O MURO DE BERLIN O Muro de Berlim (em alemão Berliner Mauer) era uma barreira física construída pela República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) durante aGuerra Fria, que circundava toda a Berlim Ocidental, separando-a da Alemanha Oriental, incluindo Berlim Oriental. Este muro, além de dividir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: República Federal da Alemanha (RFA), que era constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos; e a República Democrática Alemã (RDA), constituído pelos países socialistas simpatizantes do regime soviético. Construído na madrugada de 13 de Agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas electrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. |
Este muro era patrulhado por militares da Alemanha Oriental com ordens de atirar para matar (a célebre Schießbefehl ou
"Ordem 101") os que tentassem escapar, o que provocou a morte a 80
pessoas identificadas, 112 ficaram feridas e milhares aprisionadas nas
diversas tentativas.
A distinta e muito mais longa fronteira interna alemã demarcava a fronteira entre a Alemanha Oriental e a Alemanha Ocidental. Ambas as fronteiras passaram a simbolizar a chamada "cortina de ferro" entre a Europa Ocidentale o Bloco de Leste.
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Antes
da construção do Muro, 3,5 milhões de
alemães orientais tinham evitado as restrições de emigração do
Leste e fugiram para a Alemanha Ocidental, muitos ao longo da fronteira
entre Berlim Oriental e Ocidental. Durante sua existência, entre 1961 e 1989, o Muro quase parou todos os movimentos de emigração e separou a Alemanha Oriental de Berlim Ocidental por mais de um quarto de século.
Durante uma onda revolucionária que varreu o Bloco de Leste, o governo daAlemanha Oriental anunciou em 9 de novembro de 1989, após várias semanas de distúrbios civis, que todos os cidadãos da RDA poderiam visitar aAlemanha Ocidental e Berlim Ocidental.
Multidões de alemães orientais subiram e atravessaram o
Muro, juntando-se aos alemães ocidentais do outro lado, em uma
atmosfera de celebração
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Ao longo das semanas seguintes, partes do Muro foram destruídas por um público eufórico e por caçadores desouvenirs. Mais tarde, equipamentos industriais foram usados para remover quase o todo da estrutura. A queda do Muro de Berlim abriu o caminho para areunificação alemã que foi formalmente celebrada em 3 de outubro de 1990. Muitos apontam este momento também como o fim da Guerra Fria. O governo de Berlim incentiva a visita do muro derrubado, tendo preparado a reconstrução de trechos do muro. Além da reconstrução de alguns trechos, está marcado no chão o percurso que o muro fazia quando estava erguido. |
Antecedentes
Alemanha pós-guerra
Após a Segunda Guerra Mundial naEuropa, o que restou da Alemanha nazista a oeste da linha Oder-Neissefoi dividido em quatro zonas de ocupação (por Acordo de Potsdam), cada um controlado por uma das quatro potências aliadas: os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e aUnião Soviética. A capital, Berlim, enquanto a sede do Conselho de Controle Aliado, foi igualmente dividida em quatro sectores, apesar da cidade estar situada bem no interior da zona soviética. Em
dois anos, ocorreram divisões entre os soviéticos e as
outras potências de ocupação, incluindo a recusa
dos soviéticos aos planos de reconstrução para uma
Alemanha pós-guerra auto-suficiente e de uma contabilidade
detalhada das instalações industriais e infra-estrutura
já removidas pelos soviéticos.3 Reino Unido, França, Estados Unidos e os países doBenelux se
reuniram para mais tarde transformar as zonas
não-soviéticas do país em zonas de
reconstrução e aprovar a ampliação do Plano Marshall para a reconstrução da Europa para a Alemanha.
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O Bloco de Leste e o Bloqueio de Berlim
Após a Segunda Guerra Mundial, o líder soviético Joseph Stalin construiu um cinturão protector da União Soviética em nações controladas em sua fronteira ocidental, o Bloco do Leste, que então incluía Polónia, Hungria e Tchecoslováquia, que ele pretendia manter a par de um enfraquecido controle soviético naAlemanha. Já em 1945, Stalin revelou aos líderes alemães comunistas que esperava enfraquecer lentamente a posiçãoBritânica em sua zona de ocupação, que os Estados Unidos iriam
retirar sua ocupação dentro de um ano ou dois e que, em
seguida, nada ficaria no caminho de uma Alemanha unificada sob controle comunista dentro da órbita soviética. A
grande tarefa do Partido Comunista no poder na zona Soviética
alemã foi abafar as ordens soviéticas através do
aparelho administrativo e fingir para as outras zonas de
ocupação que se tratavam de iniciativas próprias. Nesse
período, a propriedade e a indústria foram nacionalizadas
na zona de ocupação Soviética.
