BIOGRAFIA,AYRTON SENNA FINAL



Ayrton Senna 02

A pré-temporada de testes mostrou que o carro era rápido mas difícil de dirigir. A FIA havia banido os sistemas eletrônicos, incluindo a suspensão ativa, o controle de tração e os freios ABS para fazer o esporte mais "humano". A Williams não se mostrou um carro equilibrado no início da temporada. O próprio Senna fez várias declarações de que o carro era instável e desajeitado, indicando que o FW16, depois de perder a suspensão ativa, os ABS e o controle de tração, entre outras coisas, já não oferecia a mesma superioridade mostrada pelos FW15C e FW14B dos anos anteriores. Apesar de menor potência, a equipe Benetton pilotada por Schumacher apontou como maior rival.
Senna assumiu a ponta, mas Schumacher com a Benetton tomou a liderança depois de passar Senna nos boxes na volta 21. Senna, determinado a vencer no Brasil, errou, perdendo o controle de sua Williams e rodando na curva da Junção, ficando encalhado na zebra e abandonando a prova na volta 55.

A segunda prova foi no GP do Pacífico, disputado em Aida, no Japão, onde Senna novamente ganhou a pole, porém envolveu-se numa colisão já na primeira curva. Ele foi tocado atrás por Mika Häkkinen e sua corrida acabou definitivamente quando a Ferrari de Nicola Larini também bateu na sua Williams. Seu companheiro de equipe, Damon Hill, terminou em segundo enquanto Schumacher venceu novamente.Este foi o seu pior início de temporada de F1, falhando por não terminar e em não pontuar nas duas primeiras corridas, apesar de ter sido pole em ambas. Schumacher com sua Benetton estavam liderando o campeonato com vinte pontos de diferença para Senna, que estava com zero.
Luca Di Montezemolo, diretor da Ferrari naquela ocasião, informou que Senna veio até ele na quinta-feira anterior à prova de Ímola e elogiou a Ferrari pela batalha contra os eletrônicos na F1. Senna disse também que ele gostaria de encerrar sua carreira correndo pela Ferrari.


Morte
                                         Acidente fatal em Ímola
Na terceira corrida da temporada, o GP de San Marino, em Ímola, Senna declarou que esta deveria ser a corrida de início da temporada para ele, pois não havia terminado as anteriores e agora faltavam apenas quatorze corridas. Senna mais uma vez conquistou a pole, mas o fim de semana não seria tão fácil. Ele estava particularmente preocupado com dois eventos. Um deles, na sexta-feira, durante a sessão de qualificação da tarde, o piloto brasileiro Rubens Barrichello, envolveu-se em um grave acidente perdendo o controle de sua Jordan nº14, passou por cima de uma zebra e voou da pista, chocando-se violentamente contra uma barreira de pneus.Felizmente, Barrichello saiu desse acidente com pequenas escoriações e o nariz quebrado, ferimento suficiente para impedi-lo de correr no domingo. Senna visitou seu amigo no hospital - ele pulou o muro depois que foi impedido de visitá-lo pelos médicos - e ficou convencido de que as normas de segurança deveriam ser revisadas.
O segundo ocorreu no sábado, durante os treinos livres, quando o austríaco Roland Ratzenberger, correndo pela Simtek, bateu violentamente na curva Villeneuve num acidente que começou a se formar na fatídica curva Tamburello, quando a asa dianteira de seu carro se soltou fazendo-o perder o controle do veículo. Levado ao Hospital Maggiore de Bolonha, ele faleceu minutos depois. Essa foi a primeira morte de um piloto na pista em dez anos - desde que a FIA adotara sérias medidas de segurança -. Senna convenceu os oficiais de pista a levá-lo ao local do acidente para ver ele mesmo o que poderia ter acontecido e essa ousadia lhe custou mais uma advertência e algum desgaste na sua atribulada relação com a FIA.
Senna passou o final da manhã reunido com outros pilotos, determinado a recriar a antiga Comissão de Segurança dos Pilotos, a fim de melhorar a segurança na F1. Como um dos pilotos mais velhos, ele se ofereceu para liderar esses esforços.
Ayrton Senna é atendido por médicos após acidente que o matou, em Ímola
Apesar de tudo, Senna e todos os outros pilotos concordaram em correr. Ele saiu em primeiro, mas J.J. Lehto deixou morrer sua Benetton, fazendo os outros pilotos desviarem dele. Porém Pedro Lamy, da Lotus-Mugen, bateu na parte traseira de Lehto, o que levou o safety car à pista por cinco voltas.
Na sétima volta a corrida foi reiniciada, e Senna rapidamente fez a terceira melhor volta da corrida, seguido por Schumacher. Senna iniciara o que seria a sua última volta; ele entrou na curva Tamburello e perdeu o controle do carro, seguindo reto e chocando-se violentamente contra o muro de concreto. A telemetria mostrou que Senna, ao notar o descontrole do carro, ainda conseguiu, nessa fração de segundo, reduzir a velocidade de cerca de 300 km/h (195 mph) para cerca de 200 km/h (135 mph).  Os oficiais de pista chegaram à cena do acidente e, ao perceber a gravidade, só puderam esperar a equipe médica. Por um momento a cabeça de Senna se mexeu levemente, e o mundo, que assistia pela TV, imaginou que ele estivesse bem, mas esse movimento havia sido causado por um profundo dano cerebral. Senna foi removido de seu carro pelo Professor Sidney Watkins, neurocirurgião de renome mundial pertencente aos quadros da Comissão Médica e de Segurança da Fórmula 1 e chefe da equipe médica da corrida, e recebeu os primeiros socorros ainda na pista, ao lado de seu carro destruído, antes de ser levado de helicóptero para o Hospital Maggiore de Bolonha onde, poucas horas depois, foi declarado morto.


