o livro no brasil
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História do livro no Brasil
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A História do livro no Brasil relata o desenvolvimento do acesso aos
recursos de editoração e de aquisição do livro no país, num período que
se estende desde o início da atividade editorial, durante a
colonização, até o mercado editorial atual, compreendendo a história
das editoras e livrarias que permitiram a acessibilidade moderna ao
livro.
Período Colonial
Acredita-se que a tipografia só foi introduzida nas colônias pelos
colonizadores, onde havia uma cultura autóctone altamente desenvolvida,
que o poder colonial desejava suplantar ou reprimir. Tal ideia é
defendida por Nelson Werneck Sodré[1] e outros. A tipografia, nos
primeiros dois séculos da colonização portuguesa e espanhola, foi em
parte um auxiliar da evangelização cristã, era implantada por
iniciativa clerical, tanto que sua produção era destinada às
necessidades do clero e das missões.
Os aborígines brasileiros, que
ainda permaneciam na Idade da Pedra, não tinham uma civilização que
precisasse ser superada pelos catequizadores, fato que contribuiu para
que não houvesse a necessidade imediata da tipografia. Quanto às
especulações de que os jesuítas tivessem trazido uma impressora com
eles, na verdade nunca surgiu qualquer indício de material impresso com
tal origem.
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A
“História da Companhia de Jesus no Brasil”, de Serafim Leite,informa
que a biblioteca do Colégio Santo Inácio, no Morro do Castelo, Rio de
Janeiro, possuía alguns trabalhos impressos na própria casa por volta
de 1724, o que pode ter sido um engano, pois poderiam estar se
referindo a dois livros da época, “Vocabulário de la lengua guarany”,
de Antônio Luiz Restrepo (1722), e “Arte de la lengua guarany”, os
quais foram impressos numa região que atualmente é brasileira, mas que
na época pertencia ao Paraguai, Pueblo de Santa Maria la Mayor.
Na
maioria das colônias, as necessidades governamentais tornavam
imperativo aceitar a tipografia, e apenas na América portuguesa a
administração permaneceu tão elementar que a dispensava. Tal
necessidade só se tornaria iminente quando o governo da colônia
sofresse as transformações mediante o impacto da invasão napoleônica,
alguns anos mais tarde.
A
primeira tentativa efetiva de introduzir a tipografia no Brasil foi
feita pelos holandeses, durante o período em que ocuparam o nordeste
brasileiro, entre 1630 e 1650.
Durante
a ocupação holandesa, as negociações entre Pernambuco e Holanda
selecionaram um tipógrafo, Pieter Janszonon, como encarregado da
tipografia no Recife, mas consta que ele morreu logo que chegou ao
Brasil, em 3 de agosto de 1643.[4] Dois anos depois, a Companhia
Holandesa das Índias Ocidentais ainda procurava um tipógrafo, sem
conseguir. Na época, Maurício de Nassau já havia partido, e os
holandeses pressionados já não se preocupavam mais com o assunto.
INICIO DA ATIVIDADE
Cerca
de 60 anos depois, Recife teve a 1ª impressora do Brasil segundo os
historiadores Ferreira de Carvalho[5] e Pereira da Costa, mas o
tipógrafo é desconhecido. Serafim Leite, em “Artes e Oficinas dos
Jesuítas no Brasil”, relata que a impressora funcionou de 1703 a 1706,
e defende que o tipógrafo era um jesuíta, Antônio da Costa, mas não há
nenhuma prova, entretanto, da existência de tal impressora.No Rio de
Janeiro, em 1747, há provas definitivas de ter havido uma impressora,
através de folhetos impressos na época. O tipógrafo era Antônio Isidoro
da Fonseca, reconhecido tipógrafo de Lisboa, que vendera lá seu negócio
e viera para o Brasil. Isidoro tivera problemas em Lisboa, com a
inquisição, por ter sido o editor de “O Judeu”, Antônio José da Silva,
carioca nascido em 1703 de uma família de judeus convertidos, e que
acabou sendo queimado, posteriormente, num dos últimos autos de fé da
inquisição, em 19 de outubro de 1739. Na época, o governador do Rio de
Janeiro e de Minas Gerais, Gomes Freire de Andrade, estava interessado
em estimular a vida intelectual da cidade do Rio de Janeiro. Estimulou
a arte criando a Academia dos felizes, em 1736, que se tornou a
Academia dos Selectos em 1752, que se reunia no próprio Palácio do
Governo. Prova concreta da existência da tipografia foram um folheto,
de 1747, cuja autoria é atribuída a Luiz Antonio Rosado, e um volume
denominado “Hoc est Conclusiones metaphysicae de ente real, praeside R.
G. M. Francisco de Faria”, em 1747. Ainda há duas outras obras,
referentes ao bispo Antonio do Desterro Malheyro. Tão logo a notícia da
tipografia chegou a Lisboa, porém, houve ordem para fechá-la, por não
ter sido considerada conveniente, no momento, a impressão na
colônia.Isidoro voltou a Portugal, mas, após 3 anos, solicitou licença
real para instalar novamente sua impressora na colônia, no Rio de
Janeiro ou em Salvador, prometendo jamais imprimir sem as devidas
licenças civis e eclesiásticas, mas sua solicitação foi recusada.A
proibição de Portugal para a impressão no Brasil foi o fator que fez
com que todos os originais brasileiros passassem a ser publicados na
Europa ou a permanecer na forma de manuscritos. Há vários trabalhos
escritos por brasileiros e impressos, na época, em Portugal, entre eles
as poesias de Cláudio Manoel da Costa, trabalhos de José de Santa Rita
Durão, José Basílio da Gama (autor de “Uruguai”, de 1769), Tomás
Antônio Gonzaga (cuja obra Marília de Dirceu teve 4 edições em Lisboa
entre 1792 e 1800).Em 1792, havia apenas 2 livrarias no Rio de Janeiro,
e possivelmente uma das duas era de Paul Martim, natural de Tours e o
1º livreiro carioca. Seu filho, Paulo Martim Filho, manteve a livraria
funcionando até 1823. Os livros oferecidos eram, geralmente, de
medicina ou religião, e a maior parte dos livros que chegavam ao
Brasil, na época, era contrabandeada
CHEGADA DA FAMILIA REAL NO BRASIL
Em
1808, quando a família real, por pressão da invasão napoleônica,
transferiu-se para o Brasil, levou consigo 60 mil volumes da Biblioteca
Real. Instalados na nova capital, Rio de Janeiro, Dom João VI e seus
ministros criaram, entre os demais empreendimentos, a Biblioteca Real,
atual Biblioteca Nacional, criada em 1810. O impacto provocou um
aumento do número de livrarias, de 2 existentes em 1808 (as de Paulo
Martim e Manuel Jorge da Silva), para 5 em 1809 (além das anteriores,
somaram-se a de Francisco Luiz Saturnino da Veiga, Manuel Mandillo —
que após 1814 associou-se a José Norges de Pinho — e João Roberto
Bourgeois); 7 em 1812 (além das anteriores, Manuel Joaquim da Silva
Porto — que em 1815 associou-se a Pedro Antônio de Campos Bellos — e
José Antônio da Silva); 12 em 1816 (além das anteriores, Fernando José
Pinheiro, Jerônimo Gonçalves Guimarães, Fancisco José Nicolau Mandillo,
João Batista dos Santos), e em 1818, mais 3 (Antônio Joaquim da Silva
Garcez, João Lopes de Oliveira Guimarães e Manuel Monteiro Trindade
Coelho). O periódico “Correio Braziliense”, de Hipólito José da Costa
Pereira Furtado de Mendonça, era produzido na Inglaterra. Em Paris,
houve um desenvolvimento do comércio editorial em língua portuguesa,
que iria durar muito tempo, praticamente até 1930.
Há
discordância sobre o fato de haver ou não um prelo no Brasil por
ocasião da chegada da família real. Consta que a imprensa com tipos
móveis foi finalmente trazida ao Brasil pelo próprio governo que antes
a proibira com tanta veemência. António de Araújo e Azevedo, então
Ministro do Exterior e posteriormente Conde da Barca, trouxe e mandou
instalar o prelo no Rio de Janeiro, no andar térreo de sua própria
residência, na Rua do Passeio, 44. O Irmão José Mariano da Conceição
Veloso, religioso mineiro que fora para Lisboa em 1790, voltou ao
Brasil com a família real para trabalhar na impressora do Rio, a
Imprensa Régia. A inauguração do novo prelo foi em 13 de maio de 1808,
com a publicação de um folheto de 27 páginas, acompanhado da Carta
Régia. Nos 14 anos do monopólio da Impressão no Rio foram produzidos
mais de mil itens.
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MERCADO EDITORIAL DA PROVINCIA
Minas Gerais
A 1ª
impressão de livro na província foi em Vila Rica, Minas Gerais,
posteriormente Ouro Preto, em 1807, antes do surgimento da Imprensa
Régia. O governador Athayde de Mello, futuro Conde de Condeixa, ficou
tão satisfeito com um poema feito em sua honra por Diogo de
Vasconcelos, que desejou vê-lo impresso. Tal impressão foi feita pelo
padre José Joaquim Viegas de Menezes, em uma pequena prensa para fins
domésticos. Associado ao português Manuel José Barbosa Pimenta e Sal,
aos poucos foram criando a “Typographia Patriota de Barbosa & Cia”,
que ficou pronta em 1821.
Após
1807, os primeiros livros impressos em Ouro Preto foram uma coleção das
“Leis do Império do Brasil”, em 1835, por um impressor chamado Silva, e
o “Diccionario da Língua Brasileira”, de Luís Maria da Silva Pinto, em
1832. Surgiram, posteriormente, outras tipografias em São João Del Rei
(1827), Diamantina (1828) e Mariana (1830).
