BIOGRAFIA MARIO GOMES(ATOR)

Mário Gomes Mário Gomes (Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1952) é um ator brasileiro. Destacou-se principalmente nas telenovelas Gabriela, Duas Vidas, Jogo da Vida, Sol de Verão, Guerra dos Sexos, Vereda Tropical e Perigosas Peruas.

A HISTORIA DO GALAN  DO FIM DOS ANOS 70 MEADOS 80  UMA HISTORIA TÃO INCRIVEL QUE DARIA UM FILME,HISTORIA DE AMOR, DRAMA,SOFRIMENTO,,SUSSESSO  TOTAL E MUITO FRACASSO E FINALMENTE A PAZ FAMILIAR E A VIDA COMERCIAL.

Além de ator, Mário também é compositor; destacam-se em seu repertório as canções "Rei dos Trópicos", "Chiclete e Cabochard" e "O Dono da Bola", esta última tema de seu personagem em Vereda Tropical. Em entrevista, o ator declara ter quatro discos, e que só teria parado de cantar por não conseguir uma gravadora".  Em 1985, ele formou uma banda, chamada Mário Gomes e os Supernomes. No mesmo ano, abriu a MG Confecções, uma fábrica de roupas esportivas e jeans, no Paraná, que atualmente confecciona 20 mil peças por ano para as cinco lojas que Mário Gomes inaugurou desde então. São duas no Ceará e três no Rio de Janeiro.

Mário Gomes: “A cenoura não me matou” Em entrevista exclusiva ao iG, ator fala sobre a paixão que teve por Betty Faria e o boato que quase acaba com sua carreira. Na década de 70, um jovem de olhos azuis surgiu na novela “Gabriela” e chamou a atenção da crítica e do público – principalmente das mulheres. O sucesso de seu personagem fez com que, em pouco tempo, o ator Mário Gomes fosse alçado ao posto de novo galã da TV Globo. Viveu a partir daí dias de glória. “Eles podiam fazer qualquer coisa comigo. Podia entrar até mudo que quem estivesse envolvido ia encher a burra de dinheiro. Pô, eu era um ídolo absoluto, um sucesso inacreditável”, afirma ele Prêmios, papéis centrais em novela no horário nobre e muitas mulheres aos seus pés. Tudo corria conforme o planejado. Até que um furacão – como o próprio ator descreve – entrou em sua vida. Em 1976, ele se envolveu com Betty Faria,

sua companheira de elenco na novela “Duas Vidas”. Na época, a atriz era casada com um dos diretores da novela, Daniel Filho, a quem Mário Gomes só se refere como o “Salieri”, fazendo referência ao compositor italiano Antonio Salieri, suposto inimigo do gênio austríaco Mozart que teria dito a frase: “Eu Matei Mozart”. Foi a partir desse affair, segundo Mário Gomes, que sua vida teria mudado. “Até hoje me pergunto se fiz algo errado, mas não vejo como abrir mão de uma relação pura. Estava com a mulher porque estava a fim dela e ela de mim. Não tenho culpa”.

Um ano depois o ator foi alvo de um boato que o persegue até hoje: a notícia de que teria dado entrada em um hospital com uma cenoura no ânus. “A história da cenoura, bem ou mal, foi uma tentativa de assassinato. Mas ela não me matou. É como Nietzsche diz: ‘o que não mata, nos fortalece’”, afirmou o ator ao iG. Para Mário Gomes, desde seu envolvimento com Betty Faria, a TV Globo teria deixado que “Salieri” acabasse com a sua carreira. Sua demissão da emissora em 1984 teria ocorrido devido a alegações de mau comportamento, que ele nega: “Nunca faltei a uma gravação”. Desempregado, montou uma fábrica de jeans - a qual considera o maior erro da vida e pela qual até hoje responde a processos.

Mário Gomes acabaria por retornar à TV Globo em 1988 e a partir deste ano, participou de várias novelas e minisséries durante 20 anos, até 2008, quando fez a novela “A Favorita”. Mesmo com todos estes anos trabalhados para a emissora, o ator ainda alega que foi perseguido e demonstra mágoa: “Eles me mantiveram da maneira mais indigna. Eu não podia fazer sucesso”. Hoje o ator faz parte do elenco da TV Record. Essa e outras histórias serão contadas em uma biografia escrita pelo próprio, em parceria com o autor Romero da Costa Machado. Mário recebeu a reportagem do iG Gente, em sua casa na Joatinga, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde mora com sua mulher, a arquiteta Raquel Palma e seus filhos, João e Catarina, de cinco e dois anos. Leia abaixo os principais trechos da conversa: SUCESSO: “A Globo cresceu na década de 70 e 80 também por minha causa.

É o Neymar que faz o futebol. Não é o dono do time. Quem faz a diferença é o Neymar, o Pelé, o Alain Delon, a Julia Roberts, o Mário Gomes. É o carisma do ator. O autor vai escrever em cima das suas características. E é essa química que vai dar os 98 pontos de audiência”. A PRIMEIRA NOVELA (1975): “O Walter Avancini me viu na peça ‘Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá’ e me chamou para fazer Gabriela. Era para fazer um personagem que iria aparecer em 18 capítulos. Um retirante que viria do Nordeste com a Sônia Braga. Mas como eu tinha olhos azuis, ia ficar esquisito. Aí, o próprio Salieri sugeriu que eu fizesse o filho do Coronel Amâncio, o Berto Leal, e foi um sucesso absurdo. Até fazia um sotaque baiano e, como sou muito perfeccionista, fazia com muita precisão. O personagem se destacou. O Artur da Távola escreveu em uma crítica que eu era o melhor de toda “Gabriela”. A Globo percebeu e falou: ‘Opa, vamos levantar esse moleque, que ele será o galã da casa’”.

