A HISTORIA DO SAL


SAL
Sal de cozinha

O sal de cozinha ou sal comum é um mineral formado principalmente por cloreto de sódio (NaCl).
 
História 
O sal era, até o início do século XX, um importante conservante alimentar. A tal ponto chegava sua importância, que foi até mesmo usado como forma de pagamento no período romano, sendo esta a origem da palavra "salário". Por este motivo as explorações de sal chegaram a ter valor estratégico, inclusive tendo sido criadas vilas fortificadas para defender as salinas.

Historicamente a exploração de sal se realizava em salinas das zonas costeiras e dos mananciais de água salgada (que atravessam depósitos de sal no subsolo). Mais modernamente, os depósitos subterrâneos passaram a ser explorados através de minas, com isto as salinas de manancial foram perdendo importância e sendo abandonadas durante o século XX.

Existem enormes quantidades de cloreto de sódio em antigos mares ou lagos salgados que sofreram evaporação. Um exemplo disso é o Salar de Uyuni, na Bolívia, uma imensa planície branca devido ao sal cristalizado, e que foi um dia o fundo de um mar que secou.
O sal é produzido em diversas formas: sal não refinado (sal grosso, também chamado sal marinho e a flor de sal), sal refinado (sal de cozinha) e sal iodado. É um sólido cristalino e branco nas condições normais.

Cloreto de sódio e íons são os dois principais componentes do sal, são necessárias para a sobrevivência de todos os seres vivos, incluindo os seres humanos. O sal está envolvido na regulação da quantidade de água do organismo.

No Brasil  

No Brasil, os principais estados produtores são o Rio Grande do Norte, no chamado Pólo Costa Branca; e o Rio de Janeiro, na chamada Região dos Lagos. Nestes estados o sal marinho é obtido através do bombeamento da água do mar para salinas formadas por tanques de evaporação a céu aberto. Depois que a água evapora, o sal que resta no fundo é raspado, empilhado e conduzido às refinarias.

Em Portugal 

Em Portugal os principais centros de produção de sal estão em Aveiro e Algarve.
Espanha 

Na Espanha, por exemplo, também existem numerosas salinas costeiras em exploração, além de poucas salinas de manancial (a maioria das que existiram já foi abandonada), sendo as mais importantes as Salinas de Añana en Álava, declaradas monumento histórico do país.

Saúde 
O sal pode ser fluoretado e iodado, como formas mais éticas e baratas de combater a cárie e o bócio. O corpo humano precisa de muito pouco sal, entre 2,5 e 5,0 gramas por dia (menos do que uma colher de café cheia de sal diariamente), quantidade que geralmente existe nos próprios alimentos. Acima disso, esse mineral é prejudicial à saúde, causando males, como hipertensão arterial, que podem até levar à morte.

Sal-gema
 
Denomina-se sal-gema o cloreto de sódio, acompanhado de cloreto de potássio e de cloreto de magnésio, que ocorre em jazidas na superfície terrestre.
O termo é aplicado ao sal obtido da precipitação química pela evaporação da água de antigas bacias marinhas em ambientes sedimentares
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Obtenção e Utilização

A partir da eletrólise do NaCl (sal-gema), obtêm-se cloro e sódio. Esses elementos são utilizados na fabricação de soda cáustica, no tratamento de óleos vegetais, em celulose, na polpa de madeira, como germicida, na fabricação de plásticos como o PVC, na purificação de água e em diversos produtos químicos.
A denominação sal-gema é empregada para definir a ocorrência de cloreto de sódio (NaCl) contida em estratos sedimentares em subsolo formando camadas contínuas ou domos.
O sal obtido por evaporação direta da água do mar é chamado de sal marinho e é largamente utilizado em países tropicais como o Brasil, onde a evaporação é intensa. Em países mais frios a utilização maior é do sal-gema.
O sal é um composto altamente solúvel, presente nas águas oceânicas na proporção média de 26g/L. Nos mares e lagoas a concentração de sal depende do equilíbrio entre fatores como aporte de águas doces de rios e evaporação, além da injeção de águas marinhas, o que modifica a salinidade.

Modernamente, o sal possui ampla utilização em vários processos químicos e industriais e, por ser o único produto consumido diariamente pela população, foi utilizado pelo governo para suprir a carência de iodo das populações distantes do mar. O sal é utilizado na preparação de alimentos, como complemento na alimentação do gado e curtume de couro, entre outros. Na indústria é utilizado como matéria-prima para obtenção de cloro, ácido clorídrico, soda cáustica, bicarbonato de sódio, nas indústrias de vidro, papel e celulose, produtos de higiene (sabões, detergentes, pasta dental), produtos farmacêuticos, tintas, inseticidas, cola, fertilizantes, corretivos de solos, cosméticos, nas indústrias de porcelana, borracha sintética, no tratamento de óleos vegetais, têxteis, na industria bélica e outras. É utilizado também no tratamento de água e purificação de gases.
O sal gema é extraído pelo método de lavra por solução e pelo método de lavra subterrânea convencional.

1. Adição de iodo
Desde 1924, o governo dos Estados Unidos pediu para a empresa Morton Salt Company que iodo fosse adicionado ao sal vendido no país. Isso foi feito porque, em algumas regiões daquele país, as pessoas não estavam consumindo iodo o suficiente, já que esse elemento não está presente em grandes quantidades no solo das áreas próximas aos Grandes Lagos da América do Norte ou Noroeste Pacífico.

