Ella Fitzgerald Ella Jane Fitzgerald (Newport News, 25 de abril de 1917 — Beverly Hills, 15 de junho de 1996) também conhecida como a "Primeira Dama da Canção" (em inglês: First Lady of Song) e "Lady Ella", foi uma popular cantora de jazz estadunidense. Com uma extensão vocal que abrangia três oitavas, era notória pela pureza de sua tonalidade, sua dicção, fraseado e entonação impecáveis, bem como uma habilidade de improviso "semelhante a um instrumento de sopro", particularmente no scat. |
Considerada uma das intérpretes supremas do chamado Great American Songbook, teve uma carreira que durou 59 anos, venceu 14 prêmios Grammy e recebeu a Medalha Nacional das Artes do presidente americano Ronald Reagan, bem como a Medalha Presidencial da Liberdade, do sucessor de Reagan, George H. W. Bush.Não raro, é apontada por críticos e músicos, como a maior cantora do século XX. No dia 25 de abril de 2013, o motor de buscas Google, fez uma homenagem à Ella Fitzgerald criando um Doodle (um logotipo que homenageia artistas, datas comemorativas, etc) e colocando ele na página principal do site. |
Biografia Primeiros anos Nasceu em Newport News, Virgínia, filha William e Temperance "Tempie" Fitzgerald. O casal se separou pouco tempo depois do nascimento da filha, e sua mãe a levou para Yonkers, Nova York, com seu namorado, Joseph Da Silva. A meia-irmã de Ella, Frances Da Silva, nasceu em 1923. Durante sua juventude Ella queria ser uma dançarina, embora gostasse de ouvir as gravações de jazz de Louis Armstrong, Bing Crosby e The Boswell Sisters. Idolatrava a cantora Connee Boswell, dizendo mais tarde: "Minha mãe trouxe para casa um de seus discos, e me apaixonei por ele....Tentei tanto soar exatamente como ela." Em 1932 sua mãe morreu, vítima de um enfarte. O trauma provocou uma queda brutal no desempenho escolar da garota, que deixou de frequentar as aulas. A um certo ponto chegou a trabalhar como vigia num bordel, e numa casa de apostas do jogo de números (numbers game) filiada à máfia. Após se envolver em problemas com a polícia, acabou sendo presa e enviada a um reformatório, de onde eventualmente fugiu, passando a viver na rua, até ser internada no Asilo de Órfãos de Cor em Riverdale, no Bronx, Nova York. Fez sua estreia como cantora aos 17 anos, em 21 de novembro de 1934, no Teatro Apollo, no Harlem. Gradualmente conquistou um público semanal no Apollo, e a oportunidade de competir numa das primeiras "Amateur Nights" do teatro. Originalmente pretendia dançar, porém, intimidada pelas Edward Sisters, uma dupla local de dançarinas, optou por cantar no estilo de Connee Boswell. Interpretou "Judy", de Boswell, e "The Object of My Affection", das Boswell Sisters, e conquistou o prêmio principal, de 25 dólares. |
Cantando em big bands Em janeiro de 1935, Fitzgerald conquistou a oportunidade de se apresentar por uma semana com a big band de Tiny Bradshaw, na Harlem Opera House. Lá conheceu o baterista e líder de banda, Chick Webb. Webb já havia contratado o cantor Charlie Linton para trabalhar com a banda e estava, como apontou posteriormente o New York Times, "relutante em contratá-la... porque era desajeitada e malcuidada, um diamante bruto."6 Webb ofereceu-lhe a oportunidade de fazer um teste com a banda quando tocaram num baile na Universidade de Yale. Ella começou a cantar regularmente com a Orquestra de Webb por todo o ano de 1935, no Savoy Ballroom, também no Harlem. Gravou diversos sucessos com a banda, incluindo "Love and Kisses" e "(If You Can't Sing It) You'll Have to Swing It (Mr. Paganini)." Foi, no entanto, sua versão de 1938 da canção infantil "A-Tisket, A-Tasket", canção que ela co-compôs, que lhe trouxe uma maior atenção do público.Chick Webb morreu em 16 de junho de 1939, e sua banda passou a se chamar "Ella Fitzgerald and her Famous Orchestra", com Ella como líder. Fez 150 gravações durante seu período com a orquestra. |
