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FONTE DA IMAGEM FACEOOCK
Dioguinho Diogo
da Rocha Figueira (1863 — 1897) foi um criminoso brasileiro atuante no
interior de São Paulo no final do século XIX. A ele foram atribuídos
mais de 50 assassinatos praticados entre 1894 e 1897. Escondido no
extremo oeste do estado, foi perseguido por uma força-tarefa do
governo, sendo dado como morto em 1897 após um tiroteio com as
autoridades, nas margens do Rio Mojiguaçu. O cadáver, no entanto,
jamais foi recuperado. Seus
feitos foram exaustivamente explorados pela imprensa da época, sendo
posteriormente tema de diversos livros, como Dioguinho, publicado em
1901 por João Rodrigues Guião, Dioguinho, narrativas de um cúmplice de
dialecto, publicado em 1903 por Antonio de Godoi Moreira e Costa, e
Dioguinho, o matador dos punhos de renda, do jornalista João Garcia,
publicado em 2002. |
Dioguinho a historia do criminoso
Nasceu
em Botucatu dia 9 (nove) de Outubro de 1863, aprendeu as primeiras
letras na Escola Botucatuense. Era um garoto inteligente, mas,
briguento, participava de muitas brigas na saída e fora da escola.
Dioguinho
com 15 (quinze) anos de idade foi trabalhar com engenheiro e mestres
agrimensores que faziam serviços para a estrada de ferro sorocabana,
que estava chegando a região de Botucatu, isso por volta de 1878,
aprendeu a profissão de agrimensor.
Dioguinho com 18 (dezoito)
anos, casou-se na cidade de Itatinga com a jovem Antônia de Mello, moça
de boa formação. Dioguinho foi trabalhar com o seu concunhado Antônio
Canrardelli, que na época tinha uma fábrica de candeias
(lamparinas).Dioguinho era bom agrimensor, foi convidado para trabalhar
para fazendeiros de café na região de Tatuí. |
O Primeiro Crime
Com
20 (vinte) anos Dioguinho mudou-se para Tatuí com a sua esposa e seu
irmão mais novo João Dabney e Silva (Joãozinho); Um dia ao chegar do
trabalho, encontrou Joãozinho chorando, Dioguinho perguntou ao irmão o
que tinha acontecido, o garoto contou que o gerente de um circo estava
na cidade; onde tinha assistido ao espetáculo, o tratou mal, dando-lhe
ainda um tapa no rosto.
Ao
saber disso, imediatamente Dioguinho foi acertar as contas com o
gerente do circo, levando o garoto (Joãozinho), ao chegar lá, o gerente
confirmou o que fizera; Dizendo que o garoto queria entrar de graça por
meio ludibrioso, pois fora mal-criado e atrevido havendo discussão. Dioguinho
pegou o chicote que levara consigo e açoitou-o, este tentou pegar uma
arma, não teve tempo; Dioguinho foi mais rápido e fincou-lhe uma faca
no peito, matando-o na hora (este foi seu primeiro crime), foi
processado e a justiça aceitou como legítima defesa.
O Segundo Crime
O
segundo crime do Dioguinho, o pivô da história foi sua sobrinha, ela
contou-lhe que era apaixonada por um rapaz, mas este depois de tê-la
seduzida, não quis mais casar com ela e sumira. Ao ouvir a história,
Dioguinho investigando o paradeiro do rapaz, descobriu que estava
morando na casa de parentes, na vila denominada “Passe Três”, distrito
de Tatuí, hoje a cidade chama-se Cesário Lange.
Dioguinho para
lá se dirigiu, encontrado-o em um bar; Aguardou a saída do rapaz, já
era noite. O rapaz caminhou sozinho na noite, num lugar mais escuro e
ermo, Dioguinho montado a cavalo alcançou o rapaz, chegando próximo,
agrediu-o com um porrete que levava para a ocasião. Deu-lhe uma
cacetada na cabeça. O rapaz caiu desfalecido e recebeu outras tantas
cacetadas.
Montou
em seu cavalo e foi embora, voltando para Tatuí. Por este processo
também foi absolvido. Vaidoso e gênio explosivo era capaz de cometer
atos de violência quando aborrecido O Terceiro Crime
O
terceiro crime foi cometido por motivo fútil, ele comprara uma palheta
(chapéu), que era a última moda na época. Foi estreá-la em um baile no
clube localizado em Tatuí, deixando o bonito chapéu sobre uma cadeira e
foi dançar.
