Santa ceia Santa Ceia - também chamada Mesa do Senhor e Eucaristia, isto é, Ação de Graças - é em geral chamada ceia porque foi instituída por Cristo em sua última ceia, e ainda a representa, e porque nela os fiéis são espiritualmente alimentados. É também uma celebração memorial da morte e ressurreição de Cristo. Também é chamada de "comunhão", "ceia do Senhor", e "Eucaristia" (Católicos e Ortodoxos). O nome "Ceia do Senhor" ou "Santa Ceia do Senhor" é geralmente usado nas denominações protestantes. |
A celebração Segundo os cristãos evangélicos, exceto Anglicanos, Calvinistas e Luteranos o pão usado na celebração apenas representa o corpo sem pecado, que Cristo ofereceu na cruz como resgate. O vinho apenas representa Seu sangue derramado (ou seja, a Sua vida perfeita), para remissão da humanidade condenada ao pecado herdado e morte. Para esses grupos, constitui celebração ritual de caráter memorial não religioso, uma vez que não interfere, em senso restrito e direto, na salvação dos praticantes. A Bíblia não específica quando ou quantas vezes ao ano se deve celebrar a "Santa Ceia". Algumas religiões cristãs celebram-na diariamente ou semanalmente (Católicos Romanos, Ortodoxos, Anglicanos e Luteranos, por exemplo), outros duas vezes ou uma vez ao mês (a maioria das denominações evangélicos), ou anualmente (Testemunhas de Jeová e Congregação Cristã no Brasil ). A Santa Ceia é uma das celebrações mais importantes no Cristianismo.Para cada um dos grupos cristãos a Santa Ceia tem um significado com propriedades muito particulares. Para a maioria dos grupos evangélicos, entendem-se três princípios fundamentais: 1º: Jesus morreu por nossos pecados; 2º: Nós o aceitamos como o Nosso Salvador; 3º: Ele breve voltará para buscar o seu povo, os seus escolhidos. |
Abaixo a visão detalhada dos demais grupos cristãos. A visão da Igreja Católica Romana e das Igrejas Ortodoxas Orientais A Igreja Católica Romana ensina que pão e o vinho durante a missa são transubstanciados no Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. As Igrejas Ortodoxas aceitam tal mudança, mas a maioria não precisa como esta mudança ocorre, como faz a Igreja Católica. Substância significa o que uma coisa é nela mesma; por exemplo, a forma de um chapéu não é o chapéu próprio, nem é sua cor, nem é seu tamanho, nem é sua aspereza, nem qualquer outra coisa sobre o chapéu perceptível aos sentidos. O chapéu próprio (a "substância") tem a forma, a cor, o tamanho, a aspereza e as outras aparências, mas é distinto dessas. As aparências, que são referenciadas pelo termo filosófico acidentes, são perceptíveis aos sentidos, mas a substância não é. Na consagração, para a Igreja Católica, permanecem as aparências acidentais de pão e vinho, chamadas de espécies, mas toda a substância do pão é transubstanciada no Corpo de Cristo e toda a substância do vinho é transubstanciada no Sangue de Cristo. Por concomitância, no Corpo está também o Sangue, a Alma e a Divindade de Cristo e no Sangue o Corpo, a Alma e a Divindade do Cristo. Na Igreja Católica Romana considera-se que o momento exato da consagração se dá após o sacerdote pronunciar as palavras de Cristo: "Isto é o meu Corpo" e "Isto é o meu Sangue". |
Já nas Igrejas Ortodoxas considera-se que a transmutação se dê no momento após a epíclese (orações em que se invoca o Espírito Santo para converter o pão e o vinho em Corpo e Sangue de Cristo). O pão não é mais pão, e sim Corpo: Corpo em essência (substância) sob a aparência (acidente) de Pão. O vinho não é mais vinho e sim Sangue: Sangue em essência (substância), sob a aparencia (acidente) de Vinho. Esses são tornados presentes através do sacrifício místico e incruento de Cristo renovado e atualizado nos altares. A própria Missa é considerada um sacrifício (sacrificium missae), a renovação incruenta do sacrifício de cruz do calvário. Cristo, no calvário, morreu ao ter seu sangue separado do corpo (os judeus consideravam o sangue sede da vida, daí tantas prescrições rituais quanto ao sangue). Na missa, o único sacrifício expiatório de Cristo feito na Cruz do calvário se torna presente e real de uma maneira mística e incruenta. Na Igreja Católica Romana e nas Igrejas Ortodoxas a missa (chamada no oriente de Divina Liturgia), não é uma repetição memorial da santa ceia, mas o mesmo sacrifício do calvário tornado presente . Cristo, na santa ceia teria apenas antecipado o sacrifício que faria no calvário para deixar um sacrifício místico digno da Igreja que fundou, um sacrifício puro e incruento para a remissão dos pecados. |
