BORBOLETA-AZUL(Maculinea alcon) A
borboleta-azul (Maculinea alcon), é uma borboleta da família Lycaenidae
que pode ser encontrada na Europa e Ásia setentrional. Pode ser vista
durante o verão. Como outras espécies de Lycaenidae, no seu estádio
larvar (lagarta) depende do apoio de certas formigas; como tal é
designada como uma espécie mirmecófila.
Ciclo de vida Esta
borboleta deposita os seus ovos na genciana-de-turfeiras (Gentiana
pneumonanthe); na região dos Alpes são às vezes encontrados na Gentiana
asclepiadea). As lagartas não comem outras plantas.
As
larvas abandonam a planta após crescerem suficientemente (4º instar) e
aguardam no solo abaixo até serem encontradas por formigas. As larvas
emitem químicos superficiais (alomonas) muito semelhantes às das larvas
das formigas, levando as formigas a transportarem as larvas da
borboleta para os seus ninhos colocando-as juntamente com as suas
larvas; ali são alimentadas pelas formigas operárias e devoram as
larvas de formiga.
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- Quando
a larva da borboleta está totalmente desenvolvida transforma-se em
pupa. Quando o adulto emerge tem de empreender a fuga do ninho de
formigas. Estas reconhecem a borboleta como um intruso, mas quando
tratam de atacá-la com as suas mandíbulas não conseguem agarrá-la pois
a borboleta possui uma camada espessa de escamas que se soltam
facilmente.
Parasitismo e predadores Com
o tempo, algumas colónias de formigas parasitadas desta forma alteram
ligeiramente as alomonas das larvas como forma de defesa, levando a uma
"corrida às armas" evolucionária entre as duas espécies.
De
um modo geral, as espécies de Lycanidae que têm uma relação mirmecófila
com as formigas do género Myrmica apresentam especificidade de
hospedeiro. A borboleta-azul é diferente neste aspecto pois usa
diferentes espécies de hospedeiros em diferentes regiões da Europa.
Entre elas enconram-se Myrmica scabrinodis, Myrmica ruginodis, e
Myrmica rubra.
As
larvas de borboleta-azul são procuradas debaixo do solo pela vespa
Ichneumon eumerus. Ao detectar uma larva de borboleta-azul, a vespa
entra no ninho e dispersa uma feromona que faz com que as formigas do
ninho se ataquem mutuamente. Na confusão resultante, a vespa localiza a
larva da borboleta e injecta-a com os seus próprios ovos. No estádio de
pupa da borboleta, os ovos de vespa eclodem e as larva da vespa
consomem a pupa por dentro.
Em Portugal Em
Portugal encontra-se fortemente ameaçada. Pode ser encontrada no Alvão
e no Barroso. A maior colónia encontra-se no Parque Natural do Alvão,
em Lamas de Olo.
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