Cabala
(também Kabbalah, Qabbala, cabbala, cabbalah, kabala, kabalah, kabbala) é uma
sabedoria que investiga a natureza divina. Kabbalah (קבלה QBLH) é uma palavra de
origem hebraica que significa recepção.
A
Kabbalah — corpo de sabedoria espiritual mais antigo — contém as chaves, que
permaneceram ocultas durante um longo tempo, para os segredos do universo, bem
como as chaves para os mistérios do coração e da alma humana. Os ensinamentos
cabalísticos explicam as complexidades do universo material e imaterial, bem
como a natureza física e metafísica de toda a humanidade. A Kabbalah mostra em
detalhes como navegar por este vasto campo, a fim de eliminar toda forma de caos,
dor e sofrimento.
Durante
milhares de anos, os grandes sábios cabalistas têm nos ensinado que cada ser
humano nasce com o potencial para ser grande. A Kabbalah pode ser o meio para
ativar este potencial.
A
Kabbalah sempre teve a intenção de ser usada, e não somente estudada. Seu
propósito é trazer clareza,
compreensão e liberdade para nossas vidas.
Origem
A
"Cabala" é uma filosofia esotérica que visa conhecer a Deus (D'us) e
o Universo, sendo afirmado que nos chegou como uma revelação para eleger santos
de um passado remoto, e reservada apenas a alguns privilegiados.
Formas
antigas de misticismo judaico consistiam inicialmente de doutrina empírica.
Mais tarde, sob a influência da filosofia neoplatônica e neopitagórica, assumiu
um caráter especulativo. Na era medieval desenvolveu-se bastante com o
surgimento do texto místico, Sefer Yetzirah, ou Sheper Bahir que significa
Livro da Luz, do qual há menção antes do século XIII. Porém o mais antigo
monumento literário sobre a Cabala é o Livro da Formação (Sepher Yetsirah),
considerado anterior ao século VI, onde se defende a ideia de que o mundo é a
emanação de Deus.
Transformou-se
em objeto de estudo sistemático do eleito, chamado o "baale
ha-kabbalah" (בעלי הקבלה "possuidores ou mestres da Cabala ").
Os estudantes da Cabala tornaram-se mais tarde conhecidos como maskilim
(משכילים "o iniciado"). Do décimo terceiro século em diante
ramificou-se em uma literatura extensiva, ao lado e frequentemente na oposição
ao Talmud.
Grande
parte das formas de Cabala ensinam que cada letra, palavra, número, e acento da
Escritura contêm um sentido escondido e ensina os métodos de interpretação para
verificar esses significados ocultos.
Alguns
historiadores de religião afirmam que devemos limitar o uso do termo Cabala
apenas ao sistema místico e religioso que apareceu depois do século XII e usam
outros termos para referir-se aos sistemas esotéricos-místicos judeus de antes
do século XII. Outros estudiosos veem esta distinção como sendo arbitrária.
Neste ponto de vista, a Cabala do pós século XII é vista como a fase seguinte
numa linha contínua de desenvolvimento que surgiram dos mesmos elementos e
raízes. Desta forma, estes estudiosos sentem que é apropriado o uso do termo
Cabala para referir-se ao misticismo judeu desde o primeiro século da Era
Comum. O Judaísmo ortodoxo discorda de ambas as escolas filosóficas, assim como
rejeita a ideia de que a Cabala causou mudanças ou desenvolvimento histórico
significativo.
Desde
o final do século XIX, com o crescimento do estudo da cultura dos Judeus, a
Cabala também tem sido estudada como um elevado sistema racional de compreensão
do mundo, mais que um sistema místico. Um pioneiro desta abordagem foi Lazar
Gulkowitsch.
Ensinamentos básicos da
Kabbalah
A
Kabbalah ensina que, a fim de podermos reclamar as dádivas para as quais fomos
criados para receber, primeiro temos que merecer essas dádivas. Nós as
merecemos quando nos envolvemos com nosso trabalho espiritual – o processo de
transformarmos a nós próprios na essência. Ao nos ajudar a reconhecer as fontes
de negatividade em nossas próprias mentes e corações, a Kabbalah nos fornece as
ferramentas para a mudança positiva.