RELACIONAMENTO COM BETTY FARIA (1976): “Muita gente acha que me envolvi com a Betty para me promover ou qualquer coisa que seja. Pô, eu tinha prêmio no teatro, tinha uma carreira. Nada disso. Me envolvi porque era uma pessoa muito despreparada, tanto afetivamente como sexualmente. Eu via na Betty aquele furacão. Jamais tomaria a iniciativa porque era extremamente apático. As mulheres sempre me comiam e me cantavam. Porque eu era muito bonito e tímido. Eu achava que ela ia me ensinar sexualmente. Tinha essa ilusão. ‘Com ela vou aprender, ia me desabrochar’. "A Betty usou o texto da novela,escrita pela Janete Clair, para me cantar. Eu levei um susto. Imagina? Tinha 23 anos. Era um bobão com aquele mulherão. Ela era amiga do Chico Buarque, da Marieta Severo, parceira da Leila Diniz... Fiquei deslumbrado. E a gente se envolveu. Aí começa uma pressão absurda da parte do senhor Salieri. Ele ligava para a autora e falava que eu não estava segurando a onda. A Betty me contava tudo. Aquilo me dava uma angústia porque eu não sabia o que fazer. O cara não podia fazer isso comigo! Como a pessoa mexe no trabalho dos outros? Eu sempre fui uma pessoa extremamente ética. Aquilo era inadmissível para mim.

Porque ele falava com ela e eles mudavam o personagem. Descaracterizando o personagem. Aquilo me violentava porque não foi que combinamos fazer inicialmente”. PAIXÃO POR BETTY:  “Até hoje me pergunto se fiz errado, mas não vejo como abrir mão de uma relação pura. Estava com a mulher porque estava a fim dela e ela de mim. Não tenho culpa. O que posso fazer? Ela me chamou para sair e eu não saberia dizer não. Principalmente para ela. Imagina recusar um convite da Betty Faria? A filha do general. Ela tinha um glamour de gata, de vedete. Tinha todo um jeitão. Eu sinceramente não teria tomado a iniciativa, mas, como ela tomou, me apaixonei completamente. Na primeira vez que saímos, fiquei esperando ela do lado de fora da Herbert Richers (estúdio de gravação no Rio de Janeiro). Ela vinha saindo, mas o Salieri a colocou no carro dele e ficou meia hora descendo o sarrafo nela. Depois pegamos o meu carro e fomos para Ipanema. Ela me convidou para ir na casa dela no dia seguinte, que era Natal. Já na varanda o senhor Salieri chegou, botou a mão no meu cangote, me olhou forte, e me jurou de morte. Como eu digo no meu livro: ali, eu não tinha noção do que poderia acontecer. Para mim era a coisa mais normal do mundo a mulher estar a fim de mim e eu dela. Tinha 23 anos, era inocente. De repente se meu pai estivesse vivo ele teria falado para eu cair fora, mas me sentiria extremamente covarde se não ficasse com ela. O Salieri não era meu amigo. Na minha cabeça, eu não tinha razão nenhuma para não me envolver com ela”. CENOURA (1977): “A história da cenoura,

bem ou mal, foi uma tentativa de assassinato. Mas não me matou. É como Nietzsche diz: ‘o que não mata, nos fortalece’. As pessoas podem dizer: ‘Ah, esse cara está maluco’. Se elas entenderem a maneira que foi feita, vão se sentir indignadas. O Salieri queria apagar o chifre. E o Imperial (o diretor e jornalista Carlos Imperial) queria relançar um filme, que era um absurdo. Então, eles inventaram uma matéria na Revista Amiga, que desonrava meu pai. E, ao mesmo tempo, inventam e soltam a história da cenoura no jornal Luta Democrática. As duas estarão transcritas no meu livro. Eles achavam que iam me atrair para uma emboscada, pra honrar meu pai. Queriam que eu reagisse porque fui criado com a família Gracie. Tínhamos uma história de que amigo nosso não levava nem trote. Mas eu não tinha condições de reagir, fiquei completamente abatido com a história do meu pai. Da cenoura só fiquei sabendo três dias depois. E eles se enganaram, sempre fui avesso à irracionalidade da violência física. Que maricas, me jogando contra o público, em vez de falar na minha cara".

RELAÇÃO COM “SALIERI”: “Eu fui torturado por este sujeito a minha vida toda. Até hoje, sonho com ele. Acordo falando com ele. Discuto com ele no carro. Falo com ele em tudo quanto é lugar. Ele me tirou meus colegas de trabalho, amigos, minha vida, meu trabalho. Esse cara nunca fez um quinto do sucesso que fiz. Ele veio na minha cola e aproveitaram o meu sucesso para darem a ele uma chance. Paradoxal, né? Olha que coisa dolorosa. O meu sucesso deu a ele a chance de se tornar quem ele é. Eu era o Neymar da Globo. Quem tinha de ter saído era o Salieri, que prejudicou a Globo, com a cultura do pessoal e não do mérito. O Jorge Fernando e o Guel Arraes foram extremamente injustos, aliciados do senhor Salieri. Me passaram pra traz, combinamos coisas, como disse o Guel: ‘você veio com a gente, mas nós não fomos com você.’ Bom, eles sumiram e mudaram a minha vida (no livro será melhor explicado) e se aproveitaram da minha onda para ascender e depois virarem os melhores amigos do Salieri. O Salieri falava para todo mundo que eu era veado, principalmente pra Betty, que eu era babaca, falou pra Maria Zilda. Preconceito. Eu sempre me senti muito mal. Imagina um cara com aquele poder falando para todo mundo que eu era um babaca? Eu me afastei dos meus colegas para não prejudicá-los. Ele fez uma festa no Copacabana Palace e fez com que o Chico Buarque e o Roberto Carlos cantassem para ele, tratou mal o Nuno Leal Maia que era meu amigo e, desavisado, foi parar na tal festança. Todo mundo que colou nele e puxou o saco dele se deu bem. Inclusive, ele, né? Ele manda na Globo até hoje. Faz o papel que quer”.

