biografia Maria Della Costa(atriz)

Maria Della Costa
Gentile Maria Marchioro Della Costa Poloni (Flores da Cunha, 1 de janeiro de 1926) é uma atriz brasileira.
Biografia

Gentile Maria Marchioro Della Costa, filha de imigrantes italianos, nasce no dia 1 de janeiro de 1926, na cidade de Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, estuda em colégio de freiras, quando é descoberta na rua pelo jornalista Justino Martins, e vai parar na capa da Revista Globo. Orientada pelo produtor e primeiro marido Fernando de Barros, vai morar no Rio de Janeiro e estreia como show-girl no Cassino Copacabana, a seguir tornando-se modelo da tradicional Casa Canadá, onde conquista o título de “Primeira Manequim do País”. Em 1944, estreia no teatro em A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, a convite de Bibi Ferreira.

fonte das imagens   maria emaria della costa em capas de revista
Vai em seguida para Portugal, onde estuda arte dramática com a atriz Palmira Bastos, no Conservatório de Lisboa, residindo nesse país por três anos em companhia de seu marido. De volta ao Brasil, é contratada pelo grupo Os Comediantes. Dirigida por Ziembinski, começa a brilhar em espetáculos que marcam a cena brasileira, como: Rainha Morta, de Henry de Montherlant (1946), peça na qual conhece seu segundo marido, o ator Sandro Polloni, sobrinho da atriz Itália Fausta. Seguem-se Terras do sem Fim, de Jorge Amado; Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues; e Não Sou Eu, de Edgard da Rocha Miranda – todas montagens realizadas em 1947. Com Sandro, funda em 1948 o Teatro Popular de Arte, que inicia suas atividades no Teatro Fênix, no Rio de Janeiro, com a peça Anjo Negro, de Nelson Rodrigues.
Em 1954 inauguram sua própria casa de espetáculos, o Teatro Maria Della Costa. O teatro é projetado por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa e torna-se, então, um dos mais modernos espaços cênicos de São Paulo. Para a estreia é convidado o italiano Gianni Ratto, que dirige O Canto da Cotovia, de Jean Anouilh. No papel de Joana D’Arc, tem desempenho de forte empatia com a plateia, emociona público e crítica e a peça torna-se um dos pontos altos de sua carreira. Ao seu lado aparecem Sérgio Britto, Fernanda Montenegro, Eugênio Kusnet, Wanda Kosmo e Manoel Carlos, hoje o famoso autor de telenovelas.
Sandro Polloni cria um repertório considerado um dos melhores do teatro brasileiro, trazendo para a cena autores como Máximo Gorki, Tennessee Williams, Georges Feydeau, Jean Paul Sartre, Jorge Andrade, Carlo Goldoni e Bertolt Brecht. Montagens importantes fazem parte deste repertório: Tobacco Road, de Erskine Caldwell e Jack Kirkland (1948); A Prostituta Respeitosa, de Sartre (1948); Com a Pulga Atrás da Orelha, de Feydeau (1955); A Moratória, de Jorge Andrade (1955); Rosa Tatuada, de Tennessee Williams (1956); A Alma Boa de Setsuan, de Brecht (1958), entre outros. Em sua fase áurea a companhia chega a manter 40 atores em cena.
Seguem para a Europa e excursionam por Portugal, Espanha e Itália. O espetáculo Gimba – Presidente dos Valentes, de Gianfrancesco Guarnieri, com direção do estreante Flávio Rangel, representa o Brasil, em 1960, no Festival do Teatro das Nações, na França, onde é premiado. Em Roma, obtêm êxito total no Teatro Quirino. Fazem excursões em caráter de estudo, visitam Alemanha, China e Rússia. Em 1963 ficam 45 dias com casas lotadas em Buenos Aires, onde se apresentam no Teatro Astral com Pindura saia, de Graça Mello. No mesmo ano inauguram o Teatro Leopoldina, em Porto Alegre.
Arthur Miller