A
Kabbalah ensina que todo ser humano é uma obra em execução. Qualquer dor,
desapontamento ou caos que exista em nossas vidas não ocorre porque a vida é
assim mesmo, mas apenas porque ainda não terminamos o trabalho que nos trouxe
até aqui. Esse trabalho, muito simplesmente, é o processo de nos libertarmos do
domínio do ego humano e de criar uma afinidade com a essência de compartilhar
de Deus.
Na
vida do dia-a-dia, esta transformação significa desapegar-se da raiva, da
inveja e de outros comportamentos reativos em favor da paciência, empatia e compaixão.
Não significa abrir mão de todos os desejos e ir viver no topo de uma montanha.
Muito pelo contrário, significa desejar mais da plenitude para a qual a
humanidade foi criada para obter.
Estudo da cabala
Quando
perguntaram ao Rav Kook- Cabalista do século
XX e Rabino em Israel – quem poderia estudar Cabala, sua resposta foi
inequívoca: "Qualquer um que queira", porém, no judaísmo ortodoxo, é
permitido o estudo da Cabala apenas aos homens, maiores de quarenta anos de
idade, casado e com uma vida "devota" à Torah.
O
Rabino Avraham Itzchak Hacohen Kook (1865-1935) foi o primeiro rabino chefe
ashkenazi de Israel durante o Mandato Britânico da Palestina, fundador da
Yeshivá religiosa e sionista Merkaz Harav, pensador judeu, halachista,
cabalista e um afamado estudioso da Torá. Ele é conhecido em hebraico como הרב
אברהם יצחק הכהן קוק, e pela sigla HaRaAYaH ou simplesmente como
"HaRav" (o rabino). Ele foi um dos rabinos mais famosos e influentes
do século XX.
De acordo com alguns[carece
de fontes] Cabalistas, os dias em que a Cabala era um segredo acabaram. A
sabedoria da Cabala manteve-se oculta no passado porque os Cabalistas temiam
que ela fosse mal aplicada e mal entendida. E realmente o pouco que escapou
gerou muitos mal-entendidos. Porque os Cabalistas dizem que a nossa geração
está pronta para entender o real significado da Cabala, e para acabar com os
mal-entendidos, esta ciência está agora sendo revelada para todos que desejam
aprender. Na verdade não em sua total essencia, pois não seria compreendida
ainda
Principais textos cabalistas
A
ciência da Cabala é única na maneira que fala sobre você e eu, sobre todos nós.
Ele não trata de algo abstrato, apenas com a forma como são criados e como nós
funcionamos em níveis mais elevados de existência.
O
primeiro livro na Cabala a ser escrito, existente ainda hoje, é o Sefer
Yetzirah ("Livro da criação"), escrito por Abraão, o pai das chamadas
religiões abraâmicas, ou "religiões do livro", que são as três
grandes religiões monoteístas: judaísmo, cristianismo e islamismo. Os primeiros
comentários sobre este pequeno livro foram escritos durante o século X, e o
texto em si é citado desde o século VI. Sua origem histórica não é clara. Como
muitos textos místicos Judeus, o Sefer Yetzirah foi escrito de uma maneira que
pode parecer insignificante para aqueles que o leem sem um conhecimento maior
sobre o Tanakh (Bíblia Judaica ,equivalente ao Antigo Testamento) e o Midrash.
Outra
obra muito importante dentro da cabala é o Bahir ("iluminação"),
também conhecido como "O Midrash do Rabino Nehuniah ben haKana". Com
aproximadamente 12.000 palavras. Publicado pela primeira vez em 1176 em
Provença, muitos judeus ortodoxos acreditam que o autor foi o Rabino Nehuniah
ben haKana, um sábio Talmúdico do século I. Historiadores mostraram que o livro
aparentemente foi escrito não muito antes de ter sido publicado.
O
trabalho mais importante da cabala é o Zohar (זהר "Esplendor").
