Moreira da Silva Antônio Moreira da Silva (Rio de Janeiro, 1 de abril de 1902 — Rio de Janeiro, 6 de junho de 2000) foi um cantor e compositor brasileiro, também conhecido como Kid Moringueira . |
Filho mais velho de Bernardino de Sousa Paranhos, trombonista da Polícia Militar e de dona Pauladina de Assis Moreira.Carioca da Tijuca, criado no Morro do Salgueiro, só iniciou os estudos aos nove anos, mas abandonou a escola aos onze anos, quando o pai faleceu. Foi empregado de fábricas, tecelagens e chofer de praça e de ambulância.Considerado o criador do samba-de-breque, Moreira da Silva iniciou sua carreira em 1931, com Ererê e Rei da Umbanda. Em 1992, foi tema do enredo da escola de samba Unidos de Manguinhos. Em 1995 gravou "Os 3 Malandros In Concert" com Dicró e Bezerra da Silva, aos 93 anos de idade. |
Em 1996, foi tema do livro Moreira da Silva - O Último dos Malandros. Com 98 anos de idade, ainda se apresentava em shows.Participou do histórico disco de Chico Buarque de Holanda, a "Ópera do Malandro" de 1979, fazendo dueto com o próprio Chico. =========================================== |
Dia 01.04 - Aniversário de nascimento do cantor e compositor MOREIRA DA SILVA (Antônio Moreira da Silva) em 1902. Carioca e filho de pai músico (trombonista da Polícia Militar) que morreu quando ele tinha 11 anos, teve que abandonar a escola para trabalhar muito cedo. Foi empregado de fábricas, tecelagens e chofer de praça e de ambulância, ao mesmo tempo em que frequentava rodas de malandros e boêmia. A estréia como cantor foi em 1931, quando gravou dois pontos de macumba ("Ererê" e "Rei da umbanda") na Odeon. A partir daí entrou no meio do rádio, fez amizades e prosseguiu gravando outros discos e trabalhando em cassinos e rádios. Um grande sucesso veio em 1935, com "Implorar" (Kid Pepe, Germano Augusto e J. da Silva Gaspar). Em 1936 estreou no rádio, no Programa Casé, da antiga Rádio Philips onde cantava, em geral, músicas do repertório de Francisco Alves. Notabilizou-se pelos sambas de breque que compôs e interpretou, tornando-se o maior nome nesse gênero musical. |
Ao que consta, sua primeira intervenção improvisada num intervalo de samba (um breque) foi em 1937, no samba "Jogo proibido" (T. Silva, David Silva e R. Cunha). Outros grandes sucessos que fez com seus breques criativos e impagáveis foram "Acertei no milhar" (Wilson Batista e Geraldo Pereira), "Amigo urso" (Henrique Gonçalves), "Fui a Paris" (com Roberto Cunha). Participou do filme "Maria 38" com a música "Na subida do morro". Com a fama de malandro, passou a interpretar um personagens nos enredos de seus sambas de breque, o Kid Morengueira, presente no enorme sucesso "O Rei do Gatilho" (Miguel Gustavo), que originou uma série de sambas do mesmo autor que ele gravou dentro do tema cinematográfico. Lançou vários discos ao longo de sua carreira, foi enredo da escola de samba Unidos de Manguinhos em 1992 e em 1996 virou tema de livro com o lançamento de "Moreira da Silva - O Último dos Malandros", de Alexandre Augusto. |
principio O cantor e compositor Antônio Moreira da Silva, o Morengueira, criador do samba-de-breque, nasceu no Rio de Janeiro. Há alguma controvérsia sobre a data exata de seu nascimento, mas é ele quem informa: "Nasci em 1902, num 1º de abril, na rua Santo Henrique, hoje Carlos Vasconcelos, na Tijuca", disse à revista Fatos e Fotos (11 de dezembro de 1973). E morreu em sua cidade natal, no dia 6 de junho de 2000. Filho de Dona Poladina e de Bernardino da Silva Paranhos, um trombonista da banda da Polícia Militar do Rio de Janeiro que morreu de cirrose, o