Irineu Evangelista de Souza, futuro Visconde de Mauá, nasceu na região Sul, em uma família humilde. Mas foi um dos nomes de maior importância no desenvolvimento industrial do Brasil. Pioneiro em diversos setores da economia, implantou em 1847 a primeira casa de fundição brasileira de grande porte e, em 1854, a primeira ferrovia brasileira ligando Mauá à Raiz da Serra. No Rio de Janeiro desenvolveu o primeiro trecho do Canal do Mangue, resolvendo o problema de abastecimento de água. No Amazonas contribuiu para o desenvolvimento da região criando a Companhia a Vapor do Amazonas, a exemplo do investimento no setor naval que havia feito no Sul. Também contribuiu nas áreas de energia e comunicação, instalando iluminação a gás na corte em 1854 e construindo um cabo submarino de ligação telegráfica entre o Brasil e a Europa em 1872. Mauá fez ainda diversos investimentos nos transportes, como a ferrovia Pedro II, e no setor financeiro, como o Banco Mauá Mac Gregor com filiais espalhadas pelo mundo, além da segunda filial do Banco do Brasil. A Era Mauá representou incentivo para o capital nacional e estrangeiro. Mas foi esse mesmo capital estrangeiro que tomou conta das suas empresas quando em parceria e que as destruiu quando concorrentes. Assim o Barão e depois Visconde de Mauá foi perdendo tudo o que havia construído. Faleceu trabalhando como corretor nos negócios de café, após ter escrito sua biografia denominada "Exposição aos Credores e ao Público", na qual descrevia todos os seus empreendimentos e o seu caráter liberal. Conhecido por sua aversão ao convívio social, Mauá causava antipatia aos senhores de engenho e ao governo, mas fazia grandes amigos nas classes mais desprotegidas, dando abrigo a escravos foragidos e ajudando prisioneiros como os da Guerra dos Farrapos, por exemplo.