Distraído um desconhecido não se deu conta e
sentou-se sobre a palheta. Dioguinho observando a atitude do
desconhecido, abandonou o seu par e investiu para cima do moço, quando
então teve uma pequena discusão e sem perguntar, com um só golpe
cravou-lhe o punhal no peito até o cabo. O desconhecido morreu ali
mesmo. Por este crime também não foi condenado. A sua absolvição foi
muito discutida pela opinião pública, e sua fama de valente em Tatuí.
Como
entendia bastante de agrimensura, resolveu mudar de cidade. São Simão
naquela época já era o maior produtor de café, e seu campo de trabalho
era especial, veio para cá, infiltrou-se com os coronéis e barões do
café, veio sozinho e achou serviço dentre os mesmos. Era social,
gostava de receber visitas, de ir a festas, sabendo agradar e apreciava
fotografias.Vaidoso, julgava talvez que ser criminoso era glória.
Muito
agregado aos coronéis, trouxe sua mulher, seus irmãos Theofilo, Afonso
e Virgílio, homens corretos e de bem, José Olegário e Silva (conhecido
por José Diogo) e Joãozinho, (este dois últimos) eram companheiros de
crimes.
Teve também uma irmã “Constância”. A família montou o
Hotel dos Viajantes, sito (na época) esquina da rua Marechal Deodoro,
com Conselheiro Antônio Prado; Dioguinho foi residir com sua mulher na
rua atual Rui Barbosa.
Dioguinho foi tão intimo dos coronéis do
café, por incrível que pareça, apesar de sua vida agitada de criminoso
com seu bando, foi em 1884 nomeado a exercer o cargo de Oficial de
Justiça, apregoando os réus nas audiências, fazendo delinqüências e
intimações. Matava por sadismo ou a mando de coronéis para ganhar
dinheiro e fama, fez muitos assassinatos, segundo pesquisa, mais de
cem, em toda São Simão e região.
Em
todo assassinato feito foi processado, saindo ileso, nunca condenado.
Em um dos processos, quando perguntado pelo juiz quantas pessoas havia
matado, respondia somente vinte e quatro pessoas.
O Desaparecimento
Todo
Estado já tinha conhecimento do famoso bandido “Diogo da Rocha Figueira
– Dioguinho”, mas nada de providência pelas autoridades. Sua última e
de seu bando foi o caso da Balbina, mulher muito bonita, mandona,
mulher que nunca foi sua, mudou-lhe talvez a sorte e o destino. Isso
foi no mês de março 1887.
Balbina, namoradeira, tinha um caso
com Marciliano Pereira Machado (Marciliano fogueteiro). O comerciante
Manuel Ferreira, de ciúmes da mulher pediu ao famoso bandoleiro que
resolvesse a questão. No dia seguinte Marciliano estava desembarcando
na “Estação do Cerrado”; Ao sair da estação foi seguido pelos bandidos
e Dioguinho, que deram tiros nas costas de Marciliano. Balbina, foi
judiada pelos bandidos; No outro dia fugiu para Casa Branca, onde
tinham parentes, que aconselharam-na a ir a São Paulo dar parte no
departamento especializado.
Foram ordenados ao delegado de
polícia, Dr. Antônio de Godoy Moreira Costa, que com sua equipe vieram
para são Simão e Cravinhos atrás do bandido, assessorados pelo Coronel
Pedro França Pinto.
Dioguinho
procurado em São Simão e região, já estava escondido nas margens do rio
Mogi Guaçu. A patrulha que já sabia onde o bandido escondia ficou de
plantão ao entardecer, esperando Dioguinho e Joãozinho, buscar a
correspondência.
A patrulha ficou escondida do outro lado do
rio, em Santa Eudóxia (São Carlos), aguardando á chegada dos dois
bandidos. Isso aconteceu dia 1 de Maio de 1897 ao entardecer.
Quando
chegaram no local, “Joãozinho” estava remando a canoa, mas não chegaram
muito perto do barranco, quando a patrulha atirou, matando só Joãozinho
que caiu no rio e o Dioguinho pulou da canoa junto com seu cachorro
caçador de perdiz, que sempre o acompanhava. Era noitinha do outro dia,
quando acharam o corpo do Joãozinho que foi enterrado do lado de São
Simão, e o Dioguinho ninguém teve mais noticias.
Historiadores
atestam que ele continuou vivo aparecendo em diversos lugares do
Brasil. Nos relatórios policiais atestam que também o Dioguinho morreu
mas nunca encontraram o corpo. |
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