BIOGRAFIA JOSE DE ABREU (ATOR)


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José Pereira de Abreu Júnior (Santa Rita do Passa Quatro, 24 de Maio de 1944) é um ator brasileiro.

Biografia

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Com quatorze anos, José de Abreu muda-se para São Paulo e começa a trabalhar como assistente de laboratório e office-boy de um escritório de advocacia.
Começou na dramaturgia no Teatro da Universidade Católica (TUCA), em São Paulo, com a peça Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto e Chico Buarque, em 1967. Ao mesmo tempo cursava Direito na PUC-SP.
Um ano depois, ele estava nos palcos e nas telas de cinema como profissional. Mas sua carreira teve que ser bruscamente interrompida, por causa de sua militância política. Abreu foi preso em congresso da UNE, pertenceu à Ação Popular e deu "apoio logístico" à VAR-Palmares, Vanguarda Armada Revolucionária, um grupo de esquerda que combatia com ações armadas o regime militar. Mas contraditoriamente, também participou do movimento hippie, com suas viagens lisérgicas e sua filosofia de paz e amor.
Obrigado a se exilar na Europa em 1968, retorna em 1974 indo morar em Pelotas, RS, terra natal de sua então mulher, a atriz e professora de teatro Nara Keiserman. Ambos dão aulas na universidade federal da cidade, mas logo mudam para Porto Alegre, onde ele produz shows musicais e encena peças infantis. É dele, junto com Nara, a primeira montagem no Rio Grande do Sul de Os Saltimbancos, de Chico Buarque.
Com o sucesso do filme A Intrusa, filmado em Uruguaiana, RS, começa a fazer novelas na TV Globo. Foram marcantes seus vilões, como o Eriberto, de Porto dos Milagres.
Em 2006 junta-se ao diretor Luiz Arthur Nunes, para criar Fala, Zé!, monólogo teatral em que, passa sua geração a limpo cruzando biografia e ficção. Ainda neste ano causa polêmica durante a campanha presidencial, ao pedir, num encontro político, palmas para o deputado cassado José Dirceu que, aliás, não estava presente.
Em 2011 viveu Milton em Insensato Coração.
   Família
José e Nara Keiserman são pais de Ana, Theo e Cristiano. Do seu relacionamento com a advogada Neuza Serroni, nasceu Rodrigo (falecido em 1991). José é ainda pai de Bernardo, fruto do seu relacionamento com Andrea Pontual. Atualmente, o ator é casado com Camila Mosquella.

  Na televisão
2012 - Avenida Brasil - Nilo
2011 - Insensato Coração - Milton Castellani
2009 - Malhação ID - Diretor Livramento
2009 - Caminho das Índias - Sacerdote Pandit
2007 - Desejo Proibido - Chico (Francisco) Fernandes
2007 - Amazônia, de Galvez a Chico Mendes - Coronel Firmino
2006 - JK - Carlos Lacerda
2005 - Mad Maria - Lindolfo Macedo
2004 - Senhora do Destino - Josivaldo

2003 - Malhação - Paulo
2003 - A Casa das Sete Mulheres - Onofre Pires
2002 - Desejos de Mulher - Bruno Vargas
2001 - Os Maias - Steve Chandler
2001 - Porto dos Milagres - Eriberto Pereira
2000 - A Muralha - General Zé Batista
1999 - Vila Madalena - Viriato
1999 - Força de Um Desejo - Pereira
1998 - Corpo Dourado - Renato
1997 - A Indomada - Delegado Motinha
1995 - História de Amor - Daniel Veloso
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1993 - Sonho Meu - Geraldo
1993 - Renascer - Egberto
1992 - Perigosas Peruas - Mr. Fry
1991 - Amazônia - Artur (Rede Manchete)
1991 - Na Rede de Intrigas - Artur (Rede Manchete)
1991 - Ana Raio e Zé Trovão - Investigador Roberto Dantas (Rede Manchete)
1990 - O Canto das Sereias - Ulisses (Rede Manchete)
1990 - Pantanal - Gustavo (Rede Manchete)
1989 - Tieta - Mascate (primeira fase)
1989 - Kananga do Japão - Getúlio Vargas (Rede Manchete)
1988 - O Primo Basílio - Julião Zuzarte
1988 - Bebê a Bordo - Tonhão
1987 - O Outro - Genésio
1986 - Anos Dourados - Dorneles