Os anos na Decca Em 1942, Fitzgerald abandonou a banda em busca de uma carreira solo. Contratada pela gravadora Decca, obteve diversos sucessos gravando com artistas como Ink Spots, Louis Jordan e os Delta Rhythm Boys.Com Milt Gabler, da própria Decca, administrando sua carreira, começou a trabalhar regularmente para o empresário do jazz Norman Granz, e apareceu regularmente na sua série de concertos Jazz at the Philharmonic (JATP). A relação de Fitzgerald com Granz foi solidificada quando ele tornou-se seu empresário, embora ele só tenha sido capaz de trazê-la para uma de suas muitas gravadoras quase uma década depois. O declínio da era do swing e das grandes turnês das big bands trouxe uma grande mudança no jazz. O advento do bebop provocou uma alteração no estilo vocal de Ella, influenciado por seu trabalho com a big band de Dizzy Gillespie. Foi neste período que Fitzgeraldd começou a incluir o scat como uma das marcas registradas de seu repertório. Sobre cantar com Gillespie, Ella comentou mais tarde: "Eu apenas tentava fazer [com minha voz] o que eu ouvia os sopros da banda fazerem" |
Sua gravação em scat de 1945 da canção "Flying Home" (arranjada por Vic Schoen) seria descrita posteriormente pelo New York Times como "uma das mais influentes gravações vocais de jazz da década....Embora outros cantores, especialmente Louis Armstrong, tenham tentado improvisações semelhantes, ninguém antes da senhorita Fitzgerald empregou a técnica com tão brilhante inventividade."6 Sua gravação bebop de "Oh, Lady be Good!", de 1947, foi igualmente popular, e aumentou sua reputação como uma das principais vocalistas de jazz de seu tempo.Respondendo às críticas, e sob pressão de Granz, que achava que ela havia recebido material pouco adequado para gravar durante este período, em seus últimos anos com a gravadora Decca, Ella gravou uma série de duetos com o pianista Ellis Larkins, lançados em 1950 como Ella Sings Gershwin. |
Mudança para a Verve e sucesso com o grande público Ella ainda estava se apresentando nos concertos JATP, de Granz, em 1955, quando deixou a Decca e Granz, agora seu empresário particular, criou a Verve Records em torno dela. Fitzgerald descreveu posteriormente o período como tendo sido crucial, estrategicamente; segundo ela, "eu havia chegado a um ponto onde apenas cantava be-bop. Eu achava que o be-bop era tudo, e que o que eu precisava fazer era ir para algum lugar e cantar bop. Mas finalmente chegou um ponto em que eu não tinha mais lugar para cantar. Eu percebi que havia mais, na música, do que o bop. Norman... achou que eu deveria fazer outras coisas, e então ele produziu o Songbook de Cole Porter comigo. Foi uma guinada na minha vida." Ella Fitzgerald Sings the Cole Porter Songbook, lançado em 1956, foi o primeiro de oito conjuntos de songbooks de diversos álbuns lançados pela Verve, em intervalos irregulares, de 1956 a 1964. Os compositores e letristas abordados em cada um dos conjuntos, no geral, representam a maior parte do cânone cultural americano conhecido como Great American Songbook. As escolhas de canções interpretadas por Fitzgerald variaram dos padrões até raridades, e representaram uma tentativa de Ella de passar para um público não-jazzístico.Ella Fitzgerald Sings the Duke Ellington Songbook foi o único songbook no qual o compositor interpretado por Ella a acompanhou. Duke Ellington e seu colaborador de longa data, Billy Strayhorn, apareceram em exatamente metade das 38 faixas, e compuseram duas novas canções para o álbum, "The E and D Blues" e um retrato musical de Fitzgerald em quatro movimentos (a única faixa do songbook na qual ela não canta). |