sambista nunca bebeu nem fumou, sempre trabalhou, casou-se em 1928 e permaneceu casado por 56 anos com a mesma mulher, Maria de Lurdes Lopes Moreira, a Mariazinha, a quem conheceu fazendo uma serenata no morro de São Cristóvão. "Nunca tomei um porre em toda a minha vida", diria pouco tempo antes de morrer. "Não bebia e ainda fazia apologia do leite?", escreveu o chargista Adail, quando de sua morte. Criado nos morros da cidade - "eu morei no Morro do Salgueiro também" - e formado na zona boêmia do Mangue, Moreira encarou o batente cedo e com uma assiduidade exemplar. |
Aos 9 anos foi para a escola. Mas logo deixou o Colégio Barão de Pilares, na Tijuca, e foi à luta para ajudar a família. “Filho de pobre, quando morre o pai, a coisa fica preta". Criança, vendeu doce nas ruas do Rio, entregou marmita e catou papel. Na adolescência, trabalhou numa fábrica de meias, em Botafogo. "Andava oito quilômetros a pé por dia, com uma comidinha muito fraca, que mal dava para enganar o estômago. Eu estava muito longe da minha mãe, que era cozinheira. Minhas irmãs foram morar na casa de umas tias e eu fiquei sozinho no barraco. Meu almoço era geralmente um bolo de milho e bananada", contou Moreira à revista Fatos e Fotos com seu jeito galhofeiro. "Depois, água por cima. Inchava o estômago, e eu passei a sofrer do fígado. |
" Levou a vida nesse sufoco até que, aos 19 anos, arrumou um emprego na fábrica de cigarros Souza Cruz, onde começou a trabalhar como ajudante de motorista. Por essa época, já se apresentava em festas de conhecidos e fazia serestas em que cantava modinhas de Hermes Fontes e Cândido das Neves. "Fiz muitas meninas chorar, dando o meu recado em serestas". Uma dessas meninas foi Jandira, a quem engravidou. A moça e a criança morreram no parto. "O mulatinho ficou triste, mas um pouco aliviado. De alguma forma, tirou uma grande responsabilidade das costas", diria mais tarde, para espanto de muitos. Tempos de vacas magérrimas. Chegou a trabalhar numa barraca na festa da Penha em troca de um prato de comida: "Para mim, aquele ensopado de repolho valeu como uma das sete maravilhas do mundo", elogiou o cardápio, comido "de maracanã e remo" (em prato fundo e com a mão). |
Moreira vira Kid Morengueira Seu último sucesso, já na década de 60, foi o samba O Rei do Gatilho, de Miguel Gustavo, cuja letra falava de um caubói que, como o Zorro americano, tinha por companheiro fiel um índio. Era o Kid Morengueira, que passou a ser o apelido que o acompanhou pelo resto da vida. Miguel Gustavo compôs outros sambas em seqüência à série que falava das aventuras do herói brasileiro: O Último dos Moicanos, Os Intocáveis, Moreira Contra 007 e O Seqüestro de Ringo. Foi um renascimento do sambista, que graças à parceria com Miguel Gustavo reconquistou as ondas do rádio, "já agora junto ao público mais sofisticado da Zona Sul do Rio de Janeiro, graças a letras que exploravam situações engraçadas mais próximas do interesse da chamada classe A", fuzilou o crítico José Ramos Tinhorão, com sua opinião de pedra. Mas, coincidência ou não, é nessa época (1968) que Moreira se apresenta pela primeira vez numa boate da Zona Sul, a Chez Toi. |