Trata-se de um comentário esotérico e místico sobre o Torah(Referente ao
Pentateuco do Antigo Testamento), escrito em aramaico. A tradição ortodoxa
judaica afirma que foi escrito pelo Rabino Shimon ben Yohai durante o século
II. No século XII, um judeu espanhol chamado Moshe de Leon declarou ter
descoberto o texto do Zohar, o texto foi então publicado e distribuído por todo
o mundo judeu. Gershom Scholem, que foi um célebre historiador e estudante da
Cabala, mostrou que o próprio de Leon teria sido o autor do Zohar: Entre suas
provas, uma é que o texto utiliza a gramática e estruturas frasais da língua
espanhola do século XII; outra é que o autor não tinha um conhecimento exato de
Israel. O Zohar contém e elabora sobre muito do material encontrado no Sefer
Yetzirah e no Sefer Bahir, e sem dúvida é a obra cabalística por excelência.
Após
o Zohar, temos os escritos de Ari, um renomado cabalista do século XVI. O
século XX, por sua vez, viu o surgimento dos trabalhos do cabalista Yehuda
Ashlag.
Os
textos do Ashlag são os mais adequados para a nossa geração. Eles, assim como
outras fontes cabalísticas, descrevem a estrutura dos mundos superiores, como
ela descende e como o nosso universo, com tudo o que possui, veio a existir.
Cabala no Cristianismo e na sociedade não Judaica
O
termo "Cabala" veio a ser usado até meados do século XI, e naquele
tempo referia-se à escola de pensamento (Judaica) relacionada ao misticismo
esotérico.
Desde
esses tempos, trabalhos Cabalísticos ganharam uma audiência maior fora da
comunidade Judaica. Assim versões Cristãs da Cabala começaram a desenvolver-se;
no início do século XVIII a cabala passou a ter um amplo uso por filósofos
herméticos, neo-pagãos e outros novos grupos religiosos. Hoje esta palavra pode
ser usada para descrever muitas escolas Judaicas, Cristãs ou neo-pagãs de
misticismo esotérico. Leve-se em conta que cada grupo destes tem diferentes
conjuntos de livros que eles mantem como parte de sua tradição e rejeitam as
interpretações de cada um dos outros grupos.
[editar]Ensinamentos
cabalísticos sobre a alma humana
O
Zohar propõe que a alma humana possui três elementos, o nefesh, ru'ach, e
neshamah. O nefesh é encontrado em todos os humanos e entra no corpo físico
durante o nascimento. É a fonte da natureza física e psicológica do indivíduo.
As próximas duas partes da alma não são implantadas durante o nascimento, mas
são criadas lentamente com o passar do tempo; Seu desenvolvimento depende das
ações e crenças do indivíduo. É dito que elas só existem por completo em
pessoas espiritualmente despertas. Uma forma comum de explicar as três partes
da alma é como mostrado a seguir:
Nefesh
- A parte inferior ou animal da alma. Está associada aos instintos e desejos
corporais.
Ruach
- A alma mediana, o espírito. Ela contém as virtudes morais e a habilidade de
distinguir o bem e o mal.
Neshamah
- A alma superior, ou super-alma. Essa separa o homem de todas as outras formas
de vida. Está relacionada ao intelecto, e permite ao homem aproveitar e se
beneficiar da pós-vida. Essa parte da alma é fornecida tanto para judeus quanto
para não-judeus no nascimento. Ela permite ao indivíduo ter alguma consciência
da existência e presença de Deus.
A
Raaya Meheimna, uma adição posterior ao Zohar por um autor desconhecido, sugere
que haja mais duas partes da alma, a chayyah e a yehidah. Gershom Scholem
escreve que essas "eram consideradas como representantes dos níveis mais
elevados de percepção intuitiva, e estar ao alcance somente de alguns poucos
escolhidos".
Chayyah
- A parte da alma que permite ao homem a percepção da divina força.
Yehidah
- O mais alto nível da alma, pelo qual o homem pode atingir a união máxima com
Deus.
Antiguidade
do misticismo esotérico
De
acordo com a compreensão tradicional, Kabbalah data do Éden. Ela veio de um
passado remoto como uma revelação para eleger os Tzadikim (pessoas justas) e,
na maior parte, foi preservado somente para poucos privilegiados .