A
série de songbooks acabou por se tornar a obra mais bem-sucedida
e aclamada pela crítica, e provavelmente sua
contribuição mais significante à cultura
americana. Em 1996 o New York Times escreveu que "estes álbuns
estiveram entre os primeiros álbuns do pop a dedicar tamanha
atenção aos compositores especificamente, e foram
cruciais no estabelecimento do álbum pop como um veículo
para a exploração musical séria. Alguns dias depois da morte de Fitzgerald, Frank Rich, colunista do mesmo New York Times, escreveu que na série de songbooks Ella teria executado uma "transação cultural tão extraordinária quanto a integração, feita por Elvis, na mesma época, dos brancos com o soul afro-americano. Aqui estava uma mulher negra popularizando canções urbanas compostas por judeus imigrantes para um público nacional de predominantemente cristãos brancos." Ella Fitzgerald também gravou álbuns dedicados exclusivamente às canções de Porter e Gershwin posteriormente, em 1972 e 1983; estes álbuns foram, respectivamente, Ella Loves Cole e Nice Work If You Can Get It. Uma coletânea posterior dedicada a um único compositor foi lançada durante sua temporada com a gravadora Pablo Records, Ella Abraça Jobim, onde ela interpretou canções de Tom Jobim. |
Enquanto
gravava os songbooks e ocasionais álbuns de estúdio,
Fitzgerald se apresentava ao vivo durante 40 a 45 semanas por ano, nos
Estados Unidos e internacionalmente, sob a tutela de Norman Granz, que
ajudou a solidificar sua posição como uma das principais
intérpretes ao vivo de jazz. Em meados da década de 1950, Fitzgerald se tornou a primeira negra a se apresentar no Mocambo, depois de Marilyn Monroe interceder a seu favor com o proprietário da casa. Sua contratação foi fundamental para sua carreira, e o incidente foi transformado numa peça por Bonnie Greer, em 2005. Diversos álbuns ao vivo lançados pela Verve foram muito elogiados pelos críticos. Ella at the Opera House mostra um típico setlist da JATP; Ella in Rome e Twelve Nights In Hollywood mostram seu cânone vocal de jazz. Ella in Berlin ainda é hoje em dia um de seus álbuns mais vendidos, e conta com uma performance vencedora do Grammy de "Mack the Knife", na qual ela se esquece da letra, recorrendo de maneira magnífica ao improviso para "compensar". |
Anos finais Em 1963 a Verve Records foi vendida por três milhões de dólares à MGM, que não renovou o contrato de Fitzgerald. Nos próximos cinco anos ela alternou entre a Atlantic, Capitol e Reprise. Seu material na época havia se distanciado muito do repertório típico de jazz; para a Capitol ela havia gravado Brighten the Corner, um álbum de hinos, Ella Fitzgerald's Christmas, um álbum de canções natalinas tradicionais, Misty Blue, um álbum com influências country and western, e 30 by Ella, uma série de seis medleys gravados apenas para cumprir com suas obrigações contratuais.Durante este período Ella obteve seu último single nas paradas de sucesso dos Estados Unidos, com uma cover de "Get Ready", de Smokey Robinson, que havia sido um sucesso com The Temptations, e Rare Earth. O sucesso surpreendente do álbum Jazz at Santa Monica Civic '72, de 1972, fez com que Granz criasse a Pablo