Bahia
Na
Bahia, logo que a família real chegou ao Brasil, um livreiro de
Salvador, Manuel Antônio da Silva Serva, natural de Portugal, pediu
permissão para ir à Inglaterra e conseguir uma impressora para a Bahia;
tal permissão foi concedida em 1809, e começou a imprimir em 1811;
aventa-se que possuía, na época, 2 impressoras. Serva morreu em 1819, e
a tipografia continuou com seu sócio e genro José Teixeira e Carvalho,
ficando conhecida como “Typographia da Viúva Serva, e Carvalho”. Mais
tarde, seu filho Manuel começou a trabalhar na firma.. A publicação
conhecida da Silva Serva é de 176 títulos, e a editora sobreviveu com
várias mudanças de nome até 1846, porém perdeu sua posição de monopólio
em 1823. Durante a luta pela independência do Brasil, as tropas da
junta pró-Portugal invadiram a “Typographia da Viúva Serva”, para
interromper a publicação do jornal nacionalista “Constitucional”; os
editores fugiram para Cachoeira, onde instalaram sua própria gráfica
para imprimir a continuação, o semanário “O Independente
Constitucional”.[16] A tipografia de Serva continuou produzindo a
Gazeta da Bahia, pró-Portugal, mas quando a causa nacionalista
triunfou, em junho de 1823, sua publicação teve que ser interrompida.
Com
a morte de Silva Serva, a produção literária baiana entrou em declínio,
só se recuperando nos anos 1890. Destacam-se, na época, a “Livraria J.
L. da Fonseca Magalhães, editores”, do jurista Clovis Bevilacqua, entre
1895 e 1910, e a Livraria Catilina, fundada por Carlos Pongetti em 2 de
fevereiro de 1835, e que duraria até 1960, ocasião em que se tornou a
mais antiga livraria do Brasil. Em 1864, Serra Teriga assumiu sua
direção, passando-a para Xavier Catilina em 1877. A Catilina era uma
casa varejista, mas teve um grande período editorial, na administração
de Romualdo dos Santos, em que publicou obras de Castro Alves, Coelho
Neto, Ruy Barbosa, Xavier Marques, e Ernesto Carneiro Ribeiro. A
impressão, porém, geralmente era feita em Portugal ou outros países da
Europa, como era costume na época.
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Maranhão
O
Maranhão foi uma das primeiras províncias a ter uma tipografia, pois
era uma das mais prósperas do império, devido à produção do algodão,
que valorizara desde a invenção do tear de Cartwright, em 1787. Durante
tal período de desenvolvimento, houve um período áureo de atividade
cultural e intelectual na região, por influência da elite portuguesa. O
período áureo da literatura começa com o aparecimento dos 1ºs poemas de
Gonçalves Dias, na década de 1840, e vai até a partida de Aluísio
Azevedo para o Rio de Janeiro, no início da década de1880. Dois
impressores se destacam nessa época: Belarmino de Mattos e José Maria
Corrêa de Frias.
A impressão foi introduzida no Maranhão em 1821,
pelo governador Bernardo da Silveira Pinto da Fonseca, quando esse
instalou uma impressora oficial, para produzir o jornal do governo
“Conciliador do Maranhão”. Um prelo “Columbian”, o mais moderno da
época, foi trazido de Lisboa, e formava-se então a “Typographia
Nacional Maranhense”, posteriormente denominada “Typographia Nacional
Imperial”.
As primeiras impressoras de propriedade privada no
Maranhão foram a de Ricardo Antônio Rodrigues de Araújo, que existiu de
1822 até a década de 50, e a “Typographia Melandiana”, de Daniel G. de
Melo, que produziu seu 1º trabalho em 1825. A mais importante, porém,
foi a “Typographia Constitucional”, de Clementino José Lisboa, que teve
início em 1830. Outras foram a de “Ignácio José Ferreira”, fundada em
1833 por João Francisco Lisboa e Frederico Magno d’Abranches; a “J. G.
Magalhães e Manuel Pereira Ramos”; a “Typographia Temperança”; a de
Francisco de Sales Nines Cascais; a “Typographia Monárquica
Constitucional”, que foi vendida em 1848 a Fábio Alexandrino de
Carvalho Reis, A. Theophilo de Carvalho Leal e A. Rego, e que
produziria “O Progresso”, o 1º jornal diário do Maranhão, iniciado em
1847. ]
Belarmino de Mattos tem sido considerado por muitos
historiadores como um dos melhores impressores que o Brasil já
teve.[19] Criou um sindicato, a “Associação Typographica Maranhense”,
inaugurada em 11 de maio de 1857, uma das primeiras organizações de
trabalhadores do Brasil fora do Rio de Janeiro (foi precedida, no Rio
de Janeiro, pela “Imperial Associação Typographica Fluminense”, fundada
em 25 de dezembro de 1853).
Pernambuco
Em
Pernambuco, Recife teve a 1ª tipografia, a “Oficina Tipográfica da
República restaurada de Pernambuco”, em 1817, que logo foi fechada pelo
governo, por motivos políticos. Em 1820, o governador Luís do Rego
Barreto ordenou que se construísse uma “prensa de parafuso”, de modelo
tradicional, no arsenal local, ou no trem, ficando então conhecida como
“Officina do Trem de Pernambuco”, e o professor francês de desenho,
Jean-Paul Adour, foi nomeado para dirigi-la. Quando Rego foi
destituído, passou a se chamar “Officina do Trem Nacional”, em 1821, e
depois “Typographia Nacional”. Ainda em Recife havia o concorrente
Manuel Clemente do Rego Cavalcante, que se estabeleceu com um
equipamento recém-trazido de Portugal, associando-se depois a Felipe
Mena Calado da Fonseca e ao inglês James Prinches; o ex-padre e
professor de português Antônio José de Miranda Falcão aprendeu com
Prinches a arte da tipografia. Além dessas, outras duas tipografias
foram a “Typographia Fidedigna” de Manuel Zeferino dos Santos, de 1827
a 1840, e a Typographia do Cruzeiro”, iniciada em 1829.
Em Olinda,
Manuel Figueiroa de Faria abriu, em meados de 1831, a “Pinheiro Faria e
Companhia”, que se mudou em seguida para Recife, e que talvez seja
responsável pelos primeiros livros de Pernambuco; publicava o “Diário
de Pernambuco”, tendo comprado seus direitos de Antônio José de Miranda
Falcão, em 1835. Na época, havia 14 firmas impressoras e 4
estabelecimentos de litografia em Recife, e uma das mais importantes
foi a “União”, de Santos e Cia., fundada em 1836, pelo padre Ignácio
Francisco dos Santos.
Talvez a publicação mais interessante de
Pernambuco, na época,[20] foi o trabalho de Nísia Floresta (pseudônimo
de Dionísia Gonçalves Pinto), “Direitos das Mulheres e Injustiças do
Homens”, adaptação livre da obra Vindication of the rights of women, de
1792, de autoria da feminista Mary Wollstonecraft Godwin.
Outras
tipografias a salientar são a do cônego Marcelino Pacheco do Amaral,
que instalou um prelo em sua própria casa, só para publicar seu
“Compendio de theologia moral”, em 3 volumes produzidos entre
1888-1890, e depois vendeu sua “Imprensa Econômica” a um editor local,
e a de Tobias Barreto, em 1847, que fundou em Escada, interior de
Pernambuco, a “Typographia Constitucional”, que durou até 1888.
Paraíba
Na Paraíba, destacou-se a “Typographia Nacional da Paraíba”, que imprimiu o 1º jornal da província.
Pará
No
Pará, o impressor João Francisco Madureira fabricou seu próprio prelo.
Já em 1822, a Imprensa Liberal publicou o 1º jornal paraense, e o 5º do
Brasil, “O Paraense”, pelo mestre impressor Daniel Garção de Melo. A
“Typographia de Santos e Menor”, de Honório José dos Santos, ofereceu a
1ª publicação local importante, o “Ensaio corográfico sobre a província
do Pará”, de António Ladislau Monteiro Baena. Depois, a tipografia
mudou o nome para “Santos e Filhos” e, posteriormente, “Santos e Irmão”.
Outras províncias Depois do Pará, a tipografia chegou nessa ordem nas províncias:Ceará em 1824, São Paulo em fevereiro de 1827, Rio Grande do Sul em junho de 1827, Goiás em 1830, Santa Catarina em 1831, Alagoas em 1831, Sergipe em 1832, Rio Grande do Norte em 1832, Espírito Santo em 1840, Paraná em 1853 (Rizzini defende que foi em 1849[22]), Amazonas em 1854, Piauí em 1832, Mato Grosso em 1840 |
OUTRAS PROVINCIAS
Depois
do Pará, a tipografia chegou nessa ordem nas províncias: Ceará em 1824,
São Paulo em fevereiro de 1827, Rio Grande do Sul em junho de 1827,
Goiás em 1830, Santa Catarina em 1831, Alagoas em 1831, Sergipe em
1832, Rio Grande do Norte em 1832, Espírito Santo em 1840, Paraná em
1853 (Rizzini defende que foi em 1849[22]), Amazonas em 1854, Piauí em
1832, Mato Grosso em 1840
MERCADO EDITOR RIO DE JANEIRO
Início da produção editorial
A
nova constituição portuguesa, adotada em 15-16 de fevereiro de 1821,
abolira a censura prévia, e logo surgiu no Brasil uma avalanche de
publicações sobre política.[24] Foi extinto, igualmente, o monopólio da
impressão pela imprensa do governo. Em 1821, foi permitida a instalação
da “Nova Officina Typographica”, de propriedade particular, seguida
pela “Typographia de Moreira e Garcez”, no Rio de Janeiro. Nas vésperas
da Independência do Brasil, já existiam, na cidade, cerca de 7
estabelecimentos tipográficos. Manuel Joaquim da Silva Porto, poeta e
livreiro, que introduzira no Brasil a Phedra, de Racine, e que fora
tipógrafo da Imprensa Régia, iniciara sua “Officina de Silva Porto e
Cia.”, ao lado de Felizardo Joaquim da Silva Moraes, tornando-se o 1º
livreiro da cidade a ter tipografia própria.[25]
O
escritor Victoriano José dos Santos e Silva montou a “Officina dos
Anais Fluminenses”; havia também a moderna “Typographia Astréia”, que
imprimia um jornal com o mesmo nome, e a firma “Torres e Costa:
Innocêncio Francisco Torres e Vicente Justiniano da Costa”, que logo
foi substituída pela “Typographia Innocencio Francisco Torres e
Companhia”. Mediante a quantidade de tipografias, houve um aumento do
número de livrarias no Rio de Janeiro.
