Video cassete O gravador de vídeo cassete, videocassete (português brasileiro) ou cassete de vídeo (português europeu), também conhecido pela sua sigla inglesa VCR (Video Cassette Recorder), foi um aparelho eletrônico capaz de gravar e reproduzir imagens que são registradas em fitas magnéticas acondicionadas em caixas plásticas (cassetes) para facilitar o manuseio. Ele é o sucessor do gravador de videoteipe (VTR, na sigla em inglês), que utilizava fitas magnéticas em carretéis plásticos. Inicialmente os videocassetes eram dirigidos ao mercado amador, mas com o tempo a tecnologia foi aperfeiçoada e usada para fins profissionais. Dependendo das características físicas da caixa e da fita bem como das especificações técnicas de gravação e reprodução da imagem, foram definidos diferentes "formatos" de videocassetes como o U-Matic, Betamax, VHS, Betacam, S-VHS e outros. |
História Primeiros aparelhos O primeiro Vídeocassete desenvolvido foi U-matic da Sony, introduzido comercialmente em setembro de 1971. Até o final da década de 1970, a gravação em meio magnético era feita com videotapes (videoteipes), fitas magnéticas de 1 ou 2 polegadas de largura acondicionadas em carretéis. Os equipamentos eram caros e pesados e seu uso para o mercado amador praticamente inexistia. Usou-se então para o vídeo o conceito de "cassete" desenvolvido pela Philips nos anos 60 para as fitas de áudio, onde os carretéis das fitas para gravadores de áudio foram colocados em uma caixinha plástica. Do mesmo modo a fita de vídeo foi montada em uma caixa com uma tampa retrátil que permitiria sua colocação no gravador de maneira mais rápida e prática (sem precisar passar ao redor da cabeça de leitura ou por polias) além de ser protegida do contato com as mãos. As primeiras máquinas não tinham os sintonizadores de televisão ou timers (relógios para gravação), mas logo vislumbrou-se que o potencial do mercado seria o de se gravar em casa a programação da televisão, o que fez com que os aparelhos fossem desenvolvidos neste sentido. Por volta de 1980 existiam três formatos competindo, cada um com um diferente formato de fita cassete fisicamente incompatível. |
BETAMAX |
Por volta de 1980 existiam três formatos competindo, cada um com um diferente formato de fita cassete fisicamente incompatível. Os formatos Betamax e VHS A primeira empresa a ter sucesso comercial em lançar um gravador de videocassete foi a Sony. A Sony criou o formato conhecido como Betamax lançando-o no mercado dos EUA em Novembro de 1975. A novidade estava em usar uma fita de 1/2 polegada de largura que ao ser extraida do cassete envolvia as cabeças de gravação e leitura de uma maneira que a troca de informação fosse maior, com consequente reflexo na qualidade da imagem. O Betamax possuia originalmente um tempo de gravação de 1 hora por fita que após a chegada de concorrentes passou a 2 horas por fita. Por causa de uma política de exclusividade da Sony o Betamax foi franqueado para poucas empresas entre elas a Sanyo e a NEC. Em 1976 surgiu um formato concorrente lançado pela JVC conhecido como Video Home System, o VHS, também com fitas de 1/2 polegada que logo foi franqueado para outras empresas como a Matsushita (Panasonic), Sharp, Zenith, RCA, o que acelerou sua difusão pelo mundo. O VHS possuía um tempo de gravação de duas horas. Durante vários anos estes dois formatos concorreram pela preferência do consumidor. O formato VHS aos poucos prevaleceu a ponto de ao longo dos anos a Sony ficar isolada como única fabricante de aparelhos Betamax até que ela própria encerrou a fabricação deste tipo de aparelho e adotou o padrão VHS. |
