O AÇAI |
Etimologia
O termo "Açaí" é oriundo do tupi yasa'i, "fruta que chora", numa alusão ao sumo desprendido pelo seu fruto .
Descrição
Espécie monocotiledônea nativa da várzea da região amazônica, especificamente dos seguintes países: Venezuela, Colômbia, Equador, Guianas, e Brasil (estados do Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão, Rondônia, Acre e Tocantins), assim como em Trinidad e Tobago e nas bacías doPacífico na Colômbia e no Equador A Festa da Juçara do Maranhão refere-se ao açaí.
O açaí é um alimento muito importante na dieta dos nortistas do Brasil, onde seu consumo remonta aos tempos pré-colombianos. Hoje em dia, é cultivado não só na Região Amazônica, mas em diversos outros estados brasileiros, sendo introduzido no resto do mercado nacional durante osanos oitenta e noventa. Os
estados do Pará e Amazonas, no Brasil, são os maiores produtores da
fruta, sendo, juntos, responsáveis por mais de 85% da produção mundial.
O açaí é considerado, por muitos, uma iguaria exótica, sendo apreciada
em várias regiões do Brasil e do mundo.
O açaizeiro é semelhante à palmeira-juçara (Euterpe edulis Mart.) da Mata Atlântica, diferenciando-se porque cada planta de juçara tem somente um caule mas os açaís crescem em touceiras de 4 a 8 estipes (troncos de palmeira) cada um de 12 m de altura e 14 cm de diâmetro ponto-médio e podendo chegar até uns 20 metros.[
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Usos
O açaí é muito consumido como suco ou pirão e cujo gomo terminal constitui o palmito. Assim, pode ser consumido na forma de bebidas funcionais,
doces, geleias e sorvetes. O fruto é colhido por trabalhadores que
sobem nas palmeiras com auxílio de um trançado de folhas amarrado aos
pés - apeconha.
Para
ser consumido, o açaí deve ser primeiramente despolpado em máquina
própria ou amassado manualmente (depois de ficar de molho na água),
para que a polpa se solte e, misturada com água, se transforme em um
suco grosso também conhecido como vinho do açaí.
Na Amazônia, o açaí é consumido tradicionalmente junto com farinha de mandioca ou tapioca geralmente gelado. Há quem prefira fazer um pirão com farinha e comer junto com peixe assado ou camarão, ou mesmo os que preferem o suco com açúcar.
Além
do uso de seus frutos como alimento ou bebida, o açaizeiro tem outros
usos comerciais. As folhas podem ser feitas em chapéus, esteiras,
cestos, vassouras de palha e telhado para casas, e madeira do tronco,
resistentes a pragas, para construção civil.[8] Os troncos da árvore podem ser processados para produzir minerais. O palmito é amplamente explorado como uma iguaria. . O óleo de açaí também possui diversas propriedades químicas que causam efeitos benéficos no corpo humano.
As sementes limpas são muito utilizadas para o artesanato.
Nas demais regiões do Brasil, o açaí é preparado da polpa congelada batida com xarope de guaraná,
gerando uma pasta parecida com um sorvete, ocasionalmente adicionando
frutas e cereais. Conhecido como açaí na tigela, é um alimento muito
apreciado por frequentadores de academias e desportistas, já que as
propriedades estimulantes presentes no fruto são semelhantes às
encontradas no café ou em bebidas energéticas. O açaí também ajuda na
eliminação de resíduos do corpo, garantindo saúde para seus
consumidores.
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Importância comercial
O
açaí é de grande importância para a sua região de cultivo em virtude de
sua utilização constante por grande parte da população, principalmente
os ribeirinhos. Nas condições atuais de produção e comercialização, a
obtenção de dados exatos é quase impossível, devido à falta de controle
nas vendas, bem como à inexistência de uma produção racionalizada, uma
vez que a matéria-prima consumida se apoia pura e simplesmente no
extrativismo e comercialização direta. Nos estados do Amazonas e Pará,
principais produtores, o consumo de açaí, em litros, chega a ser o
dobro do consumo de leite.