Em
1823, Paulo Martim Filho, que se mudara para a Rua dos Pescadores, nº
14, era o livreiro mais conhecido do Rio de Janeiro. Silva Porto, na
Rua da Quitanda, era o 2º em importância, mas ao todo havia outras 11
livrarias, e uma delas era a loja de Francisco Luiz Saturnino da Veiga.
Ao se casar novamente, Francisco doou o dote de sua falecida esposa aos
filhos mais velhos, João Pedro Ferreira da Veiga e Evaristo da Veiga,
que ingressaram por conta própria no mercado livreiro, comprando o
estabelecimento de Silva Porto.
O
predomínio do Rio de Janeiro no mercado literário teve início na década
de 1840 e permaneceu até 1880, a despeito da tentativa de outras
cidades provinciais, tais como a Casa Garraux, afamada livraria de São
Paulo, que apresentava na época 400 obras impressas na província, isto
é 11% de todos os títulos existentes no país.
Destacava-se,
também, a “Casa do Livro Azul”, sebo mais conhecido do Rio de Janeiro,
na Rua do Ouvidor, que funcionou de 1828 a 1852;[26] seu proprietário,
Albino Jourdan, perdera a visão e a audição e era ajudado por dois
auxiliares de 14 e 17 anos.
Pierre Plancher
Pierre
René Constant Plancher de la Noé, tornara-se um impressor oficial na
França em 1798. Após inúmeros problemas políticos com o governo
francês, foi para o Rio de Janeiro em 1824, e enquanto aguardava que a
alfândega liberasse seus equipamentos, abriu sua loja provisória na Rua
dos Ourives, nº 60, em março de 1824. Em junho do mesmo ano, mudou-se
para a Rua do Ouvidor, inicialmente no nº 80, depois nº 95, e logo
começou a publicar em português. Grande parte de sua publicação era
administrativa. Dentre suas várias publicações, destacam-se o “Annuario
Histórico Brasiliense”, em 1824, no ano seguinte um almanaque,
“Folhinhas de Algibeira e de Porta”, e em 1827, o “Almanack Plancher”.
Plancher
publicou a 1ª novela brasileira, “Statira a Zoroastes”, de Lucas José
de Alvarenga, em 1826, com 58 páginas. Anteriormente, Paulo Martim
publicara algumas novelas, mas traduzidas do francês. Plancher publicou
o periódico “Spectador Brasileiro”, jornal que durou até 23 de maio de
1827. Adquiriu depois o "Diário Mercantil", de Francisco Manuel
Ferreira e Cia, e mudou seu nome para Jornal do Commercio, o mais
antigo da cidade do Rio de Janeiro. É atribuído a Plancher o novo
processo de impressão planográfica conhecido como litografia, que fora
inventado em 1798 e só começou a se generalizar em 1815, substituindo a
gravação em chapas de metal.
O litógrafo de Plancher era Hercule
Florence, que desistiu do cargo para seguir uma viagem de exploração e
antropologia com o Barão de Langsdorff. O primeiro litógrafo do Brasil,
portanto, foi Armand Marie Julien Pallière, que trabalhou um tempo para
o Arquivo Militar, em 1819, e foi substituído por Johannn Jacob
Steinmann, que chegou ao Rio de Janeiro em 1825 e alguns anos depois
voltou para Suíça, onde publicou sua coleção de vistas litografadas,
“Souvenirs de Rio de Janeiro”.
Graças aos aprendizes de Steinmann,
em 1846 existiam no Rio de Janeiro 4 tipografias imprimindo em
litografia. A mais antiga era a de Luís Aleixo Boulanger, fundada em 15
de agosto de 1829, e a mais importante foi a firma “Ludwig e Briggs”,
que existiu entre 1843 e 1877. O principal concorrente de Briggs era
“Heaton e Rensburg”, fundada em 1840 (pelo inglês George Mathia Heaton
e o holandês Eduard Rensburg), cuja principal característica era a
publicação de músicas.
Villeneuve
Após a abdicação de D.
Pedro I, em 1832, o comércio de livros sofreu os efeitos econômicos da
incerteza política, e Plancher vendeu sua firma para dois conterrâneos,
em 9 de junho de 1832. Os compradores foram Junio Constancio de
Villeneuve e Réol-Antoine Mougenot, e em 15 de julho de 1834, Mougenot
vendeu sua parte a Villeneuve, que possuiu a 1ª impressora mecânica do
hemisfério sul,[28] depois a 1ª rotativa e a 1ª linotipo. Seus
concorrentes eram a “Typographia Nacional”, “Paula Brito”, “Laemmert”,
a “Typographia do Diário”, e as impressoras do Correio Mercantil e
Correio da Tarde. Na época, foram produzidos dois dos mais antigos
títulos registrados como romances brasileiros: “O Aniversário de D.
Miguel em 1828”, de J. M. Pereira da Silva, em 1838, e “Os Assassinos
Misteriosos”, de Justiniano José da Rocha, em 1839.
Louis Mongie
Louis
Mongie teve uma das principais livrarias da Rua do Ouvidor, de 1832 até
1853, ano de sua morte, quando então a livraria foi transferida para
“Pinto & Waldemar”, que se tornou, por volta de 1860, “F. L. Pinto
& Cia.”, e depois para “J. Barboza e Irmão” — todos a intitulavam,
porém, “Livraria Imperial”.
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PAULA BRITO
Em
1831, Francisco de Paula Brito, que viera de família humilde e
aprendera a ler com sua irmã, comprou um pequeno estabelecimento de seu
parente Sílvio José de Almeida Brito, na Praça da Constituição, nº 51;
era uma papelaria e oficina de encadernação, além de vender chá. Brito
instalou ali um pequeno prelo, adquirido de E. C. dos Santos, e no ano
de 1833, Brito já possuía 2 estabelecimentos: a “Typographia
Fluminense”, na Rua da Constituição, nº 51, e a “Typographia
Imparcial”, no nº 44; em 1837, mudou para o nº 66 e expandiu a loja
para nº 64 em 1939. Em 1848, Brito possuía já 6 impressoras manuais e
uma mecânica, e expandiu suas instalações para os nº s 68 e 78, esse
constituindo sua “Loja do canto”, que se tornou sua livraria e
papelaria, além de criar filiais em sociedade com Antônio Gonçalves
Teixeira e Sousa e com Cândido Lopes, formando com esse último a
“Tipografia e Loja de Lopes e Cia”, em Niterói. Cândido Lopes se
tornaria, posteriormente, o primeiro impressor do Paraná.[30]
Em sua
loja, Francisco de Paula Brito criou a “Sociedade Petalógica”, que
tinha tal nome devido à “liberdade” que Brito dizia que seus membros
davam à imaginação (uma peta = uma mentira), e reunia todo o movimento
romântico de 1840-1860: Antonio Gonçalves Dias, Laurindo Rabelo,
Joaquim Manuel de Macedo, Manuel Antonio de Almeida, entre outros. Toda
a elite da época, entre políticos, artistas e líderes, reunia-se na
“Livraria de Paula Brito”
Em sua loja,
Francisco de Paula Brito criou a “Sociedade Petalógica”, que tinha tal
nome devido à “liberdade” que Brito dizia que seus membros davam à
imaginação (uma peta = uma mentira), e reunia todo o movimento
romântico de 1840-1860: Antonio Gonçalves Dias, Laurindo Rabelo,
Joaquim Manuel de Macedo, Manuel Antonio de Almeida, entre outros. Toda
a elite da época, entre políticos, artistas e líderes, reunia-se na
“Livraria de Paula Brito”.
Em
1851, Brito entrou no campo da litografia; uma de suas revistas, “A
Marmota na Corte”, incluía o encarte de um figurino. Brito trouxe de
Paris o litógrafo Louis Therier, que passou a fazer as litografias para
a revista. Criou em 2 de dezembro de 1850 a nova “Imperial Typographia
Dous de Dezembro”, data de aniversário seu e de D. Pedro II, que se
tornou seu acionista, patrocínio esse dado mais por caráter pessoal do
que político partidário. Paula Brito foi o primeiro editor genuinamente
não-especializado do país, pois incluía grande variedade de obras e
assuntos, ao contrário de seus antecessores, que se dedicavam mais aos
assuntos técnicos.
Paula Brito editou a 1ª revista feminina do país,
em 1832, “A Mulher do Simplício”, ou “A Fluminense Exaltada”, que foi
impressa por Plancher, seu amigo. A revista persistiu até 1846, quando
foi substituída por “A Marmota”, que durou, com algumas mudanças de
título, de 1849 a 1864, 3 anos após sua morte.