Ao visitar Nova York conhece o autor Arthur Miller e dele traz, para comemorar os dez anos de seu teatro (1964), a famosa peça Depois da Queda. Texto autobiográfico, cuja ação se passa na mente de Quentin (Paulo Autran), a peça faz uma autoanálise do seu comportamento, o dos amigos e o das três mulheres com quem viveu: uma intelectual interpretada por Márcia Real, uma jornalista vivida por Teresa Austregésilo e uma artista, Maggie, inspirada em Marilyn Monroe, que foi casada com Miller, papel entregue à Maria Della Costa. Dirigida mais uma vez por Flávio Rangel, seu desempenho como Maggie/Monroe é aclamado por público e crítica, e sua presença magnetizante em cena assemelha-se à imagem glamourosa e sofrida da personagem real. Com o mesmo diretor faz também os espetáculos Homens de Papel, de Plínio Marcos (1967), e Tudo no Jardim, de Edward Albee (1968), entre outros.
No cinema, trabalha em diversos filmes, como O Cavalo 13 (1946) e O Malandro e a Grã-fina (1947), ambos sob a direção de Luiz de Barros. Com Fernando de Barros roda Inocência (1949); Caminhos do Sul (1949), ao lado de Tônia Carrero; e Moral em Concordata (1959). É dirigida pelo italiano Camillo Mastrocinque no premiado Areião (1952), produção da Maristela Filmes.
Em televisão, participa de poucos trabalhos, mas com notoriedade. Na inovadora novela Beto Rockfeller, TV Tupi, 1968, é Maitê, uma grã-fina solitária que é seduzida pelo famoso bicão, protagonista interpretado por Luiz Gustavo. Na TV Globo, atua em Estúpido Cupido (1976) e Te contei? (1978). No SBT, aparece em participação especial no primeiro capítulo de Brasileiras e Brasileiros (1990), a convite de Walter Avancini.
Sempre admirada por sua beleza, é retratada por célebres artistas, como o escultor Brecheret e os pintores Di Cavalcanti e Djanira. Em 2002 é homenageada pelo Ministério da Cultura com a Ordem do Mérito Cultural. Atualmente, refugia-se na tranquila cidade de Paraty, no norte fluminense, onde se dedica à administração de seu Hotel Coxixo.

A alta classe e a elegância natural que sempre qualificaram os seus desempenhos deixaram uma marca indelével: trata-se de uma das grandes damas da história do teatro brasileiro.
Saiba Mais sobre Maria Della Costa em:
SILVA, Tania Brandão da. Peripécias Modernas: Companhia Maria Della Costa (1948-1974). Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em História Social do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: UFRJ, IFICS, 1998.
WARDE, Marx. Maria Della Costa: Seu Teatro, Sua Vida. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: Cultura – Fundação Padre Anchieta, 2004 (Coleção Aplauso. Série Especial).
Hotel Coxixo – Maria Della Costa
 MAIS INFORMAÇAO
Nascida no interior do Rio Grande do Sul, já no Rio de Janeiro estreia como show-girl no Cassino Copacabana. Em 1944, estreia no teatro em "A Moreninha", de Joaquim Manuel de Macedo. Em seguida vai para Portugal estudar arte dramática com a atriz Palmira Bastos, no Conservatório de Lisboa.

De volta ao Brasil, passa a fazer parte do grupo Os Comediantes e participa de espetáculos como: Rainha Morta, de Henry de Montherlant (1946); em 1947, Terras do Sem Fim, de Jorge Amado; Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues; e Não Sou Eu, de Edgard da Rocha Miranda.

Funda em 1948, junto com seu marido, o ator Sandro Polloni, o Teatro Popular de Arte, e estreia a peça "Anjo Negro", de Nelson Rodrigues, no Teatro Fênix, Rio de Janeiro.
Em 1954 inaugura sua própria casa de espetáculos, o Teatro Maria Della Costa, em São Paulo, projetado por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Sandro Polloni, à frente da casa, cria um repertório considerado um dos melhores do teatro brasileiro. Montagens como "Tobacco Road", de Erskine Caldwell e Jack Kirkland (1948), "A Prostituta Respeitosa", de Sartre (1948), "Com a Pulga Atrás da Orelha", de Feydeau (1955), "A Moratória", de Jorge Andrade (1955), "Rosa Tatuada", de Tennessee Williams (1956), e "A Alma Boa de Setsuan", de Brecht (1958), marcam essa fase.

A Companhia segue por uma excursão pela Europa e em 1963 lotam por 45 dias casas de espetáculos em Buenos Aires. Ao visitar Nova York conhece o autor Arthur Miller e dele traz, para comemorar os dez anos de seu teatro (1964), a famosa peça Depois da Queda, dirigida por Flávio Rangel. Com esse mesmo diretor faz também os espetáculos Homens de Papel, de Plínio Marcos (1967), Tudo no Jardim, de Edward Albee (1968), entre outros.
No cinema atuou em diversos filmes: "O Cavalo 13" (1946) e "O Malandro e a Grã-fina" (1947), ambos sob a direção de Luiz de Barros; "Inocência" (1949); "Caminhos do Sul" (1949); e "Moral em Concordata" (1959). É dirigida pelo italiano Camillo Mastrocinque no premiado "Areião" (1952), produção da Maristela Filmes. Já na televisão teve pouca participação: fez a novela Beto Rockfeller, na TV Tupi, em 1968, e na TV Globo atuou em Estúpido Cupido (1976) e Te contei? (1978).