Entre outros problemas, a deficiência de iodo pode causar bócio na tireoide, popularmente conhecido como “papo”. Na verdade, cerca de 90% dos casos de bócios na tireoide são desenvolvidos pela falta de iodo na dieta e, portanto, nada mais natural do que adicionar o elemento ao sal. A ideia foi copiada da Suíça, que na mesma época também investia na mesma ação.

Felizmente, a adição de iodo ao sal custa apenas poucos centavos anuais por pessoa, o que faz com que o preço do sal continue praticamente o mesmo. Talvez por isso, a prática acabou sendo adotada pela maior parte dos países, incluindo o Brasil.

2. Por que o sal realça o sabor do alimento?
A salinidade é um dos cinco gostos básicos que a língua humana pode detectar. Como se não bastasse, adicionar sal ao alimento faz com que certas moléculas sejam mais facilmente liberadas no ar, o que favorece o aroma da comida. E como sabemos, o aroma é parte muito importante da percepção de gosto.

Além disso, o sal também ajuda a suprimir o sabor amargo. Essa é a razão, por exemplo, de esse condimento ser usado na hora de comer grape fruit. Ele também pode ser usado em alimentos doces ou azedos, como forma de equilibrar o sabor.

3. Por que o sal faz a pressão subir?
A ideia de que sal faz a pressão a subir vem circulando pelo mundo desde a década de 60. É por isso, por exemplo, que as pessoas mais velhas ou com problemas de coração acabam reduzindo o consumo desse condimento. Porém, de acordo com o site Today I Found Out, não existe muito respaldo para essa preocupação.Existem alguns estudos que mostram um risco pequeno na possibilidade de a pressão sanguínea subir com a ingestão de uma quantidade muito grande de sal. Também existem muitos estudos que não mostram alteração na pressão e alguns que chegam à conclusão de que a redução de sal pode, na verdade, fazer a pressão subir.A ideia de que o sal faz a pressão subir vem da pressão osmótica. A osmose é o movimento de um solvente (a água) atravessando membranas semipermeáveis (paredes das células), em áreas de baixa concentração de substâncias (sal) para áreas de alta concentração. Isso, naturalmente, equaliza a concentração em ambos os lados da membrana.

Assim, a história de que o sal faz aumentar a pressão vem da ideia de que, ao consumir muito sal, a corrente sanguínea fica com mais sódio do que as outras partes do corpo. Isso faz com que a água dessas áreas seja enviada para o sangue e, consequentemente, o aumento de fluido dentro de veias e artérias faz a pressão aumentar. Além disso, o sal também age como um agente irritante, fazendo com que as artérias se contraiam, o que também causaria o aumento da pressão.
Porém, apesar de isso ser amplamente aceito por governos e médicos do mundo todo, os estudos recentes não dão respaldo à teoria. Em 2001, dois estudos publicados no site Cochrane Reviews chegaram à conclusão que, depois de 150 exames clínicos e o estudo de 13 populações, não há uma indicação clara a favor da redução de sódio.

4. Como o sal preserva carnes?
Hoje, todo mundo prefere recorrer ao freezer ou à geladeira para conservar melhor bifes ou pedaços de carne do churrasco. Porém, houve uma época em que o sal era usado com essa finalidade e, ainda hoje, é possível encontrar alguns tipos de carnes que são produzidos dessa forma.

Essa capacidade de preservar os alimentos também se deve à pressão osmótica. Ao fazer com que a carne perca água, o sal acaba eliminando um dos principais elementos para a existência de fungos e bactérias, fazendo com que o “bife” dure muito mais.

5. Removedor de manchas
Derrubou suco de uva no carpete? Não tem problema: o sal apaga o estrago. Porém, seja rápido. Dentro de 5 a 10 minutos, o sal que estava seco quando jogado e espalhado sobre a mancha começa a absorver o líquido.

Depois de 15 minutos, use um aspirador de pó para remover o sal, porém, cuidado para não esfregá-lo sobre a superfície. Se a mancha persistir, repita a operação até que ela saia completamente ou, então, até que o sal não tenha mais líquido para absorver.+

Marcha do Sal

A Marcha do Sal ou Satyagraha do sal foi um ato de protesto contra a proibição, imposta pelos britânicos, da extração de sal na Índia colonial. Mahatma Gandhi caminhou de Sabarmati Ashram a Dandi, para pegar um pouco de sal para si. Um número muito grande de indianos o seguiu, mas os britânicos nada puderam fazer contra ele, pois não havia incitado os outros a seguirem-no. A marcha ocorreu de 12 de março até 6 de abril de 1930.

História 

No dia 12 de março de 1930, Mahatma Gandhi e vários discípulos iniciaram uma marcha em protesto ao domínio britânico na Índia. A caminhada, de quase 400 quilômetros, durou 25 dias em direção ao litoral. Gandhi e seus seguidores paravam de cidade em cidade para descansar, conseguindo assim mais simpatizantes. O protesto foi incitado pelo fato de que, naquela época, os indianos eram obrigados a comprar produtos industrializados do Reino Unido, sendo proibidos inclusive de extrair sal em seu próprio país.

No dia 6 de abril, depois do banho, ritual sagrado para os hindus, Gandhi apanhou um punhado de sal à beira-mar, e seu gesto foi repetido simbolicamente pelos milhares de indianos ali presentes. Em resposta e esses atos, os britânicos prenderam mais de 50 mil indianos, entre eles o próprio Gandhi.
Mesmo com a prisão de Gandhi, a marcha continuou, em direção às salinas ao norte de Bombaim. Aproximaram-se em silêncio dos depósitos de sal, guardados por 400 policiais, que investiram contra eles com cassetetes. Os protestantes foram tombando, sem esboçar gestos de defesa. Cada coluna que avançava era igualmente abatida.

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