Há registro de 372
publicações não-periódicas feitas por Paula Brito, de temática bastante
variada, e dessas, 83 na área médica, geralmente teses,mas a maior
parte constituída de dramas. Brito incentivava a literatura nacional,
ainda precária. Pode-se considerar que o primeiro romance brasileiro
com algum valor literário tenha sido “O Filho do Pescador”, de Antônio
Gonçalves Teixeira e Sousa, publicado por Brito em 1843. Empregou o
poeta Casimiro de Abreu e o jovem Machado de Assis, que começou como
revisor de provas de Paula Brito e deu início à carreira literária como
colaborador de “A Marmota Fluminense”.
No início de 1857, os
acionistas insatisfeitos conseguiram a liquidação da “Typographia Dous
de Dezembro”. Sua firma foi reduzida a “Typographia de Paula Brito”,
com apenas um endereço, ainda graças ao auxílio financeiro do
imperador. A publicação de livros caiu, reduzindo-se para 12 em 1858 e
15 em 1861, ano de sua morte. Sua viúva continuou o negócio em
sociedade com o genro até 1867, caindo a produção, e em 1868 a Sra.
Rufina Rodrigues da Costa Brito ficou sozinha, transferindo seu negócio
para a Rua do Sacramento, nº 10, onde sobreviveu até 1875.
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GARNIER
Dentre as várias livrarias do Rio de Janeiro, na Rua do Ouvidor,
enquanto algumas eram pertencentes a franceses, como Plancher e
Villeneuve, outras eram filiais de firmas já existentes na França, como
Mongie, Aillaud e Bossange. Destacam-se entre esses os Irmãos Firmin
Didot, mas na ordem de importância, a mais destacada foi a Garnier
Frères, que funcionou no Brasil de 1844 a 1934.
Os
irmãos Auguste (nascido em 1812) e Hippolyte (nascido em 1816) Garnier
começaram a trabalhar como balconistas de livraria em Paris, em 1828, e
mais tarde abriram seu próprio negócio, aos 21 e 17 anos. O irmão mais
novo, Baptiste Louis Garnier (nascido em 4 de março de 1823), trabalhou
para seus irmãos até 1844, e depois foi para o Brasil, chegando ao Rio
de Janeiro em 24 de junho de 1844. Após dois anos de acomodações
temporárias, instalou-se na Rua do Ouvidor, nº 69 (mais tarde
renumerada 65), e permaneceu ali até 1878, mudando-se para o nº 71, em
frente ao seu principal concorrente, a “Livraria Universal”, de E.
& H. Laemmert. Até 1852, a firma denominava-se “Garnier Irmãos”,
depois, “B. L. Garnier”, e acredita-se que
tenha se separado dos irmãos entre 1864 e 1865.
No
início da década de 1870, Garnier teve sua própria tipografia, a
“Tipografia Franco-americana”. No conjunto, Garnier tem o crédito de
655 trabalhos de autores brasileiros publicados, entre 1860 e 1890,
além de várias traduções, do francês, de romances mais populares.
Deve-se a Garnier o formato francês dos livros que o Brasil adotou:
in-oitavo (16,5 x 10,5 cm) e in-doze (17,5 x 11,0 cm), imitações da
firma parisiense Calmann-Levy.
Em
1891, com saúde precária, Baptiste iniciou negociações para a venda de
sua empresa, mas insatisfeito com os preços, desistiu, falecendo 3 anos
depois, em 1º de outubro de 1893; a firma passou para seu irmão
Hippolyte, que residia em Paris, voltando assim à condição inicial de
filial da “Garnier Frères” no Rio de Janeiro.
Hippolyte
Garnier tinha 77 anos quando seu irmão Baptiste morreu. A Garnier na
França acabou sendo, nas décadas de 1890 e 1920, a principal editora de
literatura hispano-americana em todo o mundo. A morte de Baptiste,
assim como dos irmãos Laemmert, causou uma estagnação no mercado
livreiro brasileiro, além de que a queda do império transformou
completamente o clima social. Em 1898, Hyppolite mandou ao Rio de
Janeiro um novo gerente, Julien Lansac, e seu assistente chefe passou a
ser Jacinto Silva, que teve grande autonomia, pelas dificuldades de
Julien falar a língua portuguesa. Hippolyte mandou reformar as
instalações da Garnier, que foi inaugurado com gala. Cada um dos
convidados foi presenteado com um exemplar da 2ª edição de Dom
Casmurro, de Machado de Assis, autografado. Por volta de 1904, Jacinto
Silva saiu da firma e foi dirigir o departamento de livros da Casa
Garraux, em São Paulo, e em 1920 instalou sua própria “Casa Editora O
Livro”, que foi o centro do movimento modernista.
Hippolyte
Garnier morreu aos 95 anos em 1911, e Lansac voltou à França em 1913;
os negócios passaram para um sobrinho, Auguste P. Garnier, que enviou
para o Rio de Janeiro outro gerente francês, Émile Izard (nascido em
1874). A partir de então, a Garnier entrou em decadência, com poucas
publicações, e o fim chegou perto de 1934, quando a Livraria Garnier
foi vendida a Ferdinand Briguiet, que anteriormente comprara a Livraria
de Lachaud, na Rua Nova do Ouvidor.
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Briguiet-Garnier
Entre as livrarias de estrangeiros no Rio de Janeiro,
destacava-se a do belga Jean Baptiste Lombaerts (1821-1875) e seu filho
Henri Gustave Lombaerts (1845-1897), que era a maior de litografias
montadas na época,na Rua do Ourives, nº 17, de 1848 até 1904, quando a
loja foi demolida, para dar lugar à Avenida Central. De 1871 a 1879, a
livraria produziu um suplemento em português para acompanhar um de seus
principais periódiocos importados, a revista francesa “La Saison”. A
partir de 1879, começou a editar sua própria edição brasileira da
revista, com o nome “A Estação”.
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Leuzinger
Outra
firma de destaque foi a do suíço Leuzinger, fundada por Georg Leuzinger
(1813-1892), que chegou ao Rio de Janeiro em 1832, e até 1840
economizara o suficiente para comprar a mais antiga papelaria da
cidade, “Ao Livro Vermelho”, de Jean Charles Bouvier, na Rua do
Ouvidor, nº 31. Em 1852, Leuzinger adquiriu a Typographia Franceza,
fundada por Jean Soleil Saint Amand em 1837, e que publicara em 1841 os
primeiros poemas de Joaquim Norberto, “Modulações Poéticas”, e as duas
primeiras edições, de 1844 e 1845, de “A Moreninha”, de Joaquim Manuel
de Macedo. Sob a direção de Leuzinger, ela se tornou uma das
tipografias mais bem equipadas do país. Leuzinger teve grande
participação no desenvolvimento da gravação em madeira (xilogravura) no
país, e em 1843, trouxe da Alemanha 2 talentosos gravadores em madeira,
Eduard Hüslemann e R. Rollenberger. Em 1850, Rollenberger morreu de
febre amarela e Hüslemann voltou para a Alemanha, mas deixaram muitos
aprendizes no Brasil. Leuzinger foi o responsável, entre outras coisas,
pela introdução dos cartões postais ilustrados no país, e aventurou-se
na fotografia. As 54 xilogravuras que ilustram o livro de Louis e
Elizabeth Agassiz, “Journey in Brazil”, de 1868, são de Leuzinger. Como
tipografia, a Leuzinger sobreviveu, sob o nome “Gráfica Ouvidor
Laemmert
A
mais importante das livrarias estrangeiras foi, porém, a Laemmert;
entre 1893 e a passagem do século, foi a principal editora brasileira.
Eduard Laemmert (nascido em 10 de agosto de 1806) e Heinrich (nascido
em 27 de outubro de 1812) eram filhos de F. W. Laemmert, um clérigo
protestante que os educou em casa e aos 14 anos os enviou para o
aprendizado do comércio de livros. Partindo para Paris, Eduard foi
trabalhar na firma de Martin Bossange e seu filho Hector. Dois anos
depois, Bossange decidiu abrir filial no Rio de Janeiro, e Eduard,
representante de Bossange, abriu uma sociedade com um português chamado
Souza, representante de J. P. Aillaud., estabelecendo-se na Rua dos
Latoeiros (hoje Gonçalves Dias), nº 88, sob o nome Souza Laemmert.
Quando o contrato expirou, em 1833, Eduard resolveu ficar no Brasil,
casou com uma brasileira e começou seu próprio negócio, na Rua da
Quitanda nº 77, a “Livraria Universal”. Seu irmão Heinrich veio, a seu
pedido para o Brasil, e formaram a “E. & H. Laemmert, mercadores de
livros e de música”, em 1838. Em pouco tempo começaram a editar e em
1839 criaram a sua “Folhinha“ anual. Em 1844, começaram o “Almanack
Laemmert”, que superou todos os concorrentes e, em 1875, chegava a ter
1770 páginas. Instalaram-se, em 1868, na Rua do Ouvidor, nº 68. A
oficina tipográfica de Laemmert inaugurou em 2 de janeiro de 1838, e
recebeu o nome de Typographia Universal.
Em 1877, Eduard afastou-se
da firma, indo para Karlsruhe, a cidade onde aprendera o ofício e lá
faleceu repentinamente, em 18 de janeiro de 1880. Henrique faleceu 4
anos depois. Todos os negócios foram para uma sociedade formada por
Gustave Massow, o genro de Henrique, Edgon Widmann Laemmert, e Arhur
Sauer. Em 1891, a firma foi reorganizada com o nome Laemmert &
Companhia, e em 1898, possuía filiais em São Paulo e Recife. Em 1903,
houve nova mudança de sócios, e Edgon foi substituído por seu filho
Hugo e Gustave por seu irmão Hilário. Laemmert possuía uma biblioteca
com um exemplar de cada edição produzida , mas essa foi destruída por
um incêndio em 1909, após o que a livraria nunca mais foi reaberta. Os
direitos autorais de sua propriedade foram vendidos a Francisco Alves,
que adquiriu o mais famoso de seus títulos, “Os Sertões”, de Euclides
da Cunha, que Laemmert publicara em 1902 e vendera 3 edições.