Records, sua primeira gravadora desde a venda da Verve. Fitzgerald gravou cerca de 20 álbuns para o selo. Ella in London, gravado ao vivo em 1974 com o pianista Tommy Flanagan, Joe Pass na guitarra, Keter Betts no baixo e Bobby Durham na bateria, é considerado um de seus melhores. Seus anos na Pablo documentaram o declínio de sua voz. De acordo com um biógrafo, "ela frequentemente usava frases mais curtas e mais secas, e sua voz estava mais áspera, com um vibrato mais espaçado".5 Atormentada por problemas de saúde, Ella fez sua última gravação em 1991, e sua última apresentação ao vivo em 1993. |
Vida pessoal Ella Fitzgerald se casou pelo menos duas vezes, e existem evidências de que teria se casado uma terceira vez. Em 1941 casou-se com Benny Kornegay, um traficante de drogas condenado. O casamento foi anulado após dois anos.Seu segundo casamento, em dezembro de 1947, foi com o famoso contrabaixista Ray Brown, que ela havia conhecido durante a turnê com a banda de Dizzy Gillespie, um ano antes. Juntos eles adotaram um filho de Frances, meia-irmã de Ella, que eles batizaram de Ray Brown, Jr. Com Fitzgerald e Brown quase sempre envolvidos com turnês e gravações, a criança acabou sendo criada por sua tia, Virginia. Fitzgerald e Brown se divorciaram em 1953, devido às diversas pressões pelas quais as carreiras artísticas de ambos passavam no período - embora tenham continuado a se apresentar juntos.Em julho de 1957, a agência de notícias Reuters informou que Fitzgerald teria se casado em segredo com Thor Einar Larsen, um jovem norueguês, em Oslo. Ella teria até mesmo comprado e decorado um apartamento na cidade, porém o caso foi rapidamente esquecido quando Larsen foi condenado a cinco meses de trabalhos forçados na Suécia por ter roubado dinheiro de uma jovem com a qual ele teria estado envolvido anteriormente. |
Fitzgerald
era notoriamente tímida. O trompetista Mario Bauza, que tocou
com Fitzgerald em seu início de carreira, com Chick Webb,
comentou que ela não saía muito, dedicando-se unicamente
à sua música e ao trabalho.5 Mais tarde em sua carreira,
quando a Society of Singers lhe homenageou dando o seu nome a um de
seus prêmios, Ella comentou: "Não quero dizer a coisa
errada, o que eu sempre acabo fazendo. Acho que me saio melhor quando
canto." Já afetada pelos problemas de visão causados pela diabete, Ella Fitzgerald teve suas duas pernas amputadas em 1993.5 Morreu em 1996, em Beverly Hills, Califórnia, aos 79 anos de idade. Está enterrada no Inglewood Park Cemetery, em Inglewood, também na Califórnia.11 O material de arquivo da sua longa carreira está armazenado no Centro de Arquivos do Museu Nacional de História Americana, do Smithsonian, enquanto seus arranjos musicais pessoais estão guardados na Biblioteca do Congresso. Sua extensa coleção de receitas foi doada à Biblioteca Schlesinger, da Universidade Harvard, enquanto sua coleção de partituras está na Biblioteca Schoenberg, na UCLA. |
Cinema e televisão Em seu papel de maior destaque no cinema, Ella interpretou a cantora Maggie Jackson, no filme de jazz de Jack Webb, Pete Kelly's Blues, rodado em 1955. O filme também contou com a atriz Janet Leigh e a cantora Peggy Lee. Embora já tivesse trabalhado em outros filmes anteriormente (havia cantado rapidamente no filme Ride 'Em Cowboy, dos humoristas Abbott e Costello, de 1942), ela teria ficado "encantada" quando Norman Granz negociou o papel por ela, e, "na época... teria considerado seu papel no filme da Warner Brothers como a maior coisa que já lhe tinha acontecido."5 Segundo o crítico que comentou