SANTIAGO MENOR APOSTOLO

AGO
Santiago Menor

Tiago, filho de Alfeu, também conhecido como Santiago Menor ou São Tiago Menor1 (para distingui-lo de Santiago Maior), é referido pelos católicos romanos no Novo Testamento como um irmão do apóstolo Judas e filho de Maria. Alguns estudiosos e especialistas consideram que ele (Tiago, o menor) e Tiago, o Justo são a mesma pessoa

Apostolado 

Tiago consta da lista dos doze apóstolos, da mesma maneira que Santiago Maior: Mt 10:3, Mc 3:18, Lc 6:15, At 1:13. Também é mencionado quando sua suposta mãe aparece em Mc 15:40, onde lhe é dado o epíteto "o menor" (Almeida RA) ou "o mais jovem" (NVI), dependendo da versão, e em Mt 27:56.Tiago Apóstolo
Segundo o Evangelho de São Mateus  Jesus escolheu doze companheiros para seus discípulos. Simão (que foi chamado de Pedro) e seu irmão André, Tiago e seu irmão João, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Tiago, Tadeu, Simão Cananeu e Judas Iscariotes.

O próprio Jesus os chamou de apóstolos, em Lucas 6: 13, palavra que em grego significa "enviados" e a eles coube a tarefa de iniciar a evangelização do mundo.
Tiago, irmão de João, é conhecido como Tiago Maior e após a crucificação de Cristo, teria saído em direção à península Ibérica na região da Galiza, para pregar o cristianismo. No entanto, poucos habitantes da região teriam se convertido. Não obtendo o resultado esperado, Tiago teria voltado à Palestina.

No ano de 42 em Cesareia Palestina, Tiago foi perseguido por ordem do rei Herodes Agripa I, que mandou prendê-lo, decapitá-lo e jogar os seus restos para os cães. Diz a lenda que esses restos foram recolhidos por dois de seus discípulos, Atanásio e Teodoro, e levados secretamente à Espanha, local onde Tiago havia manifestado o desejo de ser enterrado. Após sete dias de viagem, de barco, chegaram nas costas galegas de Iria Flávia , perto da atual vila de Padrón. Os discípulos de Tiago pediram permissão para a rainha Lupa, uma dama pagã rica e influente, que vivia na vila de Lupariou ou de Francos a pouca distância de Santiago de Compostela, para depositar os restos de sue mestre em seu feudo, mas ela não permitiu que o enterrem em sua propriedade. No entanto, uma onda de milagres atribuídos a Tiago acabaram por convencê-la.

Um desses milagres foi presenciado por ela e segundo a tradição foi este o motivo da sua conversão ao cristianismo.
"A chamada rainha Lupa, simulando uma mudança de opinião, levou os dois discípulos ao Monte Iliciano, hoje conhecido como Pico Sacro, e ofereceu-lhes dois bois selvagens que viviam em plena liberdade e mais um carro para transportar os restos do apóstolo Tiago desde Padrón até Santiago.

Os discípulos chegaram perto dos animais, que para assombro de Lupa, deixaram que lhes colocassem os arreios mansamente. Frente esta cena, Lupa decide abandonar as suas crenças e converter-se ao cristianismo".
Muitos creem que Tiago foi enterrado num lugar chamado Libredunnum, onde há muito tempo havia um cemitério romano, em 44 d.C.. Com as invasões bárbaras a queda do Império Romano e, posteriormente, com as invasões muçulmanas, o túmulo acabou sendo "esquecido" ou perdido.

Ministério e morte 
Flávio Josefo em sua obra Antiguidades Judaicas narra que um certo Tiago tomou para si o encargo de dirigir a Igreja de Jerusalém após a partida de Pedro e que participou ativamente do primeiro Concílio da Igreja, que tratava da questão da circuncisão e da pregação do evangelho para os pagãos, evento este que teria ocorrido por volta de 54 d.C.. De fato, tal tradição é reconhecida e confirmada por Eusébio de Cesareia, que narra ter sido este apóstolo o líder da comunidade cristã daquele local por cerca de dezoito anos e que sua conduta piedosa e atuante provocou a fúria dos sacerdotes judeus, em especial o sumo sacerdote Anás II, que instigaram as turbas a trucidarem o apóstolo, apedrejando-o até a morte. Uma tradição relatada por Eusébio de Cesareia, esta menos confiável, nos conta que por não renegar e tampouco amaldiçoar o nome de Jesus foi atirado do Pináculo do Templo e que sobreviveu à queda, sendo consumado seu martírio com uma pá de pisoeiro.

Identificação de Tiago    

Ver artigos principais: Tiago, filho de Alfeu e Tiago, o Justo
Geralmente, Santiago Menor é identificado como sendo o apóstolo Tiago, filho de Alfeu. Eusébio de Cesareia relata a tradição de identificá-lo como chefe da igreja cristã primitiva em Jerusalém, como Tiago, o Justo.