DEMISSÃO DA GLOBO: “Quando termina ‘Vereda Tropical’, em 1984, no auge dos meus 98 pontos de audiência, só tinha a Globo, o Boni se sentiu encorajado a passar a bola. Dando a bandeja para o senhor Salieri colocar minha cabeça. Dá ao amigo a chance da vingança. E acha que não vai mexer com a estrutura global. A audiência estava lá no alto enquanto as outras emissoras estavam fechando. Mas se deu mal. Eles queriam que eu fosse uma peça qualquer, mas não sou. Eles achavam que a Globo era uma fábrica de sabonete. Aquilo ali é uma fábrica de sensibilidade. Mas não adianta. Ele ascende o nosso Salieri para o posto máximo de comandante da arte no Brasil. E nosso vilão, em detrimento do mérito, prioriza o pessoal. Por isso que ele e a Globo caem para 35 pontos em sete anos no JN. E é quando eu sou chamado de volta, mas, aí, eu havia me envolvido com uma fábrica que jamais imaginei, uma mulher que eu não amava, e ela ficou grávida. E em busca do tempo perdido perdi a mão na tênue relação com o público. Ele conseguiu o que queria: me destruir por dentro".

DESCULPA DE MAU COMPORTAMENTO: “Eles disseram que me demitiram pelo meu mau comportamento. Isso é conversa fiada. Nunca faltei a uma gravação. Quem se comportou de mal a pior, indignamente, naturalmente foi o Sr: Salieri. Que àquela época, prejudicou, e de forma definitiva, a própria Globo. Eles dizem que eu mesmo assumi que tinha mau comportamento. Isso é conversa fiada, é malandragem. Porque a coisa mais fácil do mundo é conversar comigo”. IDA PARA A RECORD: “A partir da ‘Favorita’, eu entendi que não dava para mim. Estava batendo em ponta de faca. Eu tentava trabalhar na Globo, mas existia um pacto pra me controlar. Ele pode fazer novelas espaçadas e não pode crescer o personagem. Liguei para a Record e falei que queria trabalhar lá. A Globo é essa turminha de meia dúzia, dos amigos do Salieri. Hoje estou muito feliz na Record".

PROCESSO CONTRA GLOBO: “Hoje estou na justiça com um processo de assédio moral e trabalhista contra a emissora. O moral é devido a toda a perseguição. A Globo foi me achatando de tal maneira. Deixou que o Salieri acabasse com a minha carreira e vida. Já o trabalhista é porque trabalhei quarenta anos lá e não recebi nada. Nem um tchau. Nada de fundo de garantia. Me obrigavam a ser firma. A Globo é obrigada a reconhecer o meu vínculo com ela. Quanto aos tais 40 milhões de reais seria pouco pelo que passei e deixei de ganhar". LIVRO: “O livro é a minha alma. Preciso disso. Demorei 30 anos para entender o porquê fui tão sacaneado. O que fiz a essa gente? Sucesso? Muito Sucesso? Talvez isso tenha incomodado. Só pode ser isso. Acho que o cara não deve abrir mão dos seus sentimentos ou do que pensa para puxar o saco de ninguém. Essa é minha política. Posso até estar errado, mas não sei ser diferente. Não sei me calar, não é a minha. Nunca me calarei. Sofri, foi muito bullying. O senhor Salieri queria ser ator, virou carrasco, mas mesmo assim não desejo a ele o que fez comigo, afinal eu tive, tenho, e sempre terei alma de artista".

A ENTREVISTA NA INTEGRA http://gente.ig.com.br/2012-07-02/leia-a-integra-da-entrevista-do-ator-mario-gomes-ao-ig-gente.html SÍNDROME DO PÂNICO: “Sempre tive crises. Aos 14 anos, sofri uma violenta. Tinha um medo irracional. Chorei uma poça enorme, sentado no muro da minha casa, com meu pai ao lado. Tinha medo de tudo. Também sonhava, meio acordado, com um velho que tinha um arame com roda. Só que a roda dele era enorme, como se fosse a de um trator. E ele vinha e passava por cima de mim. Aquilo me apavorava. Ficava passando mal e meu pai ficava comigo. Tinha outro sonho de estar num barquinho e vir um navio e me afundar. Eu entravaem desespero. Aos19, resolvi ir a um analista e descobri que tinha síndrome do pânico. E ela te instrospecta. Você não vive a vida, só vive o seu mundo. Cresci fisicamente, mas emocionalmente fiquei nos 14 anos. Você é tomado pela neura. É absolutamente paralisante. Você quer se matar, acha que vai se jogar da janela. É como se tivesse uma voz na sua cabeça e ela é mais forte que você.