Literatura
Apocalíptica pertence aos séculos II e I do pré-Cristianismo contendo alguns
elementos da futura Kabbalah e, segundo Josephus, tais escritos estavam em
poder dos Essênios, e eram cuidadosamente guardados por eles para evitar sua
perda, o qual eles alegavam ser uma antiguidade valiosa .
Estes
muitos livros contém tradições secretas mantidas ocultas pelos
"iluminados" como declarado em IV Esdras xiv. 45-46, onde Pseudo-Ezra
é chamado a publicar os vinte e quatro livros canônicos abertamente, de modo a
que merecedores e não merecedores pudessem igualmente ler, mas mantendo
sessenta outros livros ocultos de forma a "fornece-los apenas àqueles que
são sábios" (compare Dan. xii. 10); pois para eles, estes são a primavera
do entendimento, a fonte da sabedoria, e a corrente do conhecimento.
Instrutivo
ao estudo do desenvolvimento da Cabala é o Livro dos Jubilados, escrito no
reinado do Rei João Hircano, o qual refere a escritos de Jared, Cainan, e Noé,
e apresenta Abraão como o renovador, e Levi como o guardião permanente, destes
escritos antigos. Ele oferece uma cosmogênese baseada nas vinte e duas letras
do alfabeto hebraico, e conectada com a cronologia judaica e a messianologia,
enquanto ao mesmo tempo insiste na Heptade como número sagrado ao invés do
sistema decádico adotado por Haggadistas posteriores e pelo "Sefer
Yetzirah". A ideia Pitagórica do poder criador de números e letras, sobre
o qual o "Sefer Yetzirah" está fundamentado, era conhecido no tempo
da Mishnah (antes de 200DC).
Doutrinas
místicas nos tempos do Talmude
Nos
tempos do Talmude os termos "Ma'aseh Bereshit" (Trabalhos da Criação)
e "Ma'aseh Merkabah" (Trabalhos do Divino Trono/Carruagem) claramente
indicam a vinculação com o Midrash nestas especulações; elas eram baseadas em
Gen. i. e Ezequiel i. 4-28; enquanto os nomes "Sitre Torah" (Talmude
Hag. 13a) e "Raze Torah" (Ab. vi. 1) indicam seu caráter secreto. Em
contraste com a afirmação explícita das Escrituras que Deus criou não somente o
mundo, mas também a matéria da qual ele foi feito, a opinião é expressa em
tempos muito recentes que Deus criou o mundo da matéria que encontrou
disponível — uma opinião provavelmente atribuída a influência da cosmogênese
platônica.
Eminentes
professores rabinos conservam a teoria da preexistência da matéria (Midrash
Genesis Rabbah i. 5, iv. 6), em contrariedade com Gamaliel II. (ib. i. 9).
Ao
discorrer sobre a natureza de Deus e do universo, os místicos do período
Talmúdico afirmaram, em contraste com o transcendentalismo Bíblico, que
"Deus é o lugar-morada do universo; mas o universo não é o lugar-morada de
Deus". Possivelmente a designação ("lugar") para Deus, tão
frequentemente encontrada na literatura Talmúdica-Midrashica, é devida a esta
concepção, assim como Philo, ao comentar sobre Gen. xxviii. 11 diz, "Deus
é chamado 'ha makom' (המקום "o lugar") porque Deus abarca o universo,
mas Ele próprio não é abarcado por nada" ("De Somniis," i. 11).
Spinoza
devia ter esta passagem em mente quando disse que os antigos judeus não
separavam Deus do mundo. Esta concepção de Deus pode ser panenteísta. Isto
também postula a união do homem com Deus; ambas as ideias foram posteriormente
desenvolvidas na Cabala mais recente.
Até
em tempos bem recentes, teólogos da Palestina e de Alexandria reconheceram dois
atributos de Deus: o atributo da justiça (מדת הדין, "middat ha-din")
e o atributo da misericórdia (מדת הרחמים, "middat ha-rahamim")
(Midrash Sifre,Deut.27): Este é o contraste entre misericórdia e justiça, que é
uma doutrina fundamental da Cabala.