aqui ele aparece ao lado de tarcisio meira na miniserie o tempo e o vento

1985 - Ti Ti Ti - Chico
1985 - O Tempo e o Vento - Juvenal
1984 - Corpo a Corpo - Victor
1984 - Sítio do Picapau Amarelo (Barba Azul, o Cara de Coruja) - Barba Azul
1984 - Caso Verdade, Esperança - Jonathan
1984 - Anarquistas, Graças a Deus - Angelim
1984 - Transas e Caretas - Renato
1983 - Parabéns pra Você - Dr. Fontes
1983 - Caso Verdade, Erro Médico - Márcio
1982 - Caso Verdade, Disque CVV para Viver - Dr. Fernando
1981 - Sítio do Picapau Amarelo (Rapunzel) - Pai da Rapunzel
1981 - Terras do Sem-Fim - Pepe
1980 - As Três Marias - Leonel
No cinemaO Menino da Porteira
2009 - O Menino da Porteira - Major BatistaVingança
2008 - VingançaBela Noite Para Voar
2005 - Bela Noite para VoarO Preço da Paz
2003 - O preço da paz1999 - Mauá: o imperador e o reiGuerra de Canudos
1998 - Guerra de Canudos1997 - O cineasta da selva
1996 - O guarani
Doces Poderes
1996 - Doces poderes
1994 - Lamarca
Podecrer!
podecrer 2007E Aí... Comeu?
eai comeu 2012



1992 - Oswaldianas (episódio "Daisy das almas deste mundo")
1991 - Manobra radical
1988 - Mistério no colégio Brasil
O Casamento dos Trapalhões
1988 - O casamento dos Trapalhões
1989 - Faca de dois gumes
1987 - O mentiroso
Luzia Homem
1987 - Luzia Homem
1987 - Rádio Pirata
1986 - Fulaninha
Anjos do Arrabalde
1986 - Anjos do arrabaldeLuz del Fuego
1982 - Luz del Fuego
1982 - Os Campeões
1979 - A intrusa
1968 - Anuska, manequim e mulher
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ENTREVISTA DE JOSE DE ABREU AO UOL 
"Depois do Nilo, nunca mais faço comercial", diz José de Abreu sobre catador de "Avenida Brasil"
24/05/2012
http://entretenimento.uol.com.br/

Aos 66 anos, completados neste dia 24 de maio, o ator José de Abreu está em estado de graça. A repercussão de seu trabalho como Nilo, o monstro do lixão de “Avenida Brasil”, conquistou público e crítica.

“Normalmente o último personagem é sempre o melhor”, ele diz, antes de rasgar seda para João Emanuel Carneiro, autor da trama. “É uma das melhores novelas de todos os tempos”, diz ao UOL, numa animada conversa por telefone.

Abreu conta que Nilo, agora morando em Copacabana, vai aparecer menos nos próximos capítulos, mas confia no retorno do personagem em grande estilo.
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Sobre a sua situação como ator, ele diz que tem um salário razoável e que dá para viver bem. "Comprei meu primeiro apartamento há cinco anos. Pago meu carro em 30 vezes. Não faço comercial. Só faço vilão. É muito difícil um vilão fazer comercial. Agora então, depois do Nilo, acabou: nunca mais vou fazer comercial. Só de graça, para o governo.”

Leia abaixo a entrevista com o ator, na qual ele fala de “Avenida Brasil”, de sua militância política, do Twitter, da nova geração de atores e de seus planos para o futuro próximo:
UOL - Você está assistindo a “Avenida Brasil”?
José de Abreu - Eu leio todos os capítulos, coisa rara de acontecer. Tem uma certa qualidade, é bom de ler. Normalmente, só leio as minhas cenas e vejo a novela no ar. Nesta, estou lendo tudo. E assistindo.José-de-Abreu-cospe-em-casal-em-restaurante-após-discussão-política-e1461462944469

UOL - O que você acha da novela?
José de Abreu - Acho muito boa. Uma das melhores novelas de todos os tempos. Não acompanhei muito “A Favorita”.

UOL - Quais são as qualidades de “Avenida Brasil”?
José de Abreu - O texto é muito bom. É engraçado, é muito vivo. O João Emanuel tem um time muito bom de colaboradores... O Antonio Prata e a Luciana Peçanha são muito bons. O João Emanuel tem uma carpintaria diferente. Ele trabalha de maneira diferente.