A
tipografia continuou, e a propriedade, que ficara com Arthur Sauer,
passou para Manuel José da Silva, em 1910, que já era dono do “Anuário
Geral de Portugal”, então o Alamanack mudou o nome para “Anuário do
Brasil”. A nova organização passou por várias mudanças de proprietário,
tornando-se “Sérgio & Pinto” em 1919, “Álvaro Pinto & Cia em
1920, Alexandre Henault & Cia em 1921, e em 1925 foi adquirida pelo
Jockey Club do Rio de Janeiro, onde foi chamada “Almanack Laemmerte
Limitada”. Poucos livros foram produzidos nessa época, destacando-se o
“Livro de Ouro do Centenário a Independência do Brasil”, em 7 de
setembro de 1922. Em 1942, outro incêndio destruiu o Almanack, e o
último número foi do de 1943. A Gráfica Laemmert voltou a publicar
livros por volta de 1970.
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Sellos & Couto
A
firma Sellos & Couto foi fundada em 1815, quando José Gonçalves
Agra abriu uma livraria na Rua do Sabão, nº 22. Nos anos 1820, a firma
passou às mãos de Agostinho de Freitas Gonçalves, sucedido em 1852
pelos seus sobrinhos Antônio e Agostinho Gonçalves Guimarães, que
acrescentaram a ela uma oficina impressora, a “Typographia Episcopal”.
Antônio passou a se dedicar aos negócios bancários e Agostinho se
aposentou em 1887, vendendo a firma a seu enteado João Antônio Pinto.
Quando esse morreu, falido, o negócio foi arrematado por Antônio
Joaquim de Sellos e Gaspar Pereira de Couto, que passaram a operar,
primeiro como Sellos, Guimarães & Cia. e, depois, como Sellos &
Couto
J. Ribeiro dos Santos
A
J. Ribeiro dos Santos, outra importante firma, foi fundada pelo
português Serafim José Alves, em 1871, no nº 11 da Praça D. Pedro II,
hoje Praça 15 de Novembro. No final do século, mudou para a Rua Sete de
setembro, nº 83, e pouco depois adotou o nome do parente e herdeiro de
Alves, Jacintho Ribeiro dos Santos. Jacintho comprara o ponto de sua
livraria de Francisco Rodrigues da Cruz, herdeiro da Livraria Cruz
Coutinho, a Livraria Popular, a qual foi criada por Antonio Augusto da
Cruz Coutinho. A Livraria Jacintho Ribeiro dos Santos destacava-se pelo
bom acabamento dos livros didáticos, uso de imagens, e elevado número
de tiragens em alguns de seus livros, que chegavam à marca de mais de
100.000 exemplares em 1924, numa população de 1.157.141 na cidade. Como
“Livraria Jacintho”, sobreviveu até 1945, quando foi comprada pela
“Editora A Noite”.
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Livraria Quaresma
A Livraria de Serafim José Alves parece ter tido alguma ligação,
também, com a Livraria Quaresma. Pedro da Silva Quaresma foi o fundador
da “Livraria do Povo”, em 1879, na Rua São José. A Livraria Quaresma
durou até a década de 1960, com livros baratos e de apelo popular, e
foi o local de treinamento do livreiro e alfarrabista Carlos Ribeiro,
que fundou depois a “Livraria São José”, atuante nas décadas de 1950 e
1960
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Francisco Alves
Nascido
Francisco Alves d’Oliveira em 2 de agosto de1848, foi para o Rio em
1863, e conseguiu emprego em uma loja de artigos náuticos, e com
economias, abriu um sebo na Rua São José, depois o vendeu e voltou para
o Porto. Ao receber o convite do tio para trabalhar em sua livraria,
foi para o Brasil novamente, e se naturalizou em 28 de julho de 1883. A
firma de Francisco Alves, originalmente denominada Livraria Clássica,
foi fundada em 15 de agosto de 1854, na Rua dos Latoeiros, nº 54
(posteriormente alterado para nº 48), por seu tio Nicolau António
Alves. Francisco acabou comprando a parte de todos os sócios e do tio,
até 1897. Inicialmente dedicada aos livros didáticos, mediante o
aumento do número de escolas no país (nos últimos anos do Império, as
escolas passaram de 3.561 para 7.500), a Francisco Alves chegou a ter
quase o monopólio dos livros didáticos no Brasil.
A
Livraria Francisco Alves abriu uma 1ª filial em São Paulo, em 23 de
abril de 1893, onde Manuel Pacheco Leão, filho do secretário de
educação e amigo de Francisco, Teófilo das Neves Leão, ficou
encarregado, com parte das cotas da sociedade. Em 1906, abriu uma 2ª
filial, em Belo Horizonte. Em São Paulo, adquiriu a “N. Falconi” e a
“Livraria Melilo”; no Rio de Janeiro, adquiriu a “Lombaerts”, a
“Livraria Católica de Sauvin”, a “Livraria Luso-Brasileira” de Lopes da
Cunha, a “Empresa Literária Fluminense”, de A. A. da Silva Lobo, a casa
de “Domingos de Magalhães”. Comprou também a firma portuguesa “A
Editora”, anteriormente “David Corazzi”. Em 1909, adquiriu a
“Laemmert”, adquirindo os direitos de “Os Sertões”, de Euclides da
Cunha, e de Inocência, de Taunay. Comprou também a pequena livraria da
“Viúva Azevedo”, no Rio de Janeiro.
Na
linha literária, Francisco Alves publicou Afrânio Peixoto, Emílio de
Menezes, Raul Pompéia, entre outros, mas a grande maioria de seus
livros era impressa no exterior, por motivos econômicos e técnicos que
inviabilizavam a impressão interna, o que foi motivo de muitos
nacionalistas o criticarem. No seu tempo livre, Francisco Alves
escrevia seus próprios livros, sob o pseudônimo Guilherme do Prado, ou
F. d’Oliveira. Foram catalogados, após sua morte, 39 livros de sua
autoria.
Alves
era diabético e adquiriu uma pneumonia que o levou à tuberculose.
Quando o sócio Pacheco Leão faleceu, em 23 de dezembro de 1913, Alves
adquiriu a parte da viúva, mas faleceu em 29 de junho de 1917, após
complicações de uma fratura na perna em um acidente ferroviário. No
testamento, deixou um grande legado e uma pensão vitalícia àquela que
fora sua amante desde 1891, Maria Dolores Braun. Todo o restante de
seus bens ficaria para a Academia Brasileira de Letras, porém com a
exigência de que a Academia deveria realizar, a cada 5 anos, dois
concursos em sua homenagem, cada um deles com um primeiro prêmio de 10
contos, um segundo de 5 contos e um terceiro de 3 contos. Um dos
concursos deveria ser para monografias sobre “a melhor maneira de
ampliar a educação primária no Brasil”, e o outro para monografias
sobre a língua portuguesa.Mediante a Academia estar estatutariamente
impedida de gerir qualquer tipo de negócio, vendeu a livrarai a um
grupo de antigos empregados, liderados por Paulo Ernesto Azevedo,
sucessor de Pacheco Leão na gerência da filial de São Paulo, e Antônio
de Oliveira Martins. A nova firma adotou o nome “Paulo de Azevedo &
Companhia”, mas continuou a usar a marca F. Alves, e a dominar o
mercado de livros didáticos até o aparecimento da Companhia Editora
Nacional, de Octalles Marcondes Ferreira, na década de 1920.
Paulo
de Azevedo morreu em 1946, sendo sucedido pelos filhos Ivo e Ademar,
que admitiram como sócios Álvaro Ferreira de Almeida, Raul da Silva
Passos e Lélio de Castro Andrade, havendo nova revitalização da
Livraria. Em 1972, a empresa foi vendida para o almirante José Celso de
la Rocque Maciel Soares Guimarães, que modificou seu nome para
“Livraria Francisco Alves Editora”; em 1974, a empresa de navegação
Netumar, de Ariosto Amado, adquiriu 80% do seu capital e Carlos Leal
assumiu a gerência.
Mercado editorial em São Paulo
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Século
XIX São Paulo, que no início do século XIX formava uma única
província com o Paraná, possuía uma pequena capital com menos de 10 mil
habitantes, e tinha pouca importância.Em 1827, José da Costa Carvalho,
futuro Marquês de Monte Alegre, importou uma impressora e um impressor,
e produziu o 1º jornal da província, “O Farol Paulistano”.
Em 1827,
a cidade de São Paulo foi escolhida para abrigar uma das duas escolas
de Direito do país, e a vida estudantil acabou por transformar a
cidade, sendo que em 1836, uma gráfica local possuía até um livro
impresso, “Questões sobre presas marítimas”, de José Maria de Avelar
Brotero. Após algumas outras impressões, em 1849 surgiu a primeira obra
literária, de um estudante, Rosas e Goivos, de José Bonifácio, o Moço,
e em 1852, Cantos da Solidão, de Bernardo Guimarães., na “Typographia
Liberal” de Joaquim Roberto de Azevedo Marques.
