Matéria escura
Na cosmologia, matéria escura (ou matéria negra) é uma forma postulada dematéria que
só interage gravitacionalmente (ou interage muito pouco de outra
forma). Sua presença pode ser inferida a partir de efeitos gravitacionais sobre a matéria visível, como estrelas e galáxias.
No modelo cosmológico mais aceito, o ΛCDM, que tem obtido grande sucesso na descrição da formação da estrutura em grande escala do universo,
a componente de matéria escura é fria, isto é,
não-relativística. Nesse contexto, a matéria
escura compõe cerca de 23% da densidade de energia do universo. O restante seria constituído de energia escura, 73% e a matéria bariônica, 4%.
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Evidências observacionais
As
observações de sistemas astrofísicos que indicam a
existência de matéria escura são diversas e muitas
vezes baseadas em técnicas experimentais diferentes. São
exemplos clássicos dessas observações: as curvas
de rotação de galáxias, a aplicação do teorema do virial a aglomerados de galáxias e a análise das anisotropias da radiação cósmica de fundo em micro-ondas.
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Candidatos à matéria escura
Os
candidatos teóricos mais populares à matéria
escura não-bariônica são: os áxions, os
neutrinos estéreis e as WIMPs - partículas massivas que interagem fracamente, do inglês weak interacting massive parcticle.
É também possível que uma pequena parte da
matéria escura seja bariônica, existente em forma objetos
massivos compactos, MACHOs, que por emitirem pouca radiação são difíceis de serem detectados.
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Deteção de matéria escura
Atualmente existe um grande debate sobre a deteção de matéria escura. O experimento Dama/Libra diz
ter feito uma deteção indireta, via
observação da variação sazonal do
número de eventos, efeito relativo à
variação da velocidade da Terra em relação
ao halo galáctico de matéria escura. Contudo esse
resultado é incompatível com os resultados de
vários experimentos de deteção direta, como por
exemplo o CDMS-II 2 , o XENON10 3 , e o ZEPLIN-III 4 .
Novos experimentos, maiores e mais sensíveis, estão em
fase de construção e deverão estar operacionais no
fim de 2009 ou início de 2010: XENON100 5 (100kg) e LUX 6 (350kg).
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Um módulo de U$2bi denominado AMS (Espectômetro Magnético Alpha ou, em inglês, Alpha Magnetic Spectometer) foi instalado na Estação Espacial Internacional em
Maio de 2011. O detector de partículas tem como uma de suas
funções procurar por evidências da matéria
escura, sendo importante nas pesquisas sobre sua natureza.
A teoria dominante afirma que a Matéria Escura é feita de uma partícula chamada neutralino. Colisões entre neutralinos devem produzir um grande número de pósitrons de
alta energia. O AMS poderá comprovar se a matéria escura
é feita de neutralinos procurando por esse excesso de
pósitrons de alta energia.
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Explicações alternativas
Existem
tentativas de solucionar o problema da matéria escura
propondo-se alterações na gravitação (um
exemplo famoso é a MOND), no entanto, até o momento, nenhuma delas obteve grande sucesso.
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