Mas os tempos já eram outros. No final dos anos 60 ele se queixava da concorrência dos "cantores cabeludos que estão dando sopa e que cantam até de graça para aparecer nos programas", dizia, ressentido com a televisão. Em entrevista a Ilmar Carvalho, do Correio da Manhã, em 9 de abril de 1970, ele dizia-se feliz com a venda de seus dois últimos álbuns (Os Sucessos de Moreira da Silva Continuam, 1968 e Manchete do Dia, 1969, só com sambas inéditos) lançados pelo selo Cantagalo: 30 mil discos. "Isso porque a gravadora não tem um plano de relações públicas (sic) e vendas para o Rio, onde tenho um público bom e fiel", dizia. E explicava seu novo rompimento com a Odeon: "Apareceu gente mais nova, ótimos profissionais, e os mais antigos, como eu, ficaram no come e dorme, sem cobertura da gravadora", resignava-se. "Creio que Vôo Espacial vai fazer o sucesso de Amigo Urso", sonhava o velho malandro, citando uma das faixas do disco Manchete do Dia. "O sucesso corre como água de regato. Às vezes pára um pouco, faz aquele remanso, mas a onda vem de novo", diria em depoimento no Museu da Imagem e do Som, em 1967. Mas o sucesso já era coisa do passado. |
Discografia (1995) Os três malandros in Concert • CID • CD (1994) Mestres da MPB • Continental • CD (1993) Moreira da Silva fotografa o Rio • EMI • CD (1990) Moreira da Silva especial • EMI-Odeon • CD (1989) 50 Anos de samba de breque • Fama • LP (1986) Cheguei e vou dar trabalho • Top Tape • LP (1985) O rei do gatilho • PolyGram • LP (1983) O astro • Jangada • LP (1981) A arte de Moreira da Silva • PolyGram • LP (1979) O jovem Moreira • PolyGram • LP (1977) Talento brasileiro • CID • LP (1973) Consagração • CID • LP (1972) 70 anos de samba • Tropicana • LP (1970) Manchete do dia • Cantagalo • LP (1970) Mo"Ringo"eira • Continental • LP (1968) O sucesso continua • Cantagalo • LP (1968) Morengueira • Imperial • LP (1967) Moreira da Silva-O Tal Malandro • Odeon • LP (1966) Conversa de botequim • Odeon • LP (1964) A carta/Céu sem balões • Repertório • 78 (1964) Morengueira 64 • Odeon • LP (1963) Rio alegre/Vem Emilinha • Magistral • 78 (1963) Botafogo/Herdeiros do Brasil • Regency • 78 (1963) O último dos moicanos • Odeon • LP (1963) Tradição da Lapa;Pai Adão • Albatroz • 78 (1962) Malandro diferente • Odeon • LP (1962) Moreira da Silva-O Tal Malandro • Odeon • LP |
(1962) Bailarinos do gramado/Que loura é essa? • Odeon • 78 (1962) Dancê mademoisele/O último dos moicanos • Odeon • 78 (1962) Mundo de lata/Meu prazer • Orion • 78 (1962) Meu desejo/Fingida • Musidisc • 78 (1961) Malandro em sinuca • Odeon • LP (1961) Aquele adeus/O rei do gatilho • Odeon • 78 (1960) Dona justina/O canto do pintor • Odeon • 78 (1960) Cinderela em negativo/Antigamente • Odeon • 78 (1960) Cardápio de Chang-Wu/Cachorro da madame • Odeon • 78 (1959) Gago apaixonado/Bamba de Caxias • Odeon • 78 (1959) Madona de minh'alma/Feliz Natal, minha mãe • Odeon • 78 (1959) A volta do malandro • Odeon • LP (1958) Jogando com o capeta/Despreso • Odeon • 78 (1958) O último malandro • Odeon • LP (1957) Chang Lang/Escuta moreninha • Odeon • 78 (1956) Zé Trombone/Tentação • Santa Anita • 78 (1956) Turma do funil/Brotinho bom • Santa Anita • 78 (1956) Moreira da Silva, O Tal!Santa Anita • LP (1955) Portuguesa da minha rua/Aluga-se uma casa • Continental • 78 (1954) Diploma de pobre/A mão do Alcides • Continental • 78 (1954) Bamba de Caxias/Laranja tem vitamina • Continental • 78 (1954) Vote em mim/Capitão Guerreiro • Todamérica • 78 (1953) Arrependida/Viva o Cabral • Continental • 78 (1953) Bilhete premiado/Dormi no molhado/Jogo proibido/Malandro bombardeado • Continental • 78 (1953) 1.296 mulheres/Falsa Grã-fina • Continental • 78 (1953) Na carreira do crime/Poeta dos negros • Continental • 78 (1952) Cavaleiro de Deus/Na subida do morro • Continental • 78 (1952) Olha o Padilha/Rosinha • Continental • 78 (1952) Três-três/São Sebastião • Continental • 78 (1951) Viva o elefante/Ele tem que voltar • Carnaval • 78 (1951) Sempre a mulher/Boquinha de siri • Carnaval • 78 (1950) Arraiá do Barnabé/Olhai pelo Brasil • Star • 78 (1950) Entrevista/Sou motorista • Star • 78 (1950) Papai das coroas/Meu sapato • Star • 78 (1949) Mulher que eu gosto/Falta de elegância • Star • 78 (1949) Pra cubano ver/Alto, moreno e simpático • Star • 78 (1949) Helena querida/Resignado • Star • 78 |