UOL - Como você vê o olhar do autor sobre o subúrbio?
José de Abreu - Acho muito engraçado. Ele declarou ter lido Dostoiévski para escrever sobre pobres. Ele tem muitos trunfos na mão. Obviamente que escrever sobre a Rússia na época do Dostoiévski era diferente, mas a essência do ser humano não muda muito. Não sou intelectual, não tenho maiores veleidades, mas acho que o João Emanuel foi uma grande aquisição para a telenovela brasileira. A qualidade do texto e do enredo dele é comparada à dos melhores novelistas. E ele ainda tem muito para crescer.

jose abreu com o filho bernado

UOL - E o seu personagem?
José de Abreu - Meu personagem é cíclico. No inicio, havia até dúvidas se ele poderia ser aceito. Aceito a ponto de não ser eliminado da trama por ser muito pesado. A gente tinha muito medo de ele ser rejeitado. Veja você: um cara sujo daquele jeito, maltratando crianças, é uma coisa pesada demais. Não é uma coisa comum de se ver em novela das nove. As pessoas sentem o cheiro do Nilo em casa.
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UOL - Se houvesse rejeição, o papel poderia ter diminuído?
José de Abreu - Não sei... A preocupação era essa: não vamos pesar mais a mão no que já está. Descobri no texto a ironia. No primeiro dia de filmagem, o José Luiz Villamarim, um dos diretores, disse. “Zé, não vamos pesar a mão”. Já tinha uma visual assustador. Eles usam um monte de coisa pra não deixar o lixo encostar na pele. A barba comprida, eu sou grandão.

UOL - Você ajudou na criação do personagem?
José de Abreu - Logo no início, eu tive uma cena com a Vera Holtz, em que eu dizia que a Lucinda estava criando uma cobra dentro de casa. Acho que era o Batata. Eu falava: “Você deve estar com saudades de uma cobra”. Tinha um duplo sentido na frase. Eu logo imaginei que ela teve algo no passado com o Nilo. Aí eu soltei uma risada e apareceu aquele “hi-hi-hi”. Aquela risadinha não sei da onde que saiu... E ficou. Isso já dá uma outra coisa, mais para a comédia.
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UOL - Qual é a repercussão que você está sentindo?
José de Abreu - Está sendo genial. As criticas que tenho recebido... estou superfeliz. Um super-reconhecimento do trabalho

UOL - O que a sinopse dizia do personagem?
José de Abreu - Pela primeira vez, eu não li a sinopse. O João Emanuel Carneiro e o Ricardo Waddington combinaram: “Não tem sinopse”. O pessoal me disse: “Você vai adorar o papel. Ele está no último degrau do inferno de Dante. É o tipo de papel que você gosta.”


vera holtz e jose de abreu

UOL - O que mais você ouviu sobre o Nilo?
José de Abreu - Eles falaram também em tentar dar uma leveza pro lixo. Como foi feito nos filmes “Quem Quer Ser um Milionário” e “Lixo Extraordinário”. Transformar o lixo numa coisa bonita. Eles conseguiram. O lixo na novela ficou uma coisa plasticamente linda.

UOL - Não é muita ilusão?
José de Abreu - Não. Você não pode numa novela das nove, no horário do jantar, chegar com barra pesadíssima. Aí seria rejeição total. A gente tem que ser realista. Não adianta você querer fazer uma coisa que vai ser rejeitada e que você vai ter que cortar. Não é obrigação da novela denunciar a existência de lixão, até porque já tem uma lei que proíbe.

UOL - Além do Nilo, você interpreta um outro personagem interessante, nas redes sociais, que é o ativista político.
José de Abreu - Mas isso não tem muita importância. Tenho 35 mil seguidores. Não é nada no universo de uma novela das nove da Globo. Se você imaginar que o Fiuk tem 1,5 milhão de seguidores... Só faço política lá.

UOL - Como seus colegas atores te enxergam como ativista político?
José de Abreu - Meus colegas nem sabem. A cada novela um ou outro entra no Twitter para me seguir. Não se interessam. Ou leem o que escrevo e não falam nada.

UOL - A imagem que se tem do ator é de um tipo apolítico, às vezes até alienado de sua realidade.
José de Abreu - No meu tempo, os atores não eram alienados. Os artistas eram muito engajados. Na época da ditadura, 1968, Teatro de Arena, Teatro Oficina, Tuca, Tusp... Os atores iam na frente em todas as passeatas. Até a eleição do Collor, em 1989. Acho que o governo Fernando Henrique meio que deu uma ducha de água fria na politização. Deixou tudo meio sem cor. Houve uma despolitização nos últimos anos.
UOL - Alguma exceção?
José de Abreu - Sergio Marone começa a ter ideias políticas. Bruno Gagliasso me mandou um email outro dia, com ideias políticas, tentando entender a sociedade. O Bruno Gradim também. A forma de atuação está mudando. Você pode ter uma atuação em defesa do meio ambiente, dos gays, dos negros... Muita gente fala que artista tem medo. Não sei. A Globo não é pra dar medo em ninguém. A Globo nunca fez nenhuma censura ao que a gente faz.