Mais tarde o Professor Watkins declarou:
“    Ele estava sereno. Eu levantei suas pálpebras e estava claro, por suas pupilas, que ele teve um ferimento maciço no cérebro. Nós o tiramos do cockpit e o pusemos no chão. Embora eu seja totalmente agnóstico, eu senti sua alma partir nesse momento.    ”
Foi encontrado no carro de Ayrton Senna uma bandeira austríaca que, em caso de uma possível vitória, Ayrton Senna empunharia em homenagem ao austríaco Roland Ratzenberger, morto um dia antes. 
Foi um GP trágico. Além do acidente de Barrichello e das mortes de Senna e Ratzenberger, o acidente entre J.J. Lehto e Pedro Lamy fez arremessar dois pneus para a arquibancada, ferindo vários torcedores. O italiano Michele Alboreto, da Minardi, perdeu um pneu na saída dos boxes e se chocou contra os mecânicos da Ferrari, ferindo também um mecânico da Lotus.Não bastando isso, durante alguns minutos as comunicações no circuito entraram em colapso, permitindo que o piloto Erik Comas, da equipe Larousse, deixasse o pit-stop e retornasse à corrida quando ela já havia sido interrompida. Comas somente entendeu o que estava acontecendo quando os fiscais de pista mais próximos ao acidente tremularam nervosamente suas bandeiras vermelhas indicando-lhe a situação. Se não fosse por essa atitude, ele poderia ter se chocado com o helicóptero que se encontrava pousado no asfalto da pista aguardando para levar Senna ao hospital.A imagem de Ayrton apoiado na sua Williams, flagrado pelas tevês, com o olhar distante e perdido, pouco antes do início do GP, ficaria marcada para sempre entre seus fãs.
No Brasil, ficou muito difundida uma frase dita pelo jornalista Roberto Cabrini ao Plantão da Globo, boletim de notícias extraordinário da Rede Globo. Logo após a confirmação da morte de Ayrton, pelo hospital, Cabrini noticiou dizendo, por telefone:"Morreu Ayrton Senna da Silva... Uma notícia que a gente nunca gostaria de dar."

Investigações sobre os acidentes
De acordo com a perícia, Senna perdeu o controle do carro devido à quebra da coluna de direção  do seu Williams. O documento sugere que houve negligência dos técnicos da equipe numa reparação feita na coluna de direção. Em novembro de 1996, a denúncia do promotor Maurizio Passarini foi acolhida pelo juiz Diego Di Marco. Frank Williams, Patrick Head, Adrian Newey, Federico Bondinelli (um dos responsáveis pela empresa que administrava o autódromo de Ímola), Giorgio Poggi (o responsável pela pista), Roland Bruinseraed (o director da prova), e o mecânico que soldou a coluna de direção do Williams foram indiciados por homicídio culposo, por negligência e imprudência. Porém, em dezembro de 1997, o juiz Antonio Constanzo absolveu os acusados.