(1949) Céu azul/Presépio encantado • Star • 78 (1948) Amigo desleal/Margarida • Odeon • 78 (1948) Estácio de Sá/A volta da jardineira • Odeon • 78 (1948) Rei dos ciganos/Ela é feia, mas é boa • Star • 78 (1947) Samba triste/Pernambuco, você é meu! • Odeon • 78 (1947) Rica cigana/São Cristóvão • Odeon • 78 (1946) Amigo-da-onça/Noiva da gafieira • Odeon • 78 (1946) O relógio da matriz/Adeus, Aurora • Odeon • 78 (1945) Falavas de mim com ela/O relógio lá de casa • Odeon • 78 (1945) Cremilda/Estúdio azul • Odeon • 78 (1945) O samba na Gamboa/Lindo Lar • Odeon • 78 (1944) Foi-se meu azar/Juracy, boca-de-siri • Odeon • 78 (1944) Meu grande amigo/Meu pecado • Odeon • 78 (1943) Antes, porém.../Conversando com satanás • Odeon • 78 (1943) Cigano/Copa Roca • Odeon • 78 (1943) Samba pro concurso/Maestro, toque aquela • Odeon • 78 (1942) Dormi no molhado/Fui a Paris • Odeon • 78 (1942) Lembranças da Bahia/Mentiras de madame • Odeon • 78 (1942) Conversa de camelô/Qu'este-ce que tu pense? • Odeon • 78 (1942) Diplomata/Voz do morro • Odeon • 78 (1941) Esta noite eu tive um sonho/Amigo urso • Victor • 78 (1941) O homem que se casa é feliz/Mendigo do amor • Victor • 78 (1941) Doutor em futebol/Bilhete branco • Victor • 78 (1941) Pára-quedista do amor/O jantar está na mesa • Odeon • 78 (1941) Nicolau/Dança do espalha • Odeon • 78 (1940) A deusa da vila/Com açúcar • Odeon • 78 (1940) Marcha ABC/Quando o sol apareceu • Odeon • 78 (1940) Olha a cara dela/Assim termina um grande amor • Victor • 78 (1940) A casinha amarela/Acertei no milhar • Odeon • 78 (1939) O trabalho me deu o bolo/Adeus, orgia adeus • Odeon • 78 (1938) Todo mundo está esperando/Mineiro sabido • Columbia • 78 (1938) Fraco abusado/Do amor ao ódio • Columbia • 78 (1938) Cassino/Nega Zura • Columbia • 78 (1938) Mineiro sabido/Chang-Lang se queimou • Columbia • 78 (1938) Nega de gafieira/Beijo furtado • Columbia • 78 (1938) Não sou mais aquele/Meu sofrimento • Columbia • 78 (1937) O trabalho me deu bolo/O que tem iaiá • Columbia • 78 (1936) Qual é teu desejo/Roxa de saudade • Columbia • 78 (1936) Depois de você/Adeus... vou partir • Columbia • 78 (1936) Olha a lua/Tenho tudo • Columbia • 78 (1935) Gosto de você iaiá/Coração constipado • Columbia • 78 (1935) Sá Miquilina/Foi em 1500... • Columbia • 78 (1934) Devias ser condenada/Implorar • Columbia • 78 (1933) Empurra/Implorei sua amizade • Victor • 78 (1933) Confesso/Homem não chora • Victor • 78 (1933) Cabrocha Inteligente/Quando a noite vem chegando • Victor • 78 (1933) Vou vender jornal • Columbia • 78 (1933) É batucada/Tudo no penhor • Columbia • 78 (1933) Xandica • Columbia • 78 (1933) No Morro de São Carlos/Eu vou comprar • Victor • 78 (1933) Abre a boca e feche os olhos/Olha à direita • Victor • 78 (1933) Levante o dedo/Cadê você, meu bem? • Victor • 78 (1933) Cadê você? • Victor • 78 (1933) Desperta/Confissão de malandro • Victor • 78 (1932) Na favela/Eu sou é bamba • Odeon • 78 (1932) Auê/Cafioto • Odeon • 78 (1932) Na mata virgem/Auê de Ganga • Odeon • 78 (1932) A baiana de nagô/Martirizado • Odeon • 78 (1932) Era meia-noite! • Parlophon • 78 (1932) Vejo lágrimas/Arrasta a sandália • Columbia • 78 (1932) Pra lá de boa /Oi, Maria • Victor • 78 (1931) Ererê/Rei da umbanda • Odeon • 78 |