M.M.D.C.(martins,miragaia,drausio e camargo)

 M.M.D.C.


M.M.D.C. é o acrônimo pelo qual se tornou conhecido o levante revolucionário paulista, em virtude das iniciais dos nomes dos manifestantes paulistas Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo mortos pelas tropas federais num confronto ocorrido em 23 de maio de 1932, que antecedeu e originou a Revolução Constitucionalista de 1932.
Os restos mortais dos estudantes estão sepultados no mausoléu do Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo.


      Histórico

Em 1932, o Brasil vivia um período do regime varguista em que era governado sem uma Constituição formal que delimitasse os poderes do presidente da República ou que tornasse claras as diferenças entre os três poderes. Igualmente, não havia Congresso Nacional, assembleia legislativa e câmaras municipais.
Contrários a isso, os paulistas começaram a se movimentar contra a ditadura Vargas, e os estudantes prepararam uma série de manifestações contra Getúlio Vargas, que eclodiram por toda a capital, num clima de crescente revolta, no dia 23 de maio daquele ano. Um grupo tentou invadir a Liga Revolucionária, uma célula da Revolução de 1930, organização favorável ao regime de Getúlio Vargas situada nas proximidades da praça da República.
Os governistas da Liga resistiram com armas e quatro invasores acabaram assassinados

Mário Martins de Almeida,
Euclides Miragaia,
Dráusio Marcondes de Sousa e
Antônio Camargo de Andrade.


Três pereceram durante o confronto. O quarto morreu algum tempo depois, em virtude dos ferimentos. Um quinto ferido, o estudante Orlando de Oliveira Alvarenga, morreu dali a três meses e, por esse motivo, não teve seu nome associado ao movimento.
As iniciais de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo formaram a sigla MMDC, que passou a representar uma organização civil clandestina que, entre outras atividades, oferecia treinamento militar à guerrilha paulista. Seguiu-se ao episódio da Praça da República uma intensa campanha de alistamento voluntário, a 9 de julho, em diversos postos distribuídos pelo Estado, que culminaram na Revolução Constitucionalista de 1932
Atualmente, as iniciais MMDC são o nome de uma rua no Butantã, ao lado da rua Miragaia, da rua Martins, da rua Dráuzio e da rua Camargo, e batizam um colégio situado na Rua Cuiabá, 667, no bairro paulistano da Mooca.



      M.M.D.C.A.

Alguns historiadores utilizam a sigla MMDCA em homenagem a Orlando de Oliveira Alvarenga, ferido juntamente com seus colegas Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, mas que veio a falecer em agosto de 1932 em razão dos ferimentos. Para homenageá-lo, o governo do Estado criou o "Colar Cruz de Alvarenga e dos Heróis Anônimos" . Em 13 de janeiro de 2004, foi promulgada a Lei Estadual 11.658 , denominando o dia 23 de maio como "Dia dos Heróis MMDCA", em homenagem a Orlando de Oliveira Alvarenga, alvejado também em 23 de maio e que veio a falecer em 12 de agosto de 1932.


       Toponímia

A toponímia da cidade de São Paulo homenageia todos os nomes e datas da Revolução: as ruas Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo, Alvarenga e MMDC se intercruzam no bairro do Butantã onde nas proximidades destas ruas existe na praça Waldemar Ortiz um discreto monumento.Duas das vias arteriais da cidade homenageiam as datas mais importantes do evento: 23 de Maio e 9 de Julho, que se iniciam na Praça da Bandeira no centro da cidade de São Paulo, e também em São Paulo existe uma escola no bairro da Mooca que faz uma homenagem e tem em seu nome as iniciais dos quatro "heróis". Nas demais cidades do estado, há ruas homenageando Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo nas cidades de Campinas, Cotia, Franca, Itaquaquecetuba, Leme, Lorena, Piracicaba, São Bernardo do Campo, precisamente no bairro Pauliceia, onde está localizado um obelisco com as iniciais MMDC, São José dos Campos, São José do Rio Preto, Sorocaba e Votorantim, além de praças nas cidades de Bauru, Jundiaí, Lorena e São Carlos .

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