Em São Paulo, no bairro da Bela Vista, foi fundado em 1954 um teatro que leva seu nome. Nos palcos do Teatro Maria Della Costa passaram os melhores atores e atrizes do teatro brasileiro, bem como importantes cenógrafos, como Gianni Ratto e Franco Zampari.

Atualmente, Maria Della Costa vive no município fluminense de Parati, onde, aos 85 anos, administra seu hotel.  
BIOGRAFIA DA ATRIZ SEGUNDO A ENCICLOPEDIA ITAU DO TEATRO
Costa, Maria Della (1926)

Biografia
Gentile Maria Marchioro (Flores da Cunha RS 1926). Atriz e produtora. Intérprete de rara beleza que desponta nos palcos dos anos 1940, musa e mentora de uma das primeiras companhias modernas, o Teatro Popular de Arte, que no futuro levará seu nome, como companhia Teatro Maria Della Costa.
Estréia, ainda adolescente, no Rio de Janeiro, na companhia de Bibi Ferreira, em A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, 1944. Paralelamente, sobrevive do trabalho em shows de cassinos e em desfiles de moda. Nesse período é orientada por Fernando de Barros, produtor e seu primeiro marido. De 1945 a 1946 estuda teatro no Conservatório Dramático de Lisboa. Na volta, ingressa no elenco de Os Comediantes, onde estréia, sob a direção de Ziembinski, em A Rainha Morta, de Henry de Montherlant, 1946, fazendo o papel principal de Inês de Castro e chamando a atenção para a sua notável beleza. Neste espetáculo acontece o seu decisivo encontro com Sandro Polloni, que também participa do elenco, e que se torna, pouco depois, seu marido, sócio, mentor e administrador da sua carreira. Ainda com Os Comediantes, faz Não Sou Eu, de Edgard da Rocha Miranda, e Terras do Sem Fim, adaptado da obra de Jorge Amado, 1947.
Em 1948, Sandro Polloni e Maria Della Costa fundam sua companhia própria, o Teatro Popular de Arte - TPA, que logo se impõe através de espetáculos ambiciosos e polêmicos, como Anjo Negro, de Nelson Rodrigues, e Lua de Sangue (título dado a Woyzeck), de Georg Büchner, 1948, ambos dirigidos por Ziembinski. Em todos os espetáculos, a jovem protagonista e dona da companhia mostra um progressivo amadurecimento da sua arte e procura superar a imagem, que tende a cercá-la nessa fase inicial da sua carreira, de atriz prestigiada mais pela beleza do que pelo talento. A companhia, que valoriza o conjunto dos artistas e não se fecha na personalidade da atriz, percorre o interior do sul e do norte do país.
Em 1951, a atriz tem uma passagem pelo Teatro Brasileiro de Comédia - TBC, para apenas um espetáculo, Ralé, de Máximo Gorki, direção do italiano Flaminio Bollini. Nessa época, Maria e Sandro já se dedicam à construção da sua sede própria, o Teatro Maria Della Costa, uma das melhores salas de São Paulo, e que durante cerca de um quarto de século hospeda as atividades de sua companhia, por sua vez rebatizada para Teatro Maria Della Costa - TMDC. Para a produção inaugural, em 1954, é trazido da Itália o diretor e cenógrafo Gianni Ratto, que realizará, com O Canto da Cotovia, de Jean Anouilh, um espetáculo de extremo requinte e beleza plástica, em que Maria Della Costa, no papel de Joana D'Arc, alcança o primeiro dos pontos altos de sua carreira.