Neste
sentido, constitui-se num item de alimentação fundamental para muitas
pessoas. A exportação em grande escala, entretanto, tem ocasionado uma
diminuição significativa na qualidade do suco consumido pela população
de baixa renda que, para consumir o fruto com uma qualidade razoável
necessitaria pagar mais caro, inviabilizando sua aquisição. Uma
alternativa comumente buscada por essa pessoas é a chula, um suco ralo feito a partir do açaí.
A mistura com água e outros ingredientes, promovida fora da Região Norte do Brasil,reduzindo
a participação efetiva de açaí na mistura, é devido ao alto custo que
seria exportar açaí do Norte, para outras regiões do país. Para se
tornar economicamente viável, comerciantes passaram a misturar o açaí
original, adquirido a alto custo, com outros elementos de menor valor econômico,
viabilizando a venda. O detalhe é que isso gerou uma distorção na
concepção de consumo da fruta: muitos brasileiros não sabem que o fruto
é nativo do Norte ou que é consumido puro. Na Região Norte, tanto
humildes ribeirinhos (moradores tradicionais das margens dos rios) como
as classes econômicamente mais favorecidas dos grandes centros urbanos
consomem açaí sem os artifícios comumente empregados em outras regiões
do país, considerando o açaí de duas classes: o açaí integral, sem tais
artifícios, e o açaí misturado, que é aquele no qual se acrescenta água
para dar mais volume e muitas das vezes até amido com intuito de obter
mais consistência, comercializado com frequência em todo o país.
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Apesar do alto teor de gordura do açaí, trata-se em grande parte de gorduras monoinsaturadas (60%) e poliinsaturadas (13%), também presentes no abacate. Estas gorduras são benéficas e auxiliam na redução do colesterol ruim (LDL, melhoram o HDL, contribuindo na prevenção de doenças cardiovasculares como o infarto do coração e previnem, até mesmo obesidade, problemas de memória e fraqueza física). A antocianina, pigmento que tinge os dentes com a cor arroxeada, possui grande capacidade de combate aos radicais livres,moléculas que destroem as células sadias do nosso corpo. |
Origem Popular
De acordo com o folclore brasileiro, existia uma tribo indígena muito
numerosa onde hoje se encontra a Cidade de Belém. Como os alimentos
estavam escassos, era difícil conseguir comida para toda a tribo.
Então, o cacique Itaki
tomou uma decisão muito cruel. Resolveu que, a partir daquele dia,
todas as crianças recém-nascidas seriam sacrificadas para evitar o
aumento populacional daquela tribo da floresta.
Até
que um dia a filha do cacique, chamada Iaçá, deu à luz uma menina que
também teve de ser sacrificada. Iaçá ficou desesperada, chorava todas
as noites de saudades. Ficou vários dias enclausurada em sua oca e pediu a Tupã que mostrasse ao seu pai outra maneira de ajudar seu povo, sem o sacrifício das crianças.
Certa
noite de lua, Iaçá ouviu um choro de criança. Aproximou-se da porta de
sua oca e viu sua filhinha sorridente, ao pé de uma grande palmeira.
Lançou-se em direção à filha, abraçando-a. Porém, misteriosamente, sua
filha desapareceu.
Iaçá,
inconsolável, chorou muito até morrer. No dia seguinte, seu corpo foi
encontrado abraçado ao tronco da palmeira. Porém, no rosto, trazia,
ainda, um sorriso de felicidade. Seus olhos estavam em direção ao alto
da palmeira, que se encontrava carregada de frutinhos escuros.
Itaki,
então, mandou que apanhassem os frutos, obtendo um vinho avermelhado
que batizou de Açaí ("Iaçá" invertido), em homenagem a sua filha .
Alimentou seu povo e, a partir deste dia, suspendeu a ordem de
sacrificar as crianças.
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