O BICHO PAPÃO



Bicho-papão

bicho-papãococo (ô), papa-gentepapãocucapapa-figotutubituboitatámanjaléu ou mumuca  é um ser imaginário das mitologias infantis portuguesa e brasileira, estando também presente no resto da península Ibérica, como na Galiza, na Catalunha e nas Astúrias.  O bicho-papão é a personificação do medo. É um ser mutante que pode assumir qualquer forma de bicho. É um ser ou animal frequentemente de aspecto monstruoso comedor de crianças, um papa-meninos. Está sempre à espreita e é atraído por crianças desobedientes.

O bicho-papão é uma figura fictícia mundialmente conhecida. É uma das maneiras mais tradicionais que os pais ou responsáveis utilizam para colocar medo em uma criança, no sentido de associar esse monstro fictício à contradição ou desobediência da criança em relação à ordem ou conselho do adulto. Desde a época das Cruzadas, a imagem de um ser assustador já era utilizada para gerar medo nas crianças. Os muçulmanos projetavam esta figura no rei Ricardo, Coração de Leão, afirmando que caso as crianças não se comportassem da forma esperada, seriam levadas escravas pelo melek-ric (bicho-papão): “Porta-te bem senão o melek-ric vem buscar-te”. A imagem do bicho-papão possui variações de acordo com a região. Segundo a tradição popular, o bicho-papão se esconde no quarto das crianças mal educadas, nos armários, nas gavetas e debaixo da cama para assustá-las no meio da noite. Outro tipo de bicho-papão surge nas noites sem luar e coloca as crianças mentirosas em um saco pra fazer sabão. Quando uma criança faz algo errado, ela deve pedir desculpas, caso contrário, segundo a lenda, receberá uma visita do bicho-papão.

O bicho-papão, tal como outros seres míticos como o homem do saco, sarronco ou a coca, é usado pelos pais para assustar e impedir que as crianças desobedeçam. Todas as suas representações estão associadas ao mal que pode ocorrer às crianças caso se afastem ou contrariem os pais; a expressão "porta-te bem senão vem o bicho-papão" induzia, assim, o respeito das crianças às ordens dos pais. Na Galiza, é um ser gigantesco,

mas pode também ser um trasgo ou duende. Mas, qualquer que seja a sua representação, o seu nome, que deriva do termo de conotação infantil "papar", revela a sua principal função: devorar crianças.
C. Cabral refere que, na Espanha, o papão tem um tamanho gigantesco, boca enorme, olhos de fogo e estômago de forno ardente Em Portugal, o papão é tema de uma antiga cantiga de embalar:
"Vai-te papão, vai-te embora
de cima desse telhado,
deixa dormir o menino
um soninho descansado."

Etimologia 

O nome "Papão" vem da expressão "papar", que tem o sentido de "comer", "devorar", pelo fato da principal característica atribuída ao monstro em geral ser a de comer criancinhas. O mesmo sentido tem a expressão "manjar", que deve ter originado o nome "manjaléu", provavelmente a partir de uma alteração de "manja-léguas", que possui a ideia de "veloz", "rápido".5"Tutu" é procedente do quimbundo kitu'tu.  "Boitatá" é oriundo do tupi mba'ê, coisa + ta'ta, fogo, com influência de mbói, cobra.  "Mumuca" possui provável origem indígena. Já "coco" e "cuca" são expressões populares usada para denominar várias bestas lendárias nas culturas latino-americana e hibérica.

Farronca

FarroncaSarronca ou Ronca é um ser da mitologia infantil portuguesa. Tal como o bicho-papão é um ser comedor de crianças desobedientes, que se portam mal e vão para para os lugares perigosos. Ela vem sempre que uma criança porta-se mal e aguarda as crianças desobedientes, escondida, nos locais onde as crianças não devem ir. A farronca não tem representação figurada mas emite um som, como o da Sarronca, muito assustador.

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