![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGf6BjGoYSD6KaQo-mbKbVkhF3LDq98QMKU9-XjFxIi0g-svASzZ2NGfhn4HXoYenLKpPzjh_P8qDn_SaA_UD0cWsbUt95IC9CIOv2lsegCprQIwbu7oRPUJjTDEfgTp0_ZW4x5apDdO4/s1600-rw/DEUS20130920_001+a+voz+do+desmanipulador.jpg)
A AFIRMAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE DEUS PROVADA PELAS OBRAS DA CRIAÇÃO Por Bocage Bocage é um poeta muito maltratado. Esquece-se o seu melhor, que é a limpidez de intenções da sua última fase, a adesão sincera ao Cristianismo, o seu arrependimento alto e bom som proclamado: «Saiba morrer o que viver não soube!», «Rasga meus versos, crê na Eternidade!». Ao seu soneto intitulado «A existência de Deus provada pelas obras da criação», acrescenta-se, como um complemento, o «Hino a Deus». |
Os milhões de áureos lustres coruscantes Que estão da azul abóbada pendendo: O Sol e a que ilumina o trono horrendo Dessa que amima os ávidos amantes: As vastíssimas ondas arrogantes, Serras de espuma contra os céus erguendo, A leda fonte humilde o chão lambendo, Lourejando as searas flutuantes: O vil mosquito, a próvida formiga, A rama chocalheira, o tronco mudo, Tudo que há Deus a confessar me obriga: E para crer num Braço, autor de tudo, Que recompensa os bons, que os maus castiga, Não só da fé, mas da razão me ajudo. |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisfJUFvk9trFsH8jYUmR5pOYOnyzL84MAAJPFL_5jt6rTdMSLu3iIZBWi8uc74XXeYPVq-2tqoNlFshiLMCa0jmf0_DMYNL2v-yyNdVhV_zvlpFmiWgGS8dAqVrGRGXEbjqJd_UvADL78/s1600-rw/DEUS20130920_002+a+voz+do+desmanipulador.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhp2OOanM8Z4VEnyRzP6uofbNbTmwRNDtMqJuetSw41bg2dJKBl2Erd5aYx8umKo5n4SGjitZzN8gRhT3rs-vJ0ykMVg28tMMdBZU7m3h86YRb_q17qDiR7YUDQAYlxAEqzRZx0RrALmfY/s1600-rw/DEUS20130920_003+a+voz+do+desmanipulador.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib5natpdr2zzHN_XTR2Jl-FmSHcla3ITEVvnzhG0wuFLmLIrKCjWKVzhnhXZDibtjJK8yOHtO9XI8vtpdMC505GeDN0ASW1g332UnvuZLItq8LhGSi_MlJLcNllqDZbjaVHyysGvtyIQM/s1600-rw/DEUS20130920_004+a+voz+do+desmanipulador.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNOGxbK2wgqjyasLZHjULre362gFZeN1AFvYu_7O6U1bhJ-JJR3HWbhEX9yB_ypB9QJa1Wywr81EZCoGTym9MiZm5Jg7dI-GpieNqo3IjfCuPgY4e2jegqbbpQcwIvI4pyI9xuG5nyNyk/s1600-rw/DEUS20130920_005+a+voz+do+desmanipulador.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk9HiiuYCSrPLhRbVin9EFDdncTsB60389ElWmfcjUkSgNJGxe6ZtzvadgG8Xg5cVV3KEYtSVwtg8ViUTQq96yd1CrQOmp1yWrDRc83GCvN42uhAwTZWHFFDDsykWNjE5mMohHPqTnVfA/s1600-rw/DEUS20130920_006+a+voz+do+desmanipulador.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivBs4hfp5lMMXJn6-Euh19MiWUf7MyzE5iH8eaV4SDXrtJvdtJloiEUlsIET0i0nO3C4SY9bA6HIo98okxu4NIfQ1rMI1i3dj7UjfL2qJfYUhkVDp2I-3nhmvx-n7Y_O0zorT-oGzkOO0/s1600-rw/DEUS20130920_009+a+voz+do+desmanipulador.jpg)
Pelo Visconde de Azevedo Do Visconde de Azevedo (21/1/1809-25/12/1876) escreveu Camilo que “tinha a singularidade fenomenal de ser sábio e rico”. Teve uma intervenção cultural variada e oportuna. Escreveu uma fundamentada e longa carta para prefaciar o livro de Camilo A Divindade de Jesus, que saiu em 1865, ano da Questão Coimbrã, e que refutava principalmente Renan; publicou outra carta dirigida ao seu amigo Alexandre Herculano a refutar a argumentação que ele aduzira contra o encerramento das Conferências do Casino; foi da sua iniciativa o primeiro Congresso dos Escritores Católicos, de que foi orador de abertura; colaborou no Dicionário de Inocêncio; etc. O seu livro Distracções Métricas foi colocado em linha pelo Google. Nele se encontra o soneto seguinte, escrito num período em que vários intelectuais portugueses se começavam a desviar não só da Igreja mas mesmo da crença em Deus. |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhquYUBn4rrjdlDVWEhXBIgjiQP4nUx3p6d6NIX0oOmTQw3J8iW6TqKZ4-NfHm49fCA-yKXxlQGs7hkm9OD4b3cKFapSjV3A_0inB4FRsZyCaclfLw3GQJviHJCQWQCf9a1llpvivTAHbs/s1600-rw/DEUS20130920_018+a+voz+do+desmanipulador.jpg)
A EXISTÊNCIA DE DEUS Essa dos altos céus magnificência, A terra, o ar, o fogo, o mar salgado, O tempo inquieto e o espaço sossegado, De um Criador proclamam a existência. Em vão descrê e nega esta evidência Filósofo atrevido e desvairado, Que a si mesmo e a tudo o mais criado Busca no cego acaso a prima essência! Todos os seres, toda a natureza Mostram Autor eterno e sábio e forte, Que o vício odeia e que a virtude preza. Mas a sempre infeliz humana sorte Faz que somente a um Deus nega ou despreza Quem deve inda viver além da morte! |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5dfYYZnL61AR4crsl8xnmaDBhNTnpmg6FNevK4uAiNdVA8Me42IHmn3IoKGKRZXGdoUcMJf4mZixQ88a_D2fIvcDrPLQr-d_xqsM-ekaT9nTaRFpcKTgNI8oNDlt3TNBb5n_-LgF6YBg/s1600-rw/DEUS20130920_013+a+voz+do+desmanipulador.jpg)