Em 2004, um documentário de televisão da National Geographic chamado "A morte de Ayrton Senna" foi transmitido para o mundo inteiro. O programa considerou os dados disponíveis do carro do Senna para reconstituir a sequência de eventos que o conduziu ao acidente fatal. O programa concluiu que o longo período que o safety-car permaneceu na pista fez reduzir as pressões nos pneus de Senna, abaixando o carro. Com o carro mais baixo, o chassi tocou o solo, fazendo o carro saltar e tornando a direção incontrolável. Senna teria reagido, mas, com os pneus travados, ele foi arremessado para fora da curva. O programa concluiu que se as reações do piloto tivessem sido mais lentas, ele talvez pudesse ter sobrevivido. Pilotos e especialistas em Fórmula 1 consideram parte dessa teoria como improvável, pois os pneus de Fórmula 1 se aquecem até a temperatura ideal depois de percorrer apenas 2 km, meia volta no circuito de San Marino, assim na volta 7 os pneus do carro de Senna já estariam aquecidos.


Discussões
Senna tinha 34 anos quando morreu. Sua morte aconteceu primariamente por um impacto inesperado da roda com o muro, que fez o pneu estourar e, a uma velocidade incrível, o pneu estourado com a roda voou a cerca de 208 km/h, atingindo o capacete verde e amarelo na frente, acima do olho direito. O impacto foi tão forte que a roda voou quase 60 metros e o carro de Senna ainda voltou para a pista. Feitos os cálculos da quantidade de movimento de uma roda de 17 kg e a força proveniente do impacto, concluiu-se que ela seria insuportável e o resultado esperado seria que o cérebro tivesse danos extensos e parte dele vindo praticamente se "liquefazer", mas o capacete suportou boa parte do impacto. O capacete de Senna mostrou uma quebra com grande afundamento acima da viseira, o que assustou todos com a violência do impacto, obviamente insuportável para qualquer ser vivo. Na análise dos médicos na pista, no hospital e na autópsia, depois de constatada a morte cerebral, foram percebidos três graves traumas, um grande choque que provocou fraturas na têmpora e rompeu a artéria temporal, uma fratura na base do crânio devido à potência do impacto, e além do mais um pedaço de fibra de carbono da carenagem penetrou o visor do capacete e adentrou a órbita acima do olho direito, danificando irreversívelmente o lobo frontal. Qualquer um dos três ferimentos seria suficiente para lhe tirar a vida.Tanto a FIA como as autoridades italianas mantém a versão de que Senna não morreu instantaneamente, e sim no hospital, para onde ele foi levado rapidamente de helicóptero. Existe uma interminável discussão entre as autoridades a esse respeito.

Ainda se discute por que Senna não foi declarado morto na pista. Especula-se que isso se deve à lei italiana que diz que, quando uma pessoa morre em um evento desportivo, essa morte deve ser investigada, fazendo com que o evento seja cancelado.O diretor do instituto legal de medicina do Porto (Portugal), o professor José Eduardo Pinto da Costa, informa o seguinte:“    Do ponto de vista ético, o tratamento dado a Senna foi errado. Isso se chama distanásia, que significa que uma pessoa esteve mantida viva impropriamente depois que a morte biológica devido aos ferimentos de cérebro tão sérios que o paciente nunca poderia permanecer vivo sem meios mecânicos da sustentação. Não haveria nenhuma perspectiva de vida normal. Mesmo se ele tivesse sido removido do carro quando seu coração ainda estava batendo é irrelevante à determinação de quando morreu. A autópsia mostrou que Senna sofreu fraturas múltiplas na base do crânio, esmagando a testa e rompendo a artéria temporal com hemorragia nas vias respiratórias.
É possível reanimar uma pessoa depois que o coração para de bater com os procedimentos cardiorrespiratórios. No caso de Ayrton, há um ponto sutil: as medidas da ressuscitação foram executadas.
Ainda sob o ponto de vista ético isto pode bem ser condenado, porque as medidas não foram em benefício do paciente, mas um pouco porque serviriam ao interesse comercial da organização. A ressuscitação ocorreu de fato, com a traqueostomia e quando a atividade do coração foi restaurada com o auxílio dos procedimentos cardiorrespiratórios. A atitude na pergunta era certamente controversa. Qualquer médico saberia que não havia nenhuma possibilidade de sucesso em restaurar a vida na circunstância em que o Senna tinha sido encontrado.

O professor Jose Pratas Vital, diretor do hospital de Egas Moniz em Lisboa, um neurocirurgião e chefe da equipe médica no GP português, oferece uma opinião diferente:As pessoas que conduziram a autópsia indicam que, na evidência de seus ferimentos, o Senna estava morto. Mas eles não poderiam dizer isso. Ele realmente teve os ferimentos que o conduziram à morte, mas nesse ponto o coração pode ainda ter funcionado. Os médicos que atendem a uma pessoa ferida, e que percebem que o coração ainda está batendo, têm apenas duas atitudes a tomar: uma é assegurar-se de que as vias respiratórias do paciente permaneçam livres, o que significa que ele pode respirar. No caso de Senna, eles realizaram uma traqueostomia, liberando as vias respiratórias. Com oxigênio e a batida do coração, passamos à segunda atitude: a perda de sangue. Estas são as etapas a ser seguidas em todo caso envolvendo ferimento sério, se na rua ou em uma pista. A equipe de salvamento não pode pensar de nada mais nesse momento exceto imobilizar a coluna cervical do paciente. Então a pessoa ferida deve ser levada imediatamente à unidade de cuidados intensivos do hospital o mais próximo.   