A tua defesa baixa, tudo baixa, você não tem fome, não dorme. Até hoje, tenho crises. Quando o porteiro eletrônico soa, minha perna bambeia, acho que é ladrão, polícia, oficial de justiça, fruto de um casamento errado, e de uma fábrica, que eu jamais deveria ter levado adiante, consequência do meu afastamento forçado pelo senhor Salieri, “que não aceitou a vida como ela é,” caracterizando o assédio moral, tão devastador quanto a síndrome do pânico, que hoje eu consigo controlar”. RELAÇÃO COM OS PAIS: “Minha mãe era muito passiva. Aquela coisa da mulher apaixonada pelo meu pai e aceitava tudo. Ela era muito assustada e me botava muito medo, certamente pra me ter em baixo de suas asas. Era superproteção. E eu sempre fui uma criança muito sensível, também por ser filho único. Meu pai era um cara muito presente do jeito dele. Meu pai era o melhor do mundo, mas acho que meus pais não me prepararam para a vida”.

MORTE DO PAI: “Aos 14 anos, meu pai morreu e isso foi muito trágico para mim. Morreu a pessoa que eu achava que podia me dar um apoio, que me ensinaria. Queria uma palavra dele. Eu tinha medo de tudo. Achava que ele estaria sempre lá para me proteger”. SUCESSO: “A Globo cresceu na década de 70 e 80 também por minha causa. É o Neymar que faz o futebol. Não é o dono do time. Quem faz a diferença é o Neymar, o Pelé, o Mário Gomes. É o carisma do ator. O autor vai escrever em cima das suas características. E é essa química que vai dar os 98 pontos de audiência”. “GABRIELA” (1975): “O Walter Avancini me viu na peça ‘Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá’ e me chamou para fazer Gabriela. Era para fazer um personagem que iria aparecer em 18 capítulos. Um retirante que viria do Nordeste com a Sônia Braga. Mas como eu tinha olhos azuis, ia ficar esquisito. Aí, o próprio Salieri sugeriu que eu fizesse o filho do Coronel Amâncio, o Berto Leal, e foi um sucesso absurdo. Até fazia um sotaque baiano e, como sou muito perfeccionista, fazia com muita precisão. O personagem se destacou. O Artur da Távola escreveu em uma crítica que eu era o melhor de toda “Gabriela”. A Globo percebeu e falou: ‘Opa, vamos levantar esse moleque, que ele será o galã da casa’”.

REMAKE: Eu não vi direito a nova versão. O ‘moço bonito’ da Sônia era sedutor, ela era mais menina. Ela era a própria personificação da personagem. Parecia que Jorge Amado tinha escrito Gabriela pensando nela. Ela tinha um jeito hippie, com aqueles cabelos debaixo do braço. Sônia era mais suave. Não sei se o fato da gente saber quem é a Juliana Paes, que ela é mãe, aquela risada dela. Mas é uma menina extremamente talentosa”. “ANJO MAU” (1976): O Boni jogou tudo pra cima de mim. O personagem ganhou a simpatia do público, e o Boni dizia: “- Vai com o garoto, vai com o garoto.” Minha primeira novela com Cassiano Gabus Mendes. Eram realmente obras abertas, mas dependendo do encantamento da própria empresa com o seu artista, no caso o Boni, o personagem podia acontecer e ser o mais importante da história, de acordo com o gosto dele e o barulho na rua".

NOVELA DAS OITO: “Depois do sucesso de ‘Anjo Mau’, a Globo percebeu que eu estava com uma energia boa e decidiram me colocar na novela das 8. Aí, resolveram estragar o Francisco Cuoco. O Salieri pinta os bigodes e cabelo dele de branco para tirar o foco dele. Eles queriam mostrar para o público que o galã não era mais o Cuoco e, sim, o jovem Mário Gomes. Eu entroem Duas Vidascom aquele colarzinho branco, que uma amiga minha trouxe para mim da África, e faço o maior sucesso. Era difícil ver quem não tinha o colar branco nas ruas. Foi a primeira vez que a moda da novela foi parar na vida das pessoas".

RELACIONAMENTO COM BETTY FARIA (1976): “Muita gente acha que me envolvi com a Betty para me promover ou qualquer coisa que seja. Pô, eu tinha prêmio no teatro, tinha uma carreira. Nada disso. Me envolvi porque era uma pessoa muito despreparada, tanto afetivamente como sexualmente. Eu via na Betty aquele furacão. Jamais tomaria a iniciativa porque era extremamente apático. As mulheres sempre me comiam e me cantavam. Porque eu era muito bonito e tímido. Eu achava que ela ia me ensinar sexualmente. Tinha essa ilusão. ‘Com ela vou aprender, ia me desabrochar’. A Betty usou o texto da novela, escrita pela Janete Clair, para me cantar. Eu levei um susto. Imagina? Tinha 23 anos. Era um bobão com aquele mulherão. Ela era amiga do Chico Buarque, da Marieta Severo, parceira da Leila Diniz... Fiquei deslumbrado. E a gente se envolveu. Aí começa uma pressão absurda da parte do senhor Salieri. Ele ligava para a autora e falava que eu não estava segurando a onda. A Betty me contava tudo. Aquilo me dava uma angústia porque eu não sabia o que fazer. O cara não podia fazer isso comigo! Como a pessoa mexe no trabalho dos outros? Eu sempre fui uma pessoa extremamente ética. Aquilo era inadmissível para mim. Porque ele falava com ela e eles mudavam o personagem. Descaracterizando o personagem. Aquilo me violentava porque não foi que combinamos fazer inicialmente”.

