A HISTORIA DO NAVIO NAUFRAGADO NA ITALIA


A HISTORIA DO NAVIO NAUFRAGADO NA ITALIA

15/01/2012 - 19h58
Dona de navio que naufragou na Itália admite erro de comandante
A empresa Costa Cruzeiros, proprietária do navio de cruzeiro Costa Concordia, que naufragou na sexta-feira (13) matando ao menos cinco pessoas, admitiu neste domingo que o comandante Francesco Schettino "cometeu erros de julgamento" e "não observou os procedimentos" para situações de emergência, segundo a agência de notícias France Presse.
"A justiça, com a qual a Costa Cruzeiros colabora, determinou a prisão do comandante, contra quem pesam graves acusações", destacou a companhia.

"Parece que o comandante cometeu erros de julgamento que tiveram graves consequências" e que "suas decisões na gestão da emergência ignoraram os procedimentos da Costa Cruzeiros, que seguem as normas internacionais", informou a empresa.
Schettino foi detido ontem. Ele é acusado de homicídio culposo (quando não há intenção) múltiplo, de ter provocado um naufrágio e de ter abandonado o navio quando ainda havia várias pessoas a serem salvas.

O procurador da região de Grosseto, Francesco Verusio, que investiga o caso, alega que o capitão realizou uma manobra "malfeita" ao se aproximar excessivamente da ilha. Teria ainda falhado em lançar um alerta de socorro.
Os mortos são um tripulante peruano, dois turistas franceses, um italiano e um espanhol --os corpos dos dois últimos foram encontrados hoje.

No comunicado, a "Costa Crociere" destaca que Schettino, que entrou na companhia em 2002, como responsável de segurança, foi promovido a comandante em 2006, após concluir com sucesso todos os cursos de formação.A companhia afirma ainda que os membros da tripulação "realizam exercícios de evacuação a cada duas semanas" e que os "passageiros participam igualmente de um exercício" de abandono de navio logo após o embarque.

Naufrágio na Itália pode causar pior prejuízo de seguros da história marítima
De acordo com analista, tragédia com 11 mortes deve fazer com que companhias tenham perdas entre R$ 885,75 milhões e R$ 1,773 bilhão
O navio naufragado Costa Concordia poderia causar o maior prejuízo de seguro na história marítima, disseram analistas e especialistas da indústria, com alguns sugerindo que seguradoras e sociedades mútuas podem terminar tendo de arcar com US$ 1 bilhão (R$ 1,773 bilhão) em perdas.
A embarcação luxuosa com mais de 4 mil passageiros e tripulantes naufragou na noite de sexta-feira perto da ilha de Giglio, na costa italiana, após se chocar com uma rocha, deixando ao menos 11 mortos. O número aumentou depois de mais cinco corpos terem sido encontrados em embarcação nesta terça-feira. Antes dessa contagem, havia 29 desaparecidos. O acidente teria sido causado pela decisão do capitão Francesco Schettino de homenagear colegas aproximando a embarcação da ilha , onde bateu.

A analista Joy Ferneyhough, no Banco Espirito Santo em Londres, disse que alegações de ferimentos e de responsabilidade poderiam pressionar os custos para as companhias de seguro para até US$ 1 bilhão, tornando esse desastre o de maior prejuízo a ser absorvido pela indústria. "Comentários iniciais de várias empresas sugerem que as perdas provavelmente ficarão entre US$ 500 milhões (R$ 885,75 milhões) e 1 bilhão", escreveu em uma nota na segunda-feira.
No complexo mundo do seguro marítimo, haverá duas questões para lidar: o conjunto das companhias de navios de cruzeiro que fazem o seguro umas das outras por ferimentos em pessoas, naufrágios e danos ambientais ; e o consórcio de seguradores que garante a própria embarcação.

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O navio está assegurado por 405 milhões de euros (R$ 917,5 milhões) por seguradoras que incluem XL, RSA e Generali, disseram fontes da indústria. Um porta-voz da RSA disse que a exposição da companhia ao desastre era inferior a 10 milhões de euros, enquanto um representante da Generali disse que o impacto sobre a companhia seria menor.
Mais de 70 passageiros do Costa Concordia apresentaram uma denúncia coletiva contra a companhia Costa Cruzeiros, dona do navio, informou nesta terça-feira a associação italiana de defesa do consumidor. "Trata-se de uma ação coletiva promovida pela Codacons", explicou Carlo Rienzi, presidente e fundador do órgão em comunicado.
A denúncia coletiva foi apresentada perante o Tribunal de Gênova, sede da companhia na Itália. Por meio da ação, que deve ser admitida pelos juízes, os passageiros que sobreviveram ao naufrágio pedem uma "indenização pelos danos materiais e morais" ocasionados. "A entidade solicida ao menos 10 mil euros" por passageiros, que perderam seus bens, documentos, dinheiro, roupas e computadores.

Se a denúncia for aceita, todos os passageiros e tripulantes poderão aderir a denúncia. "Têm 120 dias para decidir", informou a nota. A companhia pode optar por um acordo "extrajudicial" com os passageiros, para evitar um longo juramento.

A equipe da XL no mercado de seguros da Lloyd's of London tem trabalhado na tragédia desde o fim de semana, mas ainda não atingiu quaisquer conclusões precisas sobre questões de custo e responsabilidade, de acordo com uma pessoa próxima à questão. A companhia evitou fazer comentários sobre o assunto.
O período em que o desastre aconteceu é particularmente difícil para a XL, já que ela anunciou há pouco mais de uma semana prejuízos de até US$ 220 milhões em 2011. A alemã Allianz confirmou que também estava envolvida como uma seguradora para o navio, afirmando que nenhuma resolução sobre a questão seria rápida.

"Normalmente leva meses e, no caso de alegações de responsabilidade, provavelmente anos de investigação para fechar completamente os casos marítimos", disse a companhia em um email.Também na segunda-feira, a empresa Carnival Corp., dona do Costa Concordia, disse que deve ter um prejuízo em torno de US$ 90 milhões só pela não utilização da embarcação nos próximos meses. A Carnival Corp. é a empresa controladora da Costa Cruzeiros.
"Para o ano fiscal que termina em 30 de novembro, o impacto para os lucros de 2012 em decorrência da perda do uso é previsto em aproximadamente US$ 85 milhões a US$ 95 milhões", disse a empresa em comunicado. A empresa disse que o seguro da embarcação deve cobrir cerca de US$ 30 milhões.









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