Rogério Morais Martins:

“    De acordo com o primeiro boletim clínico emitido pela Dra. Maria Teresa Fiandri às 16:30, o paciente Ayrton Senna teve dano de cérebro com choque hemorrágico e encontrava-se em coma profundo. Entretanto, a equipe de médica não notou nenhuma ferida na caixa torácica ou no abdômen. A hemorragia foi causada pela ruptura da artéria temporal. O neurocirurgião que examinou o Senna no hospital mencionou que as circunstâncias não exigiam uma cirurgia porque a ferida foi generalizada no crânio.
Às 18:05, a Dra. Fiandri leu um outro comunicado, com a voz agitada, anunciando que Senna estava morto. Nesse momento ele ainda estava ligado aos equipamentos que mantiveram sua pulsação. A liberação pelas autoridades italianas dos resultados da autópsia de Senna que revelaram que o piloto tinha morrido instantaneamente durante a corrida em Imola, inflamou ainda mais controvérsia. Agora havia perguntas a serem respondidas pelo diretor da corrida e pelas autoridades médicas. Embora os porta-vozes do hospital indicassem que Senna ainda estava respirando na chegada a Bolonha, a autópsia em Roland Ratzenberger [que morreu um dia antes] indicou que a morte tinha sido instantânea. Sob a lei italiana, uma morte dentro do circuito exigiria o cancelamento da corrida e toda a área deveria ser mantida intacta para a investigação.Dessa forma, eles teriam evitado a morte de Ayrton.Os médicos não são capazes de afirmar se Senna morreu instantaneamente. Não obstante, estavam bem cientes de que suas possibilidades de sobrevivência eram mínimas. Se vivesse, o dano no cérebro deixá-lo-ia severamente deficiente. Os acidentes como este são quase sempre fatais. Além disso, existem os efeitos no cérebro da desaceleração brusca, que causa dano estrutural aos tecidos cerebrais.Estima-se que as forças envolvidas no acidente de Ayrton sugerem uma taxa de desaceleração equivalente a uma queda vertical de 30 metros. A autópsia revelou que o impacto a 208 km/h causou os ferimentos múltiplos na base do crânio, tendo por resultado a insuficiência respiratória. Havia um esmagamento do cérebro (que foi arremessado junto à parede do crânio que causa o edema, a hemorragia e o aumento de pressão intra-cranial) junto com a ruptura da artéria temporal que causou a hemorragia nas vias respiratórias e a consequente parada cardíaca.


Quanto à possibilidade de os pilotos estarem ainda vivos quando foram postos nos helicópteros que os levaram ao hospital, os experts acreditam que os organizadores da corrida atrasaram o anúncio das mortes a fim de evitar o cancelamento e assim proteger seus interesses financeiros.

A Sagis, organização que administra o circuito de Ímola, chegou a cancelar a prova mesmo com um prejuízo estimado em US$ 6.5 milhões. A FIA desmente essa informação.

Por conta desse e do acidente de Ratzenberger, a curva Tamburello e a curva Villeneuve foram transformadas em chicanes.

No ano 2000, Senna foi postumamente incluído no International Motorsports Hall of Fame.


Funeral
A lendária curva Eau Rouge no circuito da Bélgica foi temporariamente readequada para a corrida de 1994. Na foto, Damon Hill dirige pela chicane, onde foi escrita uma mensagem em homenagem a Senna. A morte do piloto foi considerada pelos brasileiros como uma tragédia nacional e o governo brasileiro declarou três dias de luto oficial. O governo brasileiro também lhe concedeu honras de chefe de Estado, com a característica salva de tiros. Estima-se que mais de um milhão de pessoas foram às ruas para ver seu ídolo e render-lhe as últimas homenagens, sem contar os milhões que acompanharam pela televisão desde a chegada do avião que trouxe seu corpo no Aeroporto de Guarulhos, às 5h30 da manhã.A maioria dos pilotos de Fórmula 1 estiveram presentes no funeral de Senna. Porém o então presidente da FIA, Max Mosley, não compareceu, alegando que estava nos funerais de Ratzenberger no dia 7 de maio, em Salzburgo, na Áustria. Mosley disse à imprensa, dez anos depois: "Fui a esse funeral porque todos estavam no de Senna. Achei que era importante alguém ir a esse." 
Na corrida seguinte, em Mônaco, a FIA decidiu deixar vazias as duas primeiras posições no grid de largada, e elas foram pintadas com as cores das bandeiras brasileira e austríaca, em homenagem a Senna e Ratzenberger.O corpo de Senna está sepultado no jazigo 11, quadra 15, sector 7, do Cemitério do Morumbi, em São Paulo.