PAIXÃO POR BETTY : “Até hoje me pergunto se fiz errado, mas não vejo como abrir mão de uma relação pura. Estava com a mulher porque estava a fim dela e ela de mim. Não tenho culpa. O que posso fazer? Ela me chamou para sair e eu não saberia dizer não. Principalmente para ela. Imagina recusar um convite da Betty Faria? A filha do general. Ela tinha um glamour de gata, de vedete. Tinha todo um jeitão. Eu sinceramente não teria tomado a iniciativa, mas, como ela tomou, me apaixonei completamente. Na primeira vez que saímos, fiquei esperando ela do lado de fora da Herbert Richers (estúdio de gravação no Rio de Janeiro). Ela vinha saindo, mas o Salieri a colocou no carro dele e ficou meia hora descendo o sarrafo nela. Depois pegamos o meu carro e fomos para Ipanema. Ela me convidou para ir na casa dela no dia seguinte, que era Natal. Já na varanda o senhor Salieri chegou, botou a mão no meu cangote, me olhou forte, e me jurou de morte. Como eu digo no meu livro: ali, eu não tinha noção do que poderia acontecer. Para mim era a coisa mais normal do mundo a mulher estar a fim de mim e eu dela. Tinha 23 anos, era inocente. De repente se meu pai estivesse vivo ele teria falado para eu cair fora, mas me sentiria extremamente covarde se não ficasse com ela. O Salieri não era meu amigo. Na minha cabeça, eu não tinha razão nenhuma para não me envolver com ela”.

CENOURA (1977): “A história da cenoura, bem ou mal, foi uma tentativa de assassinato. Mas não me matou. É como Nietzsche diz: ‘o que não mata, nos fortalece’. As pessoas podem dizer: ‘Ah, esse cara está maluco’. Se elas entenderem a maneira que foi feita, vão se sentir indignadas. O Salieri queria apagar o chifre. E o Imperial (o diretor e jornalista Carlos Imperial) queria relançar um filme, que era um absurdo. Então, eles inventaram uma matéria na Revista Amiga, que desonrava meu pai. E, ao mesmo tempo, inventam e soltam a história da cenoura no jornal Luta Democrática. As duas estarão transcritas no meu livro. Eles achavam que iam me atrair para uma emboscada, pra honrar meu pai. Queriam que eu reagisse porque fui criado com a família Gracie. Tínhamos uma história de que amigo nosso não levava nem trote. Mas eu não tinha condições de reagir, fiquei completamente abatido com a história do meu pai. Da cenoura só fiquei sabendo três dias depois. E eles se enganaram, sempre fui avesso à irracionalidade da violência física. Que maricas, me jogando contra o público, em vez de falar na minha cara". RELAÇÃO COM “SALIERI”: “Eu fui torturado por este sujeito a minha vida toda. Até hoje, sonho com ele. Acordo falando com ele. Discuto com ele no carro. Falo com ele em tudo quanto é lugar. Ele me tirou meus colegas de trabalho, amigos, minha vida, meu trabalho. Esse cara nunca fez um quinto do sucesso que fiz. Ele veio na minha cola e aproveitaram o meu sucesso para darem a ele uma chance. Paradoxal, né? Olha que coisa dolorosa. O meu sucesso deu a ele a chance de se tornar quem ele é.

Eu era o Neymar da Globo. Quem tinha de ter saído era o Salieri, que prejudicou a Globo, com a cultura do pessoal e não do mérito. O Jorge Fernando e o Guel Arraes foram extremamente injustos, aliciados do senhor Salieri. Me passaram pra traz, combinamos coisas, como disse o Guel: ‘você veio com a gente, mas nós não fomos com você.’ Bom, eles sumiram e mudaram a minha vida (no livro será melhor explicado) e se aproveitaram da minha onda para ascender e depois virarem os melhores amigos do Salieri. O Salieri falava para todo mundo que eu era veado, principalmente pra Betty, que eu era babaca, falou pra Maria Zilda. Preconceito. Eu sempre me senti muito mal. Imagina um cara com aquele poder falando para todo mundo que eu era um babaca? Eu me afastei dos meus colegas para não prejudicá-los. Ele fez uma festa no Copacabana Palace e fez com que o Chico Buarque e o Roberto Carlos cantassem para ele, tratou mal o Nuno Leal Maia que era meu amigo e, desavisado, foi parar na tal festança. Todo mundo que colou nele e puxou o saco dele se deu bem. Inclusive, ele, né? Ele manda na Globo até hoje. Faz o papel que quer”.

FILME DO IMPERIAL: “Ele pegou a peça sobre a Greta Garbo que eu fazia e ganhei todos os prêmios e transformouem filme. Eleestragou o texto, transformou em uma esculhambação. Até vomitei no set. O filme ficou preso no INC (Instituto Nacional de Cinema) durante quatro anos por falta de qualidade. Anos depois, ele consegue um atestado liberatório que o classifica como uma pornochanchada. Quando ele vai lançar o filme, aproveita o meu sucessoem Anjo Mau, faz um cartaz ridículo. Pega uma foto minha que não tirei e faz uma montagem grosseira com uma peruca tipo da Arlete Salles - de franjinha e cabelo Chanel - umas unhas enormes, uma mão segurando uma piteira, cílios postiços e uma boca vermelha. Entrei na justiça e consegui que esse cartaz não fosse autorizado”.