sobre o filme para o New York Times em agosto de 1955, "cerca de cinco minutos (de noventa e cinco) deste filme sugerem o que ele poderia ter sido. Pegue o ingênuo prólogo... ou as cenas rápidas nas quais a maravilhosa Ella Fitzgerald, a quem foram concedidas algumas poucas falas, enche a tela e a trilha sonora com suas fortes características expressivas e com sua voz." Assim como outra cantora de jazz, Lena Horne, o fato de ser negra impediu que Fitzgerald estrelasse algum grande sucesso de bilheteria. Depois de Pete Kelly's Blues ela fez aparições esporádicas em filmes como St. Louis Blues (1958) e Let No Man Write My Epitaph (1960). Bem mais tarde, apareceu no drama televisivo The White Shadow, durante a década de 1980. |
Também teve diversas aparições como convidada em programas de televisão, cantando no Frank Sinatra Show, juntamente com Nat King Cole, Dean Martin, Mel Tormé e muitos outros. Talvez sua performance mais atípica e intrigante tenha sido a da canção 'Three Little Maids', da opereta cômica The Mikado, de Gilbert e Sullivan, ao lado da cantora lírica Joan Sutherland e de Dinah Shore, no programa semanal de Shore, em 1963. Ella também apareceu uma vez ao lado de Sarah Vaughan e Pearl Bailey num especial para a televisão de 1979 em homenagem a Bailey.Ella Fitzgerald apareceu em diversos anúncios publicitários na televisão, dos quais o mais célebre foi para a empresa Memorex, no qual ela cantava uma nota que quebrava um vidro enquanto era registrado num gravador Memorex; a fita então era executada e a gravação também quebrava o vidro, com a pergunta: "é ao vivo, ou é Memorex" ("Is it live, or is it Memorex?"). Também apareceu em diversos comerciais para a rede de fast-food Kentucky Fried Chicken, cantando e fazendo scat em cima do slogan da cadeia, "We do chicken right!"Sua última campanha publicitária foi para a American Express, na qual ela foi fotografada por Annie Leibovitz. |
Colaborações As colaborações mais famosas de Ella Fitzgerald foram com o trompetista Louis Armstrong, o guitarrista Joe Pass e os bandleaders Count Basie e Duke Ellington. Fitzgerald gravou três álbuns de estúdio pela Verve com Armstrong, dois de standards do gênero (Ella and Louis, de 1956, e Ella and Louis Again, de 1957), e um terceiro com peças do musical Porgy and Bess, de Gershwin. Fitzgerald também gravou diversas faixas com Armstrong para a Decca no início da década de 1950. Fitzgerald por vezes é descrita como a cantora de swing quintessencial, e suas gravações com Count Basie são muito elogiadas pelos críticos. Ella aparece numa faixa do álbum de Basie One O'Clock Jump, de 1957, enquanto seu álbum Ella and Basie!, de 1963, é lembrado como uma de suas maiores gravações. Com a banda 'New Testament', de Basie, em pleno vigor, e os arranjos compostos por um jovem Quincy Jones, este álbum se acabou sendo um descanso para Ella de todas as gravações de songbooks e turnês constantes com a qual ela estava envolvida no período. Fitzgerald e Basie também tiveram outra colaboração no álbum Jazz at Santa Monica Civic '72, de 1972, e nos álbuns Digital III at Montreux, A Classy Pair e A Perfect Match, de 1979. Ella Fitzgerald e Joe Pass gravaram quatro álbuns juntos no fim da carreira de Ella. Ela gravou diversos álbuns com acompanhamento de piano, porém a guitarra se firmou como o perfeito invólucro melódico para ela. Fitzgerald e Pass apareceram juntos nos álbuns Take Love Easy (1973), Easy Living (1986), Speak Love (1983) e Fitzgerald and Pass... Again (1976). Fitzgerald e Duke Ellington gravaram dois álbuns ao vivo e dois álbuns de estúdio. Seu Songbook de Duke Ellington colocou Ellington firmemente no cânone do Great American Songbook, e a década de 1960 viu Ella e o 'Duke' se encontrarem na Côte d'Azur para o álbum Ella and Duke at the Cote D'Azur, de 1966, e na Suécia, para The Stockholm Concert, 1966. |