Em
1948, após desentendimentos sobre a reconstrução e
uma nova moeda alemã, Stálin instituiu o Bloqueio de Berlim, impedindo que alimentos, materiais e suprimentos pudessem chegar a Berlim Ocidental. Os Estados Unidos, Reino Unido, França, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e
vários outros países começaram uma enorme "ponte
aérea de Berlim", fornecendo alimentos e outros suprimentos
à Berlim Ocidental. Os
soviéticos montaram uma campanha de relações
públicas contra a mudança da política Ocidental e
comunistas tentaram perturbar as eleições de 1948, enquanto 300 mil berlinenses pediam para que o transporte aéreo internacional continuasse. Em maio de 1949, Stalin acabou com o bloqueio, permitindo a retomada dos embarques do Ocidente para Berlim.
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A República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) foi declarada em 7 de outubro de 1949, onde o Ministério de Negócios Estrangeiros Soviético concedeu autoridade administrativa a Alemanha Oriental, mas não sua autonomia, onde os soviéticos possuíam ilimitada penetração no regime de ocupação e nas estruturas de administração e de polícia militar e secreta. A Alemanha Oriental diferia da Alemanha Ocidental (República Federal da Alemanha), que se desenvolveu como um país Ocidental capitalista com uma economia social de mercado ("Soziale Marktwirtschaft" em alemão) e umgoverno de democracia parlamentar. O crescimento económico contínuo a partir de 1950 da Alemanha Ocidental alimentou um "milagre económico" de 20 anos ("Wirtschaftswunder"). Enquanto a economia da Alemanha Ocidental cresceu e seu padrão de vida melhorou continuamente, muitos alemães orientais tentavam ir para a Alemanha Ocidental. |
Emigração para o ocidente no início dos anos 1950
Depois da ocupação soviética da Europa Oriental no final da Segunda Guerra Mundial, a maioria das pessoas que viviam nas áreas recém-adquiridas do Bloco Oriental aspiravam à independência e queriam que os soviéticos saíssem. Aproveitando-se
da zona de fronteira entre as zonas ocupadas na Alemanha, o
número de cidadãos da RDA que se deslocam para a Alemanha
Ocidental totalizou 197.000 em 1950, 165.000 em 1951, 182.000 em 1952 e
331.000 em 1953. Uma
das razões para o aumento acentuado em 1953 foi o medo de
Sovietização mais intensa com as ações cada
vez mais paranóicas de Joseph Stalin em 1952 e no início
de 1953. 226.000 pessoas fugiram apenas nos primeiros
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Construção do muro
Os
planos da construção do muro eram um segredo do governo
da RDA. Poucas semanas antes da construção, Walter Ulbricht, líder da RDA na época, respondeu assim à pergunta de uma jornalista da Alemanha Ocidental :
Assim, Walter Ulbricht foi o primeiro político a referir-se a um muro, dois meses antes da sua construção.
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Os
governos ocidentais tinham recebido informações sobre
planos drásticos, parcialmente por pessoas de conexão,
parcialmente pelos serviços secretos. Sabia-se que Walter
Ulbricht havia pedido a Nikita Khrushchov, numa conferência dos Estados do Pacto de Varsóvia,
a permissão de bloquear as fronteiras a Berlim Ocidental,
incluindo a interrupção de todas as linhas de transporte
público25 .
Depois desta conferência, anunciou-se que os membros do Pacto de Varsóvia intentassem inibir os actos de perturbação na fronteira de Berlim Ocidental, e que propusessem implementar um guarda e controle efectivo. Dia 11 de Agosto, aVolkskammer confirmou
os resultados desta conferência, autorizando o conselho dos
ministros a tomar as medidas necessárias. O conselho dos
ministros decidiu dia 12 de Agosto usar as forças armadas para ocupar a fronteira e instalar gradeamentos fronteiriços .
Na madrugada do dia 13 de Agosto de 1961, as forças armadas bloquearam as conexões de trânsito a Berlim Ocidental .
Eram apoiadas por forças soviéticas, preparadas à
luta, nos pontos fronteiriços para os sectores ocidentais. Todas
as conexões de trânsito ficaram interrompidas no processo
(mas, poucos meses depois, linhas metropolitanas passavam pelos
túneis orientais, mas não servindo mais as estações fantasma situadas no oriente).
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Alemanha ocidental
Ainda no mesmo dia da construção do muro, o chanceler da Alemanha ocidental, Konrad Adenauer,
dirigiu-se à população pelo rádio, pedindo
calma e anunciando reações ainda não definidas a
serem colocadas junto com os aliados. Adenauer tinha visitado Berlim
havia apenas duas semanas. O Prefeito de Berlim, Willy Brandt, protestou energicamente contra a construção do muro e a divisão da cidade, mas sem sucesso. No dia 16 de Agosto de 1961 houve uma grande manifestação com 300 000 participantes em frente do Schöneberger Rathaus,
em Berlim Ocidental, para protestar contra o muro. Brandt participou
nessa manifestação. Ainda em 1961, fundou-se em Salzgitter a Zentrale Erfassungsstelle der Landesjustizverwaltungen a fim de documentar violações dos direitos humanos no território da Alemanha Oriental .