Moderna e
contemporânea
A
Cabala tem crescido a partir do século XVI, com o Rabino Itzhak Luria, conhecido
como Ari ("O Leão").Ele oferece, em seu livro Etz Chaim (Árvore da
Vida) uma explicação aprofundada das dez sefirot, e as explicações sobre o
livro do Zohar (incluindo Idra Rabba).
A
partir deste período, muitos cabalistas incentivaram o estudo da Cabala, como
relatou o rabino Azulai Orh Hashemesh em seu livro: "A proibição
estabelecida no aprendizado da Kabbalah foi um tempo limitado, até em 1490.
Desde 1540, é necessário incentivar todos os interessados no livro do Zohar,
porque só estudando o Zohar que a humanidade alcançará a redenção espiritual, e
Portanto, não é proibido estudar Kabbalah."
Assim
também diz o rabino Yehuda Levi Ashlag, cabalista do século XX: "Não há
outro caminho para a população em geral, conseguir alguma elevação espiritual e
redenção, a não ser com a aprendizagem da Cabala. E ste é o método mais fácil e mais acessível."
Dualidade Cabalística
Embora
Kabbalah apresentar a Unidade de Deus, uma das críticas mais graves e
persistentes é que pode levar longe monoteísmo, em vez disso promover o
dualismo. Em seus textos há a crença de uma contraparte sobrenatural de Deus. O
sistema dualista afirma que existe um poder bem contra um poder maligno. Existem
dois modelos principais de gnóstico-cosmologia dualista: a primeira, que
remonta a Zoroastrismo, acredita que a criação é ontologicamente dividida entre
as forças do bem e do mal. A segunda, encontrada em grande parte greco-romana
como ideologias Neo-platonismo, acredita que o universo conhecia uma harmonia
primordial, mas que uma perturbação cósmica resultou um segundo, o mal, a
dimensão da realidade. Este segundo modelo influenciou a cosmologia da Cabala.
De
acordo com a cosmologia cabalista, as dez sefirot correspondem a dez níveis de
criação. Estes níveis da criação não deve ser entendido como dez diferentes
"deuses", mas como dez maneiras diferentes de revelar Deus, um por
nível. Não é Deus que muda, mas a capacidade de perceber Deus que muda.
Enquanto
Deus pode parecer a apresentar natureza dupla (masculino/feminino,
compassivo/julgadora, criador/destruidor), todos os seguidores da Cabala têm
consistentemente salientado a unidade absoluta de Deus. Por exemplo, em todas
as discussões de macho e fêmea, a natureza oculta de Deus existe acima de tudo,
sem limite, sendo chamado o infinito ou a "No End" (Ein Sof) Nem um
nem o outro, que transcende qualquer definição. A habilidade de Deus para
tornar-se escondido da percepção é chamada de "Restrição" (Tzimtzum).
O ocultamento torna a criação possível porque Deus pode ser
"revelado" em uma diversidade de formas limitadas, que então forma os
blocos de criação.
Trabalhos
posteriores cabalísticos, incluindo o Zohar, parecem mais fortemente afirmar
dualismo. Eles atribuem todos os males de uma força sobrenatural, conhecido
como o Achra Sitra (o "outro
lado") que emana de Deus. A "esquerda" da emanação divina é um
reflexo negativo do lado de "santidade", com que foi bloqueado em
combate. [Encyclopaedia Judaica, Volume 6, "Dualismo", p. 244].
Embora neste aspecto o mal exista dentro da estrutura divina do Sefirot, a
Zohar indica que o Ahra Sitra não tem poder sobre Ein Sof, e só existe como um
aspecto necessário da criação de Deus para dar ao homem o livre arbítrio, e que
o mal é a consequência dessa escolha. Não é uma força sobrenatural em oposição
a Deus, mas um reflexo da luta interna moral dentro de humanidade entre os
ditames da moralidade e da renúncia de instintos básicos.