 Legado

Na reforma do autodromo de Interlagos em 1990 uma mudança radical do traçado foi proposta para seguir as regras de limites de distância de um circuito da FIA, e uma grande curva inclinada foi sugerida para ligar a reta dos boxes à curva do sol. Ayrton propôs um "S" que ligasse as duas retas, daí o nome de "S do Senna", pelo design do tricampeão, e não somente uma homenagem dada a ele.

Em 2005, o cantor italiano Cesare Cremonini gravou uma canção intitulada Marmelata #25 e, no refrão, há uma parte que diz em italiano: "Ahh! Desde que Senna não corre mais… não é mais domingo". 

Com a morte de Ayrton Senna, novas normas de segurança foram implementadas para a F1. Novas barreiras, curvas redesenhadas, altas medidas de segurança e o próprio cockpit dos pilotos foram mudanças feitas na F1, ligadas diretamente à sua morte.

 Vida pessoal
Ayrton Senna era devoto do cristianismo  e costumava ler a Bíblia durante os voos que fazia entre São Paulo e Europa.  Em Senna, documentário sobre sua carreira de piloto (lançado em 2010), Viviane Senna (irmã de Ayrton) revelou que pouco antes de sua morte, ele abriu a Bíblia em uma página: "Naquela manhã quando ele acordou, pediu a Deus para falar com ele. Abriu a Bíblia e leu um texto que falava que Deus ia dar para ele o maior presente de todos os presentes. Que era Ele mesmo." Com ajuda do pai, Milton da Silva, do irmão Leonardo e do primo Fábio Machado, Ayrton Senna comandava a holding de empresas da família, a Ayrton Senna Promoções e Empreendimentos.  Entre elas, a Ayrton Senna Licensing - criada em 1990 para administrar a concessão do uso da marca (um "S" estilizado, como uma das curvas do autódromo de Interlagos) e a Senna Import - que entre outros, foi responsável pela importação exclusiva para o Brasil de carros da marca Audi.  O próprio carro pessoal de Senna em 1994 era um Audi S4. 
Senna demonstrava publicamente preocupação com a pobreza generalizada no Brasil, especialmente em relação às crianças. Após sua morte, foi descoberto que ele havia doado em segredo uma porção muito grande de sua fortuna pessoal (estimada em cerca de US$ 400 milhões) para ajudar as crianças pobres.  Pouco antes de sua morte, ele criou a estrutura de uma organização dedicada às crianças pobres brasileiras, que mais tarde se tornou o Instituto Ayrton Senna.Em relação à política, Ayrton Senna nunca gostou de dar declarações a respeito, evitando revelar votos em eleições, a elencar candidatos de sua estima e a opinar sobre questões ideológicas específicas. Mas sabia-se que Senna mantinha um posicionamento mais conservador, sendo um admirador do notório líder de direita Paulo Maluf, que fora governador de São Paulo e que à época de seu falecimento era prefeito da capital paulista. 
No futebol, Ayrton Senna se declarava torcedor do Sport Club Corinthians Paulista,  fato muito celebrado pela torcida do referido clube por sua própria condição de ídolo nacional.