“JOGO DA VIDA” (1981): “Depois que o Cassiano Gabus Mendes teve um infarto, por volta do capítulo 100, o Sílvio de Abreu se tornou o autor principal de ‘Plumas e Paetês’. Nos entendemos muito bem e eu sugeri que fizéssemos uma novela mais irreverente. ‘Jogo da Vida’ foi a primeira novela de humor da TV Globo. Era um humor inteligente e sofisticado, que até então as novelas não utilizavam. Todas eram água com açúcar... ‘Amor com Amor se Paga’, ‘Meu Primeiro Amor’. Todas com Cláudio Marzo e Regina Duarte. Em ‘Jogo da Vida’, a gente deu uma revolucionada. Mexeu. Talvez por minha causa, eu tinha que fazer algo diferente. Foi uma novela que realmente encantou o público brasileiro e o meu carisma, sem menor sombra de dúvida, ajudou. Porque até hoje não vi ninguém que chegasse perto do que acontecia comigo em relação ao público".

GUERRA DOS SEXOS” (1983): “Jogo da Vida faz um enorme sucesso e todos os atores do Brasil querem fazer a próxima novela do Sílvio de Abreu. Com isso, ele consegue o melhor elenco que uma novela já teve. Fernanda Montenegro, Paulo Autran, Tarcísio, Glória, Ary Fontoura, Maitê Proença, Lucélia Santos, Edson Celulari, Zé Mayer, Paulo Betti. E a gente faz uma ‘Guerra dos Sexos’ que foi o maior sucesso da TV Globo de todos os tempos. Eles enfatizam muito a briga da Fernanda Montenegro e do Paulo Autran, mas quem carregou a novela foi o Nando, que era o meu personagem. Eu tinha três relacionamentos afetivos, intensos na trama”.

SÍLVIO DE ABREU: “Éramos muito amigos. O Silvio aconteceu comigo. Ele existe a partir do Mário Gomes. Como ele próprio disse: Mário Gomes é minha Marilyn Monroe. O tal do sexy simbol. Mário Gomes é minha personagem. É o autor e a sua personagem. Ele não era da Globo, e nunca fez mais nada a não ser ‘Guerra dos Sexos’, ‘Jogo da Vida’ e ‘Vereda Tropical’, que é do Carlos Lombardi. Mas, quando ele ia fazer ‘Torre de Babel’, eu o encontrei e perguntei: ‘Quando vamos trabalhar juntos de novo? Você não vai me chamar mais para trabalhar com você’. Ele, na cara dura, falou: ‘Ah, Mário, é que eu gosto muito do Salieri também’. O que eu tenho a ver com isso? Que resposta é essa? É que o Salieri não me queria trabalhando”.

AUDIÊNCIA: “Depois que o Salieri assumiu a direção artística do Brasil, não ganhei mais nada. Não fiz mais nada. Ele diz que fez 98 pontos de audiência em ‘Cambalacho’,mandou dizer no JN, mas isso é uma mentira e das mais grosseiras. Quem deu 98 pontos para a TV Globo foi ‘Vereda Tropical’, ‘Guerra dos Sexos’ e ‘Jogo da Vida’". DEMISSÃO DA GLOBO: “Quando termina ‘Vereda Tropical’, em 1984, no auge dos meus 98 pontos de audiência, só tinha a Globo, o Boni se sentiu encorajado a passar a bola. Dando a bandeja para o senhor Salieri colocar minha cabeça. Dá ao amigo a chance da vingança. E acha que não vai mexer com a estrutura global. A audiência estava lá no alto enquanto as outras emissoras estavam fechando. Mas se deu mal. Eles queriam que eu fosse uma peça qualquer, mas não sou. Eles achavam que a Globo era uma fábrica de sabonete. Aquilo ali é uma fábrica de sensibilidade. Mas não adianta. Ele ascende o nosso Salieri para o posto máximo de comandante da arte no Brasil. E nosso vilão, em detrimento do mérito, prioriza o pessoal.

Por isso que ele e a Globo caem para 35 pontos em sete anos no JN. E é quando eu sou chamado de volta, mas, aí, eu havia me envolvido com uma fábrica que jamais imaginei, uma mulher que eu não amava, e ela ficou grávida. E em busca do tempo perdido perdi a mão na tênue relação com o público. Ele conseguiu o que queria: me destruir por dentro". DESCULPA DE MAU COMPORTAMENTO: “Eles disseram que me demitiram pelo meu mau comportamento. Isso é conversa fiada. Nunca faltei a uma gravação. Quem se comportou de mal a pior, indignamente, naturalmente foi o Sr: Salieri. Que àquela época, prejudicou, e de forma definitiva, a própria Globo. Eles dizem que eu mesmo assumi que tinha mau comportamento. Isso é conversa fiada, é malandragem. Porque a coisa mais fácil do mundo é conversar comigo”.

FÁBRICA: “Hoje, estou com 80 funcionários na justiça, que me querem tomar tudo. E dei dinheiro a essa gente. Gastei tudo que ganhei como ator para pagar essas pessoas e elas agiram de má fé. E, mais uma vez, por questão da ingenuidade e do despreparo, me arrebentei. A mulher do sindicato pegou os 80 funcionários que eu já tinha indenizado – 400 mil reais que eu gastei para isso – e entrou na justiça contra mim. Por quê? Porque eu homologuei todos os funcionários no juiz, que usei durante os 12 anos que a fábrica funcionou. Só que ele era juiz de paz e não do trabalho. Por mais que eu tenha pagado cada centavo, ela entrou de novo na justiça. E o pior, ela ia junto com a gente quando fazíamos a homologação. E não falou nada. Nos induziu ao erro. Está pedindo nove mil para cada um. Isso dá 800 paus e isso não existe. Eu não precisava ter fábrica, mas montei porque estava perdido quando saí da Globo. Esse é o saldo do Salieri. A minha carreira acabou. Fiquei sete anos perdido. Eu tinha uma carreira espetacular, então tinha que ter uma fábrica espetacular. Algo que compensasse”.