Cabala e a
Tradição Esotérica Ocidental
A
Tradição Esotérica Ocidental (ou Hermética) é a maior precursora dos movimentos
do Neo-Paganismo e da Nova Era, que existem de diversas formas atualmente,
estando fortemente intrincados com muitos dos aspectos da Cabala. Muito foi
alterado de sua raiz Judaica, devido à prática esotérica comum do sincretismo.
Todavia a essência da tradição está reconhecidamente presente.
A
Cabala “Hermética”, como é muitas vezes denominada, provavelmente alcançou seu
apogeu na “Ordem Hermética do Alvorecer Dourado” (Hermetic Order of the Golden
Dawn), uma organização que foi sem sombra de dúvida o ápice da Magia Cerimonial
(ou dependendo do referencial, o declínio à decadência). Na “Alvorecer Dourado”,
princípios Cabalísticos como as dez emanações (Sephirah), foram fundidas com
deidades Gregas e Egípcias, o sistema Enochiano da magia angelical de John Dee,
e certos conceitos (particularmente Hinduístas e Budistas) da estrutura
organizacional estilo esotérico- (Maçónica ou Rosacruz).
Muitos
rituais da Alvorecer Dourado foram expostos pelo ocultista Aleister Crowley e
foram eventualmente compiladas em formato de Livro, por Israel Regardie, autor
de certa notoriedade.
Crowley
deixou sua marca no uso da Cabala, em vários de seus escritos; destes, talvez o
mais ilustrativo seja Líber 777. Este livro é basicamente um conjunto de
tabelas relacionadas: às várias partes das cerimônias de magias religiosas
orientais e ocidentais; a trinta e dois números que representam as dez esferas
e vinte e dois caminhos da Árvore da Vida Cabalística.
A
atitude do sincretismo demonstrada pelos Kabalistas Herméticos é plenamente
evidente aqui, bastando verificar as tabelas, para notar que Chesed corresponde
a Júpiter, Isis, a cor azul (na escala Rainha), Poseidon, Brahma e ametista –
nada, certamente, do que os Cabalistas Judeus tinham em mente.
Cabala Qliphótica
Desenvolvida
a partir da Cabala Hermética, a Cabala Qliphótica é o foco da assim chamada
Cabala Draconiana, que aborda também as forças consideradas sinistras do
universo e do homem (o subconsciente). Tem sido por muito tempo uma matéria
renegada pela maioria dos cabalistas e ocultistas e, por isto, pouco
compreendida. A Cabala Draconiana procura estudar a Luz e as Trevas em vários
níveis da constituição humana e cósmica, sendo um sistema cabalístico muito
prático que envolve a Magia Sexual, ritualística, meditações sombrias, invocações
e evocações, etc. Seu escopo está no trabalho com as Qliphoth, ou as Sephiroth
reversas, o outro lado da Árvore da Vida.
Atualmente
os mais importantes estudiosos e divulgadores da Cabala Draconiana são: o
inglês Kenneth Grant ("Nightside of Eden"), o sueco Thomas Karlsson
("Qabalah, Qliphoth and Goetic Magic") e a norte-americana Linda
Falorio ("The Shadow Tarot").
Seguidores famosos da Cabala
Angélica
Luciano
Huck
Madonna
(cantora, atriz e empresária)
Britney
Spears (cantora e atriz)
Glória
Maria (jornalista e apresentadora)
Paulo
Ricardo (cantor)
Luisa
Mell (apresentadora)
Márcia
Goldschmidt (apresentadora)
Marina
Lima (cantora)
Manuela
Saadeh (ex-BBB)
Carlos
Alberto Tregnago (advogado e jornalista judeu)
Jaque
Kury (ex-panicat e ex-BBB) <red name="elesseguem" />
Ashton
Kutcher (ator)
Edu
Reis ou Eduardo Vieira (estilista, produtor musical e cultural)
Fernanda
Souza (atriz)
Ellen
Jabour (modelo)
Eliane
Giardini (atriz)
Daniella
Cicarelli (atriz e modelo)
Reinaldo
Lourenço (estilista)
Demi
Moore (atriz)
Mariana
Kupfer (apresentadora e cantora)
Gwyneth
Paltrow (atriz)
António
Alonso Martinez (pintor)
Luiz
Marques (Geógrafo)