Em 1855, São Paulo
tinha apenas 25 mil habitantes, enquanto o Rio de Janeiro passava dos
250 mil e Salvador e Recife possuíam mais de 80 mil. Havia então 3
livrarias, “Fernandes de Souza”, “Gravesnes” e “Torres de Oliveira”, e
3 gráficas, a “Typographia Liberal” de Azevedo Marques, a “Typographia
Dous de Dezembro”(sem ligação com a de Paula Brito), de Antônio Lousada
Antunes, e a “Typographia Litteraria”. Havia um encadernador, o alemão
U. Knossel, cujo negócio foi adquirido em 1880 pelo alemão Jorge
Seckler, tornando-se importante gráfica, com impressoras movidas a
vapor. Em fins de 1860, havia a “Typographia de Lei”, a “Typographia
Americana”, e a tipografia “Henrique Schroeder
Casa Garraux
Em
1860, Baptiste Louis Garnier abriu uma filial em São Paulo, e confiou-a
a Anatole Louis Garraux (1833-1904), e em 1863 Garraux já se tornara
independente e abrira a Livraria Acadêmica, em sociedade com Guelfe de
Lailhac e Raphael Suares, mas que ficou sempre conhecida como “Casa
Garraux”. Foi na Casa Garraux que José Olympio começou a interessar-se
pelo mercado livreiro, ao conseguir ali um emprego arrumando e limpando
livros.
Antes
de 1920, Garraux não publicava, mas tornou-se destacado livreiro,
tornando-se a livraria com o estoque mais atualizado do país. ] A
partir de 1872, a cafeicultura foi modificando o cenário da província,
e nesse ano a Garraux mudou do Largo da Sé para a Rua da Imperatriz
(futura XV de Novembro), passando a desempenhar papel importante no
desenvolvimento intelectual e cultural de São Paulo. Garraux passou a
direção da loja, nessa época, para seu genro Willy Fischer, que se
aposentou em 1888, e seu sucessor, Alexandre Thiollier, antigo caixa,
dirigiu os negócios até 1893, passando então a direção às mãos do sócio
Charles Hildebrand, de Estrasburgo
Outras livrarias paulistanas
De três livrarias em 1850, São Paulo passou
para cinco em 1870, sendo uma delas a “Grande Livraria Paulista”, que
os irmãos Antônio Maria e José Joaquim Teixeira abriram em 1876.
Em
1893, devido à imigração italiana e também à nordestina na fuga da
seca, São Paulo cresceu para 192.409 habitantes[42] e, na passagem do
século, igualou o Rio de Janeiro, com 239.820 habitantes. A indústria
de papel instalada no estado começou a crescer; uma das fábricas era a
“Cia. Melhoramentos de São Paulo”, formada em 1890 pelo Coronel Antônio
Proost Rodovalho, e que em 1920 entrou para o ramo de papel para
livros, associando-se à editora “Weiszflog Irmãos”. No fim do século,
porém, São Paulo ainda tinha apenas oito livrarias. Entre outras,
destacava-se a “Casa Eclectic
Século XX
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Monteiro Lobato
Até a Primeira Guerra Mundial, os livros brasileiros eram impressos,
em sua maioria, na Europa. A Editora Garnier, utilizada por Machado de
Assis e quase todos os acadêmicos, era francesa e tinha suas oficinas
na França. Coelho Neto era impresso no Porto, em Portugal, e editado
por Lelo & Irmão. As editoras e livrarias brasileiras dedicavam-se
mais aos livros didáticos, e pouco se imprimia no Brasil.
Monteiro
Lobato teve a iniciativa que modificou o mercado editorial brasileiro.
Imprimiu por conta própria, nas oficinas do jornal “O Estado de São
Paulo”, seu livro Urupês, e verificou que, na época, o Brasil contava
com apenas umas 30 livrarias capazes de receber e vender livros.[43]
Escreveu, então, para todos os agentes postais do Brasil (1300 ao
todo), solicitando nomes e endereços de bancas de jornais, papelarias,
armazéns e farmácias interessadas em vender livros.[44] Quase 100% dos
agentes postais responderam, proporcionando uma rede de quase dois mil
distribuidores espalhados pelo país. Lobato começou a publicar obras de
seus amigos e de escritores iniciantes.
Monteiro
Lobato, um dos grandes incentivadores do livro no Brasil, na Cia.
Editora Nacional: "Um país se faz com homens e livros".
Quando a
inicial Cia. Gráfio-Editora Monteiro Lobato entrou em colapso, Octalles
Marcondes Ferreira (1899-1972), que fora seu auxiliar e se tornara seu
sócio, o incentivou a abrir outra editora, e em novembro de 1925, a
Companhia Editora Nacional já estava constituída e se preparava para
publicar uma versão, supervisionada por Lobato, do 1º livro escrito no
Brasil no século XVI, o relato de Hans Staden, “Meu Cativeiro Entre os
Selvagens Brasileiros”, numa tiragem de 5 mil exemplares.
Enquanto
Octalles permanecia em São Paulo, Lobato dirigia a filial do Rio de
Janeiro; em viagem aos Estados Unidos, e devido à especulação na bolsa
de valores e ao crash de outubro de 1929, Lobato precisou vender a
Octalles suas ações da editora, e passou a contribuir apenas como autor
e tradutor.
A editora começou a investir, aos poucos, em títulos
educacionais. Em 1932, Octalles adquiriu a Editora Civilização
Brasileira, fundada em 1929 por Getúlio M. Costa, Ribeiro Couto e
Gustavo Barroso, e que passou, aos poucos, para o genro Ênio Silveira.
Em 1934, a marca “Nacional” quase se reservava totalmente para livros
didáticos e infantis. Em 1943, houve o abandono da empresa de 6
professores responsáveis pela execução dos livros didáticos, que
fundaram sua própria editora, a “Editora do Brasil”, especializada em
livros didáticos. O auxiliar de Octalles, Arthur Neves (1916-1971),
saiu e formou a Editora Brasiliense, que implantou sua própria
livraria, a "Livraria Brasiliense".
Octalles morreu em 1973, e a
presidência da empresa passou ao seu irmão Lindolfo. Em 1974 a Livraria
José Olympio Editora solicitou auxílio financeiro para comprar a
editora, porém, essa operação não chegou a ser finalizada. "A empresa
de José Olímpio solicitou ajuda governamental: no caso, o financiamento
total da operação; assim, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
(BNDES) adquiriu a totalidade das ações da empresa [...], contudo, a
situação econômica da José Olympio tornava impossível a desejada
transferência e a Nacional acabou tornando-se propriedade do BNDE".
Em
1980, o Instituto Brasileiro de Edições Pedagógicas (IBEP) adquiriu a
Companhia Editora Nacional, formando um dos maiores grupos editoriais
do país. Em 2009, a Conrad Editora, especializada em revistas em
quadrinhos, foi comprada pelo Grupo IBEP-Companhia Editora Nacional.
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José Olympio
A
editora deu largada em 1931, ainda em São Paulo, com um livro de
sucesso: “Conhece-te pela Psicanálise”, do americano J. Ralph, obra do
gênero que hoje se conhece como auto-ajuda.Nos anos 40 e 50, Olympio se
tornou o maior editor do país, publicando 2 mil títulos, com 5 mil
edições, os quais nos anos 80 atingem 30 milhões de livros de 900
autores nacionais e 500 estrangeiros.
A
crise da Livraria José Olympio teve início com o colapso no mercado de
ações. Nos anos 70, tentou comprar a Companhia Editora Nacional. Em 3
de maio de 1990, quando morreu, José Olympio já não era mais
proprietário da editora que leva seu nome, pois após ser encampada pelo
BNDES nos anos 70, foi comprada pela Record em 2001; hoje pertence ao
Grupo Editorial Record.
Martins Editora
José
de Barros Martins resolveu abandonar o emprego para abrir uma livraria
numa pequena sala do primeiro andar de um edifício na Rua da Quitanda,
em São Paulo, em 1937.Organizou seu próprio departamento editorial, sob
a direção de Edgard Cavalheiro, e seu 1º título, no início de 1940, foi
“Direito Social Brasileiro”, de Antônio Ferreira Cesarino Júnior.
Martins
promoveu a liquidação de sua companhia em 1974, mas procurou manter-se
no ramo, negociando os mais valiosos contratos de publicação com a
Editora Record.[52] Atualmente, a Martins Editora é um selo editorial
da Livraria Martins Fontes.
Civilização Brasileira
Fundada por Getúlio M. Costa, Ribeiro Couto e Gustavo Barroso em 1929,
a Editora Civilização Brasileira tinha na época poucos títulos, e em
1932 foi adquirida por Octalles Marcondes Ferreira,passando a fazer
parte da Companhia Editora Nacional. Ênio Silveira assumiu em parte a
Civilização Brasileira, e a incrementou, sendo que, no final da década
de 50, tornara-se já uma das principais editoras do país. Em 1963, Ênio
Silveira assumiu o controle total da Civilização Brasileira e, no ano
seguinte, seu catálogo era igual ao da Companhia Editora Nacional,
acrescentado de 46 novos títulos. A Civilização acabou se tornando o
canal mais importante para a moderna literatura brasileira nos anos
60,além de se dedicar às traduções, tanto dos países europeus, quanto
dos estadunidenses, japoneses e latino-americanos.
Em
1982, Ênio aceitou uma oferta operacional da DIFEL, empresa
estrangeira, para colaborar com sua firma. Paralelamente, o Banco Pinto
de Magalhães, de capital português, e uma pessoa jurídica portuguesa, o
major Batista da Silva, adquiriram 90% do capital da Civilização
Brasileira, e Ênio ficou com 10%. Em março de 1984, formalizou-se a
transferência da matriz da Civilização para São Paulo, mantendo-se uma
filial no Rio de Janeiro. Ênio da Silveira faleceu em 1996. Atualmente,
a Civilização Brasileira faz parte do Grupo Editorial Record
Editora Ática
Entre
1964 e 1965, surge a Editora Ática. Em 15 de outubro de 1956, foi
fundado o Curso de Madureza Santa Inês, para a educação de jovens e
adultos, pelos irmãos Anderson Fernandes Dias e Vasco Fernandes Dias
Filho e pelo amigo Antonio Narvaes Filho. Com o passar do tempo,
mediante o crescente número de alunos, o mimeógrafo tornou-se
insuficiente para imprimir as apostilas, e em 1962 foi criada a Sesil
(Sociedade Editora do Santa Inês Ltda.). Anderson Fernandes Dias,
porém, defendeu a criação de uma editora. Assim, a Editora Ática surgiu
em agosto de 1965, e no ano seguinte, já apresentava 20 títulos em seu
catálogo.