Seu álbum de 1965, Ella at Duke's Place, também foi muito elogiado. Ella teve diversos músicos e solistas de jazz famosos acompanhando-a ao longo de sua carreira. Os trompetistas Roy Eldridge e Dizzy Gillespie, o guitarrista Herb Ellis, e os pianistas Tommy Flanagan, Oscar Peterson, Lou Levy, Paul Smith, Jimmy Rowles e Ellis Larkins trabalharam com ela, quase sempre em pequenos grupos e em apresentações ao vivo.Talvez a maior parceria de Ella Fitzgerald a não ter sido realizada (em termos de música popular) foi um álbum, ao vivo ou de estúdio, com Frank Sinatra. Ambos apareceram no mesmo palco apenas periodicamente ao longo dos anos, em especiais de televisão, em 1958 e 1959, e novamente em 1967, no programa A Man and His Music + Ella + Jobim, uma apresentação que também contou com Tom Jobim. Segundo o pianista Paul Smith, "Ella adorava trabalhar com [Frank]. Sinatra lhe deu o seu próprio camarim em A Man and His Music, e não se cansava de fazer coisas por ela." Quando perguntado sobre o assunto, Norman Granz citava "motivos contratuais complexos" para justificar o fato dos dois artistas nunca gravarem juntos.5 A aparição de Fitzgerald com Sinatra e Count em junho de 1974 para uma série de concertos no Caesar's Palace, em Las Vegas, foi vista como um importante ímpeto para o retorno de Sinatra de seu exílio voluntário, no início da década de 1970. Os shows foram um grande sucesso, e, em setembro daquele ano, renderam um milhão de dólares durante duas semanas na Broadway, num 'triunvirato' com a Count Basie Orchestra. |
Prêmios, citações e homenagens Ella Fitzgerald venceu 14 prêmios Grammy, incluindo um de Lifetime Achievement, em 1967. Entre outros prêmios e homenagens que recebeu durante sua carreira estão o Kennedy Center for the Performing Arts Medal of Honor Award, National Medal of Art, o primeiro Society of Singers Lifetime Achievement Award (batizado de "Ella" em sua homenagem), a Medalha Presidencial da Liberdade, e o George and Ira Gershwin Award pela sua carreira, da UCLA Spring Sing. Ella Fitzgerald apoiou de maneira discreta porém intensa diversas organizações de caridade e sem fins lucrativos, incluindo a American Heart Association e o United Negro College Fund. Em 1993 fundou a "Ella Fitzgerald Charitable Foundation", que continua a custear programas que perpetuam seus ideais.14 |
Álbuns Decca Ella Fitzgerald começou a gravar álbuns pela gravadora Decca, após anos gravando apenas singles. 1950 Pure Ella (originalmente Ella Sings Gershwin) Souvenir Album 1954 Lullabies of Birdland Songs in a Mellow Mood 1955 For Sentimental Reasons Miss Ella Fitzgerald & Mr Gordon Jenkins Invite You to Listen and Relax Sweet and Hot The First Lady of Song Verve Fitzgerald também gravou singles durante seus anos na Verve. Estes singles foram reunidos no álbum lançado em 2003, Jukebox Ella: The Complete Verve Singles, Vol. 1. 