Na vida afetiva, Ayrton Senna - sempre muito focado em sua carreira - teve somente quatro casos sérios: Liliane Vasconcellos Souza, Adriane Yasmin, Xuxa Meneghel e Adriane Galisteu.  Teve um curto namoro com Rosângela Lago Ferreira da Silva, um menina de Santana (bairro da zona norte de São Paulo). Casou-se com Liliane Vasconcellos Souza, amiga de infância e namorada na adolescência no Jardim Tremembé (também bairro da zona norte de São Paulo) - os dois chegaram a viver juntos na época em que o piloto competia pela Fórmula Ford 1.600, mas a união durou apenas oito meses.  Após o divórcio com Liliane, Senna se envolveu em 1984 com Adriane Yasmin (à época com 15 anos), herdeira das empresa Duchas Corona. O relacionamento durou até o final de 1988. Teve um breve e agitado relacionamento com Xuxa  e rápidos casos com diversas mulheres, especialmente modelos, como Patrícia Machado,  Vanusa Sppindler e Marcella Praddo , que chegou a reclamar de Senna a paternidade da filha, Vitória, algo que foi descartado por exames posteriores. Ayrton iniciou um namoro com Adriane Galisteu após o GP do Brasil de 1993, em festa em uma danceteria de São Paulo. O piloto declarou que finalmente havia encontrado a mulher ideal. Segundo a irmã Viviane, foi a época mais feliz da vida afetiva do irmão . O relacionamento durou até a morte do piloto. 
A falta de apego de Senna a suas namoradas rendeu fofocas de que ele tinha pouco interesse pelo sexo oposto. Em 1988, Nelson Piquet, em entrevista ao Jornal do Brasil, sugeriu que Senna não gostava do sexo oposto ao pedir que a imprensa perguntasse a Senna por que é que ele não gostava de mulher.  A revista italiana Panorama (a de maior circulação do país) dedicou reportagem às dúvidas levantadas por Piquet e a questão foi parar na Justiça. Piquet preferiu se retratar, mas o estrago estava feito. Senna passou a conviver com os boatos e se tornou desafeto de Piquet.  Em Agosto de 1990, em uma entrevista para revista Playboy, Senna afirmou que Piquet não poderia ter feito a insinuação, sugerindo que tinha tido um caso com Catherine Valentim, então mulher do rival.


Liliane Vasconcellos

Além de Nelson Piquet, o francês Alain Prost, que foi companheiro de Senna por duas temporadas na McLaren-Honda, fez uma das rivalidades mais acirradas da história da F-1. Desde o final do campeonato de 1988, havia tensão no relacionamento entre ambos, com o francês acusando a McLaren de dar tratamento preferencial a Senna. A relação se deteriorou durante a temporada de 1989, quando ambos já não se falavam. A colisão dos pilotos durante o GP do Japão daquele ano selou o auge da inimizade. Na temporada de 1990, Prost trocou a equipe pela Ferrari, e Senna daria o troco no rival, em mais um campeonato decidido em uma batida - desta vez favorável ao brasileiro.  Mas a relação entre os dois pilotos melhorou após a aposentadoria do francês, e Senna e Prost se aproximaram em 1994.  Antes do anúncio da morte de Senna, Prost imediatamente havia se solidarizado após o acidente. O francês participou do funeral do piloto.  "O Ayrton e eu tínhamos uma ligação. A sua morte foi o final da minha história com a Fórmula 1. Ninguém pode falar do Ayrton sem falar de mim e ninguém pode falar de mim sem falar dele", declarou Prost.  O piloto francês chegou a fazer parte do conselho consultivo do Instituto Ayrton Senna. Senna era amigo íntimo de Gerhard Berger, que foi seu companheiro de equipe na McLaren entre as temporadas 1990 e 1992. Os dois costumavam brincar um com o outro.[60] Berger é citado dizendo: "Ele me ensinou muito sobre nosso esporte, ensinei-o a rir." No documentárioThe Right to Win, feito em 2004 como uma homenagem a Senna, Frank Williams recordou que, além de um grande piloto, Senna "era um homem ainda maior fora do carro que ele estava."Ayrton foi tio do piloto Bruno Senna (filho de Viviane), de quem declarou em 1993: "Se vocês acham que eu sou rápido, esperem para ver meu sobrinho Bruno."


Curiosidades

Nos treinos de sexta-feira para o GP da Bélgica de 1992, o piloto Érik Comas, com sua Ligier, vinha em uma volta rápida quando perdeu o controle subitamente na curva Blanchimont e bateu com força. Ao ver o piloto desmaiado, Ayrton Senna, então na McLaren, que também vinha em sua volta rápida, parou o carro, desceu do cockpit, correu em direção ao Ligier e encontrou Comas "apagado" dentro do monoposto. O tricampeão mundial segurou a cabeça de Érik até a chegada da equipe médica. Tempos depois, o proprio Érik Comas, em entrevista, disse que Ayrton Senna havia lhe salvado a vida, já que no momento em que ele o socorria, Senna desligou o seu carro, o qual estava vazando combustível do motor, o que poderia causar uma explosão.