Em
1999, a Ática foi comprada pela Editora Abril em 1999, numa parceria
com o grupo francês Vivendi. Em 2002, a Vivendi vendeu suas empresas do
ramo de publicações para o grupo francês Lagardère, mas a Editora Ática
ficou fora dessa transação comercial. Em 2003, os dois acionistas
controladores da Ática — Abril e Vivendi — puseram novamente a Editora
à venda. Após um ano de negociações, foram adquiridos pela Editora
Abril, em fevereiro de 2004, os ativos financeiros da Vivendi,
tornando-se a sócia majoritária da Editora Ática, inaugurando uma nova
fase na história da empresa, que passou a fazer parte da Abril
Educação. No início de 2005, a editora passou a funcionar no prédio do
Edifício Abril, na Marginal Tietê.
Livraria do Globo
Na década de 1880, a “Livraria Americana”, de Carlos Pinto,
originalmente estabelecida em Pelotas, apresentava traduções de vários
autores estrangeiros, nem sempre com autorização dos autores. Casos
como esse, e muitos outros, ocasionaram uma reação por parte dos
autores e do governo, e começaram a se estabelecer leis com o intuito
de preservar tais direitos. As origens da Livraria do Globo são dessa
época, mas a editora só começou um programa regular de edições em
1928.[56] No início dos anos 30 surgia, assim, em Porto Alegre, a
Livraria do Globo, e o início da atividade editorial parece ter se
dado, especialmente, pela posição de desrespeito do novo governo com
relação aos direitos autorais dos outros estados. A Revista do Globo,
por não ter verba para matérias inéditas, recorria também à pirataria
O
florescimento da atividade editorial também era decorrente do aumento
de desenvolvimento do Rio Grande do Sul, que se dera no período da
República Velha, 1889-1930. A Editora Globo começou com uma pequena
papelaria e livraria, fundada em 1883 pelo imigrante português
Laudelino Pinheiro Barcellos, junto à qual foi construída uma oficina
gráfica para trabalhos sob encomenda. José Bertaso, rapaz admitido para
pequenos serviços em 1890, tornou-se sócio e em 1919, proprietário.
Bertaso previu a escassez de papel com a Primeira Guerra Mundial e
importou o suficiente para lucrar depois, com as vendas. A “Barcellos,
Bertaso e Cia” adquiriu uma máquina linotipo, a 1ª do estado, e em 1922
começou a publicar livros de um renascimento literário local, a
contrapartida gaúcha do movimento modernista. Mansueto Bernardi,
italiano de Treviso e diretor do departamento de propaganda, era ainda
mais ambicioso, e incentivou a publicação de títulos traduzidos. Montou
uma equipe de revisores, tradutores e artistas gráficos, e criou a
Revista do Globo.
Bernardi,
em 1931, com a criação do Estado Novo, abandonou a atividade editorial
e passou a dirigir a Casa da Moeda. O mais velho de seus 3 filhos,
Henrique d’Avila Bertaso, que começara na Livraria Globo em 1922, aos
15 anos, assumiu o setor editorial, enquanto a direção da Revista do
Globo foi dada a um jovem escritor, Érico Veríssimo, que se transformou
em um dos principais tradutores da editora. A carreira de Veríssimo
como autor tivera início em 1928, quando Bernardi aceitara seu conto
“Ladrão de Gado” para Revista do Globo. Seu 1º livro, "Fantoches", foi
uma coletânea de contos que H. Bertaso aceitara publicar em 1932. Após
alguns livros, o êxito comercial só chegou em 1935, com “Caminhos
Cruzados”, que recebeu vários prêmios.
Mediante
a situação econômica, o livro brasileiro se tornou competitivo, fato
que foi aproveitado pela Livraria Globo. Em 1936, a empresa já possuía
3 andares, 500 empregados, 20 máquinas Linotipo, e o setor editorial já
tinha cerca de 500 títulos. Veríssimo passou a direção da revista a De
Souza Júnior, e se tornou consultor editorial de H. Bertaso,
influenciando no ganho de qualidade literária da editora., que dava
ênfase aos autores anglo-americanos, devido à preponderância das
traduções do inglês. Com a Segunda Guerra Mundial, houve uma súbita
prosperidade no negócio de livros, e vários tradutores foram
contratados, tais como Leonel Vallandro, Juvenal Jacinto, Herbert Caro,
Homero de Castro, como empregados permanentes. No início dos anos 50,
com o rigor do Brasil no controle das remessa de divisas para o
exterior, houve um declínio na produção de traduções da Globo, havendo
depois uma pequena recuperação nos anos 60, porém, sem recuperação do
antigo interesse, especializando-se em outras áreas.
Veríssimo
começou a se dedicar mais à sua própria produção literária; José
Bertaso morreu em 1948 e, em 1956, quando a Globo atingiu seu 2.000º
título desde 1930, foi decidido transformar a parte editorial do
negócio em um empreendimento legalmente separado, sendo criada a
Editora Globo.[58] Veríssimo foi, aos poucos, se desligando da Globo, e
morreu em 1975. Henrique Bertaso morreu em 1977, tendo passado seu
negócio aos filhos José Otávio, Fernando e Cláudio. Em 1986 a empresa
foi vendida à Rio Gráfica Editora (RGE), de Roberto Marinho. A Rio
Gráfica passou a usar somente o nome Editora Globo desde então
Instituto Nacional do Livro
Com
a revolução de 1930, o Rio Grande do Sul projetou-se no cenário
nacional.. Com a implantação do Estado Novo, uma das consequências foi
a criação do Instituto Nacional do Livro, por iniciativa do Ministro
Gustavo Capanema, em setembro/dezembro de 1937 (pelo Decreto-Lei nº 93,
de 21 de setembro de 1937). O poeta Augusto Meyer o dirigiria até 1954,
e novamente de 1961 a 1967.[59] Foi criado e incentivado por Getúlio
Vargas com o objetivo de elaborar uma enciclopédia e dicionário da
língua brasileira que retratasse a identidade e a memória nacional e
para apoiar a implantação de bibliotecas públicas em todo o Brasil. Até
1945, no entanto, ainda não haviam concluído a enciclopédia e o
dicionário, mas, o número de bibliotecas públicas cresceu,
principalmente nos estados de escassez cultural, graças ao auxílio
prestado pelo o INL na composição do acervo e na capacitação técnica.
Outras editoras de destaque
Além
das já mencionadas, no início do século XX, tiveram importância, no Rio
de Janeiro a Livraria H. Antunes, fundada por Hector Antunes em 1909, e
a Arthur Vecchi, em 1913, que começou com edição de livros e
posteriormente se dedicou às revistas em quadrinhos. Além dessas, a
Livraria Editora Leite Ribeiro e Maurillo, fundada no Rio de Janeiro em
1917, e que em meados de 1920 passou a se chamar Freitas Bastos; a
Livraria Católica, fundada pelo poeta Augusto Frederico Schmidt, em
1930, a qual logo se tornou ponto de encontro dos intelectuais da
época. Os que a freqüentavam se tonaram conhecidos como o "Círculo
Católico". Schmidt tirou, posteriormente, a palavra Católica e ficou
apenas Livraria Schmidt Editora, que permaneceu até 1939, quando o
negócio foi absorvido e as instalações adquiridas por Zélio Valverde,
de cuja firma Schmidt se tornou sócio. Outras são a Gianlorenzo
Schettino Livraria Editora, que existiu de 1922 a 1931; a Editora A.
Coelho Branco, e a Editora Ariel, dos escritores Gastão Cruls e
Agripino Grieco, que era exclusivamente editora.
A
Editorial Calvino Limitada foi iniciada por volta de 1931, sob o nome
Calvino Filho. Na década de 1940, mediante suas publicações de
tendência marxista, no enfrentamento da censura do Estado Novo, chegou
a ser considerada o órgão da seção carioca do Partido Comunista. A
Editora Vitória, que iniciou com romances de autores nacionais e
estrangeiros em 1944, no ano seguinte mudou sua linha para história e
teorias marxistas, tendo se tornado, após a queda de Getúlio Vargas, a
principal editora do Partido Comunista, tomando esse papel das Edições
Horizonte, fundadas em início de 1943 e incorporadas a ela em 1948. A
experiência editorial da Vitória foi interrompida abruptamente com a
revolução de 1964.
Outras
importantes editoras que tiveram início na primeira metade do século XX
foram a Saraiva e Cia, fundada em 1906, em São Paulo, por Joaquim
Inácio da Fonseca Saraiva;[60] a Editora O Pensamento, de Antonio
Olívio Rodrigues, fundada em 1907; a Editora Cultrix (atualmente
integrada à Pensamento), sob a direção de Edgard Cavalheiro; a EDIPE,
em 1930; e a Companhia Melhoramentos de São Paulo, fundada em 1877 como
empresa de papel, mas que iniciou sua atividade editorial em 1915, como
"Weiszflog e Irmãos".
