ANGOLA(PAÍZ AFRICANO) Angola, oficialmente República de Angola, é um país da costa ocidental da África, cujo território principal é limitado a norte e a nordeste pela República Democrática do Congo, a leste pela Zâmbia, a sul pela Namíbia e a oeste pelo Oceano Atlântico. Inclui também o exclave de Cabinda, através do qual faz fronteira com a República do Congo, a norte. Para além dos vizinhos já mencionados, Angola é o país mais próximo da colónia britânica de Santa Helena. |
Os portugueses estiveram presentes em alguns pontos no que é hoje o território de Angola desde o século XV, interagindo de diversas maneiras com os povos nativos, principalmente com aqueles que moravam no litoral. A presença portuguesa na região iniciou-se no século XV, mas a delimitação do território apenas aconteceu no início do século XX. O primeiro europeu a chegar a Angola foi o explorador português Diogo Cão. Angola foi uma colónia portuguesa que apenas abrangeu o actual território do país no século XIX e a "ocupação efectiva", como determinado pela Conferência de Berlim em 1884, aconteceu apenas na década de 1920, após a resistência dos povos bundas e o sequestro de seu chefe, Mwene Mbandu Kapova. |
A independência do domínio português foi alcançada em 1975, depois de uma longa guerra de libertação. Após a independência, Angola foi palco de uma intensa guerra civil de 1975 a 2002, maioritariamente entre o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). Apesar do conflito interno, áreas como a Baixa de Cassanje mantiveram activos seus sistemas monárquicos regionais. No ano de 2000 foi assinado um acordo de paz com a Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), uma frente de guerrilha que luta pela secessão de Cabinda e que ainda se encontra activa. É da região de Cabinda que sai aproximadamente 65% do petróleo de Angola. |
O país tem vastos recursos naturais, como grande reservas de minerais e de petróleo e, desde 1990, sua economia tem apresentado taxas de crescimento que estão entre as maiores do mundo, especialmente depois do fim da guerra civil. No entanto, os padrões de vida angolanos continuam baixos; cerca de 70% da população vive com menos de dois dólares por dia, enquanto as taxas de expectativa de vida e mortalidade infantil no país continuam entre os piores do mundo, além da presença proeminente da desigualdade econômica, visto que a maioria da riqueza do país está concentrada em um setor desproporcionalmente pequeno da população. Angola também é considerado um dos países menos desenvolvidos do planeta pela Organização das Nações Unidas e um dos mais corruptos do mundo pela Transparência Internacional. |
HistóriaPrimeiros habitantes
Os habitantes originais de Angola foram caçadores-colectores Khoisan, dispersos e pouco numerosos. A expansão dos povos Bantu,
chegando do Norte a partir do segundo milénio, forçou os Khoisan
(quando não eram absorvidos) a recuar para o Sul onde grupos residuais
existem até hoje, em Angola (ver mapa étnico), na Namíbia e no Botsuana.
Os Bantu eram
agricultores e caçadores. Sua expansão, a partir da África
Centro-Ocidental, se deu em grupos menores, que se relocalizaram de
acordo com as circunstâncias político-económicas e ecológicas. Entre os
séculos XIV e XVII, uma série de reinos foi estabelecida, sendo o
principal o Reino do Congo que abrangeu o Noroeste da Angola de hoje e uma faixa adjacente da hoje República Democrática do Congo, da República do Congo e do Gabão; a sua capital situava-se em M'Banza Kongo e o seu apogeu se deu durante os séculos XIII e XIV. Outro reino importante foi o Reino do Ndongo,
constituído naquela altura a Sul/Sudeste do Reino do Congo. No Nordeste
da Angola actual, mas com o seu centro no Sul da actual República
Democrática do Congo, constituiu-se, sem contacto com os reinos atrás
referidos, o Reino da Lunda .
Em 1482 chegou na foz do rio Congo uma frota portuguesa, comandada pelo navegador Diogo Cão que
de imediato estabeleceu relações com o Reino do Congo. Este foi o
primeiro contacto de europeus com habitantes do território hoje
abrangido por Angola, contacto este que viria a ser determinante para o
futuro deste território e das suas populações.