Há várias razões para o fracasso do formato Betamax: Suposição I: O VHS prevaleceu porque, desde sua introdução contava com o dobro de tempo de gravação, dado que o formato Betamax no início estava limitado a uma hora de gravação; mas logo foi aperfeiçoado com a velocidade Beta II que permitia duas horas de gravação. Suposição II: O êxito do VHS é deu-se pela sua rápida adoção pelo mercado pornográfico. A grande disponibilidade de pornografia neste formato impulsionou sua difusão, refletindo uma tradição que mostra que a pornografia é também um combustível para a consolidação de novos formatos (a Internet é um exemplo óbvio disso). Suposição III: A JVC e a Sony usaram diferentes tipos de difusão para suas tecnologias, a JVC licenciou rapidamente sua tecnologia VHS a outras companhias que inundaram o mercado com dezenas de marcas diferentes (Zenith, RCA, SHARP, Philco, GE, Sears,Thomson etc.) criando uma massa crítica de publicidade+marketing+revendas que em muito superou a Sony e as 2 ou 3 companhias que foram licenciadas por ela para produzir os equipamentos Betamax. Difusão no Brasil: Os primeiros gravadores de videocassete eram em NTSC o que não permitia a gravação em cores das transmissões brasileiras, os técnicos de televisão brasileiros descobriram uma forma de trocar o cristal que determinava a frequência do sinal de cor dos aparelhos VHS para um padrão intermediário entre o NTSC e o PAL-M, sem a linha de retardo do PAL-M, o N-linha, que resultava na gravação e reprodução das cores dos programas de televisão. Assim ao se comprar um gravador de videocassete a preferência foi para os VHS pois podiam ser adaptados mais facilmente. |
Philips Video 2000 Um terceiro formato, Video 2000, ou V2000 (vendido também como "Video Compact Cassette") foi desenvolvido e introduzido pela Philips em 1978, e foi vendido apenas na Europa. A Grundig desenvolveu e vendeu seus próprios modelos baseados no formato V2000. Os modelos de V2000 contavam com cabeças de posicionamento piezoeléctricas para ajustar dinamicamente o tracking da fita. As fitas cassetes de V2000 tinham dois lados, e como os cassetes tinham que ser virados quando chegavam na metade do tempo de gravação. Eram usados níveis de proteção da gravação que poderiam ser mudados pelo usuário ao invés dos pinos quebráveis das fitas VHS/Betamax. A fita de meia polegada usada continha duas faixas paralelas de um quarto de polegada, uma para cada lado. Tinha um tempo de gravação de 4 horas por lado. Os últimos modelos produzidos pela Philips em 1985 foram considerados por muitos como superiores a qualquer outra coisa no mercado da época, mas a má reputação adquirida pelas características limitadas, pouca credibilidade dos primeiros modelos, e pelo mercado agora dominado pelo VHS/Betamax, garantiram vendas limitadas antes do sistema ser abandonado logo depois. |
Video 2000 - The other home video system |
Outros formatos Diversos outros formatos foram propostos por fabricantes e acabaram esquecidos devido ao fracasso comercial: VCR O formato VCR (não confundir com o nome genérico do videocassete em inglês) foi lançado pela Philips em 1970 e se restringiu ao mercado europeu. Usava cassetes quadrados e fita de 1.3 cm, que permitia uma hora de gravação. O primeiro modelo, disponível no Reino Unido em 1972, era equipado com um timer primitivo que usava mostradores rotatórios. Custando aproximadamente £600, era caro e o por razões de mercado o formato não se tornou popular no |
uso caseiro. Avco Cartrivision O sistema Avco Cartrivision, uma combinação de televisão e VCR da Cartridge Television Inc. que era vendido por US$1,350, foi o primeiro VCR a pré-gravar fitas de filmes populares disponíveis para locação. Assim como o VCR da Philips, o cassete era quadrado, no entanto gravava 114 minutos. Isso devia-se a forma primitiva de compressão de vídeo que gravava cada terço do vídeo e o reproduzia de volta três vezes. Foi abandonado treze meses depois, após péssimas vendas. Tempo depois, descobriu-se que fitas de Cartivision que haviam sido armazenadas em um armazém se desintegraram. V-CORD Formato proposto pela Sanyo e adotado também pela Toshiba. Foi lançado em 1974 nos EUA. VX Formato criado pela Matsushita, foi lançado no mercado dos EUA em 1974 sob a marca Quasar. AKAI Formato proposto pela empresa japonesa Akai. LVR Formato proposto pelas empresas alemãs Basf e Eumig para uso principalmente em câmeras de vídeo. Não foi lançado comercialmente. |