Mercado editorial nos outros estados
No
Rio Grande do Sul, além da Editora Globo, a editora mais antiga era a
“Livraria e Editora Selbach”, fundada em 1931, tendo iniciado sua
atividade com “Farrapos!”, de Walter Spalding. Encerrou por volta de
1960, Outras editoras importantes são a “Livraria Sulina”, fundada em
1946 pelos irmãos Leopold e Nelson Boeck, especializada em direito,
administração de empresa e história. A “Tabajara”, com livros
didáticos, e a L&PM Editores, criada por Ivan Pinheiro Machado e
Paulo de Lima, em 1974, na época para publicar um único livro, “Rango,
história em quadrinhos de um marginal”, por Edgar Vasques, que surgira
antes em no jornal porto-alegrense “Folha da Manhã”. Estimulado pelo
sucesso, os dois jovens editores passaram a publicar um número
reduzido, mas selecionado de títulos, questionadores do governo da
época, durante a ditadura militar. Nos anos 70, outras editoras
importantes foram a Editora Movimento e a Editora Mercado Aberto.
No
Paraná, em Curitiba, na década de 30 a Editora Guaíra ganhou reputação
nacional com títulos como “Esperança”, de André Malraux, “Doña
Bárbara”, de Rómulo Gallegos, entre outros. No início dos anos 40, sua
produção era de 40 títulos por ano. Declinou após a Segunda Guerra
Mundial. Ainda em Curitiba, A Editora dos Professores, criada por
Ocyron Cunha em 1962, era destinada a produzir obras de professores
regionais, e atualmente está desativada.
Santa
Catarina, apesar da pouca atividade editorial, tem abundância em pontos
de venda, e grande parte de seus municípios possui livrarias, o que a
colocava em 5º lugar nacional em pontos de venda de livros nos anos 80.
Em
outras cidades do Rio de Janeiro, vale destacar Petrópolis, com a
Editora Vozes, criada em 5 de março de 1901, pelo convento franciscano
local, e é a mais antiga editora do Brasil ainda em atividade.
Em
Minas Gerais, em Belo Horizonte se destacou a Livraria Itatiaia
Editora, além da Editora Comunicação, Editora Vega, Interlivros e LEMI
(Livraria Editora Miguilim), de livros infantis.
Na
Bahia, entre as décadas de 40 e 60, a mais importante marca editorial
foi a “Livraria Progresso”, de Aguiar e Souza Ltda. (não confundir com
a Progresso do Grupo Delta). Outra foi a Edições Macunaíma, fundada em
1957 por Calasans Neto, Fernando da Rocha Peres, Glauber Rocha e Paulo
Gili Soares, como Macunaíma Empreendimentos Editoriais Ltda. Em 1974,
destacou-se a Editora Itapuã, de Dmeval Chaves e a Editora Janaína, de
Jorge Amado.
Em
Recife, destacaram-se a “Livraria Sete”, e a “Gráfica Amador”, que
mudou o nome para Editora Igarassu, e em 1980, a Editora Guararapes.
Livros de bolso
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Houve várias tentativas, no Brasil, de produção de um livro mais
barato. Na “Coleção Globo” da Livraria do Globo, no início dos anos
30, foram lançados 24 títulos, inclusive clássicos, aventuras e
policiais, no formato 11x 16 cm, cartonados. Em 1942, Bertaso iniciou a
“Coleção Tucano”, com ficção de boa qualidade, tais como André Gide,
Thomas Mann, e outros. Na década de 60, a Globo lançou a “Coleção
Catavento”, com sucesso. Em 1944, houve a “Coleção Saraiva” de
clássicos brasileiros.
Houve tentativas de distribuição em bancas de
jornal e em quiosques de aeroportos. Em 1963, constitui-se a Editora
Monterrey, para produzir ficção ligeira popular, em formato de livro de
bolso. O exemplo de mais qualidade foi o da Tecnoprint Gráfica, que
adotou, posteriormente, a marca editorial Edições de Ouro.
Na década
de 60, surgiu a Dominus Editora S/A (DESA), com edições de bolso e a
Livraria José Olympio Editora lançou a “Sagarana”, com reimpressões em
pequeno formato. Em 1970, a Editora Bruguera, subsidiária brasileira da
Francisco Bruguera, da Argentina, publicou uma coleção de bolso de
ficção estrangeira e nacional, a maioria em domínio público. A Editora
Artenova também teve experiências com livro de bolso. Em fins de 1971,
a Editora Edibolso iniciou com apenas 14 títulos e em fins de 1977 já
lançara quase uma centena de livros de bolso. Algumas das coleções de
bolso mais conhecidas, atualmente, são das editoras L&PM (Coleção
Pocket) e Martin Claret
![]() |
Panorama editorial atual
A
partir dos anos 80 houve um crescimento ascendente do mercado editorial
brasileiro, com um aumento do setor editorial. Novas editoras surgiram,
mas muitas das antigas foram substituídas ou incorporadas a outras. A
Companhia Editora Nacional, por exemplo, atualmente pertence ao IBEP, e
a Civilização Brasileira, ao Grupo Editorial Record, que surgira em
1942 e se constituíra em editora em 1957. As Editoras Cultrix e
Pensamento se uniram na Editora Pensamento-Cultrix, enquanto a Editora
Cortez & Moraes separou-se, formando a Editora Cortez e a Editora
Moraes, que por sua vez se transformou na Centauro Editora. Editoras
antigas sobreviveram, como a Editora Brasiliense e a Editora Vozes, a
mais antiga ainda atuante do Brasil, e novas editoras cresceram e
diversificaram o cenário editorial nacional, como Editora Perspectiva
(1965), Editora Nórdica (1970), Editora Cátedra (1970), Martin Claret
(1970), Alfa-Ômega (1973), Editora Rocco (1975), Companhia das letras
(1986), entre outras.
Editora Nova Fronteira
A
Editora Nova Fronteira foi fundada no Rio de Janeiro em1965, pelo
jornalista político Carlos Lacerda. Antes de morrer, em 1977, acertou
um vínculo formal com a Editora Nova Aguilar, fundada em 1958, por um
sobrinho do proprietário de sua homônima em Madri. Com a morte de
Lacerda, assumiram seus filhos Sérgio e Sebastião.
Editora Abril
![]() |
A Editora Abril foi a responsável pelo êxito de um tipo de livro vendido nas bancas de jornais: a edição em fascículos. A Abril foi constituída por Victor Civita e seu amigo Giordano Rossi em 1950, inicialmente como editora de revistas. Começou com o Pato Donald, trabalhando com a organização Walt Disney, e seu 1º empreendimento no mercado de livros foi em 1965, com uma edição ilustrada da Bíblia Sagrada, em fascículos quinzenais, seguindo-se outras, de interesse geral. O crescimento e a aceitação foram impressionantes, e em 1974, até fascículos sobre filosofia, Os Pensadores, dos quais eram vendidos 100.000 exemplares por semana. Em 1982, foram lançados Os Economistas, incluindo 20 títulos que nunca haviam sido publicados em português.
Panorama atual da leitura no Brasil
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O
Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), a Câmara Brasileira
do Livro (CBL), a Associação Brasileira de Editores de Livros
(ABRELIVROS) e a Associação Brasileira de Celulose e Papel (BRACELPA)
pesquisam os hábitos de leitura dos brasileiros e fornecem informações
para o planejamento do mercado e das políticas públicas,] e atualmente
têm cerca de 659 editoras cadastradas.
Um
levantamento da Associação Nacional de Livrarias (ANL), disponibilizado
em 27 de julho de 2010, mostra que no país existem, atualmente 2 980
lojas — 11% a mais do que havia em 2006.[67] A ANL aponta, porém, que
os brasileiros leem apenas 1,9 livros por ano, o que fica aquém de
outros países latino-americanos. Vitor Tavares, presidente da ANL,
exemplifica: “Na Argentina, se lê em torno de cinco. No Chile, três. Na
Colômbia, se lê 2,5 livros por ano”. Ainda segundo Tavares, “Há cada
vez mais livrarias sendo inauguradas em grandes centros, mas, em
cidades de até 80 mil habitantes, muitas vezes, não há nenhum ponto de
venda”. Ainda de acordo com a ANL, a região Sudeste é a que tem o maior
número de lojas; São Paulo, com 864 varejistas especializados em
livros, tem mais que o dobro do 2º colocado, seguido pelo Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O Paraná está em 5º lugar em
número de livrarias. A Bahia tem o maior número de livrarias na região
Nordeste, sendo o sexto colocado no país, empatado com Santa Catarina;
Roraima, que apesar de ter apenas 25 livrarias tem, proporcionalmente,
na região Norte, a melhor média nacional.
![]() |
Enquete
Em 23 de julho de 2010, o jornal Valor Econômico promoveu uma enquete
com um grupo de críticos e professores para identificar qual é a melhor
editora do Brasil,[69] apresentando como resultado a Companhia das
Letras em primeiro lugar (81%), a Cosac Naify em segundo (76%). Em 3º
lugar ficaram a Editora 34, a Martins Fontes e a Record; em 4º a
Editora UFMG; em 5º Ateliê Editorial, Editora Hedra, Editora
Iluminuras, Editora da Unicamp;[70] em 6º lugar Contraponto Editora,
Difel, Edusp, Editora Escrituras, Editora Perspectiva, UnB, Editora
Vozes, WMF Martins Fontes, Zahar Editores.
A
pesquisa promovida pelo jornal não teve a intenção de medir a
eficiência empresarial, mas sim de indicar as editoras que mais se
destacam culturalmente. A votação se encaminhou para a ênfase nas áreas
artístico-literária e das ciências humanas e na capacidade de
interferir na vida cultural e de formar leitores com critérios para
medir a qualidade de uma editora. Aos 21 especialistas consultados, foi
pedido que fossem escolhidas as três melhores casas editoriais. Foram
excluídas as áreas mais especializadas, como livros técnicos,
autoajuda, didáticos e paradidáticos.
SENHOR DESMANIPULADOR
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