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Período colonial
A partir do fim do século XV, Portugal seguiu
na região uma dupla estratégia. Por um lado, marcou continuamente
presença no Reino do Congo, por intermédio de (sempre poucos, mas
influentes) padres cultos (portugueses e italianos) que promoveram uma
lenta cristianização e introduziram elementos da cultura europeia. Por
outro, estabeleceu em 1575 uma feitoria em Luanda, num ponto de fácil
acesso ao mar e à proximidade dos reinos do Congo e de Ndongo.
Gradualmente tomaram o controle, através de uma série de tratados e
guerras, de uma faixa que se estendeu de Luanda em direcção ao Reino do
Ndongo. Este território, de uma dimensão ainda bastante limitada,
passou mais tarde a ser designado como Angola. Por intermédio dos
Reinos do Congo, do Ndongo e da Matamba, Luanda desenvolveu um tráfico
de escravos com destino a Portugal, ao Brasil e à América Central que
passou a constituir a sua base económica.
Os
holandeses ocuparam Angola entre 1641 e 1648, procurando estabelecer
alianças com os estados africanos da região. Em 1648, Portugal retomou
Luanda e iniciou um processo de conquista militar dos estados do Congo
e Ndongo que terminou com a vitória dos portugueses em 1671, redundando
num controle sobre aqueles reinos .
Entretanto,
Portugal tinha começado a estender a sua presença no litoral em
direcção ao Sul. Em 1657 estabeleceu uma povoação perto da actual
cidade de Porto Amboim, transferida em 1617 para a actual Benguela que
se tornou numa segunda feitoria, independente da de Luanda. Benguela
assumiu aos poucos o controle sobre um pequeno território a norte e
leste, e iniciou por sua vez um tráfego de escravos, com a ajuda de
intermediários africanos radicados no Planalto Central da Angola de
hoje.
Embora
tenha, desde o início da sua presença em Luanda e Benguela, havido
ocasionais incursões dos portugueses para lá dos pequenos territórios
sob o seu controle,
esforços sérios de penetração no interior apenas começaram nas
primeiras décadas do século XIX, abrandado em meados daquele século,
mas recomeçando com mais vigor nas suas últimas décadas. Estes
avanços eram em parte militares, visando o estabelecimento de um
domínio duradouro sobre determinadas regiões, e tiveram geralmente que
vencer, pelas armas, uma resistência maior ou menor das respectivas
populações
Em outros casos tratou-se, no entanto, apenas de criar postos avançados
destinados a facilitar a extensão de redes comerciais. Formas
particulares de penetração económica foram desenvolvidas no Sul, a
partir de Moçâmedes (hoje Namibe) .
Finalmente, houve naquele século a implantação das primeiras missões
católicas para lá dos perímetros controlados por Luanda e Benguela
No momento em que se realizou em 1884/85 a Conferência de Berlim,
destinada a acertar a distribuição de África entre as potências
coloniais, Portugal pode portanto fazer valer uma presença secular em
dois pontos do litoral, e uma presença mais recente
(administrativa/militar, comercial, missionária) numa série de pontos
do interior, mas estava muito longe de uma "ocupação efectiva" do
território hoje abrangido por Angola .
Perante
a ameaça das outras potências coloniais, de se apropriarem de partes do
território reclamada por Portugal, este país iniciou finalmente, na
sequência da Conferência de Berlim, um esforço que visava a ocupação de
todo o território da Angola actual. Dados os seus recursos limitados,
os progressos neste sentido foram, no entanto, lentos: ainda em 1906,
apenas 5% a 6% dos territórios podiam, com alguma razão, ser
considerados "efectivamente ocupados. .
Só depois do advento da República em Portugal, em 1910, a expansão do
Estado colonial avançou de forma mais consequente. Em meados dos anos
1920 estava alcançado um domínio integral do território, muito embora
houvesse ainda em 1941 um breve surto de "resistência primária", da
parte da etnia Vakuval.. Embora lento, este esforço de ocupação não deixou, porém, de provocar novas dinâmicas sociais, económicas e políticas
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