Sony U-Matic O Sony U-matic, introduzido em Tóquio em Setembro de 1971, foi o primeiro formato comercial de videocassete do mundo. Seus cassetes, usavam fitas de 3/4 de polegada (1,9 cm) e tinham um tempo de reprodução de 60 minutos, depois estendido a 90 minutos com fitas mais finas. A Sony também lançou diversas máquinas neste formato, tanto para uso doméstico (com sintonizador e timer) quanto para uso profissional. O U-matic, com sua fácil utilização e boa qualidade permitiu sua difusão no meio profissional especialmente na área do jornalismo televisivo. Com a introdução de gravadores portateis (os primeiros pesavam quase 10 quilos) que usavam fitas menores com 20 minutos de duração o U-Matic foi o principal impulsionador do jornalismo eletrônico onde as câmeras de vídeo passaram a substituir as de cinema na captação de notícias para televisão. A edição eletrônica das imagens (montagem) passou a ser padrão com estes equipamentos. Com o aperfeiçoamento do U-Matic como formato profissional e consequente redução de custos, os VCRs U-matic foram largamente usados por escolas, empresas e institições, desenvolvendo-se então um mercado até então incipiente da "produção independente" em vídeo tanto com fins empresariais e educacionais como para fins televisivos. Seu uso continuou até início dos anos 90, quando outro formato da Sony, o formato Betacam, com qualidade equivalente ao videoteipe de uma ou duas polegadas, passou a ser usado pela emissoras de televisão e por produtoras. |
Sony U-Matic
Derivados do VHS e Betamax VHS-C Lançado em 1976, o VHS compacto é totalmente compatível com o VHS, sendo basicamente uma fita VHS embalada num cassete de tamanho menor, commenor duração (20 min. na velocidade padrão) porém mais conveniente para uso em câmeras de vídeo. Este tipo de fita pode ser usado num videocassete comum usando-se um adaptador; |
S-VHS Lançado em 1987. No Super VHS o tamanho, a disposição física da fita e a velocidade são iguais ao VHS, sendo que a diferença fica no processamento de imagem e na frequência de gravação dos sinais que permitem uma qualidade de imagem superior, menor "ruído" nas cores e maior resolução. Fitas de melhor qualidade eram vendidas com a etiqueta Super VHS para responder melhor ás características de gravação aperfeiçoadas, porém as fitas comuns VHS também serviam. Os aparelhos de VCR S-VHS são totalmente compatíveis com o formato VHS, porém o contrário não é verdadeiro, ou seja, uma fita gravada em S-VHS não pode ser reproduzida em um aparelho VHS |
S-VHS
D-VHS Lançado em 2001, no Digital VHS, apesar de manter as características físicas do VHS tinha a informação é gravada em formato digital como ocorre nos DVD. O D-VHS é capaz de gravar imagens de HDTV, High Definition Television. Como os aparelhos usam um mecanismo herdado do VHS eles são capazes de reproduzir fitas gravadas neste formato antigo. Comercialmente este formato quase não teve sucesso fora do Japão. |
Video-8 A Sony, após o fracasso do Betamax, lançou em 1984 um novo formato conhecido como Video-8. Este formato usa um cassete de pequeno formato com uma fita de 8mm de largura, menor que um o VHS-C, teve relativo sucesso para uso em câmeras de vídeo. Em 1989 a empresa lançou um aperfeiçoamento do Vídeo-8 conhecido como Hi-8. Este formato tem uma resolução de imagem equivalente ao do S-VHS. em 1998 lançou o D8 ou Digital 8 que alcança 500 linhas em sistema digital e que virou um concorrente pro Mini-DV quando foi criado em 2001. |
Videocassete no Brasil O mercado de VCRs no Brasil começa no início da década de 1980. Os primeiros aparelhos eram importados (legal ou ilegalmente) e por se tratarem de equipamentos feitos para o mercado americano funcionavam no padrão de cores NTSC, o que resultava no Brasil na gravação e reprodução de imagens apenas preto e branco. Assim para funcionarem corretamente com padrão de televisão em cores adotado localmente, o PAL-M, necessitavam de uma adaptação. Pensando nisto a SONY para atender o mercado que começava, passou então a importar do Panamá aparelhos no formato Betamax já adaptados para o sistema brasileiro. Nesta época os VHS que chegavam ao