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Aliados
As reações dos Aliados ocidentais
vieram com grande demora. Vinte horas depois do começo da
construção do muro apareceram as primeiras patrulhas
ocidentais na fronteira. Demorou 40 horas para reservar todos os
direitos em Berlim ocidental em frente do comandante soviético
de Berlim Oriental . Demorou até 72 horas para o protesto ser oficial em Moscou. Por causa desses atrasos sempre circulavam rumores que a União Soviética havia
declarado aos aliados ocidentais de não afectar seus direitos em
Berlim ocidental. Seguindo as experiências noBloqueio de Berlim,
os Aliados sempre consideravam Berlim ocidental em perigo, e a
construção do muro manifestou esta situação .
Reações internacionais, 1961:
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Contudo, o presidente norte-americano John F. Kennedy apoiou a ideia da cidade libre de Berlim. Mandou forças armadas suplementares e reactivou o general Lucius D. Clay. Dia 19 de Agosto 1961 chegaram em Berlim Clay e o vice-presidente dos Estados Unidos, Lyndon B. Johnson. Protestaram fortemente contra o chefe de estado da RDA, Walter Ulbricht,
que havia declarado que as polícias popular e fronteiriça
da RDA tivessem autoridade de controle sobre policias, oficiais e
empregados dos aliados ocidentais. Finalmente até o comandante
soviético na RDA mediou pedindo moderação do lado
do governo alemão oriental.
Dia 27 de Outubro de 1961 houve um confronto perigoso entre tanques dos EUA e soviéticos ao lado do Checkpoint Charlie na
rua Friedrich. Dez tanques norte americanos enfrentaram dez tanques
soviéticos, mas todos se retiraram no dia seguinte. As duas
forças não queriam deixar explodir a guerra fria, com o
risco de uma guerra nuclear.
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Estrutura e áreas adjacentes
Havia oito passagens de fronteira entre Berlim Oriental e Ocidental,
o que permitia o trânsito de berlinenses ocidentais,
alemães ocidentais, estrangeiros ocidentais e
funcionários dos Aliados na Berlim Oriental, bem como as visitas de cidadãos daRepública Democrática Alemã e cidadãos de outros países socialistas na
Berlim Ocidental, desde que possuíssem as permissões
necessárias. Essas passagens eram restritas às
nacionalidades que possuíam autorização para
usá-las (alemães do leste, os alemães oeste,
berlinenses ocidentais, outros países). A mais famosa foi o
ponto de verificação de pedestres na esquina da Friedrichstraße eZimmerstraße, também conhecida como Checkpoint Charlie, que era limitada aos funcionários dos países Aliados e estrangeiros.
Quatro rodovias ligavam Berlim Ocidental à Alemanha Ocidental, sendo a mais famosa a rodovia Helmstedt, que entrava em território da Alemanha Oriental, entre as cidades de Helmstedt e Marienborn (Checkpoint Alpha),
e que entrou em Berlim Ocidental Dreilinden (Checkpoint Bravo) no
sudoeste de Berlim. O acesso a Berlim Ocidental também era
possível pelo transporte ferroviário (quatro linhas) e de barco através dos canais e rios.
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Tentativas de fuga
Nos
28 anos da existência do Muro morreram muitas pessoas. Não
existem números exatos e há indicações
muito contraditórias, porque a RDA sistematicamente impedia
todas as informações sobre incidentes
fronteiriços. A primeira vítima morta a tiros foi Günter Litfin, baleado pela polícia dia 24 de Agostode 1961 ao tentar escapar perto da estação Friedrichstraße. Rudolf Urban havia morrido em 17 de setembro de 1961 depois de cair no dia 19 de agosto enquanto
tentava escapar utilizando uma corda de um apartamento localizado na
Bernauer Strasse, exatamente na divisa entre as duas Alemanhas. No dia 17 de agosto de1962, Peter Fechter desangrou no chamado corredor da morte, à vista de jornalistas ocidentais, sendo a vítima mais famosa. 27 Em 1966,
foram mortas duas crianças de 10 e 13 anos. O último
incidente fatal ocorreu no dia 8 de março de 1989, oito meses
antes da queda, quando Winfried Freudenberg, de 32 anos, morreu na queda de seu balão de gás de fabricação caseira no bairro de Zehlendorf, quando tentava transpor o muro.
Estima-se que na RDA 75 000 pessoas foram acusadas de serem desertores da república.
