvoso depende crucialmente da temperatura no Oceano Atlântico e da ocorrência dos fenômenos El Niño e La Niña. As áreas que apresentam menor pluviosidade estão localizadas no Vale do São Francisco, entre a Bahia e Pernambuco, e nas escarpas do planalto da Borborema, no estado da Paraíba.
A ocorrência das secas está diretamente relacionada ao fenômeno do aquecimento das águas do Oceano Pacífico,  nas proximidades da costa oeste da América do Sul, denominado El Niño. Esse aquecimento do Pacífico ocorre em períodos irregulares de três a sete anos  interferindo na circulação dos ventos em escala global, e consequentemente, na distribuição das chuvas no Sertão nordestino. Elas acarretam grandes prejuízos aos proprietários rurais, que perdem suas lavouras e criações, e à população em geral, que sofre com a falta de alimentos e água potável nessa sub-região do Nordeste. A área atingida pela seca equivale a três vezes o estado de São Paulo. As chuvas esporádicas e o auxílio emergencial não podem fazer esquecer a necessidade de se criarem alternativas eficazes para combater o problema. Uma alternativa para garantir água durante a seca na zona rural são as cisternas, com capacidade para 15 mil litros custa cerca de R$ 1,8 mil e podem abastecer uma família de cinco pessoas por sete a oito meses de estiagem. 
Mapa dos municípios que compõem o clima semiárido brasileiro conforme delimitação feita peloMinistério da Integração Nacional em 2005.

Polígono das Secas 

 
Com o propósito de facilitar ações para combater as secas e amenizar os seus efeitos sobre a população sertaneja, o governo federal delimitou em 1951,[6] [8] [nota 1] o chamado Polígono das Secas.
Inicialmente, o Polígono abrangia cerca de 950 000 quilômetros quadrados,  estendendo-se pelas áreas de clima semiárido. Entretanto, após a ocorrência de grandes secas, a área do Polígono foi ampliada, alcançando parte do estado de Minas Gerais, também atingido pelas estiagens.
Diversos órgãos do governo são responsáveis pelo combate às secas, especialmente o DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), que coordena programas de irrigação, construção de poços artesianos e açudes, bem como outras funções, visando amenizar os problemas da população.

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Caatinga 

 
Estepe, chamada de Caatinga no Brasil, é a vegetação predominante em todo Sertão e em parte do Agreste. Ela ocupa as áreas de clima semiárido, resistindo às secas através de adaptações naturais, é um tipo de vegetação xerófila de semidesertos.

Demografia 

Centros urbanos 

Fortaleza no Ceará é a única capital nordestina localizada na região geográfica do Sertão.
O seu maior polo geopolítico e civilizacional fica na sua parte mais setentrional e costeira, ou seja, Fortaleza, que também é uma das nove capitais da região.
O sertão também conta com importantes cidades polos e centros urbanos que exercem significativa influência na região tais como: PetrolinaSerra TalhadaArcoverde e Araripina em PernambucoPatosPombalPiancóMonteiroSousa e Cajazeiras na ParaíbaVitória da Conquista (a maior cidade do interior do Sertão nordestino), JuazeiroJequiéBarreirasPaulo Afonso e Jacobina na BahiaPicos no PiauíJuazeiro do NorteSobral,Icó e Crato no CearáMossoró e Caicó no Rio Grande do NorteSantana do Ipanema e Delmiro Gouveia em AlagoasMontes ClarosPirapora,JanuáriaJanaúbaItaobim e Almenara no norte de Minas Gerais.