país eram praticamente todos contrabandeados a um preço muito menor. Adaptados em oficinas de manutenção de equipamentos eletrônicos funcionavam bem, o que facilitou sua difusão. Naquela época, o mercado de fitas pré-gravadas era baseado apenas em fitas importadas ou trazidas informalmente. Logo a maneira de se conseguir filmes e programas era filiar-se a um “vídeo-clube” onde a condição de entrada para os novos sócios era o fornecimento de fitas de vídeo pré-gravadas que integrariam o acervo do clube para serem "emprestadas" a outros sócios. Não havia cobrança de aluguel, mas sim de uma "taxa de manutenção", o conceito era disponibilizar fitas passando ao largo da legislação de direitos autorais que restringia a locação. Não havia uma oferta de filmes ou programas em Português, assim pequenas empresas legendavam ilegalmente os filmes ou mesmo pirateavam cópias legendadas dos cinemas. Com o início da produção de aparelhos VHS e Betamax no Brasil e consequente expansão do mercado, os estúdios de cinema e distribuidoras passaram as oferecer fitas legendadas ou dubladas em Português as quais vieram acompanhadas de uma pressão pela legalização do setor. Isto implicava em acabar com o "empréstimo de fitas", com as versões ilegais e com o contrabando. Começou então uma pesada fiscalização, que juntamente com a abertura da economia brasileira, levaram a uma transformação dos vídeo-clubes em locadoras de fitas compradas legalmente. |
O primeiro aparelho de VCR fabricado no Brasil foi no formato VHS lançado em 1982 pela Sharp. Cerca de um ano depois a Philco lançou um VHS seu e logo outros fabricantes entraram no mercado com este formato. A exceção foi a Sony que produziu em Manus seu Betamax. Por conta dos fatores citados acima na (vide acima "Os formatos Betamax e VHS") o Betamax foi superado pelo VHS, que se tornou o formato padrão de vídeo do mercado brasileiro até o meados de 2002 quando começou a ser superado pelo DVD. Panorama atual |
Atualmente, os VCRs perderam seu mercado para a tecnologia dos DVD graváveis, nos formatos DVD-R, DVD+R, DVD-RW, DVD+RW, DVD+R DL ou DVD-RAM. O preço destes aparelhos têm baixado cada vez mais e esta nova onda tecnológica determinou a substituição dos aparelhos com fita. Os sintonizadores de TV a cabo com disco rígido embutido, conhecidos como DVR permitem horas de gravação, acesso não linear e efeitos (replay, câmera lenta) e começam a se difundir fechando de vez o ciclo da fita gravada. Na atualidade, já não se encontram em venda praticamente em nenhum país do mundo leitores VCR, tendo sido substituídos pelos leitores/gravadores de DVD e pelos de Blu-Ray , tendo desaparecido também as videocassetes, substituídas pelos DVDs e Blu-Ray, havendo apenas em segunda mão ou em leilões pela Internet. |
O FIM Em outubro de 2008 a Distribution Video & Audio, a última grande distribuidora de fitas VHS dos Estados Unidos, anunciou que entregou o último lote do seu produto. Conforme afirmou seu presidente, “ele está morto, é isso, este é o último Natal, sem dúvida. Eu fui o último a continuar comprando VHS e o último a continuar vendendo, e chega. Qualquer coisa que tenha sobrado no estoque, nós daremos ou jogaremos fora.”, acrescenta ainda ao final "é uma tecnologia morta (...) em três anos tudo será blu-ray" O último filme de Hollywood lançado em VHS foi "Uma história de violência" em 2006. |
Tenho saudades da época dos videocassetes e das locadoras.A maioria dos filmes tinham o som original em inglês com legendas em portugês o que dava a sensação de vc estar num cinema em casa mesmo usando o mais simples dos aparelhos.Hoje com toda a tecnologia vc tem acesso a sons e imagens incriveis mas para mim com o fim do VHS e VCRs findou-se uma época de romantismo da mesma forma quando as salas de cinema deram lugar aos Shoppings..Parabens pelo Blog e um abrç a todos.
ResponderExcluirobrigado pelo seu comentario e verdade e eu me lembro de uma coisa era uma alegria muito grande escolher filmes na locadora para assistir aquela d7uvida qual levar....hoje e tudo muito facil perdeu a graça
Excluir