Desertar da república era um crime que, segundo o artigo
§213 do código penal da RDA, era punido com até 2
anos de prisão. Pessoas armadas, membros das forças
armadas ou pessoas que carregavam segredos nacionais eram mais
severamente punidas, se considerado culpado de escape da
república, por pelo menos 5 anos de prisão.
Também
houve guardas fronteiriços que morreram por causa de incidentes
violentos no muro. A vítima mais conhecida era Reinhold Huhn, que foi assassinado por um Fluchthelfer (pessoas
que ajudavam cidadãos do Leste a passar a fronteira,
ilegalmente). Estes tipos de incidentes eram utilizados pela RDA para a
sua propaganda, e para posteriormente justificar a construção do muro de Berlim.
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Processos pelas mortes do muro de Berlim
Os processos judiciais do Schießbefehl,
a respeito de se atirar em todas as pessoas que tentaram cruzar o Muro
entre 1961 e 1989, demoraram até o outono de 2004. Entre os
responsáveis acusados, estavam o presidente do Conselho de
Estado, Erich Honecker, o sucessor dele, Egon Krenz e os membros do Conselho Nacional de Defesa Erich Mielke, Willi Stoph, Heinz Keßler, Fritz Streletz e Hans Albrecht e ainda o presidente regional do partido SED em Suhl. Além disso, foram acusados alguns generais, como o chefe das forças fronteiriças, Klaus-Dieter Baumgarten e vários soldados que eram parte do Exército Popular Nacional (NVA) ou das forças fronteiriças da RDA.
Como
resultado dos processos, 11 dos acusados foram condenados à
prisão, 44 foram condenados a uma pena, que foi suspensa
condicionalmente, 35 acusados foram absolvidos. Entre estes, Albrecht,
Streletz e Keßler foram condenados a vários anos de
prisão. O último processo acabou dia 9 de Novembro de 2004, exatamente 15 anos depois da derrubada do Muro, com uma sentença condenatória.
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"Mr. Gorbachev, tear down this wall!"
Em um discurso no Portão de Brandemburgo em comemoração ao 750º aniversário de Berlim em 12 de junho de 1987, Ronald Reagan desafiou Mikhail Gorbachev, então Secretário Geral do Partido Comunista da União Soviética, para derrubar o muro como um símbolo de crescente liberdade no Bloco de Leste:
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Queda do MuroO Muro de Berlim começou a ser derrubado na noite de 9 de Novembro de 1989depois de 28 anos de existência. O evento é conhecido como a queda do muro. Antes da sua queda, houve grandes manifestações em que, entre outras coisas, se pedia a liberdade de viajar. Além disto, houve um enorme fluxo de refugiados ao Ocidente, pelas embaixadas da RFA, principalmente em Praga e Varsóvia, e pela fronteira recém-aberta entre a Hungria e a Áustria, perto do lago de Neusiedl.
O impulso decisivo para a queda do muro foi um mal-entendido entre o governo da RDA. Na tarde do dia 9 de Novembro houve uma conferência de imprensa, transmitida ao vivo na televisão alemã-oriental. Günter Schabowski,
membro do Politburo do SED, anunciou uma decisão do conselho dos
ministros de abolir imediatamente e completamente as
restrições de viagens ao Oeste. Esta decisão
deveria ser publicada só no dia seguinte, para anteriormente
informar todas as agências governamentais.
Pouco
depois deste anúncio houve notícias sobre a abertura do
Muro na rádio e televisão ocidental. Milhares de pessoas
marcharam aos postos fronteiriços e pediram a abertura da
fronteira. Nesta altura, nem as unidades militares, nem as unidades de
controle de passaportes haviam sido instruídas. Por causa da
força da multidão, e porque os guardas da fronteira
não sabiam o que fazer, a fronteira abriu-se no posto de Bornholmer Strasse, às 23 h, mais tarde em outras partes do centro de Berlim,
e na fronteira ocidental. Muitas pessoas viram a abertura da fronteira
na televisão e pouco depois marcharam à fronteira. Como
muitas pessoas já dormiam quando a fronteira se abriu, na
manhã do dia 10 de Novembro havia grandes multidões de pessoas querendo passar pela fronteira .
Os cidadãos da RDA foram recebidos com grande euforia em Berlim Ocidental.
Muitas boates perto do Muro espontaneamente serviram cerveja gratuita,
houve uma grande celebração na Rua Kurfürstendamm, e
pessoas que nunca se tinham visto antes cumprimentavam-se.
Cidadãos de Berlim Ocidental subiram o muro e passaram para as Portas de Brandenburgo, que até então não eram acessíveis aos ocidentais. O Bundestag interrompeu as discussões sobre o orçamento, e os deputados espontaneamente cantaram ohino nacional da Alemanha.
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