VOLTA PARA A GLOBO: “Depois que a audiência caiu, o Boni pediu para eu voltar. Mas chamam um cara lobotomizado, apavorado, com uma carreira destruída, casado com uma mulher que não amava e com uma fábrica que não tinha nada a ver comigo e não aparecia por lá. Uma loucura de um artista desesperado, vendo que a carreira tinha ido para o espaço, tentando chamar atenção de alguma maneira. A fábrica foi um erro medonho. Imagina se não voltaria? Estava totalmente perdido. Estava morto. Mas quando voltei meus papéis mudaram. Ele meu deu um personagem, na novela ‘Sexo dos anjos’, que o Reginaldo Faria recusou e o Salieri aceitou que eu fizesse na condição de ser um vilão. Ou seja, me descaracterizou. Eu era o queridinho das meninas e virei um canalha. Voltei, mas com aquela postura interna: o cara em cima de mim e eu, apavorado. Eles me mantiveram da maneira mais indigna. Eu não podia fazer sucesso”.

“O PROFETA” (2006): “Fiquei muito abalado com tudo que aconteceu na minha vida, tanto que não estava conseguindo fazer os personagens de uma forma excepcional. Quando fiz a novela ‘A Lua Me Disse’, em 2005, me recuperei. Em ‘O Profeta’, fiz um trabalho maravilhoso porque já estava bem. Na rua, todos estavam comentando. Achava que dessa vez a história iria vingar. Até falei com o Nuno Leal Maia que não ia ter nenhum problema. E o que aconteceu? No mesmo dia, trocaram o bloco de seis capítulos e o meu personagem é esvaziado. É de uma violência. A gente trabalha para dar certo, pra fazer sucesso, para que reconheçam o nosso trabalho e quando conseguimos, a empresa faz isso? Meu Deus, depois de 40 anos, ainda estão no meu pé. Continuam me perseguindo, não me deixam

“A FAVORITA” (2008): “Depois de Bang-Bang, o Ricardo Waddington diz que quer fazer uma novela só com atores consagrados. Aí, pensei: ‘opa, essa novela vai pintar para mim’, eu tenho uma história. Estava em Camboriú e o produtor ligou falando que o Ricardo me queria para a novela. Nossa, fiquei muito feliz, quase me agarrei no teto. Pensei que tinha acabado o problema comigo, que poderia fazer meu trabalho direito. Me chamaram para fazer o Silveirinha, que acabou feito pelo Ary Fontoura. Dia seguinte me liga o produtor dizendo que o Ricardo tinha entendido que o papel era muito pequeno para mim. Ele me convidou sem saber do pacto. Imagina! Silveirinha? Pequeno? Um dos maiores papéis da novela. Não acreditei. Aí fui para Globo, chorando. O Ricardo me levou para uma sala e disse: ‘você está querendo fazer um papel que não é para você. Está querendo me prejudicar?’ Falei para o Ricardo que não queria fazer papel nenhum, que só me deixasse contratado porque eu já tinha ido ao colégio das minhas filhas e me comprometi a pagar a dívida que lá estava.

Passou-se quase três meses, liga o Ricardo falando que queria que eu fizesse um teste para outro personagem. Fiquei até 4h da manhã decorando o texto. Dia seguinte, fiz o teste que já havia sido feito por outros 8 atores, e ganhei o papel. Me deram o Gurgel, melhor personagem da minha vida. Me dediquei muito e as pessoas começam a falar do Gurgel. E o que acontece? Me afastaram da novela. Eu interpretava um marqueteiro político e o personagem com quem trabalhava desiste de ser prefeito. Fala que o outro candidato vai ser um melhor prefeito que ele. Em que mundo acontece isso? Inacreditável”. Foi só o Paulo Silvestrini me chamar de ladrão de novela e todos começarem a elogiar pra sumirem com o Gurgel".

IDA PARA A RECORD: “A partir da ‘Favorita’, eu entendi que não dava para mim. Estava batendo em ponta de faca. Eu tentava trabalhar na Globo, mas existia um pacto pra me controlar. Ele pode fazer novelas espaçadas e não pode crescer o personagem. Liguei para a Record e falei que queria trabalhar lá. A Globo é essa turminha de meia dúzia, dos amigos do Salieri”. Hoje estou muito feliz na Record". PROCESSO CONTRA GLOBO: “Hoje estou na justiça com um processo de assédio moral e trabalhista contra a emissora. O moral é devido a toda a perseguição. A Globo foi me achatando de tal maneira. Deixou que o Salieri acabasse com a minha carreira e vida. Já o trabalhista é porque trabalhei quarenta anos lá e não recebi nada. Nem um tchau. Nada de fundo de garantia. Me obrigavam a ser firma. A Globo é obrigada a reconhecer o meu vínculo com ela. Quanto aos tais 40 milhões de reais seria pouco pelo que passei e deixei de ganhar".

GALÃ DE HOJE: “Hoje, você tem coach e não tem 700 cenas para gravar por dia. Na minha época, eu entrava na primeira cena e só saía na última. Era um negócio de louco. Hoje, não. O galã entra na segunda-feira, que é o dia bom. Aí, grava na quarta. Tem toda uma organização para o galã não ser sobrecarregado. Ainda tem um cara que acompanha ele o tempo todo para ficar passando o texto. Na minha época, não tinha nem sindicato. A gente gravava até às 4h da manhã e às 10h, do dia seguinte, tínhamos que estar lá de novo. E não é a câmera como a de hoje. Eram aquelas que você trocava as lentes e fica uma hora para filmar outra cena. Era tudo muito mais difícil, e eu tive dificuldades, mas sempre fui uma pessoa do bem e interessada, nunca saí de nenhuma novela no meio nem mesmo em “DUAS VIDAS”, quando atacaram a mim e a meu PAI, da maneira mais covarde e inescrupulosa, eu parei. Porém, comigo é aquilo, ‘dois pesos duas medidas’".