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Regiões metropolitanas 

O sertão possui sete regiões metropolitanas oficiais, sendo a mais importante, a Região Metropolitana de Fortaleza. Abaixo segue a população de cada uma. Os dados são de 2010.
Posição Região metropolitana Estado População Imagem de satélite
1 Fortaleza Ceará 3 610 379
2 Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento do Polo Petrolina e Juazeiro Pernambuco e Bahia 742 759
4 Cariri Ceará 537 860
5 Patos Paraíba 224 550
6 Cajazeiras Paraíba 167 979
7 Vale do Piancó Paraíba 146 605


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Cultura 

Espetáculo "Chuva de Bala" nosfestejos juninos de Mossoró, Rio Grande do Norte.
O sertão compete com a Zona da Mata pelos melhores carnavais da região. O mesmo ocorre com o São João, já que o Agreste possui os maiores, porém o sertão compete com muitos dos melhores festivais, dentre os quais se destacam o de Patos e Mossoró. No litoral semiárido, também existe a cultura do jangadeiro setentrional, tido como o arquétipo do cearense, mas que não reflete tanto o sertanejo meridional, sem litoral. O principal ritmo nativo do Sertão é o forró.
Muito embora não seja divulgado na grande mídia, a região do sertão é farta no tocante à cultura da poesia popular. É imensa a quantidade de pessoas com habilidade na arte da rima e no improvisar de versos. Através desses repentista, algumas canções tornaram-se conhecidas nacionalmente: como exemplo, a música "Mulher nova bonita e carinhosa", conhecida na interpretação da cearense Amelinha e do paraibano Zé Ramalho é de autoria do cantador repentista pernambucano, Otacílio Batista. Outro exemplo é a música "A volta da asa branca", de autoria de Zé Dantas, outro sertanejo pernambucano, da cidade de Carnaíba. 
A cultura norte-mineira é uma das mais ricas do Brasil e se difere em cada região, mas se baseia em festas religiosas e folclóricas como levantamento de mastro e os famosos Catopês das Festas de Agosto em Montes Claros. Tem forte influência das lendas e crenças que rondam o Rio São Francisco nas cidades ribeirinhas como JanuáriaPiraporaManga entre outras. Na região do Grande Sertão Veredas, existe a forte tradição da Folia dos Três Reis Magos, que acontece todos os anos no início do ano: os foliões passam de casa em casa e são servidos pão de queijo feito no forno caipira, pinga e café. Uma grande festa na casa de um dos foliões ou devoto fecha a celebração. O vale do Jequitinhonha é também bastante rico culturalmente. 

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Cronologia 

Patos na Paraíba, uma importante cidade do Sertão Nordestino.
  • Século XVII: O sertão é a última região a leste de Tordesilhas a ser conquistada aos nativos (curiosamente a costa de latitude similar foi das primeiras a tal - a questão hidro-geológica explica bastante), no entanto a pioneira na grande pecuária que se desenvolve nas principais bacias da zona (São Francisco, Jaguaribe, Piranhas-Açú, alto Paraíba, etc).
  • Século XVIII: Um colono luso-nordestino radicado na estepe franciscana lidera os emboabas rumo a vitória contra os paulistas na direção do alto São Francisco.
  • Século XIX: A decadência da pecuária é compensada pelo boom do algodão exportado para o noroeste inglês a exemplo de Liverpool.
  • Século XX: Grandes levas de sertanejos pós-boom do algodão vão na direção da Amazônia onde conquistam o Acre, mas também vão a outros biomas do próprio Nordeste nas sedes estaduais e outras regiões (principalmente SP). Muitas personalidades e famosos de várias zonas do país fora da estepe descendem diretamente de sertanejos em várias gerações.
  • XXI: A transposição do rio São Francisco gera novas expectativas para o retorno da estepe a grande economia interna e externa a exemplo do que já ocorre na bacia do Jaguaribe, Açú, São Francisco, dentre outros, onde há forte exportação de frutas tropicais para o mercado do norte europeu e até mesmo a única zona vinícula semi-equatorial do mundo, com duas safras por ano. Este vinho único descende de sementes ítalo-estadunidenses, já que as trazidas da Itália para o planalto meridional (região inicial de plantio) não se adaptaram as condições destas longitudes americanas.

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