UOL - O que mais você nota de diferente na nova geração?
José de Abreu - Antigamente, o ator vinha do teatro ou do cinema. De um modo geral, era um ator mais consciente, mais lido. O teatro exige uma dose maior de leitura, de estudo, de conscientização do ser humano. Acho que 80% da minha cultura vem do que eu estudo para fazer meus personagens. A partir do momento em que começam a entrar na Globo atores que não vêm do teatro e do cinema. Hoje estão saindo direto das passarelas, das escolas de teatro ou do "BBB". Os caminhos mudaram. Não estou falando contra ou a favor. Apenas constatando.
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UOL - Como você está vendo a gestão de Ana de Hollanda à frente do Ministério da Cultura?
José de Abreu - Foi uma grande decepção que eu e muita gente teve. A liberdade com que Gilberto Gil e Juca Ferreira tratavam de assuntos como internet, direitos autorais, patrocínio. O Brasil estava em primeiro lugar em modernidade. De repente, cai uma pessoa completamente fora da realidade. Parece que mora no século 19. Claro que levo um susto. Houve um retrocesso. Enganaram a Dilma, obviamente. Para nós, libertários, foi um baque.
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Idem, sobre a qualidade da novela
UOL - Você está se afastando do governo?
José de Abreu - Nunca fui atuante na militância partidária. Voltei a fazer política, voltei a defender o governo Lula na época do mensalão, porque não acredito que tenha acontecido da maneira como dizem. Sou amigo do José Dirceu, do José Mentor. Fui a Brasília defender o Dirceu. Voltei a atuar politicamente e a imprensa caiu em cima de mim e me jogou uma responsabilidade que eu não queria ter. O que falaram de mim foi uma coisa absurda.

na novela o outro rede globo
UOL - Falaram o quê?
José de Abreu - Vivo do que eu ganho na Globo, de um ou outro filme. Tenho um salário razoável, dá para viver bem. Comprei meu primeiro apartamento há cinco anos. Nunca tive casa própria. Pago meu carro em 30 vezes. Sou normal. Não faço comercial. Só faço vilão. É muito difícil um vilão fazer comercial. Agora então, depois do Nilo, acabou: nunca mais vou fazer comercial. Só de graça, para o governo.

UOL - Quais são seus planos para depois da novela?
José de Abreu - Agora, por causa das eleições, vou ter que parar de tuitar sobre política partidária. Quando acabar a novela, ou eu vou morar fora do Brasil ou vou montar uma superprodução. A ideia é dar uma corrigida no meu inglês. Meu inglês é de rua, que aprendi quando morei em Londres.

UOL - Você ficou abalado com a piada que o “Pânico” fez sobre o seu inglês?
José de Abreu - Falei direitinho no “Pânico”. Que isso... Me deram nota ruim, mas não teve erro nenhum. Inglês de arroz e feijão eu falo. O meu problema é entender uma peça de teatro. Preciso estudar.
Ator conta que descobre a opinião do público através das redes sociais
 

 
Uma emblemática risadinha é a marca do personagem Nilo, vivido por José de Abreu em Avenida Brasil. Em entrevista com Ana Maria, o ator contou de onde surgiu a inspiração para a marca registrada: “Foi a necessidade que eu tinha de mostrar os dentes sujos. No começo, o Nilo não escovava os dentes, quando ele morava no lixão. É uma maquiagem, parece própolis, você passa e ele amarela. Com esse bigode e essa barba imensa eu não conseguia mostrar os dentes”.

Em relação ao futuro do personagem, Zé de Abreu também não consegue antecipar muitos fatos. “O que já se falou na novela é que o Max é filho do Nilo com a Lucinda, e que ele foi traído com o Santiago. A Carminha é filha do Santiago, e foi dito também que existe uma tal de Clarinha, que eu não sei quem é. O passado de um personagem é fundamental para que você faça o futuro, no teatro. Pela primeira vez, os nossos autores e diretores viraram isso de ponta cabeça, a gente não sabe o passado dos personagens. Eu nunca pensei que a Nina iria cortar o cabelo da Carminha, eu vi isso no ar”, admitiu o ator.
Relação com o público
Adepto às redes sociais, ele as usa para descobrir a opinião dos telespectadores diretamente. “É muito mais rápido. O pessoal sabe mais da novela do que eu”, brincou Zé.

Desprendimento material
Zé de Abreu leva uma vida alternativa. “Hippie não, mas o fato de ter tido formação de esquerda, me dá um desprendimento das coisas materiais”, justificou. Ele, que está com 66 anos, comprou sua primeira casa aos 63 e está pagando em prestações: “Comprei, porque meu filho mandou. Já morei em 12 bairros do Rio, e é uma delícia essa vivência"

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