1956 Ella Fitzgerald Sings the Cole Porter Songbook Ella and Louis (com Louis Armstrong) Ella Fitzgerald Sings the Rodgers & Hart Songbook 1957 Ella and Louis Again (com Louis Armstrong) Ella Fitzgerald Sings the Duke Ellington Songbook (com Duke Ellington) – Prêmio Grammy de melhor performance de jazz, solista Ella at the Opera House (ao vivo) Like Someone in Love Porgy and Bess (com Louis Armstrong) 1958 Ella Fitzgerald and Billie Holiday at Newport (ao vivo) (relançado com faixas de Carmen McRae em 2001) Ella Swings Lightly – Prêmio Grammy de melhor performance de jazz, solista Ella Fitzgerald Sings the Irving Berlin Songbook – Prêmio Grammy de melhor performance vocal feminina pop Ella in Rome: The Birthday Concert (ao vivo) (lançado em 1988) Ella Fitzgerald live at Mister Kelly's (ao vivo) (lançado em 2007) 1959 Get Happy! Ella Fitzgerald Sings Sweet Songs for Swingers Ella Fitzgerald Sings the George and Ira Gershwin Songbook – Prêmio Grammy de melhor performance vocal feminina pop 1960 Ella in Berlin: Mack the Knife (ao vivo) – Prêmio Grammy de melhor performance vocal pop Ella Wishes You a Swinging Christmas Hello, Love Ella Fitzgerald Sings Songs from Let No Man Write My Epitaph (disponível em CD como The Intimate Ella) 1961 Ella Fitzgerald Sings the Harold Arlen Songbook Ella in Hollywood (ao vivo) Clap Hands, Here Comes Charlie! Ella Returns to Berlin (ao vivo) (lançado em 1991) Twelve Nights In Hollywood (ao vivo) (lançado em 2009) 1962 Rhythm Is My Business Ella Swings Brightly with Nelson – Prêmio Grammy de melhor performance vocal pop Ella Swings Gently with Nelson 1963 | Ella Sings Broadway Ella Fitzgerald Sings the Jerome Kern Songbook Ella and Basie! (com Count Basie) These Are the Blues 1964 Hello, Dolly! Ella Fitzgerald Sings the Johnny Mercer Songbook Ella at Juan-Les-Pins (ao vivo) 1965 Ella at Duke's Place (com Duke Ellington) Ella in Hamburg (ao vivo) 1966 Whisper Not Ella and Duke at the Cote D'Azur (ao vivo) (com Duke Ellington) 1969 Sunshine of your Love (ao vivo) Capitol 1967 Brighten the Corner Ella Fitzgerald's Christmas 1968 30 by Ella Misty Blue Reprise 1969 Ella 1970 Things Ain't What They Used to Be (And You Better Believe It) Atlantic 1972 Ella Loves Cole (lançado pela gravadora Pablo como Dream Dancing) Columbia 1973 Newport Jazz Festival: Live at Carnegie Hall (ao vivo) Pablo 1966 The Stockholm Concert, 1966 (ao vivo) (com Duke Ellington) 1970 Ella in Budapest, Hungary (ao vivo) 1971 Ella à Nice (ao vivo) 1972 Jazz at Santa Monica Civic '72 (ao vivo) 1973 Take Love Easy (com Joe Pass) 1974 Fine and Mellow (lançado em 1979) – Prêmio Grammy de melhor vocal de jazz Ella in London (ao vivo) 1975 Ella and Oscar (com Oscar Peterson) Montreux '75 (ao vivo) 1976 Fitzgerald and Pass... Again (com Joe Pass) – Prêmio Grammy de melhor vocal de jazz 1977 Montreux '77 (ao vivo) 1978 Lady Time Dream Dancing (lançado pela primeira vez pela Atlantic como Ella Loves Cole) 1979 Digital III at Montreux (ao vivo) – Prêmio Grammy de melhor performance vocal feminina de jazz A Classy Pair (com Count Basie) A Perfect Match (ao vivo) (com Count Basie) – Prêmio Grammy de melhor performance vocal feminina de jazz 1981 Ella Abraça Jobim 1982 The Best Is Yet to Come – Prêmio Grammy de melhor performance vocal feminina de jazz 1983 Speak Love (com Joe Pass) Nice Work If You Can Get It (com André Previn) 1986 Easy Living (com Joe Pass) 1989 All That Jazz – Prêmio Grammy de melhor performance vocal feminina de jazz 2001 Sophisticated Lady (ao vivo) (com Joe Pass) (gravado em 1975, 1983) Aparições como convidada especial 1955 Songs from Pete Kelly's Blues 1957 One O'Clock Jump (com Count Basie e Joe Williams) 1983 Return to Happiness (com JATP) 1989 Back on the Block (Qwest Records) Coletâneas 1994 The Complete Ella Fitzgerald Songbooks 1995 Ella: The Legendary Decca Recordings 1997 The Complete Ella Fitzgerald & Louis Armstrong on Verve |
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