Epístola de Tiago

Canonicidade

A Epístola de Tiago não foi aceita inicialmente na Igreja. Se sua canonicidade não parece ter criado problemas no Egito, onde Orígenes a cita como Escritura inspirada. Eusébio de Cesareia, no começo do século IV, reconhece que ela ainda é contestada por alguns. Nas igrejas de língua siríaca, foi apenas no decurso do século IV que a epístola foi introduzida no cânone do Novo Testamento.
Na África, Tertuliano e Cipriano a desconhecem e o catálogo de Mommsen (cerca do ano de 360) ainda não a contém. Não figura no cânon de Muratori, editado por Ludovico Antonio Muratori, e é muito duvidoso que ela tenha sido citada por Clemente Romano ou pelo autor do Pastor de Hermas. Foi, porém, incluída entre os 27 livros do Novo Testamento relacionados por Atanásio de Alexandria e posteriormente confirmada por uma série de concílios no século IV.

Durante a Reforma Protestante, alguns teólogos, como Martinho Lutero, argumentavam que a epístola não deveria integrar o Novo Testamento canônico, devido à aparente controvérsia entre a "justificação pelas obras", ali contida, e a "justificação pela fé" pregada nas cartas paulinas. Lutero via aí uma contradição com a doutrina da sola fide ("somente pela fé").
A maior parte das denominações do Cristianismo consideram-na hoje uma epístola canônica do Novo Testamento.

Autoria 

Quando as Igrejas aceitaram a canonicidade desta epístola, identificaram comumente como seu autor o Tiago, irmão de Jesus ("o irmão do Senhor", Gálatas 1:1-19), cuja função tão marcante na primeira comunidade de Jerusalém (At 12:17ss; 15:13-21; 21:18-26; 1 Cor 15:7; Gl 1:19; 2:9,12) foi coroada pelo martírio nas mãos de judeus no ano 62 D.C., conforme relatado pelo historiador judeu Flávio Josefo.
Os estudiosos costumam repudiar a tese de que esta epístola teria sido escrita pelo apóstolo Tiago, filho de Zebedeu (Mt 10:2), que Herodes Agripa I mandou matar em 44 (At 12:2), mas alguns defendem a noção de que o autor seria o outro apóstolo Tiago, filho de Alfeu (Mt 10:3). Já os antigos hesitavam neste ponto e os modernos ainda o discutem, inclinando-se pela negativa. As palavras de Paulo em Gl 1:19 foram interpretadas em ambos os sentidos. Foi escrita por volta do ano 45 D.C.

Conteúdo 
A epístola foi dirigida aos judeus da Dispersão, "às doze tribos que se encontram na Dispersão" (Tg 1:1).
O objetivo do escritor foi ressaltar os deveres práticos da vida cristã. Os vícios contra os quais ele alerta são: formalismo, que faz o culto a Deus consistir de abluções e cerimônias externas, quando deveria ser, recorda o autor (1:27), amor ativo e pureza; fanatismo, que, sob o disfarce de zelo religioso, estava destruindo Jerusalém (1:20); fatalismo, ao apontar a Deus como causa da tentação (1:13); crueldade, na lisonja ao rico e desprezo ao pobre (2:2); falsidade, que torna as palavras e os juramentos meras brincadeiras (3:2-12); partidarismo (3:14); maledicência (4:11); jactância (4:16); opressão (5:4). A grande lição de Tiago é a paciência: na provação (1:2), nas boas obras (1:22-25), sob provocação (3:17), sob opressão (5:7), sob perseguição (5:10); a base para a paciência, em Tiago, é o fato de que "a vinda do Senhor está próxima" (5:8).

O argumento da "justificação pelas obras", desenvolvido por Tiago no capítulo 2 (vv. 14-26), pode ser contrastado com a doutrina da "justificação pela fé", argüida por Paulo em suas epístolas no Novo Testamento. Uma maneira pela qual os cristãos conciliam estes dois pontos de vista é ao entender que Tiago prega a justificação perante os outros, perante o próximo (i.e., a justificação da profissão de fé de um cristão através de uma vida coerente), enquanto que Paulo dá ênfase à justificação diante de Deus (i.e.,

o homem aceito por Deus como justo devido à retidão de Cristo, que é recebida pela fé). Outro modo pelo qual os pais da Igreja conciliavam as duas posturas era ver a fé salvadora e verdadeira como fé que é energizada pelo amor, e o amor é pois acompanhado de boas obras, por oposição à fé que é apenas uma anuência intelectual a um conjunto de crenças. Uma referência cruzada pertinente é Atos 26:20, na qual Paulo diz que ele tem pregado "que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento". Alguns estudiosos apontam esta passagem como indício de que Paulo concordava com Tiago em que a fé verdadeira (ou "viva") é acompanhada de obras.
Tiago também é a Escritura de referência (Tiago 5:14) para a prática da unção dos enfermos (ou "Extrema Unção", forma não sancionada pelo texto).
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