    
                                             Resultados antes da Fórmula 1


1973 - 01/jul - Primeira corrida de kart - circuito de Interlagos
1978 - Campeão Sul-Americano de kart
1978 - Campeão Brasileiro de kart
1978 - 13 a 17/set - Mundial de Kart em Le Mans/França - 6º colocado
1979 - Campeão Brasileiro de kart
1979 - 18 a 23/set - Mundial de Kart em Estoril/Portugal - 2º colocado
1980 - Campeão Brasileiro de kart
1980 - 17 a 21/set - Mundial de Kart em Niveles/Bélgica - 2º colocado
1981 - Campeão Brasileiro de kart
1981 - Formula Ford 1600 - Equipe Van Diemen (dois campeonatos: P&O Ferries (PO) e Townsend  (TT))
01/03 - PO - Brands Hatch - 5º
08/03 - TT - Thruxton - 3º
15/03 - TT - Brands Hatch - 1º
22/03 - TT - Mallory - 2º (pole)
05/04 - TT - Mallory - 2º
03/05 - TT - Snetterton - 2º (pole)
24/05 - RAC - Oulton Park - 1º (volta mais rápida)
25/02 - TT - Mallory - 1º
07/06 - TT - Snetterton - 1º (volta mais rápida)
21/06 - RAC - Silverstone - 2º
27/06 - TT - Oulton Park - 1º (volta mais rápida)
04/07 - RAC - Donnington - 1º (volta mais rápida)
12/07 - RAC - Brands Hatch - 4º (volta mais rápida)
25/07 - TT - Oulton Park - 1º (volta mais rápida)
26/07 - RAC - Mallory - 1º (volta mais rápida)
02/08 - TT - Brands Hatch - 1º
09/08 - RAC - Snetterton - 1º (volta mais rápida)
15/08 - TT - Donnington - 1º
31/08 - TT - Thruxton - 1º (pole e volta mais rápida)
16 a 20/09 - Mundial de Kart em Parma/Itália - 4º colocado
29/09 - TT - Brands Hatch - 2º (volta mais rápida)
1982 - Formula Ford 2000 - Equipe Rushen Green Racing (dois campeonatos: Campeonato Inglês Pace British FF 2000 (PB) e Campeonato Europeu de 2000 (EFDA))

07/03 - PB - Brands Hatch - 1º (pole e volta mais rápida)
27/03 - PB - Oulton - 1º (pole e volta mais rápida)
28/03 - PB - Silverstone - 1º (pole e volta mais rápida)
04/04 - PB - Donnington - 1º (pole e volta mais rápida)
09/04 - PB - Snetterton - 1º (pole e volta mais rápida)
12/04 - PB - Silverstone - 1º (pole e volta mais rápida)
18/04 - EFDA - Zolder - pole e abandono
02/05 - EFDA - Donnington
03/05 - PB - Mallory - 1º (volta mais rápida)
09/05 - EFDA - Zolder - pole, volta mais rápida e abandono
30/05 - PB - Oulton - abandono
30/05 - Celebr. - Oulton - 1º (volta mais rápida)
31/05 - PB - Brands Hatch - 1º (volta mais rápida)
06/06 - PB - Mallory - 1º (volta mais rápida)
13/06 - PB - Brands Hatch - 1º (volta mais rápida)
20/06 - EFDA - Hockenheim - pole e abandono
26/06 - PB - Oulton - 1º (volta mais rápida)
03/07 - EFDA - Zandvoort - 1º (pole)
04/07 - PB - Snetterton - 2º
10/07 - PB - Castle Combe - 1º (pole e volta mais rápida)
01/08 - PB - Snetterton - 1º (volta mais rápida)
08/08 - EFDA - Hockenheim - 1º (pole e volta mais rápida)
15/08 - EFDA - Österreichring - 1º (pole e volta mais rápida)
22/08 - EFDA - Jyllandsring - 1º (pole e volta mais rápida)
30/08 - PB - Thruxton - 1º (volta mais rápida)
05/09 - PB - Snetterton - 1º (volta mais rápida)
12/09 - EFDA - Mondello Park - 1º (volta mais rápida)
15 a 19/09 - Mundial de Kart em Kalmar/Suécia - 14º colocado
26/09 - PB - Brands Hatch - 2º (volta mais rápida)
13/11 - Fórmula 3 - Thruxton - Ralt RT3-Toyota - 1º (pole e volta mais rápida)
1983 - Formula 3 - Campeonato Inglês - Equipe West Surrey Racing (exceto em Macau, quando Senna pilotou para a Marlboro/Tedy Yip)