SANTA CEIA PENTECOSTAL |
A visão das Igrejas Luteranas As Igrejas Luteranas ensinam que a substância do corpo e do sangue de Cristo une-se a substância do pão e do vinho através da união sacramental. Ensinam que o verdadeiro corpo e sangue de Cristo estão EM, COM e SOB o pão e o vinho. O pão permanece sendo pão, o vinho permanece sendo vinho, mas a toda substância (essência) do pão e do vinho unem-se as substâncias (essências) do verdadeiro corpo e do verdadeiro sangue de Cristo. Esta união (União Sacramental) se dá exclusivamente após a consagração e durante o uso do sacramento: é Pão e Corpo ; é Vinho e Sangue. Assim, crê-se que após um coração arrependido que recebe a absolvição de pecados, o cristão de livre consciência está apto a receber a presença de Cristo em sua vida através da Comunhão do Pão que é o Corpo de Cristo e do Vinho que é o Sangue de Cristo, segundo sua crença, não de modo simbólico mas o verdadeiro Cristo Em, Com e Sob estas substâncias (Pão e Vinho). |
A visão Reformada (Calvinista) As Igrejas Reformadas ensinam a doutrina da "Presença Real", isto é , Cristo está realmente presente de forma espiritual na santa ceia. Segundo esta doutrina, o corpo e sangue de Cristo estão no pão e no vinho apenas em sentido sacramental, ou seja, não encontram-se localizados corporal ou espiritualmente nestes elementos. O pão e o vinho oferecidos pelo ministro são sinais visíveis que representam de modo exterior e sacramental o verdadeiro corpo e sangue de Cristo. Ao mesmo tempo, por obra do Espírito Santo, acredita-se que os comungantes recebem, de modo espiritual, através da fé, a verdadeira carne e sangue do Senhor . Assim sendo, o verdadeiro corpo de Cristo não pode ser comidos pela boca. Ele é comunicado espiritualmente ao crente através da fé durante a administração da santa ceia |
A visão Memorialista (Zuwingliana) da Santa Ceia A Santa Ceia é o símbolo do Sacrifício de Cristo. Não acredita ser realmente o corpo e o sangue porque Jesus disse "fazei isto em memória de mim". Com base nisso, dizem ser um ato simbólico: o pão (corpo de Cristo) e o vinho (sangue de Cristo) são celebrados em memória do ato de sacrificial de Jesus Cristo. É celebrada normalmente uma ou duas vezes ao mês. Todos os membros que estão em comunhão com a Igreja (batizados em nome do Pai, do Filho de do Espírito Santo) participam, comendo o pão (sem fermento) e bebendo o vinho (suco de uva). "Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim." (1ª Co. 11.24) "Este cálice é a nova aliança do meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim." (1ª Co. 11.25) "Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice." (1ª Co. 11.28) Almeida Revista e Corrigida A da palavra 'memorial', que significa algo para ser lembrado. Se é para lembrar, o pão não pode ser o corpo nem o vinho (ou suco de uva) o sangue de Cristo. Segundo o memorialismo Jesus quis dizer "fazei isto para se lembrarem de mim". |
Conclusão Ao contrário dos católicos que crêem na transubstanciação, a maioria dos protestantes não acreditam que o pão se transforma no corpo nem um vinho se transformam no sangue de Cristo, excetuando-se os Luteranos que acreditam de modo diferente destes dois grupos, considerando a união de Cristo com as substâncias que não se transformam, mas que ao mesmo tempo têm sua presença Em, Com e Sob a substância. Todos esses argumentos baseiam-se em interpretações divergentes das palavras de Jesus Cristo no evangelho. |