RELAÇÃO COM A EX-MULHER: “Nunca neguei nada. Ela sempre viveu bem. Entrou na justiça e tentou me prender de forma absolutamente desonesta, dizendo que não dei a ela nada. Imagina? Durante 10 anos, ela viveu de quê? Minhas filhas estudaram nos melhores colégios, falam inglês, viajaram para Miami. São duas meninas preparadíssimas. Ela sempre teve carro. Mora numa casa com piscina, quatro cachorros. Então, como diz que nunca dei nada? A juíza mandou arranjar uns recibos. Mas olha o que a minha ex-mulher fez: ela arrumou um empréstimo no banco e não deixava que eu depositasse na conta dela por que senão bloqueavam o dinheiro para pagar a dívida. Então, eu dava o dinheiro na mão dela.

Se não tivesse acontecido isso, poderia provar que paguei uns R$ 600 mil. Nunca imaginei que uma menina que chegou na minha casa, com 17 anos, fosse ser esse azougue. Parei de falar com a minha mãe porque ela percebeu que a Patrícia se aproveitou de uma situação onde eu estava na pior, com baixa auto estima. Nunca amei, nem planejei ter filhos com ela. Isso sempre me incomodou. Apesar de amar imensamente minhas filhas, hoje nos afastamos devido a esse grande absurdo que elas promoveram. Coitadas, as minhas filhas foram na onda. Falei com elas: ‘Minhas filhas, vocês só vão se prejudicar com isso. O que lhe fiz? O que lhe fiz para vocês agirem dessa forma? Não lhe dei dinheiro? Não lhe dei carinho?’”

DINHEIRO: “Na época, fazia mais sucesso que o Roberto Carlos. Hoje, vejo ele com iate e jatinhos e eu tendo que me desdobrar. Se tivessem me mantido, não tivessem me cortado, estaria melhor do que ele”. De grana, porque de cabeça nunca estive melhor". LIVRO: “O livro é a minha alma. Preciso disso. Demorei 30 anos para entender o porquê fui tão sacaneado. O que fiz a essa gente? Sucesso? Muito Sucesso? Talvez isso tenha incomodado. Só pode ser isso. Acho que o cara não deve abrir mão dos seus sentimentos ou do que pensa para puxar o saco de ninguém. Essa é minha política. Posso até estar errado, mas não sei ser diferente. Não sei me calar, não é a minha. Nunca me calarei. Sofri bullying. O senhor Salieri queria ser ator, virou carrasco, mas mesmo assim não desejo a ele o que fez comigo, afinal eu tive, tenho, e sempre terei alma de artista".

Televisão 1970 - A Mansão dos Vampiros 1972 - Bicho do Mato 1975 - Gabriela .... Berto Leal 1976 - Duas Vidas .... Dino César 1976 - Anjo Mau .... Luís Carlos 1978 - O Pulo do Gato 1979 - Marron Glacê .... Eliézer 1980 - Plumas e Paetês .... Ângelo 1981 - Jogo da Vida … Jerônimo 1982 - Sol de Verão .... Miguel 1983 - Guerra dos Sexos .... Nando (Orlando Cardoso) 1984 - Vereda Tropical .... Luca (Luís Carlos) 1988 - Olho por Olho .... Máximo 1989 - O Sexo dos Anjos .... Renato / Padre Aurélio 1990 - Lua Cheia de Amor .... Wagner 1990 - Rainha da Sucata .... Clóvis 1989 - Top Model .... Bira 1992 - Perigosas Peruas .... Antônio Belotto 1993 - Olho no Olho .... Bruno Andolini 1993 - Sex Appeal .... Arthur 1995 - Quatro por Quatro .... Plínio Patarra 1995 - Malhação (1ª temporada) .... Roberto 1996 - Vira-Lata .... Ângelo 1997 - Zazá .... Álvaro

1999 - Vila Madalena .... Donato 2000 - Uga-Uga .... Ladislau 2002 - Desejos de Mulher .... Raul Loyola 2002 - O Quinto dos Infernos .... Marquês de Barbacena 2003 - Kubanacan .... Ferdinando 2005 - A Lua me Disse .... Agenor / Solano 2006 - Bang Bang .... Xerife Greg Taylor 2006 - O Profeta .... Ernesto da Silva 2007 - Sete Pecados .... Amadeu 2008 - Dicas de um Sedutor .... Rogério 2008 - A Favorita .... Gurgel 2009 - Poder Paralelo .... Jairo Pavão (Pavãozinho) 2009 - Louca Família .... Eumário 2010 - Balada, Baladão.... Roberto Monteiro 2011 - Vidas em Jogo.... Dr. Maurício Dourado

Cinema 1961 - Elas Atendem pelo Telefone 1974 - O Sexo das Bonecas .... Renato 1978 - O Cortiço .... Jerônimo 1982 - Beijo na Boca .... Mário 1982 - Tabu' .... Francisco Alves 1988 - Lili, a Estrela do Crime .... Guerreiro 1990 - O Escorpião Escarlate .... Airton Cartona