Em 1956, volta a protagonizar três espetáculos criados por Flaminio Bollini: A Casa de Bernarda Alba, de Federico García Lorca; Rosa Tatuada, de Tennessee Williams; e Moral em Concordata, de Abílio Pereira de Almeida. Segue-se uma longa e consagrada visita a Lisboa, com parte do repertório montado pela companhia e, um pouco depois, outra e igualmente bem-sucedida visita a Montevidéu.
Em 1958, Bollini é trazido de volta da Itália para dirigir a primeira montagem profissional brasileira de uma peça de Bertolt Brecht: A Alma Boa de Set-Suan. O marcante desempenho da atriz no papel duplo de Chen-Te e Chui-tá faz críticos como Décio de Almeida Prado considerarem que Maria Della Costa tem uma vocação especial para os papéis populares, uma vez que neles podem brilhar as características mais fortes de sua interpretação - a franqueza e inocência - além de "sua flama, uma certa humanidade simples e direta que ela possui como ninguém".1 Em 1959, Maria e Sandro Polloni confiam a um jovem e desconhecido diretor, Flávio Rangel, a responsabilidade de montar um espetáculo complexo, Gimba, de Gianfrancesco Guarnieri. É mais um destacado trabalho da atriz. Gimba acaba sendo o primeiro espetáculo brasileiro convidado a apresentar-se no Festival do Teatro das Nações, em Paris, onde, curiosamente, ganha o prêmio destinado ao melhor trabalho folclórico. Maria e sua companhia aproveitam a viagem para mostrar o seu repertório também em Madri, Roma e Lisboa. Na capital portuguesa conseguem, inclusive, a liberação pela censura local de A Alma Boa de Set-Suan, até então proibida. Na volta, em 1962, Maria protagoniza, com direção de Maurice Vaneau, O Marido Vai à Caça, de Georges Feydeau. Em 1964, volta a chamar Flávio Rangel para montar um dos seus maiores sucessos, Depois da Queda, de Arthur Miller. Depois de Homens de Papel, de Plínio Marcos, 1967, volta a trabalhar com Flávio, em Tudo no Jardim, de Edward Albee, 1969.


Um vigoroso desempenho em Bodas de Sangue, de Federico García Lorca, 1973, na bela encenação de Antunes Filho, talvez seja o ponto final da fase mais intensa do trabalho de Maria Della Costa e do TMDC. Desde então, ela freqüenta o palco com menor assiduidade; sobretudo a partir do momento em que ela e Sandro Polloni passam a dividir seu tempo entre o teatro e o hotel que fundam em Parati; e mais ainda a partir do momento em que a crise econômica os obriga a desfazerem-se da sua casa de espetáculos. Nos anos 1980, atua, entre outros, em Motel Paradiso, de Juca de Oliveira, direção de José Renato, 1982; Alice que Delícia, de Antônio Bivar, dirigido por Odavlas Petti, 1987; e Temos de Desfazer a Casa, de Sebastián Junyent, com direção de Marcio Aurelio, 1989.

Esculpida duas vezes por Victor Brecheret, é também retratada por Di Cavalcanti e Djanira.


O crítico Yan Michalski destaca a firmeza de sua trajetória: "Vinda de origens modestas, e tendo de lutar pela sobrevivência desde muito cedo, Maria Della Costa firmou-se como uma exemplar trabalhadora do palco. Ajudada, inicialmente, pela sua excepcional beleza, empenhou-se incansavelmente em adquirir conhecimentos e conquistar espaços de atuação necessária para impor seu talento, que nos seus desempenhos mais destacados acabou aparecendo com grande brilho. A fibra que demonstra em cena é a mesma que caracteriza o seu trabalho de empresária, capaz de brigar valentemente pela construção do seu teatro, e levar seus espetáculos a platéias distantes, em excursões não raras vezes realizadas em condições quase heróicas".2
Notas
1. PRADO, Décio de Almeida. Teatro em progresso. São Paulo: Ed. Perpectiva, 2002, p.99.

2. MICHALSKI, Yan. Maria Della Costa. In:_________. PEQUENA Enciclopédia do Teatro Brasileiro Contemporâneo. Material inédito, elaborado em projeto para o CNPq. Rio de Janeiro, 1989.


 Carreira

 Na televisão
1990 - Brasileiras e Brasileiros
1982 - Sétimo Sentido .... Juliana
1978 - Te contei? .... Ana Paula
1976 - Estúpido Cupido .... Olga
1970 - As Bruxas .... Teresa
1969 - Beto Rockfeller .... Maitê
No teatro
Típico Romântico (1992)
Temos Que Refazer a Casa (1988)
Alice, Que Delícia (1986)
Motel Paradiso (1982)
Tome Conta de Amélia (1974)
Bodas de Sangue (1973)
Tudo no Jardim (1968)
Abra a Janela e Deixa Entrar o Ar Puro e o Sol da Manhã (1968)
Homens de Papel (1967)
Depois da Queda (1964)
Pindura Saia (1963)
Armadilha Para um Homem Só (1962)
O Marido Vai à Caça (1962)
Society em Baby Doll (1960)
Gimba (1959)
A Alma Boa de Set-Suan (1958)
Moral em Concordata (1956)
A Rosa Tatuada (1956)
A Casa de Bernarda Alba (1956)
A Mirandolina (1955)
Com a Pulga Atrás da Orelha (1955)
O Canto da Cotovia (1954)
Manequim (1952)
Ralé (1951)

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