06/03 - Silverstone - 1º (volta mais rápida)
13/03 - Thruxton - 1º (pole)
20/03 - Silverstone - 1º (pole e volta mais rápida)
27/03 - Donnington - 1º (pole e volta mais rápida)
04/04 - Thruxton - 1º (pole)
24/04 - Silverstone - 1º (pole e volta mais rápida)
03/05 - Thruxton - 1º (pole e volta mais rápida)
08/05 - Brands Hatch - 1º (pole e volta mais rápida)
30/05 - Silverstone - 1º (pole e volta mais rápida)
12/06 - Silverstone - abandono
19/06 - Cadwell Park - pole, não largou
03/07 - Snetterton - volta mais rápida e abandono
16/07 - Silverstone - 1º (pole e volta mais rápida)
24/07 - Donnington - 2º (pole e volta mais rápida)
06/08 - Oulton - volta mais rápida e abandono
29/08 - Silverstone - 1º (pole)
11/09 - Oulton - abandono
18/09 - Thruxton - pole e abandono
02/10 - Silverstone - 2º
20/10 - GP de Macau - Macau - 1º (pole e volta mais rápida)
23/10 - Thruxton - 1º (pole e volta mais rápida)

Posição de chegada nas corridas de F-1
(Legenda: corrida em negrito indica pole position, corrida em itálico indica volta mais rápida)

AnoNome Oficial da EquipeChassisMotorPneus12345678910111213141516PontosPosição
1994Rothmans
Williams Renault
Williams FW16Renault RS6 V10GBRA
Ret
PAC
Ret
SMR
Ret
0NC
(38º)
1993MarlboroMcLarenMcLaren MP4/8Ford HBE7 V8GAFS
BRA
EUR
SMR
Ret
ESP
MON
CAN
18º
FRA
ING
ALE
HUN
Ret
BEL
ITA
Ret
POR
Ret
JAP
AUS
73
1992Honda Marlboro
McLaren
McLaren MP4/6BHonda RA122EV12GAFS
MEX
Ret
50
McLaren MP4/7ABRA
Ret
ESP
SMR
MON
CAN
Ret
FRA
Ret
ING
Ret
ALE
HUN
BEL
ITA
POR
JAP
Ret
AUS
Ret
1991Honda Marlboro
McLaren
McLaren MP4/6Honda RA121EV12GEUA
BRA
SMR
MON
CAN
Ret
MEX
FRA
ING
ALE
HUN
BEL
ITA
POR
ESP
JAP
AUS
2
96
1990Honda Marlboro
McLaren
McLaren MP4/5BHonda RA109EV10GEUA
BRA
SMR
Ret
MON
CAN
MEX
20º
FRA
ING
ALE
HUN
BEL
ITA
POR
ESP
Ret
JAP
Ret
AUS
Ret
78
1989Honda Marlboro
McLaren
McLaren MP4/5Honda RA109AV10GBRA
11º
SMR
MON
MEX
EUA
Ret
CAN
FRA
Ret
ING
Ret
ALE
HUN
BEL
ITA
Ret
POR
Ret
ESP
JAP
DSQ
AUS
Ret
60
1988Honda Marlboro
McLaren
McLaren MP4/4Honda RA168E V6TurboGBRA
DSQ
SMR
MON
Ret
MEX
CAN
EUA
FRA
ING
ALE
HUN
BEL
ITA
10º
POR
ESP
JAP
AUS
901
(94)
1987Camel Team Lotus
Honda
Lotus 99THonda RA166E V6TurboGBRA
Ret
SMR
BEL
Ret
MON
EUA
FRA
ING
ALE
HUN
AUT
ITA
POR
ESP
MEX
Ret
JAP
AUS
DSQ
57
1986John Player Special
Team Lotus
Lotus 98TRenault EF15BV6 TurboGBRA
ESP
SMR
Ret
MON
BEL
CAN
EUA
FRA
Ret
ING
Ret
ALE
HUN
AUT
Ret
ITA
Ret
POR
MEX
AUS
Ret
55
1985John Player Special
Team Lotus
Lotus 97TRenault EF4B V6TurboGBRA
Ret
POR
SMR
MON
Ret
CAN
16º
EUA
Ret
FRA
Ret
ING
10º
ALE
Ret
AUT
HOL
ITA
BEL
EUR
AFS
Ret
AUS
Ret
38
1984Toleman Group
Motorsport
Toleman TG183BHart 415T L4TurboPBRA
Ret
AFS
BEL
SMR
NQ
13
Toleman TG184MFRA
Ret
MON
2
CAN
USE
Ret
EUA
Ret
ING
ALE
Ret
AUT
Ret
HOL
Ret
ITAEUR
Ret
POR
  • ↑1 Nos descartes
  • ↑2 Foi atribuído metade dos pontos, porque o número de voltas não alcançou 75% de sua distância percorrida.

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